Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Reino de Deus que é e o que virá: somos plantados por quem?


Em muitas de Suas parábolas, Jesus dizia: "O reino dos céus (ou de Deus) é semelhante..." o verbo ser sempre no presente (é). Clara indicação de que o reino de Deus já havia chegado. Prova disso é que Jesus amarrou o "valente", exercendo domínio sobre ele e o despojando dos seus bens: "Mas se eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente o reino de Deus é chegado sobre vós..." (Mt 12.28,29). No início do Seu ministério terreno, após ter sido batizado por João, Jesus determinou a exigência para entrar neste reino: o que os teólogos chamam de conversão (a soma de arrependimento mais fé). Em Marcos 1.15 Cristo dizia: "O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho". Arrependimento e fé. Em quê? Nas boas-novas que Ele mesmo trazia para os homens. Tais boas-novas eram o cumprimento da profecia de Isaías 61.1-3, que Jesus disse ter se cumprido nEle (Lc 4.16-21). Bastava crer que Jesus era o cumprimento destas profecias e arrepender-se de seus pecados que o indivíduo já podia fazer parte do reino. João já pregava o arrependimento de pecados para a entrada neste reino (Mt 3.2), mas Jesus traz mais um elemento à tona: a fé. Era necessário ouvir as boas-novas e crer que Jesus era Deus cumprindo a salvação que prometera ao Seu povo. Em Seu famoso diálogo com o mestre da lei Nicodemos, Jesus clareia mais a questão de entrar no reino. Tem que nascer de novo, tem que nascer da água e do Espírito (Jo 3.3,5). Esse "nascer de novo" no grego tem outro sentido além desse, pode significar "nascer do alto". Daqui da terra já nascemos. Mas nascimento material não nos garante entrada no reino, pois nascemos debaixo da condenação. Por isso é preciso nascer de novo, do alto. Nascimento espiritual sim, nos garante a entrada no reino, pois o que nasce do alto é governado por Deus, por Seu Espírito e não por suas próprias ideias. Já basta o tempo em que vivemos guiados por nossos pensamentos e isto nos levou a quê? A sermos naturalmente filhos da ira (Ef 2.3). Filhos de Deus são guiados pelo Espírito de Deus, não por seus pensamentos (Rm 8.14). Dá pra ver por que muitos crentes estão enganados com relação à sua filiação a Deus... pensam que são filhos de Deus, mas não são guiados pelo Seu Espírito. Fazem o que estão a fim de fazer.

Pois bem, as parábolas que Jesus dizia que o reino dos céus é semelhante a alguma coisa mostram-nos que este reino já chegou. Por exemplo, na parábola do trigo e do joio, Jesus disse que o reino dos céus é semelhante ao homem que plantou boa semente no seu campo (Mt 13.24). Isso já aconteceu, pois o próprio Jesus disse que este homem é Ele mesmo (v.37), o campo é o mundo, a boa semente são os filhos do reino e o joio são os filhos do maligno (v. 38). Tudo isso já está acontecendo, portanto, o reino dos céus já existe. O inimigo que semeou o joio é o diabo e a ceifa é a consumação do século (v. 39). Vemos no meio do reino boa semente e joio também. Isso é mais uma prova de que o reino não é a igreja. É maior que a igreja. A igreja são os filhos do reino, mas no reino estão os filhos do maligno também. A igreja está no reino, mas o joio está também. Isso nos leva ao outro aspecto do reino, o aspecto escatológico, o reino que virá. Ele já é, mas virá. Como dizem os teólogos, a tensão entre o "já-e-ainda-não". O reino "" está inaugurado, mas "ainda não" consumado. Esse aspecto futuro do reino é retratado nas parábolas mais como juízo, acerto de contas. Nesta mesma parábola, ainda como exemplo, Jesus diz no v. 40 que assim "será" (futuro) na consumação do século. Os anjos serão enviados por Jesus para ajuntar do Seu reino tudo que causa escândalo ("tropeço", no grego) e todos os que praticam a iniquidade. Observe que no reino há filhos do maligno, pessoas não salvas, praticantes do pecado. Estão no reino que é, mas não estarão no reino que virá! Serão lançados na fornalha de fogo (vv. 41,42). Participam do que há de bom no reino de agora, mas serão rejeitados no reino de então!

Por isso é que a parábola das dez virgens (Mt 25.1-13) não inicia com o verbo ser no presente, como as outras. Ela inicia no futuro. Jesus não diz o reino dos céus é semelhante, mas Ele diz o reino dos céus será semelhante. Porque ali Ele está falando do reino escatológico, do juízo, da necessidade de vigiar, porque não sabemos o dia nem a hora. Não fala do que está acontecendo, mas do que vai acontecer. Pode sim estar acontecendo, mas será revelado lá. Há virgens no reino que não são salvas. Elas não nasceram de novo, são filhas do maligno, não têm azeite. Ficarão de fora! As prudentes foram prudentes também quando negaram dividir seu azeite com as tolas, pois não se negocia a salvação! O azeite revela prudência, esperteza, vigilância, prontidão! Paulo quisera que ele mesmo ficasse fora do plano salvífico, só para ver sua nação salva, mas isso não é possível (Rm 9.2,3). Filhos do maligno serão sempre filhos do maligno, ainda que convivam com os filhos do reino!

Estamos no reino de agora, mas a pergunta é: fomos plantados por quem? Temos o gene de joio ou de boa semente? Se fomos plantados pelo Filho do homem, então somos trigo, somos salvos! Mas se estamos no reino causando escândalo, tropeço e praticando a iniquidade, então fomos plantados pelo maligno, somos joio, não somos salvos, estamos no reino de agora, mas não estaremos no reino escatológico!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

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