“A alma farta pisa o
favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce” (Pv 27.7).
Depois de uma farta refeição, em geral, as pessoas não gostam nem mesmo de sentir o cheiro da comida! Sentem repugnância por algo que, em uma situação distinta, desejariam estar se deliciando. Este provérbio tem um sentido bem popular, mas que abrange uma grande verdade espiritual, como veremos a seguir.
O sentido popular é este, que “quem está com o estômago cheio rejeita até o mel; mas, para quem está com fome, até a comida amarga é doce” (NTLH). Entretanto, o sentido espiritual que este ditado popular nos traz é extremamente preocupante. O mel é, desde a antiguidade, conhecido como um nutritivo e poderoso alimento. Sempre foi valioso e, até hoje, há pessoas que vivem do seu cultivo e comércio. A Bíblia, a Palavra de Deus, chega a se comparar ela mesma com o mel (Sl 19.10), de tão saborosa e proveitosa que ela é.
Entretanto, há muitas pessoas que estão fartas, elas têm em abundância a exposição da Palavra de Deus em sua igreja. Seus pregadores, expositores, mestres e pastores são pessoas extremamente preparadas e gabaritadas para alimentar o rebanho de Deus em suas congregações. E aí, na maioria dos casos, surge o problema preocupante: as pessoas fartas começam a rejeitar a preciosidade do mel e se põem a pisar a Palavra de Deus!
Podemos observar isso: em igrejas onde raramente se põe à mesa um cardápio espiritual saudável e saboroso, quando se ouve pregar a genuína Palavra da verdade, as pessoas se deleitam, ficam extasiadas, extremamente admiradas e totalmente desejosas de terem novamente uma repetição daquela iguaria que receberam. Para elas, que estão famintas, até o amargo, isto é, uma exposição bem rasa e superficial da Palavra já está bom. Quanto mais quando se alimentam de um verdadeiro manjar...
Agora, para aqueles que têm frequentemente a Palavra posta à sua mesa com fartura e deleite, geralmente pisam a comida da Palavra, ou seja, ouvem com desprezo e, ainda que guardem alguma coisa do que foi pregado e ensinado, não levam para sua prática diária. Foi como se ficassem à mesa, enchessem o prato de carnes saborosas e nem sequer levaram à boca; dali mesmo jogaram tudo fora! Enquanto há lugares onde crentes morrem de fome por não terem a Palavra de Deus, há outros lugares em que os que têm a desprezam com indiferença assustadora!
Obviamente, tudo que se planta colhe, pois de Deus não se
zomba (Gl 6.7). Um dia a comida faltará, como disse o profeta: “Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que
enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as
palavras do SENHOR” (Am 8.11). Sim, aqueles que desprezaram a Palavra
sentirão falta dela; talvez não porque ela não estará mais à disposição, mas
porque para eles não haverá mais disposição! Fartaram-se demais e agora não há
mais apetite para a Palavra. Jesus diz que os tais serão julgados pela própria
Palavra que rejeitaram (Jo 12.48).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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