Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0401 - TRÊS VERDADES QUE PRECISAMOS CONHECER ALÉM DA FÉ E DO AMOR

 


Peço que ele ilumine os olhos do coração de vocês, para que saibam qual é a esperança da vocação de vocês, qual é a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual é a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder” (Ef 1.18,19 – NAA).


Por causa da fé e do amor que a igreja de Éfeso tinha, Paulo dava graças a Deus. Era uma fé na Pessoa certa, diz o v. 15: “no Senhor Jesus”; e o amor era para com as pessoas certas: “para com todos os santos”. Mas o apóstolo não queria que a igreja ficasse apenas no nível da fé e do amor. Ele orava para que eles conhecessem mais sobre sua vida espiritual (v. 17). Ao contrário de muitos pastores de hoje, que preferem que suas igrejas sejam ignorantes, cegas e sem critério, para que seja fácil manipular...

Além da fé e do amor, Paulo queria que a igreja tivesse os olhos do coração iluminados (v. 18) para saberem mais três coisas importantes: a) qual a esperança da sua vocação; b) qual a riqueza da glória da Sua herança nos santos; e c) qual a suprema grandeza do Seu poder sobre os que creem (v. 19). Essas três coisas levariam os efésios a um nível de espiritualidade altíssimo e eles seriam cheios do verdadeiro conhecimento de Deus.

Sobre o primeiro aspecto, Paulo fala da esperança da vocação. Por esperança entendemos que se refere a promessas escatológicas. Quase sempre o NT fala de “esperança” associada a bênçãos futuras, como ressurreição dos mortos (At 24.15; 1Ts 4.13), segunda vinda de Cristo (Tt 2.13), glorificação (Rm 5.2), vida eterna (Tt 3.7), etc. Sobre “vocação” entendemos o chamado para a salvação (Ef 4.4). O chamado para a salvação não é algo incerto, mas pleno de segurança e segurança eterna!

O segundo desejo de Paulo era que a igreja compreendesse a riqueza da glória da Sua herança nos santos. Cristo tem os santos como herança do Pai e esta herança será glorificada. Porém, os santos não entendem a profundidade disso. Deus está dando a igreja para Seu Filho de presente, mas não dará imperfeita, e sim, como disse no cap. 5.26,27, Cristo nos purificou para nos apresentar a Si mesmo como “igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito”!

A terceira petição de Paulo é para que a igreja conheça a suprema grandeza do Seu poder sobre nós, os que cremos. Para que tenhamos uma ideia do poder que Deus exerceu para que nós crêssemos em Seu Filho, Paulo dá um exemplo de quando outra vez Deus usou esse poder: “Ele exerceu esse poder em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nas regiões celestiais” (v. 20). Consegue imaginar isso? Você só creu em Cristo porque Deus exerceu em você o mesmo poder que Ele aplicou para ressuscitar Seu Filho!

Se toda igreja soubesse um pouco mais além da fé e do amor... Será que ao menos isso sabemos? Mas se fôssemos além, seríamos levados a um grau de comunhão tão profundo com o nosso Deus, que nosso conhecimento dEle seria pleno! Claro que jamais saberemos tudo sobre Deus, pois Ele é inesgotável. Mas certamente seríamos tão cheios quanto poderíamos ser deste conhecimento.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 30 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0400 - APRENDIZADOS SOBRE ORAÇÃO: NÃO SE APRENDE ORAR ORANDO!

 


Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo pelo qual também estou algemado; para que eu o manifeste, como devo fazer” (Cl 4.2-4).


A vida cristã tem alguns hábitos que precisam ser desenvolvidos por todos os crentes em Cristo Jesus. Hábitos são práticas repetidas que terminam por se tornarem ações normais no dia a dia. Um desses hábitos é a oração. Ela deve fazer parte da vida do cristão tanto quanto a comida faz parte do dia a dia do ser humano em geral.

Paulo diz que o crente deve perseverar em oração. A palavra aqui quer dizer “continuar a fazer algo com intenso esforço, apesar da dificuldade, persistir”. Devemos admitir que a geração atual de crentes não é perseverante na oração. Qualquer coisa é mais importante do que orar. É uma triste realidade.

Além de perseverar na oração, o crente também deve se manter vigilante nela. O termo “vigiar” quer dizer literalmente “ficar acordado”. Há crentes que oram, mas não vigiam, não estão atentos às coisas ao seu redor. Sua oração pode ser quase ineficaz em alguns casos. Precisamos vigiar sobre nós mesmos, nossas intenções, sobre outras pessoas que podem muitas vezes nos desviar o foco da vigilância, ficarmos ligados sobre intervenções malignas no mundo espiritual, enfim, há muita coisa para se vigiar além de orar.

Ainda sobre a oração, Paulo diz que ela deve ser feita com ações de graças. Essa virtude na oração é algo maravilhoso para o crente. Significa que ele será grato a Deus independente da resposta que vier sobre o que ele ora. Muitos crentes oram a Deus com certas respostas na expectativa. Se Deus responde de modo diferente daquilo que ele espera, logo murmura e é ingrato.

Outra característica da oração é que oramos por nossos irmãos, nossos líderes. Paulo pediu oração por eles, os líderes apostólicos que estavam presos por causa do evangelho. Ao orar pelos seus líderes, os crentes devem se lembrar exatamente por qual razão estão orando por eles. Nossas orações geralmente são orações esparsas e sem direcionamento. Oramos quase sempre pedindo que Deus abençoe aquele alguém por quem oramos, mas no geral não especificamos.

Paulo pede oração para que os líderes cristãos tenham sempre portas abertas à pregação da palavra, para que eles falem do mistério de Cristo, que é o evangelho pregado aos gentios. No cap. 1.27, Paulo diz que o mistério era este: “Cristo em vós, a esperança da glória”. Quase sempre, quando pastores pedem oração, é porque estão com problemas. Mas Paulo estava com um sério problema, ele estava preso, algemado! No entanto, não pediu oração por isso, mas para que pudesse manifestar o evangelho de modo claro e correto.

Alguns podem dizer que não sabem como orar. Mas na realidade, o que está acontecendo é que não lemos a Bíblia. Nela encontramos as formas, os propósitos, os meios, as características e muitos exemplos da oração. A falta de oração é consequência desse outro pecado, que é o abandono da leitura sagrada. Não se aprende orar orando; aprende-se a orar lendo e meditando nas Escrituras!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 29 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0399 - COMO DEUS USA A DESOBEDIÊNCIA PARA SUA GLÓRIA

 


Como está escrito: Deus lhes deu um espírito de profundo sono, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir, até o dia de hoje” (Rm 11.8 – NAA).


Uma das coisas que mais destroem o raciocínio falido humano é a maneira como Deus trabalha com o mal. Para muitos crentes inclusive, ler este versículo é quase um atentado intelectual e beira atribuir blasfêmia à própria Bíblia! Mas os autores bíblicos não se importavam com a avaliação humana dos atos soberanos de Deus. Para eles (e para nós também deveria ser), o que Deus faz é bom e perfeito. Quem o avalia é o próprio Deus – e como sempre, Ele vê que é bom!

O contexto deste versículo está falando da salvação de Israel. A maneira pela qual Deus vem executando a salvação de muitos judeus desde a era da igreja é algo fenomenal, porém irritante para a mente finita do homem. Paulo diz que, apesar de toda rejeição de Israel para com Jesus, Deus, todavia, não rejeitou Seu povo (v. 1). Ele usa a época de Elias como exemplo, para dizer que ainda há remanescentes que servem a Deus, apesar da grande massa havê-lo rejeitado (vs. 2-5).

Paulo ensina aqui que enquanto Israel buscou a salvação por seu modo, ou seja, pela justiça da lei, não a alcançou, mas a eleição conseguiu (v. 7). Assim chegamos ao verso 8, que diz que os demais foram endurecidos, para se cumprir a palavra de Isaías 29.10, que diz: “Porque o Senhor derramou sobre vocês o espírito de profundo sono; ele fechou os olhos de vocês, que são os profetas, e cobriu a cabeça de vocês, que são os videntes”.

Agora, no v. 11 de Rm 11, Paulo diz que Deus fez isso não para que caíssem, mas para salvar os eleitos gentios e judeus. De que maneira? Assim: quando os judeus rejeitassem o evangelho, os gentios o aceitariam. E assim que os gentios o aceitassem, os judeus ficariam com ciúmes e se voltariam também para as riquezas do evangelho de nosso Senhor. Nas palavras de Paulo, os judeus dormindo, os gentios acordariam; uma vez acordados, despertariam de volta os judeus.

Deus trabalha com o mal, com a rejeição, com o pecado e tudo o que for ruim de modo sábio e proveitoso. Por isso o raciocínio humano jamais deveria ousar questionar Deus e Seus métodos! Paulo diz que “Deus encerrou todos na desobediência, a fim de mostrar a sua misericórdia a todos” (v. 32). Todos aqui, obviamente, gentios e judeus. A desobediência dos judeus empurrou muitos gentios para a salvação; e a aceitação de muitos gentios trouxe para ela muitos judeus. Claro que nisso, entram em cena vasos de ira e de misericórdia... há salvos e perdidos que fazem parte desse complexo divino (9.22-24). Mas veja que foi Deus que encerrou a todos na desobediência.

Por isso é que ele termina essa parte da carta dizendo: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!... Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?” (vs. 33,34)! Não interessa ao homem se Deus quer usar a desobediência para a Sua glória. O que interessa é que Ele é poderoso a ponto de fazer até mesmo o mal resultar em louvor para Sua glória, como dizia o salmista: “Pois até a ira humana há de louvar-te; e da ira restante te cingirás” (Sl 76.10).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 28 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0398 - CRENTES, GUARDAI O BOM DEPÓSITO!

 


Timóteo, guarde aquilo que Deus lhe confiou. Evite discussões profanas e tolas com aqueles que se opõem a você com suposto conhecimento. Alguns se desviaram da fé por seguirem essas tolices” (1Tm 6.20,21 - NVT).


Tendo em vista o último dia, o grande dia da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e Seu Juízo Final sobre a humanidade, a Bíblia nos dá certas palavras de alerta acerca da nossa responsabilidade para com aquilo que graciosamente recebemos de Deus. Se, por um lado, é um grande privilégio termos recebido coisas das mãos de Deus, por outro, é uma grande carga cuidarmos daquilo como da nossa própria vida!

No original grego, Paulo manda que Timóteo guarde o “depósito”. Por três vezes ele fala isso nas duas cartas. Aqui e na 2ª carta (1.12,14). Tirando 2Tm 1.12, as outras duas se referem ao evangelho. Em 2Tm 1.12, o depósito ali é a salvação. Mas nas outras duas vezes Paulo fala do evangelho, que seria obrigação de Timóteo e de todo pastor, pregador ou crente guardar.

O evangelho é um tesouro tão nobre, que chega a ser assustador Deus tê-lo confiado a nós. Paulo diz em 2Co 4.7: “Agora nós mesmos somos como vasos frágeis de barro que contêm esse grande tesouro. Assim, fica evidente que esse grande poder vem de Deus, e não de nós” - NVT. Dá pra imaginar a preocupação do apóstolo de que seu pupilo Timóteo realmente se esforçasse por guardar tamanha preciosidade que lhe fora confiada por ninguém menos que o próprio Deus!

Paulo pede ao jovem pastor que não entre em discussões tolas e profanas com pessoas opositoras da verdade, ainda que digam que têm conhecimento. Esse conhecimento é falso, diz o apóstolo. Todo conhecimento que se opõe ao evangelho do nosso Deus é sofisma e não deve ser dado a ele o menor tempo que seja, pois não se compara à grandeza do evangelho. É perda de tempo. E se der atenção indevida a tais sofismas, o risco é de se desviar da fé, como já aconteceu com muitos.

A busca por conhecimento é legítima, os estudos são lícitos, são coisas que devem realmente ser buscadas, entretanto, nada da escavação didática da humanidade pode estar em pé de igualdade com o evangelho de nosso Deus! A humanidade pode entrar o mais profundamente possível no conhecimento e na ciência, mas jamais se comparará ao teor do evangelho! Seria como alguém subir na mais alta montanha e dar pulos para tocar o céu! Diante dos homens está em alta, mas diante de Deus é irrisório cada pulo que dá.

Se os crentes soubessem o valor deste depósito que foi feito em nossa conta... se os crentes pudessem calcular o valor do evangelho que devem guardar com toda força de sua alma... jamais haveria atrevidos que tivessem coragem de abrir suas bocas nos púlpitos e arrogantemente adulterar e falsificar o mais nobre de todos os tesouros!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 26 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0397 - A PAZ É RESULTADO DA CONFIANÇA

 


Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti” (Is 26.3).


Desde o AT, a paz jamais está desligada da confiança. Paulo disse em Rm 5.1 que por meio da fé temos paz com Deus e isso não era diferente na antiga aliança. A paz perfeita é aquela que procede do decreto de Deus em dizer que o problema com aquele indivíduo está resolvido. E o problema do homem está realmente resolvido quando este confia em Deus, no recurso de Deus e não em si mesmo ou em seus recursos.

O verbo hebraico diz que o Senhor guardará em perfeita paz. No original, a palavra “paz” se repete: “paz, paz”. É a forma de salientar e enfatizar o caráter dessa paz. É a paz verdadeira, a paz perfeita. Mas quem será guardado nessa paz perfeita? Aquele cujo propósito é firme, isto é, aquele cuja reflexão, cuja mente está apoiada, agarrada e sustentada firmemente no Senhor. E a explicação é óbvia: “porque ele confia em ti”.

As pessoas buscam paz, mas não querem confiar em Quem é digno de confiança. Como alguém pode ter paz sem ter confiança? Como você pode viajar em paz se você não confia na pessoa que ficou vigiando sua casa? Vemos, portanto, que a paz não é algo que se busca – ela é resultado do que se deve buscar, isto é, a confiança.

Mas a confiança também não é apenas repouso da alma e tranquilidade da mente. A confiança é também um exercício da mente. Entre os homens, para confiarmos em alguém, é preciso desenvolver um conhecimento e uma aproximação que gere isso. A confiança em Deus é resultado da revelação que Deus faz de Si mesmo aos homens, mas não uma revelação generalizada e sim uma revelação especial.

Deus já Se revelou de modo geral aos homens pelas coisas que Ele criou e pela consciência, mas o homem no pecado não tem reconhecido o caráter de Deus nessas coisas e, portanto, não desenvolve comunhão com Ele, razão pela qual não confia em Deus. A confiança só pode ser gerada quando há um grau de intimidade que vai além das coisas que reparamos sobre as obras de Deus. Essa revelação especial é a Palavra de Deus, tanto escrita, como a Palavra feita carne, que é Jesus.

Quando, pelo poder da Palavra da pregação, Jesus Cristo é revelado ao ouvinte, então é gerada dentro dele uma confiança profunda a ponto de o indivíduo entregar todos os seus cuidados a Deus e, além disso, entregar sua própria vida! Ele passa a conhecer a Deus por meio de Jesus Cristo, mas este Jesus Cristo como revelado na pregação do evangelho. É tão transformadora esta revelação, que a confiança vem automaticamente ao ouvinte.

Você não terá paz com Deus, a menos que Jesus Cristo lhe seja revelado pela pregação eficaz e verdadeira do evangelho genuíno, não falsificado, que muito existe hoje em dia. Mas ao ouvir o verdadeiro evangelho, Cristo é revelado, sua confiança em Deus será imediata e a paz será o resultado eterno para sua vida!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0396 - HAGAR E A SALVAÇÃO PELAS OBRAS

 


Sarai disse a Abrão: ‘O Senhor me impediu de ter filhos. Vá e deite-se com minha serva. Talvez, por meio dela, eu consiga ter uma família’. Abrão aceitou a proposta de Sarai” (Gn 16.2 – NVT).


Já conhecemos a história do patriarca Abraão, de como foi chamado do meio de sua parentela para uma terra desconhecida e como aceitou tudo isso pela fé. Sabemos também que Abraão tinha 75 anos quando foi chamado por Deus e, sua mulher, 10 anos mais nova, era incapaz de ter filhos por ser estéril.

Ele havia recebido também uma promessa de Deus, que de seus lombos teria um filho, através do qual ele seria pai de multidões. Sendo já velho e sua mulher estéril, Abraão creu em Deus, o que lhe rendeu a imputação de justo diante do Senhor! Porém, no meio do caminho, como nenhum crente é perfeito, Abraão sugeriu a Deus que seu servo Eliézer fosse objeto da promessa, pois havia nascido e criado na casa de Abraão. Deus rejeitou a proposta.

11 anos se passaram e Sara fez uma proposta para Abraão, de se deitar com sua serva. Segundo o costume da época, se uma senhora não pudesse ter filhos, podia emprestar sua serva como “barriga de aluguel” e tomar o filho para si. O texto nos diz que Abraão aceitou a proposta, pois imaginava que poderia ajudar a Deus. Afinal, o menino seria filho dele e não apenas um servo, como era Eliézer.

Dessa vez, ele não perguntou a Deus, como havia perguntado sobre Eliézer. Foi lá e fez. O resultado foi uma tensão muito violenta dentro de casa, chegando por fim a ter que mandar embora sua serva e seu filho, devido aos problemas depois do nascimento do filho legítimo e prometido!

Essa atitude de Abraão e Sara representa aquela velha ideia de salvação pelas obras. As pessoas nunca largam o pensamento de que podem fazer alguma coisa boa que agrade a Deus, a fim de serem salvas por Ele! O filho de Abraão que carregaria as promessas, seria o filho da fé e não das obras. Mas, como sempre, o homem esbarra nessa questão. Até mesmo crentes, ainda que não digam que foram salvos pelas obras, mas pensam que só podem se manter salvos por causa delas...

Futuramente, Paulo ensinará que o filho da escrava representa os judeus e aqueles que querem se salvar por sua justiça própria. Já o filho da esposa representa os que são salvos pela graça por meio da fé. Isso foi um golpe para os judeus, que pensavam ser filhos de Sara. Mas Paulo lhes diz que podem até ser carnalmente, mas espiritualmente são filhos da escrava. Os verdadeiros filhos de Sara são os que creem em Jesus Cristo, tanto judeus como de outras nações!

Vocês são salvos pela graça, por meio da fé. Isso não vem de vocês; é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pela prática de boas obras, para que ninguém venha a se orgulhar” (Ef 2.8,9 – NVT).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 24 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0395 - O HOMEM BOM E SEU TESOURO

 


O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más” (Mt 12.35).


Nossa sociedade considera que todo ser humano é bom em essência, mas por influência externa, pratica algumas coisas ruins. O homem deveria estar rodeado de bons exemplos, que ele seria ainda melhor. Nas igrejas, os pastores e pregadores, líderes e conferencistas, também estão afirmando que podemos extrair muita coisa boa de dentro de nós. Canções falam sobre isso de modo alvissareiro. Você é forte, bom e pode tudo.

Mas a realidade é triste e cinzenta, não é colorida como querem que pensemos. E quem atestou a realidade foi o próprio Cristo, quando disse aos homens nesse mesmo contexto: “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” (v. 34). Tal como cobras venenosas, os homens só podem inocular de si o veneno do pecado e da maldade.

Quando Jesus disse que o homem bom tira do tesouro bom coisas boas, estava falando a respeito de Si mesmo. Somente Ele tem coisas boas no Seu tesouro, no Seu coração, na Sua mente. Apenas do coração de Jesus procedeu virtude, sinceridade, verdade e amor puro! Quando Ele diz que o homem mau do mau tesouro tira coisas más, Ele estava falando do resto de nós! Todo ser humano nasceu corrompido, contaminado com o pecado original. É exatamente por isso que os homens pecam, porque já nasceram pecadores.

Uma laranjeira, antes mesmo de produzir laranjas, ela já era uma laranjeira. Aliás, ela só produzirá laranjas justamente porque é uma laranjeira! Assim também Jesus disse: “Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” (v. 33). Não é o fruto que determina a árvore. Ele só é o resultado dela. É a árvore que determina o fruto. Ela é a sua causa. Assim, não é o pecado que determina o pecador. O pecado é apenas consequência do pecador que é o ser humano. Sua causa é sua natureza, seu coração já contaminado desde sua concepção.

Mas neste versículo da árvore, Jesus tem a receita. Ele diz: “Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom”, isto é, para que a árvore, que representa o ser humano aqui, dê fruto bom, ela precisa ser feita, ou ser transformada em árvore boa antes. Se ela não for feita árvore boa, então não adianta esperar nada além de frutos maus.

É isto que o Espírito de Deus faz no homem ao passar a habitar nele. O Espírito de Deus lhe concede uma nova natureza, isto é, uma nova fonte de onde jorra coisas boas. Assim, o homem regenerado pode dar fruto bom, pode tirar do seu bom tesouro coisas boas. Ele é aquele que Jesus disse no final deste capítulo: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe” (vs. 48-50).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 23 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0394 - O CONSOLO DE RAQUEL

 


Quando Herodes se deu conta de que os sábios o haviam enganado, ficou furioso. Enviou soldados para matar todos os meninos de dois anos para baixo em Belém e seus arredores, tomando por base o relato dos sábios acerca da primeira aparição da estrela. Com isso, cumpriu-se o que foi dito por meio do profeta Jeremias: Ouviu-se um clamor em Ramá, choro e grande lamentação. Raquel chora por seus filhos e se recusa a ser consolada, pois eles já não existem” (Mt 2.16-18  NVT).


Raquel, a esposa amada de Jacó, lhe deu dois filhos, a saber, José e Benjamim. Ao dar à luz este último, Raquel teve complicações no parto e morreu. Sem dúvida alguma, ela teve dores e sofrimento terríveis e podemos imaginar lágrimas de angústia e aflição. Havia dado o nome do menino de Benoni, que quer dizer “filho da minha dor”, mas Jacó alterou seu nome para Benjamim, que quer dizer “filho da minha mão direita”.

Na época de Jeremias, os israelitas foram levados para o cativeiro babilônico e o profeta lembrou-se do sofrimento que Raquel teve por seu filho. Assim, ele afirma que Raquel (dessa vez figurada nas cidades) chorava por seus filhos (plural, isto é, os descendentes de Benjamim – 31.15). “Ramá” é uma expressão geral que significa “altura” e esta a que Jeremias se refere era uma das “Ramás” que ficava situada próximo de Jerusalém, perto da estrada onde Raquel morreu.

Na época de Herodes, em sua fúria e pavor pelo medo que tinha que seu trono fosse usurpado (como se ele não fosse usurpador), ele ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo em Belém, para ver se alcançava o menino Jesus com sua espada mortal. Então Mateus se lembra do que havia dito Jeremias mais de 500 anos antes, e diz que novamente Raquel chora, dessa vez representada por todas as mães de Belém, que perderam suas crianças de modo cruel e impiedoso, pela espada de Herodes!

O menino Jesus não foi atingido pela espada de Herodes porque uma espada pior Lhe aguardava – a espada da ira de Deus! Aquelas crianças que passaram pela espada de Herodes, apesar de todo pavor e medo, apesar da dor, do sofrimento e da morte, não provaram nem um miligrama do verdadeiro pavor, medo, dor, sofrimento e morte que Jesus provou da espada de Deus!

Elas morreram injustamente, sim; Jesus também morreu injustamente. Elas morreram por causa de Jesus; Jesus morreu por causa delas! Elas morreram pela fúria de um homem louco, que matava corpos, mas não sabia o que fazer das almas; Jesus morreu pela ira de um Deus santo, que pode lançar no inferno tanto a alma quanto o corpo! Elas livraram Jesus da morte física; Jesus as livrou da morte eterna! Mesmo sendo crianças, morreram em pecado, pois assim todos nascemos; Jesus, sem pecado, na Sua morte levou os pecados delas para que quando forem ressuscitadas vivam eternamente com Ele!

Um dia se cumprirá o que disse Jeremias naquela profecia: “Agora, porém, assim diz o Senhor: ‘Não chore mais, pois eu a recompensarei por seu choro’, diz o Senhor. ‘Seus filhos voltarão da terra do inimigo. Há esperança para seu futuro’, diz o Senhor. ‘Seus filhos voltarão para sua terra’” (Jr 31.16,17 – NVT).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 22 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0393 - JÔNATAS, UM EXEMPLO DE HONRA AO PAI

 


Saul e Jônatas, queridos e amáveis, nem na vida nem na morte se separaram! Eram mais ligeiros do que as águias, mais fortes do que os leões” (2Sm 1.23). NAA.


Foi muito trágica a história da vida do rei Saul, o primeiro rei de Israel. Talvez a vida mais desastrosa de todos os personagens do AT! Tudo que aconteceu com Saul parecia conspirar contra sua própria vida e sua salvação. Seus dilemas, medos, suas provocações, as perseguições, sua esquizofrenia, suas perturbações e no fim de tudo, o abandono de Deus que ele sofreu por causa de seus pecados, sua desobediência e sua rebelião, que o levou a consultar uma necromante e logo morreu cometendo suicídio numa batalha!

Porém, o mais inacreditável na história deste homem bipolar, era seu filho Jônatas. Este jovem, certamente herdeiro do trono de seu pai, era um rapaz equilibrado, sensato, amigo e fiel. Participou bravamente das guerras de seu pai, saía-se sempre como vencedor, homem estratégico e inteligente. Jônatas passou por bons e maus bocados na companhia de seu pai, foi quase vitimado pelo próprio pai, quando Saul fez um voto de que ninguém comeria nada até vencer os inimigos e Jônatas, não estando presente, provou depois um pouco de mel. Só não morreu mesmo por causa da interferência de outros soldados, que salvaram sua vida do seu próprio pai.

Jônatas se tornou amigo íntimo de Davi. Como todos sabemos, ajudou Davi a escapar da loucura de seu pai, conversou certa vez com Saul sobre Davi, o que o fez aplacar um pouco de sua insanidade. Numa prova de sua afeição por Davi, Jônatas lhe entregou suas armaduras, indicando que ele reconhecia que era Davi e não seu pai, aliás, nem ele mesmo, que seria o verdadeiro e escolhido rei de Israel, aquele que iria se assentar no trono da realeza, diretamente escolhido por Deus.

Jônatas é o exemplo de filho que cumpre o mandamento “honra teu pai e tua mãe”. Ele já sabia que seu pai havia sido rejeitado por Deus, devido à sua rebeldia desaforada contra Deus. Ele já havia entendido que o reino iria ser tirado de sua dinastia e passaria para seu amigo Davi, mas ainda assim, ali estava Jônatas honrando ao seu pai. O resultado de sua honra não foi que ele teve seus dias prolongados, mas sim, que morreu junto com seu pai naquela guerra estranha e lúgubre em que os filisteus derrotaram o exército de Saul.

Os filhos deveriam aprender um pouco com a vida deste jovem. A frase que ouvimos hoje é que só honrarão seus pais se eles forem bons. Entretanto, o mandamento não tem essa ressalva. Primeiro, porque ninguém é bom, a não ser Deus. E se isso fosse realmente cumprido, todos estariam honrando a Deus, que é o único bom (mas não é isso que vemos). Segundo, porque o mandamento não faz concessões. Ele diz para honrar o pai e a mãe e pronto. Não diz “se” seu pai for isso ou aquilo. As restrições são desculpas que não justificam a desobediência.

Embora Saul não aponte para Deus, Jônatas, entretanto, aponta para Jesus em Sua obediência irrestrita ao Pai Celestial. Jesus não se apegou ao fato de ser Deus, mas “ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.8). NAA.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 21 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0392 - PROPAGANDA DE DEMÔNIOS

 


Muitos estavam possuídos por demônios, que saíam gritando: ‘Você é o Filho de Deus!’. Jesus, no entanto, os repreendia e não permitia que falassem, pois sabiam que ele era o Cristo” (Lc 4.41 – NVT).


Uma das coisas que mais deliram a cabeça orgulhosa do ser humano é a fama e o reconhecimento. As pessoas pagam um preço muito alto pelo conceito e prestígio, mas não sabem que isso os levará à ruína. Em Provérbios lemos que a soberba vem antes da queda: “O orgulho precede a destruição; a arrogância precede a queda” (Pv 16.18 – NVT).

A tentação sobre Jesus para que pulasse do pináculo do templo e, caso fosse amparado pelos anjos, logo seria reconhecido como Messias diante dos homens, não aconteceu somente no deserto da tentação. Em várias outras ocasiões, os demônios gritavam a respeito da identidade de Jesus. Eles sabiam que Ele era o Messias, o Cristo de Deus!

Algo que nos impressiona é o fato de que os homens têm uma mente muito limitada e, por que não dizer completamente cega, para reconhecer as coisas que procedem de Deus! Entretanto, os demônios, rapidamente reconheceram a origem de Jesus e, embora não compreendessem completamente toda obra messiânica, logo atentaram para a missão de Jesus, coisa que os homens não perceberam. Ao menos O reconheceram como o Messias!

Mas por que Jesus os ordenou que se calassem? A questão é que a má compreensão dos judeus acerca do Messias causaria um rebuliço entre eles e os romanos, pois imaginavam o Messias como aquele que iria pisar o pescoço da águia romana, retirar César do trono e usurpá-lo de volta para o descendente de Davi. Os demônios gritavam não para proclamar o messianismo de Jesus, mas para provocar alvoroço, como vários falsos messias já haviam feito e todos eles terminaram em tragédia (At 5.36,37)!

Algo a se pensar também é que anjos não proclamam evangelho. Muito menos anjos caídos! Paulo e Silas entenderam que toda bajulação é demoníaca, ainda mais procedendo da fala dos próprios demônios (At 16.17,18). Nos dias de Jesus, Ele mesmo é Quem tinha de anunciar o evangelho. Tanto que lemos nos próximos versículos de Lucas 4, que Jesus queria anunciar o evangelho em outras partes também, além dali (vs. 43,44).

Há muitos obreiros da iniquidade hoje que se disfarçam de obreiros de Cristo, que estão em parceria com demônios, os quais fazem sua propaganda e eles nem se importam; aliás, estão mancomunados nisso. Paulo já havia alertado sobre doutrinas de demônios (1Tm 4.1). Tais doutrinas proliferam em nossos dias como vírus não identificáveis, tal o volume e a força com que se propagam! O resultado é alvoroço e balbúrdia, a mesma que os demônios quiseram causar nos dias de Jesus acerca de Sua Pessoa e obra, confundindo os judeus, mas Jesus os mandou calar!

Muitos pregadores e igrejas de nossos dias não agem assim, antes, pedem aos demônios que os ajudem, que deem fama e reconhecimento a eles diante de um povo que, assim como aquele, não sabe diferenciar um revolucionário do verdadeiro Filho de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 19 de julho de 2024

OS 4 CAVALEIROS DO APOCALIPSE (PARTE 04 - FINAL) - CAVALO AMARELO

 


E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra” (Ap 6.8).


A cor deste 4º cavalo aqui mencionado no 4º selo foi traduzido por amarelo, mas no grego é chloros, ou seja, pálido, uma menção ao rosto pálido de medo, ou ao rosto exangue de um cadáver. Essa visão é medonha e sinistra, pois o cavalo sem cor já denota a mensagem de seu cavaleiro, o qual João diz claramente que é a Morte!

O seguidor deste cavalo é o Hadēs, que foi traduzido aqui por “Inferno”. Em várias passagens, estes dois sempre aparecem juntos (1Co 15.55 – ARC; Ap 1.18; 6.8; 20.13,14). De acordo com Jesus, o Hadēs é o estado em que ficam as almas dos que morrem sem a salvação. Ainda não é o inferno que dura para sempre, para onde vai não somente a alma, mas também o corpo do indivíduo que morreu sem Cristo. Vemos isso em Lc 16 a partir do v. 19, onde o Senhor conta a história do rico e Lázaro – veja bem, aquilo é uma história e não uma parábola. Jesus diz que “havia” um homem, isto é, “existia” um homem, que quando morreu, sua alma foi para o Hadēs.

A Morte e seu inseparável companheiro, que é o Hadēs, trabalham juntos para abocanhar a vida dos seres humanos. A Morte derruba o corpo e o Hadēs engole a alma! As pessoas desconhecem por completo o poder deste terrível inimigo de Deus e dos homens. Os escarnecedores estão aí, zombando do poder da morte, rindo e fazendo gracejo das angústias do inferno. Mal sabem que tipo de terror os aguarda!

João diz que foi dada autoridade a essa dupla pavorosa de matar a quarta parte da terra! É muita gente! Em nossos dias seria algo em torno de 2 bilhões de pessoas! Claro que o sentido aqui é figurado, como sempre em Apocalipse, mas denota realmente muita gente morrendo. Se lhes foi dada autoridade para isso, então é por permissão de Deus que tais catástrofes mortais irão acontecer! Ninguém pode mudar o que está escrito!

Os 4 elementos que esta dupla usará não são uma lista exaustiva, mas apenas indicando que grande parte da população será morta pela espada (agora João usa a palavra romphaia, que é espada longa de guerra e matança, que destrói a longo alcance), também pela fome, isto é, resultado natural da guerra, mas também a fome provocada pelos governos mundiais, a mortandade, ou seja, vírus mortais e pragas que ainda vão atingir o mundo todo, onde grande parte da população vai morrer de peste e fatores químicos e finalmente, as feras da terra, que podem aqui estar simbolizando não os animais selvagens, mas a contaminação por seres transmissores de doenças e radioatividades.

Uma coisa a igreja não teme: a morte e o inferno! Quando Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam sobre Sua igreja, era disso que Ele estava falando, que, apesar de Seus fiéis servos realmente morrerem, como morrem todos os homens, todavia o Hadēs não terá condição alguma de abrir sua garganta para devorar um servo sequer do nosso Deus, pois na morte, nossa alma está assegurada ao paraíso, de onde aguardaremos a ressurreição para reinar com Cristo em um corpo eterno e de glória!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

OS 4 CAVALEIROS DO APOCALIPSE (PARTE 03) - CAVALO PRETO

 


Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho” (Ap 6.5,6).

Quando lemos acerca do cavaleiro com uma balança na mão, logo entendemos o que isto quer dizer. Isso fala de uma carestia, uma dificuldade econômica muito grande. A fome não somente é resultado natural da guerra, como também é fruto de uma perseguição ideológica dos governantes contra os oprimidos. O cavalo vermelho simboliza a guerra e a matança, principalmente contra os crentes em Jesus Cristo. O cavalo preto não é diferente. É uma restrição alimentar contra os servos de nosso Deus.

A voz que dizia “uma medida de trigo por um denário” quer dizer que o salário de um dia só vai dar para comprar a porção de farinha de trigo para uma pessoa apenas. Como se R$ 100,00 desse para comprar apenas meio quilo de farinha! A cevada, que era menos refinada que o trigo, então podia se comprar três medidas dela. Ainda assim, nota-se que isto é insuficiente para sustentar uma família, ainda mais com um ganho extremamente baixo!

É claro que toda guerra gera fome, mas aqui ainda fala da restrição alimentar para os crentes. Observe que o azeite e o vinho, que eram símbolo da opulência e da boa mesa, não eram para ser danificados, ou seja, os ricos, os que estão de acordo com o anticristo, do cavalo branco, estes não padecerão falta de nada. Mas os crentes em Cristo serão perseguidos e privados até das coisas mais básicas ao ser humano, como é o alimento.

No cap. 13, o apóstolo João vai falar mais detalhadamente sobre o anticristo, representado ali por um animal indecifrável, uma besta, ou um monstro. Lemos que aqueles que não aceitarem pensar com a mente do sistema, que é a marca na testa, nem trabalharem para o anticristo, que é a marca na mão, então para eles será vetado comprar ou vender qualquer coisa (v. 17). Logicamente, o número da besta nada tem a ver com chip ou coisa parecida; é apenas uma maneira simbólica de dizer se você pensa como o sistema (marca na testa), ou se você trabalha a favor do sistema (marca na mão).

O resultado disso é que os crentes fiéis em Cristo serão extremamente rechaçados e marginalizados. Ainda hoje acontece algo parecido com isso. Muitas empresas restringem salários de quem se declara crente fiel em Cristo; outros são perseguidos, despedidos de seus empregos por serem crentes; outros são despejados por não participarem das falcatruas que muitas empresas até mesmo no sistema público realizam em suas corrupções e assim por diante. O crente verdadeiro é sempre posto de lado, mas não nega o seu Senhor.

Ainda que seja para encarar o cavalo preto, que é a fome e a dificuldade financeira, o crente verdadeiro sabe que não pode servir a dois senhores. Ele é fiel somente ao Senhor dos senhores. E ainda que passe privações e necessidades, ele sabe que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 17 de julho de 2024

OS 4 CAVALEIROS DO APOCALIPSE (PARTE 02) - CAVALO VERMELHO

 


E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada” (Ap 6.4).


Quando o Cordeiro quebra o segundo selo, o que surge em cena é um cavalo vermelho. Suas características mostram que se trata de guerras e matanças. Jesus também disse no Seu sermão profético que ouviremos falar de guerras e rumores de guerras (Mt 24.6). As guerras sempre foram uma prática até corriqueira no mundo caído. As nações, por menores que fossem, sempre entraram em combate por motivos grandes ou pequenos.

Como o livro de Apocalipse deve ser lido de forma paralela e não linear, assim também os episódios na história da humanidade se repetem, nada é novo na face da terra. Guerras e rumores de guerras sempre existiram e não seria diferente em nossos dias. Entretanto, assim como o paralelismo do Apocalipse é progressivo, assim também na história. Ainda que sempre tenha havido guerras, todavia, nos últimos tempos, elas serão mais dramáticas que as anteriores.

Contudo, existe uma guerra que é bem peculiar, a guerra contra os servos de Cristo. Em toda história da igreja, sua linha do tempo é manchada com sangue, o sangue dos mártires, o sangue dos servos do nosso Deus. A cor vermelha aqui no livro de Apocalipse nos lembra também a cor das vestes da Grande Meretriz no cap. 17.4. Diz o apóstolo que esta mulher bebia numa taça o sangue dos santos, das testemunhas de Jesus Cristo (17.6). Obviamente a figura aqui sugere perseguição.

O cavalo vermelho, que segue o branco, não podia trazer outra coisa senão a matança sobre os crentes em Cristo Jesus. Afinal, ele segue o cavalo branco, o espírito do anticristo, da falsa paz e, ao ser denunciado, logo se volta contra os filhos de Deus.

O termo grego que João usa para “espada” aqui é ­­machaira, ou seja, espada curta (embora João diz que ela era grande). Todavia, por maior que seja essa espada, ela não passa de um grande punhal. Não se trata da romphaia, a espada realmente longa. Trata-se de um punhal ou adaga, arma usada para combate próximo, bem corporal. Isso mostra que a perseguição é definida. É sobre os crentes que ela acontecerá. Quem está de acordo com o espírito do cavalo branco, sobre ele, estas perseguições não virão. Mas se está de acordo com Cristo, então será perseguido.

A igreja também não teme o cavalo vermelho, ela não teme a perseguição, nem a morte. Essas coisas não nos separam do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.39). O cavalo vermelho anda à solta, promovendo e anunciando guerras. Ele tem em mira também os servos do nosso Deus, mas não tememos os que matam o corpo e não sabem o que fazer da alma. Nosso temor e confiança estão no nome do nosso Senhor Jesus. Mesmo o mundo estando em guerra contra nós, o que nos importa é ter paz com Deus, por meio nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 16 de julho de 2024

OS 4 CAVALEIROS DO APOCALIPSE (PARTE 01) - CAVALO BRANCO

 


Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer” (Ap 6.2).

Quando o Cordeiro de Deus começa a abertura dos 7 selos, o primeiro a ser aberto mostra um cavalo branco. Alguns intérpretes veem na cor deste cavalo e no seu percurso um símbolo do avanço do evangelho, ou um certo crescimento do cristianismo pelo mundo. Quem entende dessa forma, enxerga Cristo como sendo o cavaleiro deste cavalo branco.

Entretanto, algumas coisas precisam ser consideradas. Primeiro de tudo, o que significa abrir os selos do pergaminho. O livro selado representa a história da humanidade. Os selos mostram que os destinos estão em oculto. Ao quebrar os 7 selos, o Cordeiro, que é digno para isso, revela o que irá acontecer, mas também mostra o controle que tem sobre a história. Tudo irá concorrer para o bem daqueles que amam a Deus, que foram chamados por Seu decreto.

Em segundo lugar, o cavalo branco, apesar de ter a cor da paz e pureza, pois o próprio Cristo virá num cavalo branco (19.11), ainda assim, pensamos que este cavalo branco do primeiro selo representa uma falsa paz. Isto porque todos os anticristos que se levantaram, sempre tentaram imitar a Cristo, assim como o último anticristo também irá fazer. Ele se assentará no santuário de Deus, se ostentará como se fosse o próprio Deus, como diz Paulo em 2Ts 2.4.

Terceiro, porque o seu cavaleiro possui um arco. Cristo, no Apocalipse, é representado com uma espada, uma romphaia (no grego, espada longa). Mas este cavaleiro aqui tem um arco. Em quarto lugar, a este cavaleiro é dada uma coroa. Há duas palavras gregas para coroa: uma é stephanos e a outra é diadema. Aqui é usada a palavra stephanos, que significa coroa para laurear um vencedor em uma disputa. Já diadema é a coroa real, aquela que a pessoa não disputa para ter, pois já nasceu rei. Jesus tem diadema, enquanto é dada ao anticristo (ou aos anticristos) uma stephanos, isto é, a ele é dada autoridade para vencer os santos (cf. 13.7).

Um quinto argumento ainda pode ser visto pelos próximos cavalos que o seguem. Todos eles são desastrosos e falam de catástrofes. Após ele vem o cavalo vermelho, que é a guerra; o preto, que é a fome; e o amarelo, que é a morte, acompanhada do hades. Assim, compreendemos que o primeiro cavalo, apesar de ser branco, carrega consigo algumas características do engano, da aparência de Cristo, mas no fim, revelará que o que traz é somente desastre.

A igreja não precisa temer o cavaleiro branco, mas também não pode se iludir com ele. De fato, ao anticristo será dado poder para vencer os santos de Deus, mas apenas fisicamente. Jesus disse para não temermos os que matam o corpo e não sabem que fim dar à alma (Mt 10.28). Sabemos que a abertura dos 7 selos são sinais de tragédia e juízo, mas sabemos antes de tudo que nosso Deus é quem está no comando da história do universo e sempre a conduzirá de modo que seja benéfico e vitorioso para Sua igreja!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 15 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0391 - O FRACASSO DA MENTE HUMANA E A GLÓRIA DE DEUS NO EVANGELHO!

 


Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (1Co 1.22,23).


Não houve um povo que mais amou a sabedoria e a retórica, os argumentos e a lógica do que os gregos. Também não houve um povo que mais buscasse sinais e prodígios vindos da parte de Deus para testificar se alguém era ou não de Deus do que o povo de Israel.

Entretanto, quando Deus trouxe o evangelho ao mundo, Ele não o fez mediante a sabedoria dos gregos nem deu sinal algum para uma geração incrédula. Não! Deus trouxe Sua poderosa salvação através de uma mensagem que inclui Seu Filho e Este crucificado! A mensagem de Deus é de um Deus que salva por meio de uma morte humilhante e vergonhosa!

Os gregos jamais poderiam aceitar a mensagem do evangelho, pois era fracassada diante dos contos intrigantes de Homero e seus heróis titânicos e semideuses! Também a mensagem do evangelho ia contra a lógica grega do raciocínio silogístico. Os judeus, por sua vez, não podiam aceitar as boas-novas vindas de um homem que Se dizia Deus e cujos sinais não eram provas cabais no ponto de vista deles. Um Salvador que, para salvar Seu povo, teve que ser pendurado no madeiro, sendo assim, de acordo com a lei dos judeus, maldito de Deus, não podia ser Salvador de maneira alguma (Dt 21.23).

É isso que destrói a glória humana e torna os homens fracassados. Eles pensam estar conseguindo sua felicidade e autorrealização em coisas que eles mesmos buscam, mas continuam em uma busca sem fim. O Cristo crucificado não pode ser mensagem de salvação nem para judeu nem para grego, mas também não pode ser para nação alguma, exceto se o próprio Deus lhe abrir a consciência. Os homens não são capazes de entender isso e nem de aceitar!

Mas Deus fez dessa maneira “a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (v. 29). Os gregos poderiam se gloriar e dizer: “entendemos o evangelho e o aceitamos porque corresponde à nossa lógica de raciocínio”. Os judeus poderiam se gloriar e dizer: “aceitamos o evangelho porque o Salvador cumpriu os requisitos da nossa expectativa do que imaginávamos como deveria ser o Messias esperado”. Assim, eles se gloriariam.

Mas a glória é de Deus e Ele não a divide com ninguém (Is 42.8). Se alguém vai ser salvo, não será por sua sabedoria, nem por sua expectativa com os sinais que imagina. Se alguém será salvo, o será única e exclusivamente pela graça de Deus. Somente porque Deus abriu seu entendimento espiritual e o fez ver o poder do evangelho que, diante dos olhos humanos, de poder nada tem.

Sim, embora na cruz, aos olhos humanos, Jesus estivesse humilhado, na realidade, Ele humilhava Satanás e suas hostes (Cl 2.15)! O espetáculo na cruz era de vergonha no mundo físico, mas, no mundo espiritual, Jesus algemava e envergonhava Seus inimigos diante do Pai! Isso, a inteligência humana nunca haverá de captar a não ser que Deus lhe conceda! Soli Deo Gloria!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0390 - O QUE É E O QUE NÃO É PECADO

 


A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova” (Rm 14.22).


Tem coisas que achamos que é pecado e de fato elas são; há outras coisas que pensamos não ser pecado e, de fato, elas não são; há ainda outras coisas que julgamos ser pecado e não são e, por fim, há coisas que pensamos não ser pecado e elas são. Ainda nesse meio do que parece ser um jogo do que é e o que não é pecado, tem ainda aquela questão da consciência, do foro íntimo, do subjetivo, a saber, coisas que são pecado para uma pessoa e não para outra.

Para definir bem entre essas coisas, nós temos duas ferramentas, basicamente: a consciência e a Palavra de Deus. Como dizia Lutero, nossa consciência deve estar cativa à Palavra de Deus, ou seja, embora nossa consciência possa nos avisar sobre algo que é ou não pecado, todavia, nada pode prevalecer sobre o que diz a Palavra de Deus.

Nossa consciência é também um detector de coisas certas e erradas, porém, como sabemos, a consciência é uma das faculdades do homem que foi manchada pelo pecado, assim como as emoções e as decisões. Sendo assim, nossa consciência pode nos deixar aquém, ou nos levar além sobre detectar acertadamente sobre se algo é ou não pecado. Às vezes ela nos acusa sem que aquilo seja pecado e outras vezes, por insistência no pecado, ela fica cauterizada e não diz mais nada a respeito.

Paulo usa como exemplo duas coisas: restrição alimentar e guarda de dia. Para algumas pessoas, essa questão é subjetiva e ele se sente pecando quando come certos alimentos, ou quando não guarda algum dia. Paulo diz que isso é questão de consciência. Observe que na lei, no AT, isso era mandamento e não consciência. Mas depois que Jesus veio e morreu por nós, isso virou coisa de consciência, de foro íntimo e não de Palavra ou mandamento de Deus.

Ele diz no v. 2: “Um crê que de tudo pode comer, mas o fraco come legumes”. E no v. 5: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente”. Quanto a estas coisas, não devemos nos julgar. Algumas pessoas ainda não estão maduras o suficiente para compreender que isto não influencia em nada mais depois da morte de Cristo. Por outro lado, os que entendem isso, não devem julgar os que ainda guardam.

Porém, quando essas coisas de foro íntimo, começam a ser colocadas como doutrina, aí a questão já é diferente. O apóstolo Paulo diz que isto é heresia e um falso evangelho que quer usar de algo já ultrapassado para tentar completar a obra eficaz de nosso Senhor. Que seja combatido, que seja anátema e maldito (Gl 1.8)!

Se você guarda um dia ou se restringe de comer alguma coisa, que seja para a glória de Deus e não para salvação! Se acha que isso vai garantir sua salvação, você está crendo num falso evangelho e, portanto, afrontando a obra de Cristo! Você está pondo a Palavra de Deus cativa à sua consciência, e isso é maior pecado do que quebrar seus princípios pessoais.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 12 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0389 - CRENTES QUE ACHAM QUE ESTÃO NA GRAÇA

 


Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2Tm 2.1).


A graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nunca deve ser barateada, desconsiderada, desmerecida ou banalizada. Não é porque recebemos a salvação pela graça que ela não teve preço. Teve preço sim, e foi altíssimo. Pedro diz: “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1Pe 1.18,19).

Muitos crentes andam banalizando a graça de Deus, supondo que não precisam fazer mais nada, visto que já foram alcançados por esta maravilhosa graça. Na verdade, para sermos salvos, não precisamos mesmo fazer nada, porque a salvação não vem de um reconhecimento de Deus pelo nosso esforço ou por nossa bondade; a salvação vem por Sua graça exclusivamente, independente das nossas obras de caridade, sejam lá quais forem. O ditado que sempre anda na boca desse tipo de crente é: “Uma vez salvo, salvo para sempre”! E não tem nada errado com esse ditado. De fato, um verdadeiramente salvo não perde a salvação. A questão não é esta. O problema é exatamente o que Paulo está alertando a Timóteo aqui. Ele diz que Timóteo devia se fortificar na graça. Eis o cerne do problema. Muitos se dizem salvos, mas vivem fraquejados e derrotados na suposta graça que receberam! Se, por um lado, uma vez salvo, sempre salvo, por outro lado, uma vez salvo sempre se fortificando!

As pessoas se sossegam em certos chavões e não procuram se avaliar para ver se realmente são salvas, pois o salvo demonstra claramente seu fruto. Não são clichês bonitos que provam que estamos na graça divina, são os resultados, o fruto de uma vida transformada. Se Timóteo pensa que é salvo, diz Paulo, então prove isso se fortificando na graça que o salvou!

Só aqui no cap. 2, Paulo mostra para o jovem pastor tanta coisa que ele deve ter para comprovar que está na graça... Timóteo deveria transmitir a doutrina a homens fiéis (v. 2), deveria participar dos sofrimentos de Cristo (v. 3), não deveria se envolver em negócios desta vida (v. 4), deveria morrer com Cristo (v. 11), perseverar (v. 12), apresentar-se a Deus aprovado como obreiro que maneja a palavra (v. 15), evitar os falatórios inúteis (v. 16), afastar-se da injustiça (v. 19), se purificar dos erros para ser vaso de honra (v. 21), fugir dos desejos carnais da juventude (v. 22), ser manso e pronto para ensinar (v. 24)...

Eis aí apenas algumas atitudes que devem fazer parte da vida daqueles que se dizem salvos e que estão na graça de Deus! Claro que estar na graça é uma perfeita maravilha, mas não podemos achar que estamos se não há fortificação que comprova nossa estadia na graça de Deus. Fortificar-se na graça é valorizar a graça, que nunca foi de graça!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0388 - O DUPLO PAPEL DA PEDRA DE DEUS

 


Tropeçaram na pedra de tropeço, como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido” (Rm 9.32,33).


Neste versículo, o apóstolo Paulo utiliza duas passagens do livro do profeta Isaías. Uma está no cap. 8.14, que diz: “Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e armadilha aos moradores de Jerusalém”; e a outra passagem está no cap. 28.16: “Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge”.

Muitas pregações que são feitas sobre esta pedra, aliás, poucas pregações, têm falado apenas da parte que se refere ao que nela crê. Nós sabemos que Jesus é esta Pedra. Já havia sido profetizado sobre Ele no Salmo 118.22: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular”. O próprio Jesus testificou que Ele era esta Pedra: “Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó” (Mt 21.44).

A questão é que quase nunca é falado sobre o outro propósito de Deus em levantar esta Pedra. O outro propósito é o de tropeço! É sobre isso que Paulo está dizendo. Ele fala que os judeus tropeçaram nessa Pedra, quando rejeitaram a Jesus, mas para cumprir o que já estava profetizado. No grego, tropeço e escândalo é a mesma coisa. E um dos objetivos de Deus ao enviar Seu Filho foi que Ele servisse de tropeço para os incrédulos e firmeza para os crentes!

Pedro deixa isso bem claro em sua 1ª carta: “Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos” (2.7,8). Não há dúvida nenhuma aqui: Jesus foi posto como Pedra de firmeza para os que creem, mas para os descrentes, Pedra de tropeço. E Pedro arremata: “É para isso que foram postos”!

Falar de Jesus desse modo causa escândalo, isto é, causa tropeço. Por isso, muitos pregadores têm evitado. Outros não falam porque não sabem que Jesus veio para isso. Tanto para firmar os eleitos, como para fazer tropeçar os réprobos! Mas a pregação completa sobre Jesus Cristo deve falar de Seu duplo papel como a Pedra de Deus!

Jesus, como a Pedra de Deus, é a fundação da igreja e ao mesmo tempo o juízo destruidor dos ímpios! Não há como viver em cima do muro com relação a Jesus. Ou o homem é firmado sobre Ele e jamais será abalado, ou o homem tropeça nEle, fica em pedaços e, ainda no futuro, será reduzido a pó! Qual é a sua relação com esta Pedra?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 5 de julho de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0387 - NÃO SE ADORA A DEUS À MODA HUMANA

 


Filho do homem, fala aos anciãos de Israel e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Acaso, viestes consultar-me? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, vós não me consultareis” (Ez 20.3).

 

Um dos maiores erros da geração atual de crentes é pensar que pode adorar a Deus da maneira que lhe convém e ainda ter comunhão com Deus. O que o cap. 20 de Ezequiel mostra é que isso não é possível. Um povo não pode adorar o Deus verdadeiro de qualquer forma e ainda achar que pode consultá-lo e Ele estaria à disposição para responder.


Deus havia dito aos antigos pais, quando os libertara da terra do Egito, que eles lançassem fora as abominações idolátricas do meio de si (v. 7) e eles não ouviram: “Mas rebelaram-se contra mim e não me quiseram ouvir; ninguém lançava de si as abominações de que se agradavam os seus olhos, nem abandonava os ídolos do Egito” (v.8).


Eis aqui o grande problema da maioria dos evangélicos da atualidade. Eles não querem abandonar as abominações que agradam a seus olhos e mesmo assim querem que Deus os escute quando vierem clamar! Agora, o fato de Deus muitas vezes ainda atender a esse tipo de crente, não quer dizer que eles estão certos nem que Deus está Se agradando deles. Antes, como diz o v. 9: “O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante das nações no meio das quais eles estavam, diante das quais eu me dei a conhecer a eles, para os tirar da terra do Egito”.


Se Deus ainda de algum modo preserva essas pessoas é unicamente por causa do amor do Seu próprio nome. Mas a palavra de Deus para estas pessoas é a mesma que Ele mandou Ezequiel proferir: “Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz o SENHOR Deus: Vós vos contaminais a vós mesmos, à maneira de vossos pais, e vos prostituís com as suas abominações? Ao oferecerdes os vossos dons sacrificiais, como quando queimais os vossos filhos, vós vos contaminais com todos os vossos ídolos, até ao dia de hoje. Porventura, me consultaríeis, ó casa de Israel? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, vós não me consultareis” (vs. 30,31).


Deus haveria de castigar Seu povo, como de fato o fez no cativeiro babilônico, para que eles aprendessem que não se confunde o nome santo de Deus com as idolatrias deste mundo (v. 37). Isso é algo sério demais! Deus disse que podiam ir servir a seus ídolos, desde que deixassem em paz o Seu santo nome e não O profanassem (v. 39).


Assim também até hoje. Deus não aceita que Seu nome seja confundido com os ídolos da nossa era. Se tem uma coisa que Ele zela profundamente é pela honra do Seu nome. Há muitas reuniões, adorações, cânticos e orações que são feitas em Seu nome, mas não O representam, pois estão repletas de um sincretismo violento, uma confusão sem fim do nome santo de Deus com todas as parafernalhas idolátricas e imorais deste mundo, inclusive nas igrejas.


Deus vindicará Seu santo nome como sempre fez. O único mandamento com ameaça é este: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7)! Deus não terá por inocente aquele que tomar o Seu santo nome em vão. Não se restringe a repetir o nome de Deus, ou usá-lo em juramentos. Mas também quando se vive do jeito que acha e abre a boca dizendo que adora a Deus!


Día tes písteos.


Pr. Cleilson

quinta-feira, 4 de julho de 2024

AS TENTAÇÕES DE JESUS - ÁREA ESPIRITUAL

 

Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mt 4.8,9).

Quando o diabo olhava para Jesus, não podia identificar nEle as inclinações humanas caídas que nós herdamos de Adão. Jesus não veio de Adão, Ele veio da semente da mulher, como Deus havia dito ao próprio diabo no jardim (Gn 3.15). Ele era o Descendente que haveria de pisar na cabeça da serpente e feri-la mortalmente. Não havia em Jesus qualquer inclinação à cobiça pecaminosa que existe em qualquer um de nós.

Mas Jesus tinha uma inclinação: fazer a vontade do Pai que O enviou! Na tentação espiritual, Satanás troca o caminho pelo propósito. Ele troca o meio pelo fim. Para Jesus, o meio era a cruz e o fim era a conquista do cosmos. Satanás Lhe oferece a conquista do cosmos sem a cruz, “apenas prostre-Se e me adore”. Para o diabo, sempre há um atalho para o objetivo. Você não precisa necessariamente passar pela vereda da cruz para alcançar o que Deus planejou para você. Se você atinge o fim, não importam os meios. Como Saul, que achou que Deus aceitaria os sacrifícios dos animais, mesmo que ele não fosse fiel à ordem que lhe fora dada.

A questão é que sempre há um preço! E os humanos não percebem o custo desse negócio com Satanás. As tentações espirituais acontecem para todos os crentes. Para os pastores, existe a proposta de pregar um evangelho mais light para que sua igreja tenha mais gente; para um cantor, tem a sugestão de gravar músicas que enaltecem o homem para que ele faça sucesso na mídia gospel; para crentes que receberam dons miraculosos, há o desejo de falsificar milagres para atrair seguidores e obter fama; para o crente, de um modo geral, as tentações espirituais mexem com aquilo que Deus nos mandou fazer e a maneira com que vamos fazer o que Ele mandou. Os meios é que vão determinar se estamos nos curvando diante do inimigo.

Para Jesus, a solução era simples: “somente ao Senhor teu Deus adorarás”! Perceba que adorar é mais que cantar algumas canções para Deus na igreja. Requer que aceitemos os meios que Ele determinou para que cheguemos ao fim. Deus não estabelece apenas o fim, mas também os meios. Trocar os meios para atingir o fim, ainda que seja o mesmo, é negar a adoração verdadeira. Jesus queria (e iria) conquistar o cosmos, pois era o plano de Deus, mas tinha que ser pela estrada da cruz, conforme Deus estabeleceu e não por negociar adoração com o diabo.

Aqui, Satanás faz o contrário da tentação anterior, em que ele tira algo da Bíblia e acrescenta algo que Deus não ordenou. Agora ele tira o que Deus mandou (a morte de cruz) e acrescenta o que Deus não mandou (adorar a Satanás)!

O que Jesus estava dizendo quando declarou: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24)? Tomar a cruz é dizer não para os meios que Satanás propõe e atingir os objetivos de Deus para nossa vida pela trilha que Deus designou e não pela que achamos ser a mais fácil. Se você aceitar os atalhos, ainda que seja para os propósitos de Deus, você se vendeu a Satanás e foi derrotado na tentação espiritual!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson