“A glória dos jovens é a sua força, e a beleza dos
velhos são os seus cabelos brancos” (Pv 20.29 – NAA).
A juventude concentra toda sua beleza em seu período de existência. As células do corpo estão em sua plenitude, a beleza é encantadora, as rugas não aparecem, as doenças são facilmente vencidas e, excetuando-se raros casos, a formosura da mocidade costuma estender-se até uma idade madura.
Já os velhos não possuem mais a beleza que um dia se foi. Seu estado juvenil foi rompido por várias e várias complicações, desafios que sulcaram seu rosto agora entristecido e cabisbaixo, problemas, doenças, preocupações com filhos, netos e amigos fizeram marcas não só no corpo, mas no coração de muitos que chegaram à idade anciã. Assim, vemos jovens que riem de velhos e velhos por fora zombados e desprezados, mas que também riem dos jovens por dentro…
No entanto, Salomão inverte os adjetivos aqui. Ele diz que a beleza não é dos jovens e sim dos velhos. Talvez os jovens devam repensar sobre isso. E a beleza dos velhos está em seus cabelos brancos. Toda a vida sofrida que descoloriu seus cabelos deveria ser para os jovens um aprendizado de humildade e respeito profundos. Entretanto, não é o que temos visto.
Por outro lado, a glória que devia ser dos velhos, Salomão diz que pertence aos jovens em sua força. Obviamente que os velhos dependem dos jovens acerca disso. Não podem mais exercer a sua antiga força e nisso ficam condicionados. Entretanto, muitos velhos querem desprezar a ajuda dos jovens, enquanto muitos jovens, claramente rejeitam ajudar os velhos.
Mas o que o sábio quer nos ensinar é que os jovens dependem dos velhos e vice-versa. Os jovens deveriam admirar a beleza não em seus espelhos, mas nas cabeças dos seus pais e avós, que se branquearam com o tempo. Deveriam sentar-se a seus pés e escutar o que os cabelos brancos têm a dizer. Eles já passaram por essa idade e, talvez, os jovens chegarão aonde eles já estão. Torna-se, portanto, sensato parar e ouvir. E não só isso, mas considerar e obedecer!
Por outro lado, os velhos devem olhar a glória não em sua sabedoria de experiências, mas na força da juventude, algo que já passou para eles, mas que agora eles dependem dos jovens. Deus está nos ensinando a interdependência. Todos precisamos uns dos outros e todos precisamos unicamente de Deus. Essa dependência mútua é um exercício de humildade para todas as idades.
Porém, quando olhamos para Jesus, assim como João O
contemplou no Apocalipse, vemos ambas as qualidades descritas nesta visão.
Entre Suas características estavam estas duas, a beleza de Sua sabedoria e a
glória de Sua força. Ele tinha Seus cabelos brancos como a alva lã, como a
neve, representando Sua plena sabedoria; e juntamente a isto, “da sua boca
saía uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na
sua força” (Ap 1.14,16), representando não somente Sua força, mas Sua
onipotência! Enquanto jovens aprendem com velhos e vice-versa, ambos aprendem
com Aquele que é o mesmo ontem, hoje e eternamente!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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