quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 06

 


Não matarás” (Êx 20.13).


Alguns críticos da Bíblia tentam jogar este mandamento contra outros eventos que Deus ordenou na antiga aliança, como a ordem de matar um assassino, matar nações pagãs, matar um filho que fosse continuamente rebelde contra seus pais, etc. Eles dizem que há contradição, pois se Deus proibiu matar, como então, o povo praticava a pena de morte, por exemplo?

Porém, o mandamento quer dizer “não assassinarás”. O mandamento proíbe o assassinato, mas e se alguém assassinar? Então tem que ser punido com a morte. Eis a diferença. O assassinato diz respeito a um crime pessoal, contra a vida e feito por pessoas que não têm autoridade civil para tal. Já a pena de morte diz respeito a uma punição que paga com a própria vida pela vida que foi tirada, depois de averiguada investigação e um julgamento justo. Tanto que, se alguém matasse outro sem querer, não seria punido com a morte (Nm 35; Dt 19).

A proibição do assassinato revela a que ponto chegou a natureza humana na Queda. O homem foi criado à imagem de Deus e esta era exatamente a razão da pena de morte. Deus disse a Noé: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem” (Gn 9.6). Deus está dizendo que, apesar de o homem ser feito à Sua imagem, não obstante, ele não pode reproduzir tudo de Deus. Por exemplo, o homem consegue matar, mas não consegue dar a vida… se isto ele não pode fazer, então torna-se proibido fazer aquilo. A imagem de Deus aqui então era para preservar a vida e não a destruir, visto que não pode dá-la.

Porém, no pecado, o homem tira a vida do próximo como um desejo inconsciente de estabelecer valor para sua própria vida em detrimento de outra. É tão maligno isso, que em toda sociedade humana é considerado crime assassinar. E a pena para esse crime é a morte do assassino. Ou seja, matar não revela a imagem de Deus no homem. A hediondez do assassinato chegou a tal ponto que os homens mataram o próprio Filho de Deus! Isso mostra que todos os assassinatos sempre apontaram para o desprezo do homem não somente para com o homem, mas para com Deus também, de modo que um dia, ele conseguiu fazê-lo!

Na nova aliança, o ódio já é assassinato. Jesus disse isso em Mt 5.22 e João, em sua carta, disse: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino” (1Jo 3.15). Isto porque, em geral, o ódio é a raiz do assassinato. Na nova aliança, o crente salvo por Cristo, além de não matar, não odiar, ele, ao contrário, deve dar a sua vida pelos irmãos. É o que o apóstolo diz no v. 16: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos”.

Aqui entendemos que o oposto da proibição de matar foi exatamente o dar a vida. E foi isto que Cristo fez por nós, indo além da lei. Além de nunca matar, nunca odiar, ainda deu Sua vida por nós, carregando sobre Si o ódio injusto dos homens e a ira justa do Pai!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

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