segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 08

 

Não furtarás” (Êx 20.15).


O roubo é uma apropriação indevida daquilo que é do outro. O oitavo mandamento nos proíbe lançar mão do que não nos pertence. O homem, na Queda, sempre quer mais, pois, no pecado, ele não se satisfaz com Deus, portanto, não existe nada mais que lhe satisfaça.

A lei revela o caráter de Deus e a pecaminosidade do homem.  Portanto, como Deus não pode roubar, porque tudo Lhe pertence, o homem, ao roubar, mancha a imagem de Deus, que deveria refletir. Ele rouba propriedades, bens, ideias, composições, frases, o que é plágio, rouba o coração, são tantas coisas de que o homem se apropria de forma indébita, que elencar tudo é impossível.

Falamos do homem como indivíduo, mas esse pecado torna-se sistêmico, poderes políticos roubam a sociedade com impostos exorbitantes que não resultam em benefícios; máfias e cartéis que combinam nas empresas monopolizar e igualar valores excessivos de produtos e serviços, tirando a possibilidade do cidadão de escolher entre o melhor ou mais barato; tribunais que aceitam suborno para roubar do incapaz seu direito de justiça; pregadores que abusam da Palavra, roubando dos ouvintes o direito de saber a verdade, manipulam sua fé, ainda que tola, apropriando-se do dinheiro deles, professores e formadores de opinião que roubam a verdade e escondem a verdadeira informação e por aí vai.

Quando Deus proíbe o furto, isso pressupõe o direito à propriedade privada, pois não tem como roubar o que é comum a todos. Na época antiga, mudar uma estaca que demarcava uma propriedade, era um roubo muito comum (Pv 22.28). Isso perdura até nossos dias. E quantos já morreram por causa disso… Sendo assim, a Palavra de Deus não apoia o comunismo.

Há também o roubo seguido de morte, o latrocínio, o roubo de comprar a prazo e não pagar, a manipulação em concursos, favorecimento em jogos, esportes, sonegação, o pegar emprestado e nunca devolver, o troco a mais não retornado, a carteira achada e não restituída com os valores intocados, as contribuições voluntárias que são negadas no reino de Deus e muitos outros aspectos deste pecado que, mesmo que não pareça, é tão comum no coração dos homens.

Porém, o pior roubo é o da glória de Deus. É claro que o homem não pode fazer isso, ninguém pode. Mas ele usurpa a glória de Deus para si mesmo e para as demais criaturas. Se é gravíssimo pecado roubar do semelhante, então roubar a Deus, furtar-Lhe a devida honra, nem se fala...

Quando o homem rouba, ele está obtendo resultado sem trabalho lícito. Ele não está sendo recompensado, mas está se valendo do esforço do outro e subtraindo a recompensa dele. O trabalho é mandamento divino e todo aquele que obtém prêmio sem trabalho lícito é ladrão e aos que vivem nisso, lhes será negada a entrada no reino de Deus (1Co 6.9,10).

O mandamento para o crente não é só não roubar, mas trabalhar, cuidar de sua vida e família e, além disso, ajudar os santos carentes, como ensina o NT (Ef 4.28; Hb 6.10; Tg 2.15,16; 1Jo 3.17). Roubar ofende a Deus, pois qualquer roubo, por menor que seja, lembra que todos nós roubamos a Sua glória e, a menos que nos arrependamos, até o último centavo será cobrado no inferno! Como dizia o Rev. Ryle, “na cruz, Cristo salvou um ladrão para que ninguém se desespere, mas apenas um para que ninguém se iluda”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

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