sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0532 - A POEIRA SACUDIDA DA REJEIÇÃO DO EVANGELHO

 


E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que, no Dia do Juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade” (Mt 10.14,15).


As palavras do evangelho verdadeiro (uma pena que tenha que se falar assim hoje) são tão primordiais e carregadas de tanta seriedade, que a rejeição de tais palavras submeterá os que a rejeitaram ao critério de condenação eterna no Juízo Final. Uma rejeição deliberada deveria ser respondida com um gesto simbólico da parte daqueles que pregam, ou seja, eles deviam sacudir o pó daquele lugar de seus pés, representando com isto que a responsabilidade da rejeição ficará tão somente com aquele que rejeitou.

Os fariseus já praticavam esse ato simbólico, quando saíam de uma cidade gentílica. Com isto, eles queriam dizer que não tinham nada a ver com a impureza cerimonial daqueles pagãos. Os judeus sempre faziam isto com os gentios, mas curiosamente Paulo e Barnabé fizeram isso literalmente contra os judeus, quando estes rejeitaram o evangelho que eles pregaram na Antioquia da Pisídia (At 13.51). Os gentios que haviam sido destinados para a vida eterna, ao contrário dos judeus daquele lugar, creram (v. 48).

Outra coisa muito séria que Jesus fala sobre a rejeição deliberada do evangelho é que no Dia do Juízo haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para os que o rejeitaram. Isto porque a medida do julgamento será de acordo com o conhecimento recebido. Visto que o evangelho revela mais de Deus do que qualquer outra revelação, aqueles que o rejeitam terão a maior das condenações. Como Sodoma e Gomorra não ouviram o evangelho, mas fizeram coisas dignas de condenação, sofrerão sim, na condenação eterna, porém menos do que aqueles que ouviram o evangelho e o rejeitaram. Com isto cremos que haverá graus de castigo no inferno.

Em linha reversa quanto ao assunto, podemos afirmar que aqueles que dão ouvidos ao falso evangelho também sofrerão eterna condenação, pois o “outro” evangelho, conforme avisou o apóstolo Paulo, é anátema, isto é, maldito (Gl 1.8). Nada maldito pode salvar, senão condenar. Portanto, se você dá ouvidos ao falso evangelho, está tanto em maus lençóis quanto aqueles que rejeitam o verdadeiro.

Ainda olhando por um outro ângulo, aqueles que proclamam o falso evangelho em nome do verdadeiro também serão condenados, pois estão pregando a mentira em nome da verdade. Paulo disse a Timóteo que “os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2Tm 3.13). O último mal que lhes aguarda é o lago de fogo, pois esta é a parte que cabe a todos os mentirosos (dentre outros – Ap 21.8).

Por fim, o mais decepcionante de tudo isso é o não discernimento do que é o verdadeiro e o falso. Muitos que pregam e seguem o “outro” evangelho estão convictos de que ele é certo. E muitos que estão ouvindo o verdadeiro não sabem diferenciar se ouvirem o falso. Infelizmente essa ignorância também levará muitos para a condenação enquanto acham que estão indo para o céu.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0531 - ACAZ E EMANUEL

 


Portanto, o Senhor mesmo lhes dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14).


Na época do profeta Isaías, houve um rei de Judá chamado Acaz, homem de natureza completamente vulnerável e sem firmeza. Ele foi filho e neto de dois reis que serviram ao Senhor, mas ele mesmo, por ter uma natureza frouxa, foi um péssimo rei, um homem sem caráter, sem fé e sem coragem. Seu coração volúvel fez com que sacrificasse seu próprio filho a um deus cananeu, queimando a criança em holocausto (1Re 16.3).

Ao visitar o rei Tiglate-Pileser em Damasco, viu o altar que aquele rei pagão usava para adorar seus ídolos e ficou admirado com aquele altar, pediu a cópia da planta, da figura daquele altar e mandou fabricar um em Jerusalém para que ele também adorasse aos deuses assírios (1Re 16.10-13).

Nos seus dias, diz Isaías, dois reis se juntaram contra ele, a saber, Rezim e Peca (Is 7.1), mas não conseguiram conquistar Judá. Mas este rei fraco, Acaz, ao saber que esses dois reis haviam se unido contra ele, diz o texto que ele e seu povo ficaram “agitados, como se agitam as árvores do bosque com o vento” (v. 2). Deus lhe envia o profeta Isaías com seu filho mais velho, para lhe trazer palavra de conforto e encorajamento (vs. 4-9). Mas este medroso rei não se reanima.

Deus chega a lhe oferecer que faça uma prova de Deus para ajudar sua fraca fé (vs. 10,11). E sua resposta é: “Não pedirei, nem tentarei o Senhor” (v. 12). Aparentemente, esta é uma fala piedosa. Realmente, não devemos tentar ao Senhor nosso Deus. A questão é que ele usava de uma verdade bíblica para sustentar e justificar seu desmaio, sua covardia. Futuramente, Deus oferece o mesmo para o filho deste rei, o rei Ezequias, e ele o aceita de bom grado (2Re 20.8-11).

Isaías se enfurece com este rei covarde e lhe diz: “Será que não basta vocês abusarem da paciência dos homens? Querem abusar também da paciência do meu Deus?” (v. 13). Aí é que Deus manda o sinal de Emanuel (v. 14). O sinal deste menino era simples. Acaz não queria tentar a Deus, mas também não cria que Deus o livraria das mãos daqueles dois reis que viriam contra ele. Deus diz que antes que esse menino soubesse discernir com consciência, as terras daqueles dois reis seriam devastadas e Acaz, juntamente com seu povo seria livre…

As pessoas são como Acaz: têm corações vacilantes, vivem contra tudo o que a Palavra diz, sacrificam seus filhos aos deuses atuais, como Acaz fez em sua época, fazem acordo com o mundo, como Acaz fez com os reis pagãos de sua época, fazem altares estranhos para o Senhor, como Acaz mandou fazer em sua época, enfim, Acaz é o retrato dos homens de nossos dias, que ainda querem se parecer piedosos.

Deus ainda está dando chances de livramento para os homens fracos de hoje. O mesmo sinal daquela época, ainda permanece. Há livramento ainda, mas o Emanuel que foi o “Deus conosco”, é o mesmo que virá um dia para julgar. Assim como houve julgamento para Acaz, que não creu na Palavra de Deus (vs. 17-25), assim também haverá julgamento para os homens fracos e incrédulos de nossos dias!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0530 - JOVENS, VELHOS E JESUS

 


A glória dos jovens é a sua força, e a beleza dos velhos são os seus cabelos brancos” (Pv 20.29 – NAA).


A juventude concentra toda sua beleza em seu período de existência. As células do corpo estão em sua plenitude, a beleza é encantadora, as rugas não aparecem, as doenças são facilmente vencidas e, excetuando-se raros casos, a formosura da mocidade costuma estender-se até uma idade madura.

Já os velhos não possuem mais a beleza que um dia se foi. Seu estado juvenil foi rompido por várias e várias complicações, desafios que sulcaram seu rosto agora entristecido e cabisbaixo, problemas, doenças, preocupações com filhos, netos e amigos fizeram marcas não só no corpo, mas no coração de muitos que chegaram à idade anciã. Assim, vemos jovens que riem de velhos e velhos por fora zombados e desprezados, mas que também riem dos jovens por dentro…

No entanto, Salomão inverte os adjetivos aqui. Ele diz que a beleza não é dos jovens e sim dos velhos. Talvez os jovens devam repensar sobre isso. E a beleza dos velhos está em seus cabelos brancos. Toda a vida sofrida que descoloriu seus cabelos deveria ser para os jovens um aprendizado de humildade e respeito profundos. Entretanto, não é o que temos visto.

Por outro lado, a glória que devia ser dos velhos, Salomão diz que pertence aos jovens em sua força. Obviamente que os velhos dependem dos jovens acerca disso. Não podem mais exercer a sua antiga força e nisso ficam condicionados. Entretanto, muitos velhos querem desprezar a ajuda dos jovens, enquanto muitos jovens, claramente rejeitam ajudar os velhos.

Mas o que o sábio quer nos ensinar é que os jovens dependem dos velhos e vice-versa. Os jovens deveriam admirar a beleza não em seus espelhos, mas nas cabeças dos seus pais e avós, que se branquearam com o tempo. Deveriam sentar-se a seus pés e escutar o que os cabelos brancos têm a dizer. Eles já passaram por essa idade e, talvez, os jovens chegarão aonde eles já estão. Torna-se, portanto, sensato parar e ouvir. E não só isso, mas considerar e obedecer!

Por outro lado, os velhos devem olhar a glória não em sua sabedoria de experiências, mas na força da juventude, algo que já passou para eles, mas que agora eles dependem dos jovens. Deus está nos ensinando a interdependência. Todos precisamos uns dos outros e todos precisamos unicamente de Deus. Essa dependência mútua é um exercício de humildade para todas as idades.

Porém, quando olhamos para Jesus, assim como João O contemplou no Apocalipse, vemos ambas as qualidades descritas nesta visão. Entre Suas características estavam estas duas, a beleza de Sua sabedoria e a glória de Sua força. Ele tinha Seus cabelos brancos como a alva lã, como a neve, representando Sua plena sabedoria; e juntamente a isto, “da sua boca saía uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força” (Ap 1.14,16), representando não somente Sua força, mas Sua onipotência! Enquanto jovens aprendem com velhos e vice-versa, ambos aprendem com Aquele que é o mesmo ontem, hoje e eternamente!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0529 - COMO DEUS TRATOU OS PECADOS DA BABILÔNIA E DE ISRAEL

 


Naqueles dias, naquela época, declara o Senhor, procurarão pela iniquidade de Israel, mas nada será achado, pelos pecados de Judá, mas nenhum será encontrado, pois perdoarei o remanescente que eu poupar” (Jr 50.20 – NVI).


A maior profecia da Bíblia contra a Babilônia está registrada nos dois penúltimos capítulos de Jeremias (50 – 51). Naquela época, a Babilônia estava no auge do seu poder e ninguém, em sã consciência, poderia imaginar sua queda. Entretanto, vários homens de Deus foram usados pelo Espírito de Deus para predizer sua inevitável ruína.

Embora Israel e Judá estivessem sendo castigados por Deus por causa de seus pecados, os quais foram muitas e muitas vezes denunciados pelos mesmos profetas, o povo e sua liderança chamados ao arrependimento e não se voltaram para Deus, ainda assim, tendo Deus usado as nações da Assíria para punir Israel e a Babilônia para disciplinar Judá, Deus também puniu estas nações ímpias posteriormente. Todavia, nunca deixou de trazer esperança para Seu povo.

Como sabemos, Israel, o reino do norte, não voltou do seu exílio, mas Judá voltou. Afinal, era dessa tribo que Deus haveria de trazer o Seu Filho, já dantes profetizado por Jacó, quando disse que Judá era um leão e que o cetro não se apartaria de Judá até que viesse Siló e a ele se congregariam os povos (Gn 49.9,10). Por isso Deus preserva Judá na Babilônia e 70 anos depois o traz de volta à sua pátria.

Mas a promessa de Deus extrapolava o entendimento daquelas pessoas na antiga aliança. Ela dizia que a iniquidade de Israel e os pecados de Judá seriam procurados, mas não seriam encontrados! Temos clara indicação de que Deus está falando de Sua igreja! Não adianta, como alguns desejam, literalizar tais palavras! Esta promessa não se cumpre em Israel, exceto que seja o Israel de Deus, o povo da nova aliança, a igreja, composta de judeus e gentios convertidos a Cristo Jesus!

Sim, foi Ele Quem carregou os nossos pecados. Pedro diz: “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça” (1Pe 2.24 – NVI). A promessa que Deus fez por meio do próprio Jeremias foi a seguinte: “Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados” (31.34; cf. Hb 8.12).

Se o próprio Deus, que foi ofendido por nossos pecados, disse que não mais Se lembraria deles, quem pode dizer que encontrou nossos pecados? Como disse Paulo em Rm 8.33,34, que ninguém pode intentar acusação contra os escolhidos de Deus, pois Deus os justifica.

A antiga Babilônia se foi. Mas existe uma Babilônia espiritual, conhecida como a Grande Meretriz no Apocalipse. São todas as falsas religiões e todo sistema mundano que se opõem a Deus. Enquanto Deus Se esquece dos pecados do Seu povo, dos pecados da Babilônia é dito que Ele Se lembrou (Ap 18.5). Sobre ela, Deus diz ao Seu povo: “Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados” (Ap 18.4).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0528 - O MONTE DO FOGO E O MONTE DO SANGUE!

 


Ele disse: O Senhor veio do Sinai e lhes alvoreceu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã. Ele veio das miríades de santos; à sua direita, havia para eles o fogo da lei” (Dt 33.2).


Assim como Jacó, próximo de sua morte abençoou seus 12 filhos, assim também Moisés, próximo de sua morte, abençoou as 12 tribos de Israel. A forma como o servo do Senhor coloca a aparição e a manifestação de Deus é terrível e gloriosa! Deus veio do Sinai! Havia o fogo da lei à Sua direita! Que poder! Que manifestação assombrosa da glória e da majestade de Deus!

Ali estava sim, o fogo da lei, pois a lei consumia. Aquele que não vivia segundo suas normas era simplesmente fulminado! O fogo da lei não tinha compaixão. A lei veio para nos mostrar que somos pecadores e, como tal, somos incapazes de agradar a esse Deus tão santo e terrível! Eis o fogo da lei, a saber, a condenação pronta e firme para os pecadores.

Porém, o autor aos Hebreus nos diz que não chegamos a este monte (Hb 12.18-24). Ali havia fogo, tempestade, som de palavras tais que os que ouviam, desejavam que não lhes fosse dito mais nada! Até mesmo um animal que pastasse ao sopé daquele monte morreria! Até mesmo o mediador da antiga aliança, Moisés, disse: “Estou apavorado e trêmulo” (v. 21)!

Mas não foi ali que chegamos, ao contrário, chegamos ao monte Sião, à cidade do Deus vivo! Chegamos à Jerusalém celestial, chegamos à igreja dos primogênitos arrolados nos céus. Somos parte deste povo que tem o nome escrito na glória! Chegamos a Deus, o Juiz de todos, chegamos aos espíritos dos justos aperfeiçoados, ou seja, somos conservos da igreja triunfante! Chegamos a Jesus, o mediador da nova aliança! Moisés tremia de medo; Jesus nos protegeu da ira de Deus e do fogo da lei! Não temos medo, pois o perfeito amor, o amor de Cristo lançou fora este medo (1Jo 4.18)!

O monte Sião, que o autor aos Hebreus fala, é um tipo do monte Calvário. Na realidade, toda essa abertura, esse livre acesso, essa aceitação que temos da parte de Deus Pai, foi por causa da morte do Seu Filho naquele monte! Foi ali que a lei caiu por terra, foi ali que as tábuas se quebraram, foi ali que a cédula de dívida que era contra nós foi rasgada e foi ali que o sangue do Cordeiro de Deus, melhor que o sangue de Abel, foi derramado! O sangue de Abel denunciava um assassino, o sangue de Jesus perdoa pecadores!

Todo aquele que confia na obra gloriosa de Cristo no monte Calvário pode se aproximar de Deus sem medo de morrer. Afinal, Ele esteve naquela cruz morrendo para que nós pudéssemos viver. Ele foi desamparado por Deus a fim de que nós fôssemos aceitos por Deus! Ele Se fez pecado para que os que nEle creem sejam feitos justiça de Deus (2Co 5.21). Aos que não creem em Cristo, ainda lhes aguarda o monte do fogo, mas para todo o que nEle crê, há o monte do sangue, o monte do perdão, o monte da aceitação, o monte Sião, onde a lei não mais condena, porém, onde a graça é superabundante!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 23 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0527 - ENFERMIDADES E PECADOS

 


Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si… Contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.4,12).


Há um sério debate sobre a causa das enfermidades existentes no mundo, principalmente sobre os que servem a Deus. Em resumo, a ideia popular é que, se somos filhos de Deus, as enfermidades não poderiam nos atingir. A questão de se os males são compatíveis com a bondade de Deus tem sido uma questão que perturba crentes e não crentes por longas eras da história humana.

Como resposta generalizada, a teologia explica que as doenças, bem como outros tipos de males, são derivadas da Queda da raça. Quando Adão pecou no jardim, juntamente com seu pecado, outros males acometeram não somente a criação, como também a humanidade à qual ele representava.

Porém, há doenças que têm seus motivos em casos específicos. Por exemplo, a mulher encurvada era uma pessoa dominada por Satanás (Lc 13.11,16). Tendo sido expulso o espírito imundo, aquela mulher ficou curada. O enfermo no tanque de Betesda, ao ser curado por Jesus, foi advertido pelo próprio Senhor que não pecasse mais para que não lhe sucedesse coisa pior (Jo 5.14), o que nos dá a entender que sua enfermidade era originada de um pecado específico e assim por diante.

A doença de Jó, como um exemplo distinto, era uma enfermidade colocada por Satanás, com a permissão de Deus, com o propósito de testar aquele patriarca, servo de Deus (Jó 2.7). O cego de nascença, em João 9, nasceu daquele jeito para que as obras de Deus fossem manifestas nele e o nome de Cristo fosse glorificado (v. 3). Há doenças, de acordo com o apóstolo Paulo, que são colocadas sobre o salvo como disciplina, para que ele aprenda a discernir o corpo do Senhor (1Co 11.30). E assim encontramos vários exemplos que nos apontam algumas razões de ser das enfermidades.

Porém, o profeta disse que o Senhor carregou sobre Si as nossas enfermidades. Por isso muitos perguntam por que ainda ficamos doentes. Não é falta de fé, ou coisas do tipo como respondido por muitos neopentecostais. A questão é que Jesus levou de fato nossas enfermidades sobre Si, assim como levou nossos pecados, que são as enfermidades da alma. Assim como alguns pecados ainda se revelam em nossa vida, porém não somos mais culpados nem condenados, assim também algumas enfermidades se manifestam em nossa carne, mas não estamos mais em desespero, pois um dia teremos um corpo de glória.

Assim como o pecado não mais atingirá nossa alma quando esta for glorificada, assim também as enfermidades não atingirão o nosso corpo quando este for glorificado. Por enquanto, somos atingidos tanto pelos pecados como pelas doenças. Porém ambos já foram resolvidos na cruz do Calvário. Assim como os pecados não tiram nossa confiança na justificação, as doenças não tiram nossa esperança da glorificação!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0526 - JESUS É SÓ TEU MESTRE, OU ELE É TEU SENHOR?

 


E logo que chegou, aproximou-se dEle e disse: Mestre, Mestre, beijando-O (Mc 14.45 – Reina Valera).


Mesmo Judas sendo um dos principais personagens da vida ministerial de Jesus, lemos nos Evangelhos poucas palavras que ele proferiu. Não sabemos se porque era realmente um rapaz calado, ou se porque os apóstolos e evangelistas preferiram silenciá-lo.

Porém, em todas as vezes que é relatado que ele dirigiu sua fala a Jesus, é curioso notar que ele sempre O chamou de “Mestre” e nunca de “Senhor”. Mateus nos relata que, na última Páscoa, Jesus, ao dizer que um deles O haveria de trair, “eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-Lhe: Por acaso sou eu, Senhor?” (Mt 26.22). Mas no v. 25, diz assim: “Então Judas, o que O estava traindo, disse: Acaso sou eu, Mestre?”. Todos os onze chamaram-nO de Senhor, menos Judas.

Isto é significativo ao extremo. Sabemos que Judas, apesar de ter sido chamado, apesar de ter recebido poder e autoridade do nome de Jesus para expulsar demônios, curar enfermos e pregar o evangelho (Lc 9.1,2), jamais foi um regenerado. Na verdade, ele era um filho da perdição (Jo 17.12). Podia reconhecer Jesus como um grande mestre, mas jamais poderia aceitá-lO como Senhor de sua vida!

De fato, o apóstolo Paulo diz que “ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1Co 12.3). Como Judas não tinha o Espírito Santo, nem tampouco o Espírito Santo o levou ao processo da regeneração, então jamais ele poderia dizer “Jesus é o Senhor”. E mesmo se dissesse, nunca seria pelo Espírito Santo e sim da boca para fora!

Assim tem acontecido em nossos dias e, incrivelmente, dentro das igrejas. É claro que muitas pessoas não crentes podem dizer que Jesus é o Senhor, inclusive muitas delas podem dizer: “Jesus é o meu Senhor”, mas todos sabemos que isso nada significa, essa formulação da frase dita por qualquer pessoa não assume que foi pelo Espírito Santo. Mas dentro das igrejas isso é mais difícil de se observar. Assim como os apóstolos nunca desconfiaram de nada sobre Judas, muitos também passam despercebidos como falsos crentes nas igrejas.

Precisamos refletir sobre o senhorio de Cristo em nossas vidas. Se você O tem apenas como Mestre, você gosta de Suas palavras, da teologia dEle, de Suas parábolas, ensinos e sermões. Você O aprecia pela inteligência e sabedoria que Ele demonstrou diante de todas as situações no Seu ministério terreno. Mas isso não salva você. Gostar da teologia de Cristo não quer dizer que Ele seja seu Senhor.

Na verdade, para que Ele seja seu Senhor, o inverso deve ser verdade também, isto é, você deve ser escravo dEle. E, como sabemos, escravo não tem vontade e, ainda que tenha, toda ela deve ser submetida totalmente à vontade de seu senhor. Assim, “se alguém quiser vir após Mim”, disse Jesus, “negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me” (Mc 8.34). Tendo Jesus apenas como Mestre, Judas tentou ganhar o mundo inteiro e perdeu sua alma. Mas se você tiver Jesus como Senhor, você pode perder sua vida por Ele e ganhará sua alma para sempre!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0525 - A VIDA NO ESPÍRITO NOS LIVRA DA PUNIÇÃO DA LEI

 


Mas, se são guiados pelo Espírito, vocês não estão debaixo da lei” (Gl 5.18).


Como sabemos, toda a carta aos gálatas é um tratado sobre a vida cristã livre da lei. Qualquer cristão que chama a lei para sua regra e conduta de vida precisa ler esta carta de Paulo para aprender sobre o propósito da lei de Deus para a humanidade. Jamais Deus concedeu a lei para salvar ninguém. Qualquer pessoa que deseja cumprir a lei para alcançar a salvação está fracassada e, além disso, está desafiando o Filho de Deus. Paulo diz que “se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão” (2.21).

O propósito da lei sempre foi mostrar a santidade de Deus para o povo; em segundo lugar, ela também veio para acusar o homem em seu pecado, para que ele não sossegue em suas maldades, ou seja, a lei veio para ajudar a consciência do homem a importuná-lo; em terceiro, a lei veio para ser uma condutora a Cristo. As pessoas que fossem humilhadas pela lei, reconhecendo sua impotência, sua incapacidade de cumprir a vontade santa de Deus, cairiam prostradas, chorando e reconhecendo sua falência, então a lei apontaria para Cristo, o Salvador.

Por isso, no cap. 5, Paulo diz que há duas naturezas: a da carne e a do Espírito. A natureza da carne tem suas obras reveladas nos vs. 19-21. Paulo diz que a natureza da carne precisa da lei para lhe esfregar na cara seus pecados. Já a natureza do Espírito não precisa da lei. Ele diz: “se são guiados pelo Espírito, vocês não estão debaixo da lei” (v. 18). E também, ao citar o fruto do Espírito nos vs. 22,23, ele finaliza: “Contra estas coisas não há lei”. O apóstolo está dizendo que quem vive pela natureza espiritual não precisa da restrição da lei.

Foi isso que ele quis dizer na carta toda, desde o início. Ele fica chocado com os crentes da Galácia, no cap. 3, porque eles começaram no Espírito e estavam querendo terminar na carne, ou seja, eles começaram pela graça, por meio da fé e agora estavam querendo aperfeiçoar sua vida cristã por obras da lei. Paulo diz que isso é absurdo! O Deus que começou a salvar vocês pela graça, será que Ele precisaria da lei para aperfeiçoar vocês? Deus não é impotente! Ele os aperfeiçoará pela mesma graça com a qual Ele começou a boa obra em vocês (3.3,5,11)!

Quando dizemos que o crente não precisa da lei, logo vêm alguns e dizem irritados: então você pode quebrar a lei porque é crente? Tais pessoas não entendem a obra do Espírito. Se o mesmo Deus que deu a lei e esta nunca foi para salvar, por que Ele dependeria dela agora para aperfeiçoar Seu povo salvo? Será que o mesmo Espírito que nos foi dado quando cremos não é capaz de nos santificar sem as obras da lei? Sim, Ele é. De fato, Ele é o Espírito Santo!

Então pra que a lei? Paulo responde: “Ela foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa” (3.19). Ela existe para tirar a desculpa dos pecadores que negam seus pecados. Mas vindo Jesus, que levou nossos pecados, do que mesmo a lei pode nos acusar?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 10

 


Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo” (Êx 20.17).


O décimo mandamento arremata a derrota do homem. Paulo chegou a dizer que “não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás” (Rm 7.7). A questão não é que o pecado não exista sem a lei. A questão é que o homem, mesmo conhecendo o pecado por sua consciência, ele suprime esta verdade por sua injustiça e assim quer mascarar o pecado, seja negando-o, chamando-o por outro nome, justificando-o e assim por outras maneiras. Por isso vem a lei, para desmascará-lo e arrematar a derrota do homem diante do seu cruel senhor.

Por que o décimo mandamento encerra a derrota do homem? Porque o homem sempre quer aparentar que guarda os mandamentos que são compostos de ações externas. Todo mundo diz que não tem outro deus diante de Deus, que não adora ídolos, que não toma o nome de Deus em vão, que santifica um dia de descanso e adoração, que honra pai e mãe e assim por diante. Todo mundo sabe que quando diz isso quebra o oitavo mandamento que proíbe a mentira, mesmo assim, todos querem alegar que guardam os mandamentos de ação.

Porém, o décimo mandamento diz respeito não às ações e sim aos conteúdos secretos do coração. E nesse quesito, todos somos culpados! Aqui não está proibindo fazer alguma coisa; está proibindo sentir alguma coisa. Na realidade, o décimo mandamento é a raiz da qual brotam todos os pecados proibidos pelos outros nove! Ele é que mostra que ter outro deus não é somente politeísmo; que ídolo não é só imagem de escultura; que tomar o nome de Deus em vão não é só uma pronúncia aleatória; que adulterar não é só ir pra cama com o cônjuge alheio e assim por diante!

Perante o décimo mandamento, todos absolutamente são culpados! Ninguém escapa! Mesmo antes de iniciar o raciocínio, o mais ingênuo bebezinho inocula pequenas doses venenosas de pirraça sem ninguém tê-lo ensinado! No encerramento dos mandamentos, Deus fechou o caixão da humanidade e declarou todos mortos espiritualmente!

A casa, o cônjuge, o dinheiro, os empregados do nosso próximo que não devemos cobiçar, são apenas exemplos de um coração cheio de desejos malignos que vão muito além de coisas que pertencem a outrem. São desejos escondidos e maliciosos que sobrevoam os céus do nosso interior, tornando nosso coração escuro como a noite…

A cobiça não pode ser vencida por homem algum, exceto que o próprio Deus lhe conceda um novo coração! Este é o único segredo de ser justificado em Cristo de todos os pecados. Apenas se Deus nos der um novo coração, então nos arrependeremos de nossos pecados e confiaremos no único homem que jamais quebrou um cisco sequer da lei – Jesus Cristo! Aos que nEle creem, Deus lhes imputou o status de justo, atribuindo as boas e perfeitas obras e sentimentos de Cristo a eles, para que sejam salvos. Do contrário, aquilo que cobiçamos é exatamente o que nos condenará.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 09

 


“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16).


O nono mandamento condena a mentira. Não somente diz respeito ao perjúrio, que é a mentira diante de um juramento judicial, mas também qualquer tipo de fala que não corresponda à verdade dos fatos. Não se deve dar um falso testemunho sobre alguém, como também não se deve dar um falso testemunho para alguém.

Em Lv 19.11,12 lemos o seguinte: “Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo; nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o Senhor”. Veja que a mentira é condenada, a falsidade e o juramento falso, usando o nome de Deus.

Em Êx 23.1 lemos contra o fake news e contra a testemunha maldosa, que combina com o ímpio para testemunhar falsamente num tribunal: “Não espalharás notícias falsas, nem darás mão ao ímpio, para seres testemunha maldosa”. O que mais vemos hoje são notícias falsas sendo espalhadas como verdade ou pelo menos para impressionar. Vemos também pessoas demitidas de empresas combinando com outras para testemunhar mentiras no tribunal para ganhar uma causa trabalhista.

Os pecados estão interligados no coração do homem, eles não vêm sozinhos. A mentira é acompanhada de maldade, de egoísmo, de esquivo da punição, de busca de atenção e autoadoração, de ilusão, de manipulação e outros pecados de interesse. Raramente a mentira tem um interesse nobre em sua prática, em geral é intencionalmente individualista e cheia de idolatria do ego.

Jesus disse que o pai da mentira é o diabo (Jo 8.44). Apenas isto nos bastaria para abandonarmos de vez esse pecado. Porém, como o diabo é sutil, ele faz a sua filha parecer atraente e desejável para certas situações da vida. Jesus, ao contrário, Ele disse que é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). Todo aquele que é da verdade ouve a Sua voz, disse Ele a Pilatos (Jo 18.37). Portanto, quem vive mentindo jamais ouviu a voz de Cristo.

O fato de ser o evangelho a verdade da proclamação de Deus ao homem pecador, torna o crente convertido responsável por ser verdadeiro em tudo o que diz. Pois se ele for conhecido como mentiroso, ao proclamar o evangelho da verdade estará, automaticamente, induzindo os ouvintes a duvidarem do que ele fala, visto que não podem confiar nas demais coisas que ele diz.

Porém, a pior mentira é a heresia. Se a lei condena severamente aquele que mente diante de um tribunal, após ter jurado dizer somente a verdade, mentir num púlpito sobre a verdade da Palavra de Deus é de fato o pior pecado da mentira que alguém pode cometer. É proclamar a mentira em nome da verdade, é anunciar o que é do diabo em nome de Deus, é chamar Deus de mentiroso (1Jo 5.10)! E a parte que cabe aos que amam e praticam a mentira é no lago de fogo que arde com enxofre (Ap 21.8; 22.15).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 08

 

Não furtarás” (Êx 20.15).


O roubo é uma apropriação indevida daquilo que é do outro. O oitavo mandamento nos proíbe lançar mão do que não nos pertence. O homem, na Queda, sempre quer mais, pois, no pecado, ele não se satisfaz com Deus, portanto, não existe nada mais que lhe satisfaça.

A lei revela o caráter de Deus e a pecaminosidade do homem.  Portanto, como Deus não pode roubar, porque tudo Lhe pertence, o homem, ao roubar, mancha a imagem de Deus, que deveria refletir. Ele rouba propriedades, bens, ideias, composições, frases, o que é plágio, rouba o coração, são tantas coisas de que o homem se apropria de forma indébita, que elencar tudo é impossível.

Falamos do homem como indivíduo, mas esse pecado torna-se sistêmico, poderes políticos roubam a sociedade com impostos exorbitantes que não resultam em benefícios; máfias e cartéis que combinam nas empresas monopolizar e igualar valores excessivos de produtos e serviços, tirando a possibilidade do cidadão de escolher entre o melhor ou mais barato; tribunais que aceitam suborno para roubar do incapaz seu direito de justiça; pregadores que abusam da Palavra, roubando dos ouvintes o direito de saber a verdade, manipulam sua fé, ainda que tola, apropriando-se do dinheiro deles, professores e formadores de opinião que roubam a verdade e escondem a verdadeira informação e por aí vai.

Quando Deus proíbe o furto, isso pressupõe o direito à propriedade privada, pois não tem como roubar o que é comum a todos. Na época antiga, mudar uma estaca que demarcava uma propriedade, era um roubo muito comum (Pv 22.28). Isso perdura até nossos dias. E quantos já morreram por causa disso… Sendo assim, a Palavra de Deus não apoia o comunismo.

Há também o roubo seguido de morte, o latrocínio, o roubo de comprar a prazo e não pagar, a manipulação em concursos, favorecimento em jogos, esportes, sonegação, o pegar emprestado e nunca devolver, o troco a mais não retornado, a carteira achada e não restituída com os valores intocados, as contribuições voluntárias que são negadas no reino de Deus e muitos outros aspectos deste pecado que, mesmo que não pareça, é tão comum no coração dos homens.

Porém, o pior roubo é o da glória de Deus. É claro que o homem não pode fazer isso, ninguém pode. Mas ele usurpa a glória de Deus para si mesmo e para as demais criaturas. Se é gravíssimo pecado roubar do semelhante, então roubar a Deus, furtar-Lhe a devida honra, nem se fala...

Quando o homem rouba, ele está obtendo resultado sem trabalho lícito. Ele não está sendo recompensado, mas está se valendo do esforço do outro e subtraindo a recompensa dele. O trabalho é mandamento divino e todo aquele que obtém prêmio sem trabalho lícito é ladrão e aos que vivem nisso, lhes será negada a entrada no reino de Deus (1Co 6.9,10).

O mandamento para o crente não é só não roubar, mas trabalhar, cuidar de sua vida e família e, além disso, ajudar os santos carentes, como ensina o NT (Ef 4.28; Hb 6.10; Tg 2.15,16; 1Jo 3.17). Roubar ofende a Deus, pois qualquer roubo, por menor que seja, lembra que todos nós roubamos a Sua glória e, a menos que nos arrependamos, até o último centavo será cobrado no inferno! Como dizia o Rev. Ryle, “na cruz, Cristo salvou um ladrão para que ninguém se desespere, mas apenas um para que ninguém se iluda”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 07

 


Não adulterarás” (Êx 20.14).


O adultério é um relacionamento extraconjugal, uma traição matrimonial, uma prática sexual com alguém que já tem um cônjuge, cuja prática não seja com este. A definição de adultério tem sido muito relativizada no decorrer dos tempos. A sociedade sem Deus tem suprimido a verdade pela injustiça, como diz Paulo em Rm 1.18 e, por causa disso, ela tem dado outro conceito ao pecado, chamando-o de vários outros nomes para suprimir sua malignidade. E não é diferente para com o adultério.

Quando Deus instituiu o casamento entre o homem e a mulher que Ele criou, Deus estava ensinando de forma didática uma ideia do que seria o verdadeiro e final casamento, que é o de Cristo e Sua igreja. O sono profundo de Adão apontava para a morte de Cristo; a mulher tirada do lado de Adão apontava para a igreja, a esposa de Cristo, que também nasceu ali do Seu peito lancetado e ensanguentado; a queda de Eva representando a igreja quando peca, dando ouvidos à voz do diabo; e assim por diante.

O casamento tem, portanto, anúncios muito poderosos. Embora ele não vá durar por toda a eternidade, ele mostra durante um período aqui na terra o ideal e perfeito casamento entre Cristo e Sua igreja que (este sim) durará para sempre. As desavenças que existem no casamento apontam para as falhas da igreja para com Cristo e, como Ele sempre nos perdoa, assim devem também os casais se perdoarem mutuamente.

Jesus disse que se alguém olhar para outro com intenção impura no coração, já cometeu adultério (Mt 5.28). Esta raiz do adultério é, na verdade, a cobiça, da qual ninguém está livre. Isso é para que ninguém possa dizer que nunca cometeu este pecado. É chamado de adultério emocional. Entretanto, o Senhor também nos ensina a forma de nos livrar deste pecado. Ele diz: “Se o teu olho  direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno” (Mt 5.29,30). Por “olho”, Ele quer dizer “desejo”; e por “mão”, Ele fala da prática.

O desejo de possuir o cônjuge alheio revela a insatisfação do coração que nunca se farta e mostra ingratidão pelo bem que recebeu do Senhor. Sendo assim, o adultério também é um pecado de idolatria, no qual a pessoa procura se satisfazer com aquilo que não é o que lhe foi dado por Deus e o coloca em Seu lugar.

O adultério, na antiga aliança, era punido com a morte do adúltero e da adúltera (Lv 20.10). É um pecado que viola a aliança e o juramento de fidelidade. Quando o povo de Israel servia a outros deuses, o Senhor também chamava isso de adultério espiritual. A igreja também, muitas vezes tem adulterado contra Cristo, mas ao contrário da pena que havia na lei, o nosso Senhor, totalmente inocente, sem culpa, foi para a cruz, como se Ele fosse o adúltero, sendo que somos nós, e ali pagou nossa pena, nos livrando da condenação eterna!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 06

 


Não matarás” (Êx 20.13).


Alguns críticos da Bíblia tentam jogar este mandamento contra outros eventos que Deus ordenou na antiga aliança, como a ordem de matar um assassino, matar nações pagãs, matar um filho que fosse continuamente rebelde contra seus pais, etc. Eles dizem que há contradição, pois se Deus proibiu matar, como então, o povo praticava a pena de morte, por exemplo?

Porém, o mandamento quer dizer “não assassinarás”. O mandamento proíbe o assassinato, mas e se alguém assassinar? Então tem que ser punido com a morte. Eis a diferença. O assassinato diz respeito a um crime pessoal, contra a vida e feito por pessoas que não têm autoridade civil para tal. Já a pena de morte diz respeito a uma punição que paga com a própria vida pela vida que foi tirada, depois de averiguada investigação e um julgamento justo. Tanto que, se alguém matasse outro sem querer, não seria punido com a morte (Nm 35; Dt 19).

A proibição do assassinato revela a que ponto chegou a natureza humana na Queda. O homem foi criado à imagem de Deus e esta era exatamente a razão da pena de morte. Deus disse a Noé: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem” (Gn 9.6). Deus está dizendo que, apesar de o homem ser feito à Sua imagem, não obstante, ele não pode reproduzir tudo de Deus. Por exemplo, o homem consegue matar, mas não consegue dar a vida… se isto ele não pode fazer, então torna-se proibido fazer aquilo. A imagem de Deus aqui então era para preservar a vida e não a destruir, visto que não pode dá-la.

Porém, no pecado, o homem tira a vida do próximo como um desejo inconsciente de estabelecer valor para sua própria vida em detrimento de outra. É tão maligno isso, que em toda sociedade humana é considerado crime assassinar. E a pena para esse crime é a morte do assassino. Ou seja, matar não revela a imagem de Deus no homem. A hediondez do assassinato chegou a tal ponto que os homens mataram o próprio Filho de Deus! Isso mostra que todos os assassinatos sempre apontaram para o desprezo do homem não somente para com o homem, mas para com Deus também, de modo que um dia, ele conseguiu fazê-lo!

Na nova aliança, o ódio já é assassinato. Jesus disse isso em Mt 5.22 e João, em sua carta, disse: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino” (1Jo 3.15). Isto porque, em geral, o ódio é a raiz do assassinato. Na nova aliança, o crente salvo por Cristo, além de não matar, não odiar, ele, ao contrário, deve dar a sua vida pelos irmãos. É o que o apóstolo diz no v. 16: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos”.

Aqui entendemos que o oposto da proibição de matar foi exatamente o dar a vida. E foi isto que Cristo fez por nós, indo além da lei. Além de nunca matar, nunca odiar, ainda deu Sua vida por nós, carregando sobre Si o ódio injusto dos homens e a ira justa do Pai!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 05

 


Honra teu pai e tua mãe” (Êx 20.12).


O quinto mandamento fala de honrar o pai e a mãe. A palavra hebraica “honrar” é a mesma palavra usada para “glória” (heb. kabed). Este mandamento é uma demonstração de que nossos pais são nossa autoridade instituída por Deus dentro do nosso lar. Quando nascemos em um lar, eles já estavam lá e receberam de Deus a autorização para cuidarem de nós, enquanto ali vivermos com eles. A palavra kabed também significa “peso”. Quando o peso da glória de Deus se manifestava, as pessoas não suportavam ficar em pé. Assim, o peso da honra que devemos reconhecer em nossos pais.

É interessante como Deus permite essa palavra ser usada para honrar os pais dentro de um contexto onde Ele vem proibindo claramente a idolatria. Se não podemos ter outros deuses, se não podemos fazer imagens de escultura, se não podemos tomar o nome do Senhor em ídolos, se não podemos idolatrar nosso trabalho nem um determinado dia de descanso da semana, por que podemos dar uma honra tão gloriosa a seres humanos, que são nossos pais?

O que é interessante é que os filhos que obedecem a este mandamento não idolatram seus pais. Eles os honram, dão-lhes a “glória” que Deus ordena que se lhes dê, mas não há idolatria. Você não vê filhos idolatrando pais, nem mesmo entre os pagãos. Deus assim instituiu, porque os pais Lhe representam como autoridade. A primeira figura de autoridade que uma criança entra em contato é com a figura de seus pais e é baseado nessa figura que eles vão desenvolver seu futuro relacionamento com Deus. Isso também chama a atenção dos pais para que façam o máximo para refletirem a glória de Deus, a fim de que os filhos conheçam a Deus como Ele deve ser conhecido.

A honra dos filhos aos pais deve durar por toda a vida. Embora a obediência seja apenas enquanto vivem com eles, já a honra e o respeito devem ser enquanto eles viverem. Os filhos devem compreender que só puderam chegar à fase adulta porque seus pais cuidaram deles, investiram tempo, dinheiro, desgastes emocionais e outras dificuldades. Por isso, quando seus pais estiverem em uma idade de impotência, os filhos devem retribuir-lhes o mesmo.

Paulo diz que filhos que não cuidam de seus pais negam a fé e são piores que os incrédulos (1Tm 5.8). Ele também lembra que este é o primeiro mandamento com promessa. Para que vivas bem e tenhas longa vida sobre a terra (Ef 6.3). Não é que quem honra os pais viverá mais que os outros. Mas é que na lei havia pena de morte para filhos que desonrassem seus pais (Dt 21.18-21). Logo, quem os honrasse, não seria punido com pena capital, então viveria mais.

O quinto mandamento nos lembra que somos finitos. Há somente um Pai que vive eternamente. Aqueles que honram seus pais aqui na terra não terão dificuldade em honrar a Deus eternamente. Os pais são passageiros tanto quanto seus filhos. O único Pai por excelência é Aquele de quem toma emprestado o nome de Pai toda família no céu e na terra (Ef 3.14,15). A verdadeira honra, todo peso de glória é somente para Ele!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 04

 


Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8).


O quarto mandamento refere-se a um dia de descanso em sete dias de trabalho. O termo “descanso” é shabat no hebraico. Assim, originou-se o nome “sábado”, aplicado ao sétimo dia. O primeiro dia da semana originou seu nome do dia em que o Senhor ressuscitou. “Domingo” vem do latim die Domini, que quer dizer “dia do Senhor”, fazendo alusão ao primeiro dia da semana, no qual nosso Senhor ressuscitou.

Um dia em sete para descansar mostrava para o povo a necessidade de confiar em Deus e não na força do seu trabalho. A mão de obra incessante, além de ser escravidão contra o próximo, reflete também uma idolatria sobre o deus dinheiro, Mamom. A produção de uma pessoa, família ou nação não depende da força humana de trabalho e sim da provisão de Deus. Descansar em um dia, portanto, deveria levar o homem a refletir sobre sua dependência de Deus e adorá-lo por isso.

O dia do descanso apontava para o descanso de Israel na terra prometida. Entretanto, como eles foram incrédulos da provisão e proteção de Deus, o Senhor jurou que não entrariam em Seu descanso (Sl 95.10,11). Esse dia então, passou a apontar para o verdadeiro descanso, que é Cristo (Sl 118.24) e para o momento em que, ao contrário dos infiéis israelitas, nós devemos exercitar nossa fé. Esse momento não se chama mais “sábado” e sim “Hoje” (Hb 4.6,7). Se “Hoje” ouvirdes a Sua voz, que diz: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados… e encontrareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.28-30), então não endureçais o vosso coração.

Algumas pessoas ainda ficam com sua consciência pesada devido ao fato de trabalharem no dia de sábado. Mas por três vezes o apóstolo Paulo nos ensinou que não devemos nos atormentar com isso. Aos romanos, ele disse: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz” (Rm 14.5,6). Aos gálatas, ele diz que guardar dias, meses e anos era voltar aos rudimentos fracos e pobres, de forma que ele tinha medo de ter trabalhado em vão para com eles (Gl 4.9-11). E aos colossenses ele diz que essas coisas de comida, bebida, festas e sábados eram apenas sombra, mas os crentes estão no corpo de Cristo (Cl 2.16,17).

Assim sendo, o mandamento de santificar um dia em sete lembra-nos da nossa dependência exclusiva de Deus como nosso supridor, nos dá oportunidade de nos reunirmos como igreja para um dia exclusivo de adoração, mas, sobretudo, nos mostra que o dia do verdadeiro descanso se chama “Hoje”, em qualquer dia que se pregue o evangelho e, quando alguém nele crê, entra no descanso chamado Jesus!

No mais, o resto ainda é idolatria. Tanto para os que não retiram um dia para descanso, pois confiam na força do seu braço, como para aqueles que idolatram um dia da semana, pensando que sem guardá-lo não serão salvos! Lembremo-nos sempre: não tenhamos outro deus diante do Deus verdadeiro!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 9 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 03

 


Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (Êx 20.7).


O terceiro mandamento proíbe “tomar” o “nome” do Senhor teu Deus em vão. Esse mandamento vai muito além do que falar o nome do Senhor em qualquer frase ou assunto. Superficialmente falando, as pessoas pensam que Deus está proibindo de dizer frases como: “vai com Deus”, ou “Deus te abençoe”. Mas não é sobre isto a que se refere o mandamento.

Primeiro, devemos observar o que significa o verbo “tomar”. No hebraico, ele quer dizer “carregar”. É muito mais do que apenas pronunciar. O nome de Deus está em vão na boca do ímpio o tempo todo. Seja para negar Sua existência, para blasfemar de Seu nome, para falar tolices a Seu respeito, etc. Mas aqui fala daqueles que “carregam” o nome de Deus. Se você é arauto de Deus, servo dEle, se você é representante de Deus sobre esta terra, então você não pode representá-lo em vão.

Segundo, devemos entender o que é vão. Novamente vamos nos valer do termo hebraico. O termo usado (“vão”) faz referência para a futilidade dos ídolos. Este mandamento ainda está ligado aos dois primeiros que vêm antes dele. Não tenha outros deuses, não faça imagem, não carregue em ídolos o nome do Senhor teu Deus.

Terceiro, devemos nos atentar para o que significa “nome”. Obviamente que Deus não está proibindo ninguém de falar Seu nome. No AT, o nome sempre representou a própria pessoa. Portanto, o que se diz aqui é que você não pode carregar a representação de Deus em coisas vãs, em idolatria e coisas futilmente semelhantes.

Portanto, o mandamento está falando de pessoas que foram chamadas para representar Deus na terra e o fazem com desprezo e futilidade. Claro também que não se deve mesmo pronunciar sobre Deus em conversas frívolas e tolas, mas isso é questão de respeito e ética. Isso fazemos sobre qualquer outra pessoa, preservamos seu nome de certos tipos de conversa. Mas o mandamento vai além. Não represente o Deus a quem você diz que serve de forma inútil. Você carrega o nome dEle, isto é, Sua personalidade, portanto, represente-O bem.

Finalmente, como em todo mandamento, devemos olhar para Jesus. Ele é o nome de Deus! Ninguém jamais representou Deus melhor do que o próprio Deus Filho. Ele jamais viveu de forma fútil e vã. Toda Sua vida foi marcada por uma obediência irrestrita ao Seu Pai celestial. Como em todos os mandamentos, Ele cumpriu também este de forma inequívoca e inerrante. Jesus é o nome de Deus. Ele é a Personalidade divina na qual habita toda plenitude da divindade (Cl 2.9).

Assim como o Pai enviou Seu Filho, assim Ele também nos enviou (Jo 20.21). Nós temos o nome de Jesus gravado em nós (Ap 14.1). Se representamos o nome, se carregamos a personalidade, se somos representantes de Cristo aqui na terra, então não devemos fazê-lo com idolatria e sim representando verdadeiramente a glória de Deus pelo evangelho de Cristo Jesus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 02

 


Não farás para ti imagem de escultura… Não te encurvarás a elas nem as servirás…” (Êx 20.4,5).


O segundo mandamento proíbe a fabricação de imagens, proíbe se encurvar diante delas e proíbe prestar-lhes culto. Agora Deus diz “não farás para ti”. No primeiro mandamento era proibindo “outros deuses diante de mim” (o Deus único), ainda que o homem o tivesse para si. Agora, porém, a proibição de fabricar imagens está diante do homem. Agora não se trata mais da onipresença de Deus, pois o homem, ao fabricar uma imagem, ele diminui o poder do próprio deus falso que ele criou em sua mente no primeiro mandamento, pois seu falso deus, ao ser reduzido a uma figura, tornou-se limitado em sua presença, restrito a um só lugar.

Deus poderia rir desses ídolos que o homem fabrica. Deus poderia, inclusive, rir do homem que o fabrica. Um suposto deus inventado pela mente necessitada, mas pecaminosa do homem, poderia ser um deus um pouco mais poderoso, no entanto, ficou reduzido a um só lugar, além de ser imóvel e totalmente impotente. Aqui há mais uma resposta para os que dizem que não há nenhum Deus, ou que Deus é um produto da imaginação do homem. Se Deus fosse produto da imaginação do homem, Ele não pensaria em proibir outros deuses diante de Si, nem tampouco de fazer imagens a Seu respeito. Ele aceitaria de bom grado essa fabricação. Se há uma proibição, então há um Deus verdadeiro.

Apesar de ser cômica a visão de Deus rindo do homem que fabrica uma imagem para prestar-lhe culto, não podemos negar que seja também uma blasfêmia. A fábrica de ídolos visíveis é uma das maiores aberrações de Satanás que ilude o homem caído. Quando uma criatura fabrica um ídolo, chamando-lhe de deus, esta é a pior das contradições. Deus, por natureza, tem que ser o Criador. Como, pois, alguém pode criá-lo? Se alguém o criou, então esse alguém é que é Deus e não aquilo que foi criado. Sendo assim, o homem, quando fabrica um ídolo, está dizendo que é deus, porém depois se curva diante daquilo que criou e lhe chama de deus. Está dizendo que Deus deveria curvar-Se diante de Suas criaturas!

A blasfêmia do homem que cria um ídolo chega ao absurdo de se colocar ele mesmo como criador e seu suposto deus como criatura. Isso é ridículo, contraditório e blasfemo, pois, além de se dizer deus, curva-se diante daquilo que criou, chamando-o de deus. Neste segundo mandamento, Deus diz que quem faz isso O odeia e que Ele visitará sua iniquidade até a terceira e quarta geração (v. 5). Os que O amam não fabricam ídolos, não se curvam diante deles nem os servem, antes, guardam os Seus mandamentos. A estes, Deus visitará até mil gerações com Sua misericórdia (v. 6).

Por fim, Deus proibiu a fabricação de Sua imagem, porque um dia Ele iria enviar Seu Filho em semelhança humana para revelar a Sua própria imagem. Paulo disse aos colossenses que Ele “é a imagem do Deus invisível” (1.15). O autor aos Hebreus disse que Ele é “o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa” (1.3). E João disse: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (1.18).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS - PARTE 01

 


“Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3).


Os 10 mandamentos foram constituídos por Deus com uma base em Seu nome e Sua libertação poderosa. Ele disse no v. 1: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. O “Eu Sou” aqui revela que este Deus é eterno, a fonte da existência, sendo Ele mesmo não derivado de nada, isto é, fala de Sua autoexistência. Diz também sobre Seu nome Yahweh, o nome da aliança que Ele fez com os patriarcas e agora estava cumprindo com seus descendentes. Este é o teu Deus! O Deus de Israel não era nenhum outro, a não ser este autoexistente e revelado em uma aliança graciosa.

O primeiro mandamento proíbe a posse de outros deuses. Quando Deus diz “não terás”, Ele mostra que as outras nações ímpias fabricavam seus deuses e os ­­tinha. Israel, ao contrário, era Deus que os tinha para Si. Ele disse no capítulo anterior: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha” (v. 5). Enquanto os povos tinham deuses para si, o Senhor e verdadeiro Deus tinha um povo para Si. Este recado é claro: você não pode ter um deus. É Deus que tem tudo, inclusive você, porque toda a terra é dEle. Se você tem um deus, então ele é falso.

A diversidade de deuses que as nações pagãs fabricaram não significa absolutamente nada, sejam muitos ou sejam poucos. Um só deus criado na mente humana já significa pecado contra o único Deus, quanto mais vários. A multiplicação de deuses só mostra a fragilidade da humanidade e sua falta de em quem poder confiar. Ou Deus é um só, ou não é Deus.

A prova disto é que Ele diz que não devemos ter outros deuses diante dEle e não diante de nós. É claro que quem tem outros deuses os coloca diante de si mesmos, porém Deus está dizendo que é diante dEle, isto é, Ele está falando de Sua onipresença! Como Ele está em todo lugar, qualquer pessoa, por mais isolada que esteja, ao elaborar outro deus, já está pecando contra o Deus único, porque Ele está vendo tudo. O pecado da pluralidade de deuses, portanto, acontece diante do próprio Deus verdadeiro.

Os deuses foram modernizados pelo homem. Isto prova que eles sempre foram realmente fabricados na mente do homem, algo bem simples de mostrar para os que perguntam por que sabemos que nosso Deus é o único Deus e verdadeiro. Antigamente, os homens criavam deuses para suas necessidades religiosas, como guerra, agricultura, fertilidade etc. Hoje, os deuses fabricados são de cunho financeiro, orgulhos de diplomas, endeusamento de si pelo egoísmo, adoração a ideologias que expulsam o verdadeiro conhecimento de Deus e assim por diante.

Para tudo isto, Deus só tem uma ordem: “Não terás outros deuses diante de mim”! E isso basta! Deus é um só e é somente Aquele que Se revelou por vontade própria para uma humanidade desbaratada em suas trevas de pecado, corrupção e engano. Qualquer coisa que rejeite essa revelação é outro deus. E insistir nisso é roubar Sua glória. Pecado que não pode ser tolerado pelo único e verdadeiro Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0524 - JOÃO BATISTA CONHECIA OU NÃO A JESUS?

 


“Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo” (Jo 1.33).


Grandes lições podemos aprender dos encontros de João Batista com Jesus, desde que começou seu ministério profético no deserto e nas águas do Jordão. Cada uma destas lições é recheada de verdadeiros aprendizados sobre vários assuntos: humildade de João, preexistência de Cristo, cumprimento de profecias, fim da antiga aliança e o começo da nova, enfim, estes encontros nos proporcionam crescimento espiritual em conhecimento e prática.

Nesta fala do profeta João, quando lemos que ele disse que não conhecia a Jesus, não quer dizer que ele não soubesse quem era Jesus, afinal, eles eram primos de segundo grau e, muito embora não houvesse necessidade de estarem sempre se encontrando, visto que moravam em lugares diferentes e distantes, conhecer Jesus era natural para João Batista. Mas o que ele diz aqui é que o conhecimento que ele tinha sobre Jesus não era um conhecimento pleno ou profundo.

Depois destes encontros com Jesus no Jordão, João Batista passou a conhecer coisas a respeito dEle que jamais poderia imaginar. No v. 30, por exemplo, ele diz que Jesus tinha a primazia, porque já existia antes dele! Se João era mais velho que Jesus 6 meses, como lemos em Lc 1.36, como ele sabia que Jesus já existia antes dele? Eis aqui uma grande lição. Alguém só pode conhecer verdadeiramente o Filho, se o Pai O revelar. Foi o que disse o próprio Jesus em Mt 11.27.

João reconhece isto quando diz: “aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo” (v. 33). Esta é a revelação que o Pai fez de Seu Filho para João Batista. E foi isto que ele viu. Ele disse no v. 34: “Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus”. Que visão maravilhosa para João. O Pai lhe diz que Jesus é Seu Filho, enquanto ele vê o Espírito repousando sobre Cristo!

“Esse é o que batiza com o Espírito Santo”, diz João. Aqui, ele compreende sua limitação. Ele reconhece que só pode batizar com água, como um mero símbolo de lavagem purificadora para os que se declaravam arrependidos. Mas mergulhar uma pessoa nas águas do Espírito Santo e transformá-la em filha de Deus, somente Jesus poderia fazer…

Ao reconhecer isto, João se humilha e diz: “o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias” (v. 27). João não O conhecia, mas agora ele podia dizer que O conheceu. Não é um homem comum, como qualquer destes que vêm a mim para ser batizado. Ele não tem pecado. Ele é limpo, imaculado, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (v. 29). Ele é o Filho de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0523 - VOCÊ PREFERE A INIQUIDADE DIANTE DA AFLIÇÃO?

 


“Cuida-te, não inclines para a iniquidade, à qual pareces preferir à aflição” (Jó 36.21).


O discurso de Eliú, o mais jovem dos amigos de Jó, foi o mais sábio entre eles, ainda que pensasse que Jó era realmente culpado de tudo que lhe ocorria. Mas sua percepção sobre Deus estava mais alinhada com a revelação do que a dos três amigos mais velhos. E, muito embora Eliú fizesse uma suposição de que Jó sofria por seus pecados, ele disse algo bem verdadeiro sobre a reação dos homens diante da aflição.

Na angústia, em geral os homens são desprovidos de paciência, e sua postura é de se lançarem à iniquidade. Os ímpios são mesmo assim, pois eles confundem sofrimento e pecado, ou seja, o sofrimento não lhes faz cair em si e se arrependerem. Mas vemos isto em crentes! É impressionante o número de crentes que não suportam o sofrimento e decidem se jogar despenhadeiro abaixo em seus pecados nos dias de sua dor.

A famosa frase é sempre repetida: “Quando eu estava no mundo, sofria menos”. E isto, para muitos, se torna um pretexto para se atirar em sua iniquidade. Eliú estava errado quanto a Jó, mas, infelizmente, não estamos errados em relação a muitos crentes. De fato, eles preferem retornar aos seus pecados para escapar de seus sofrimentos.

Assim como um padeiro profissional sabe o grau e o tempo que o pão deve suportar no forno, assim também Deus sabe o tempo e a intensidade da aflição que Ele mesmo impõe sobre nós. Se o pão pudesse falar, provavelmente reclamaria de ter que suportar tal condição dentro daquele forno e por tanto tempo! Mas quem sabe o ponto ideal é o padeiro. E ali ele o deixará, não porque não gosta do pão, ao contrário, justamente porque quer vê-lo em seu melhor ponto, é que ele irá deixá-lo ali.

Nós também, para sermos servidos diante dos famintos espirituais, precisamos estar na temperatura e no tempo adequado do sofrimento, estabelecido por Deus, para que fiquemos no ponto ideal para isto. Não há do que reclamar. Não sabemos o momento em que estaremos prontos para o serviço de Deus, nem sabemos qual é o grau do sofrimento a que estamos à altura. Somente Ele sabe disso.

Os verdadeiros crentes não preferem a iniquidade. Eles preferem agradar a Deus, ainda que no forno da provação. Lembremo-nos das palavras de Tiago, irmão do Senhor: “Meus irmãos, tenham por motivo de grande alegria o fato de passarem por várias provações, sabendo que a provação da fé que vocês têm produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que vocês sejam perfeitos e íntegros, sem que lhes falte nada” (Tg 1.2-4).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 2 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0522 - NO LIVRAMENTO OU NA MORTE, GLÓRIA AO SENHOR!

 


Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (2Tm 4.17,18).


Na sua última carta, escrita da masmorra que o conduziria à morte, o apóstolo Paulo conta para seu filho na fé, Timóteo, sobre as grandes aflições e abandonos que ele sofreu de pessoas que ele contava e confiava. Demas o abandonou, Crescente foi para Galácia, Tito para Dalmácia (v. 10), Tíquico para Éfeso (v. 12), Alexandre, o latoeiro prejudicou muito a Paulo (v. 14), Erasto ficou em Corinto e Trófimo ficou doente em Mileto (v. 20).

Paulo conta também que na sua primeira defesa, ninguém o ajudou (v. 16). Provavelmente está falando de sua primeira prisão. Os judeus o haviam acusado de profanar o templo e de muitas outras coisas. Mas para não ser julgado pelo Sinédrio nem pelo governador Festo, Paulo apelou para ser julgado por César, visto que também era cidadão romano e tinha esse direito (At 25.11,12). Porém, nessa sua defesa diante do imperador, não foi apoiado por ninguém absolutamente!

Paulo então agradece a Deus por tê-lo “libertado da boca do leão” (v. 17), isto é, ele saiu de sua primeira prisão e o evangelho foi pregado aos gentios, seja por viagens missionárias, ou por cartas escritas. Que maravilha! Pela intervenção divina, Paulo recebeu sentença favorável de César, saiu da primeira prisão e cumpriu seu chamado de pregação!

Mas agora ele está preso de novo. E desta vez, ele não vê esperança de soltura. Ele disse no v. 6 a Timóteo: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado”. Talvez, como alguns crentes de hoje, Paulo caísse em um de dois extremos: ou acreditaria piamente que Deus o livraria novamente como da primeira vez, ou ficaria extremamente amargurado por saber que sua cabeça iria rolar ao sair desta segunda prisão!

Mas qual é a palavra do apóstolo? Ele diz: “O Senhor me livrará também de toda obra maligna”. Aqui, ele já não fala da libertação física e sim da espiritual. A ideia de Satanás é destruir, mas Paulo diz que o Senhor o livraria de tal obra! De que forma Paulo seria livre desta obra do inimigo? Ele responde: “e me levará salvo para o seu reino celestial”. Eis aqui a vitória final do crente. Satanás pode receber autorização para tombar nosso corpo, mas seremos levados sãos e salvos para o reino dos céus!

Em ambas as situações, fosse de livramento ou de morte inescapável, Paulo terminava dizendo: “A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém”! Recitar que nem a morte nem a vida podem nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus é fácil (Rm 8.38)… Se, porém, a espada do martírio chegar ao nosso pescoço, será que ainda recitaremos?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson