segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0523 - VOCÊ PREFERE A INIQUIDADE DIANTE DA AFLIÇÃO?

 


“Cuida-te, não inclines para a iniquidade, à qual pareces preferir à aflição” (Jó 36.21).


O discurso de Eliú, o mais jovem dos amigos de Jó, foi o mais sábio entre eles, ainda que pensasse que Jó era realmente culpado de tudo que lhe ocorria. Mas sua percepção sobre Deus estava mais alinhada com a revelação do que a dos três amigos mais velhos. E, muito embora Eliú fizesse uma suposição de que Jó sofria por seus pecados, ele disse algo bem verdadeiro sobre a reação dos homens diante da aflição.

Na angústia, em geral os homens são desprovidos de paciência, e sua postura é de se lançarem à iniquidade. Os ímpios são mesmo assim, pois eles confundem sofrimento e pecado, ou seja, o sofrimento não lhes faz cair em si e se arrependerem. Mas vemos isto em crentes! É impressionante o número de crentes que não suportam o sofrimento e decidem se jogar despenhadeiro abaixo em seus pecados nos dias de sua dor.

A famosa frase é sempre repetida: “Quando eu estava no mundo, sofria menos”. E isto, para muitos, se torna um pretexto para se atirar em sua iniquidade. Eliú estava errado quanto a Jó, mas, infelizmente, não estamos errados em relação a muitos crentes. De fato, eles preferem retornar aos seus pecados para escapar de seus sofrimentos.

Assim como um padeiro profissional sabe o grau e o tempo que o pão deve suportar no forno, assim também Deus sabe o tempo e a intensidade da aflição que Ele mesmo impõe sobre nós. Se o pão pudesse falar, provavelmente reclamaria de ter que suportar tal condição dentro daquele forno e por tanto tempo! Mas quem sabe o ponto ideal é o padeiro. E ali ele o deixará, não porque não gosta do pão, ao contrário, justamente porque quer vê-lo em seu melhor ponto, é que ele irá deixá-lo ali.

Nós também, para sermos servidos diante dos famintos espirituais, precisamos estar na temperatura e no tempo adequado do sofrimento, estabelecido por Deus, para que fiquemos no ponto ideal para isto. Não há do que reclamar. Não sabemos o momento em que estaremos prontos para o serviço de Deus, nem sabemos qual é o grau do sofrimento a que estamos à altura. Somente Ele sabe disso.

Os verdadeiros crentes não preferem a iniquidade. Eles preferem agradar a Deus, ainda que no forno da provação. Lembremo-nos das palavras de Tiago, irmão do Senhor: “Meus irmãos, tenham por motivo de grande alegria o fato de passarem por várias provações, sabendo que a provação da fé que vocês têm produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que vocês sejam perfeitos e íntegros, sem que lhes falte nada” (Tg 1.2-4).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 2 de fevereiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0522 - NO LIVRAMENTO OU NA MORTE, GLÓRIA AO SENHOR!

 


Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (2Tm 4.17,18).


Na sua última carta, escrita da masmorra que o conduziria à morte, o apóstolo Paulo conta para seu filho na fé, Timóteo, sobre as grandes aflições e abandonos que ele sofreu de pessoas que ele contava e confiava. Demas o abandonou, Crescente foi para Galácia, Tito para Dalmácia (v. 10), Tíquico para Éfeso (v. 12), Alexandre, o latoeiro prejudicou muito a Paulo (v. 14), Erasto ficou em Corinto e Trófimo ficou doente em Mileto (v. 20).

Paulo conta também que na sua primeira defesa, ninguém o ajudou (v. 16). Provavelmente está falando de sua primeira prisão. Os judeus o haviam acusado de profanar o templo e de muitas outras coisas. Mas para não ser julgado pelo Sinédrio nem pelo governador Festo, Paulo apelou para ser julgado por César, visto que também era cidadão romano e tinha esse direito (At 25.11,12). Porém, nessa sua defesa diante do imperador, não foi apoiado por ninguém absolutamente!

Paulo então agradece a Deus por tê-lo “libertado da boca do leão” (v. 17), isto é, ele saiu de sua primeira prisão e o evangelho foi pregado aos gentios, seja por viagens missionárias, ou por cartas escritas. Que maravilha! Pela intervenção divina, Paulo recebeu sentença favorável de César, saiu da primeira prisão e cumpriu seu chamado de pregação!

Mas agora ele está preso de novo. E desta vez, ele não vê esperança de soltura. Ele disse no v. 6 a Timóteo: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado”. Talvez, como alguns crentes de hoje, Paulo caísse em um de dois extremos: ou acreditaria piamente que Deus o livraria novamente como da primeira vez, ou ficaria extremamente amargurado por saber que sua cabeça iria rolar ao sair desta segunda prisão!

Mas qual é a palavra do apóstolo? Ele diz: “O Senhor me livrará também de toda obra maligna”. Aqui, ele já não fala da libertação física e sim da espiritual. A ideia de Satanás é destruir, mas Paulo diz que o Senhor o livraria de tal obra! De que forma Paulo seria livre desta obra do inimigo? Ele responde: “e me levará salvo para o seu reino celestial”. Eis aqui a vitória final do crente. Satanás pode receber autorização para tombar nosso corpo, mas seremos levados sãos e salvos para o reino dos céus!

Em ambas as situações, fosse de livramento ou de morte inescapável, Paulo terminava dizendo: “A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém”! Recitar que nem a morte nem a vida podem nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus é fácil (Rm 8.38)… Se, porém, a espada do martírio chegar ao nosso pescoço, será que ainda recitaremos?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson