Não Me esquecerei de você...
“Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, Eu não Me esquecerei de vocês” – (Is 49.15)
Por: Rev. Wellington Miguel
É um belíssimo texto, embora lido e discutido fora do seu contexto e, portanto, empobrecido nas conclusões e aplicações dos que assim o fazem. O referido texto vem expressar algo mais profundo e animador concernente à vida, às nossas contradições, pecados e culpas. Pois, como o texto mesmo diz, “Haveria uma mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama”?
Dificilmente, mesmo porque uma criança que ainda mama nenhum problema traz, senão, o necessário cuidado com a higiene do mesmo. Mas, ainda que haja possibilidade da mãe esquecê-lo, o Senhor assegura de que Ele jamais Se esqueceria de Sua nação querida, Israel. Interessante! Pelo contexto, a situação de Israel não vai bem. Em função de sua insistente idolatria e pecados dos mais variados, a normalidade das consequências estava por vir, senão, já em acontecimento. Babilônia seria e foi uma vara de disciplina à dura cerviz de Israel ante a Palavra dAquele que a amou e a redimiu, e que pessoalmente cuidava deles.
Nesse quadro de exílio e aparente abandono, a nação diz: “ O Senhor me abandonou, o Senhor me desamparou” – Is 49.14. Então, nesse caso, a nação não é comparada com um bebê que nada problematiza e de quem uma mãe dificilmente abandonaria ou dele se esqueceria. Não. A ilustração, na verdade, trata-se de Deus que, mesmo sendo mãe de uma nação hostil e rebelde em relação à Sua vontade, e que, em consequência de suas mazelas encontrava-se desolada, dessa nação, mesmo na sua catastrófica situação, Ele não Se esqueceria dela.
Essa é a questão. Mesmo sendo uma nação ingrata a toda ação graciosa de Deus, mesmo se fazendo incapaz de reconhecê-lO em Sua autoria e benfeitorias, mas atribuindo a ídolos de metal, pedra e madeira – Is 48.5, mesmo voltando suas costas contra o Santo e o Seu santo mandamento, mesmo em sua calamidade e desesperança, Ele diz: “Ainda que uma mãe se esqueça de um indefeso filho que ainda amamenta, Eu não Me esquecerei de vocês apesar de Me tratarem assim”. O que é isso? É a misericórdia triunfando sobre o juízo e nada mais. É o amor cobrindo multidões de pecados. Este é Aquele de Quem se fala ser muito paciente e cheio de amor – Joel 2. Para dar uma ideia de pertencimento, o Senhor diz que os gravou nas palmas de Suas mãos, e que, o que eles viviam, infelizmente, não passava de consequências em razão das recusas de Suas Palavras.
Não Me esquecerei de você. E de fato Ele não Se esqueceu. 70 anos depois, em Sua soberania, começa a trazê-los de volta pra casa, no entanto, esse voltar pra casa, agora, é de alcance maior. Não somente judeus, mas gentios e todos os que vierem a crer também retornarão. Ele não Se esqueceu. Seu compromisso amoroso, bondoso e paciente com a raça humana e não somente com uma única nação, faz dEle Esse que não Se esquece. A situação é a mesma. Os homens ainda estão indiferentes e voltando-se para o seu próprio caminho. Mas o Caminho Se propõe e convida. Você vêm!? Sim, em Jesus, o não se esquecer acontece, pois, o não se esquecer, não é o só o mero lembrar, mas providenciar. Jesus, é o não se esquecer-lembrado-providenciado em favor dos que nada querem embora necessitem. A GRAÇA é o “não Me esquecerei de você” que se manifestou como favor, não merecido, mas doado, e, doado com abundância tal que pessoalmente Ele veio. Veio não somente trazer a providência, mas ser a providência, pois nEle e por Ele o não Me esquecerei se cumpre.
Lembrando, em função de Sua fidelidade no que fala, Ele é o próprio “não Me esquecerei” que simplesmente continua garantindo que jamais nos abandonará e jamais nos desamparará. Só se perde agora quem se autoabandona e se autodesampara em sua mediocridade e perversidade.
Agora Ele Se fez ABRIGO, Se fez PÃO, Se fez ÁGUA e Se fez, embora sempre o fora, a VIDA para todo o que dEle se aproxima em arrependimento e fé com amor e gratidão em serviço-obedecer. Você vem!?
Em Cristo, o que não Se esqueceu, como disse, fez.
Abraços fraternos!
Wellington Miguel
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