segunda-feira, 8 de setembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0632 - O VALOR DA PALAVRA DE DEUS PARA JESUS

 


Naquele momento, disse Jesus às multidões: Saístes com espadas e porretes para prender-me, como a um salteador? Todos os dias, no templo, eu me assentava [convosco] ensinando, e não me prendestes. Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram” (Mt 26.55,56).


Na noite da prisão de Jesus no Jardim das Oliveiras, algumas falas do nosso Mestre nos revelam que era inevitável que as Escrituras se cumprissem acerca de Seu destino mortal aqui na terra. Depois de terem ceado, Jesus foi com Seus discípulos para o Monte das Oliveiras e disse a eles que todos eles O abandonariam e, então, enfatizou: “porque está escrito” (v. 31). Vemos que o abandono que Ele sofreria era inevitável, mesmo que Pedro jurasse que não O haveria de deixar. Pedro não podia frustrar as Escrituras!

Outra demonstração da inevitabilidade de Sua morte está no contexto de Sua oração. Ele pedia ao Pai que “se possível” passasse dEle aquele cálice (v. 39)! No entanto, quando viu que não era possível, Ele assentiu: “Se não é possível... faça-se a Tua vontade” (v. 42).

A próxima amostra foi no momento em que Pedro sacou de sua espada para tentar defender Jesus da prisão (v. 51). Jesus disse a Pedro, além de outras coisas, que havia mais de 12 legiões de anjos disponíveis para Ele, se Ele quisesse (v. 53)! Mas a questão era: “Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder?” (v. 54).

A última prova foi mostrada para as pessoas que vieram prendê-lo. Jesus disse a eles que esteve todos os dias no templo, ensinando, e eles não O prenderam. Por que vir agora com porretes e espadas, como se Ele fosse um malfeitor (v. 55)? Jesus está dizendo que Ele é Quem estava Se entregando e não os homens que estavam Lhe prendendo! E isto para que se cumprissem as Escrituras (v. 56)!

Tanto o abandono que Ele sofreria de Seus discípulos, como o fato de ser impossível passar o cálice sem que Ele bebesse, a ordem que deu a Pedro de guardar sua espada e também dizer aos soldados que estavam Lhe prendendo porque Ele queria, tudo isso mostrava uma coisa: Jesus totalmente consciente da infalibilidade da Palavra de Deus e completamente submisso a ela!

Percebe a enorme diferença entre Jesus e nós? Ele, sendo a Palavra, o Verbo de Deus, submeteu-Se completamente àquilo que estava escrito, para que a vontade do Pai se cumprisse! Nós, por outro lado, inúmeras vezes nos rebelamos contra a Palavra, não nos submetemos a ela e ainda há alguns que pensam que mesmo assim estão fazendo a vontade de Deus!

Foi por isso que Deus Pai exaltou Seu Filho soberanamente (Fp 2.9). Foi porque Ele Se submeteu sem reserva, sem vírgula, sem nota de rodapé, sem observações extras à Palavra de Deus! Hoje, muitos crentes desobedientes à Bíblia, ainda gritam por aí que serão um dia exaltados por Deus...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0631 - JESUS É A PROVISÃO DE DEUS PARA NÓS

 


Abraão respondeu: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22.8).


A história do sacrifício de Abraão, sem dúvida, é uma das mais impressionantes da Bíblia. Temos ali uma ordem estranha de Deus, tanto no sentido moral (sacrificar o filho), como na fidelidade – havia uma promessa acerca do rapaz e, morto, ela não haveria de se cumprir.

Temos um rapaz obediente, embora ingênuo acerca do que estava acontecendo. Acompanhou seu pai por uma trilha de morte, sem saber que estava marcado para ela. Rompeu o silêncio, perguntando onde estava o cordeiro para o holocausto naquela adoração, mal sabendo que era ele mesmo.

Por outro lado, temos o velho patriarca, um homem experiente com Deus, cheio de fé e não mais titubeante! Agora ele conhecia a Deus, as promessas dEle haviam se cumprido todas, com toda certeza, essa não iria falhar.

Então, sua atitude foi de extrema confiança. O texto de Gn 22 não nos dá o menor indício de reticência em Abraão! Diante do chamado de Deus, a resposta foi “Eis-me aqui” (v. 1). Diante da ordem de Deus, mesmo em silêncio, o velho profeta foi completamente obediente (v. 3).

Sua convicção marcou o monte inteiro com a frase que disse a seus servos: “Eu e o rapaz iremos até lá e, depois de termos adorado, voltaremos para junto de vocês” (v. 5). O que levava este homem a ter certeza de que voltaria com o rapaz depois da adoração? Com certeza não falava do jovem morto, pois o holocausto envolvia não só sacrificar, mas também queimar até virar cinzas! E sobre a pergunta do filho? A resposta ressoa até hoje: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (v. 8).

Percebe que não havia hesitação? Assim como a ordem de Deus foi surpresa, a resolução deste homem foi determinada! Não existe no texto uma só palavra que pelo menos sugira que ele titubeou! Amarrou o menino, colocando-o sobre o altar e pegou a faca para sacrificá-lo (vs. 9,10). Resultado: Deus impediu tudo aquilo!

“Oh! Abraão... Você não pode fazer aquilo que Eu farei um dia! Esse sacrifício pertence a Mim! Eu é que oferecerei Meu Filho em favor dos pecadores! Olhe para trás de vocês e veja um carneiro que substituirá seu filho. Você creu que Eu proveria o animal para a adoração e você acertou! Podem ambos Me adorar, sacrificando o carneiro substituto e voltem para casa”.

 

O autor aos Hebreus diz que Abraão tinha tanta fé, que ele chegava a crer que, mesmo sacrificando seu filho e o queimando, daquelas cinzas, Deus o ressuscitaria, pois não podia falhar com Sua promessa (Hb 11.19)! Diz também que figuradamente ele ressuscitou, uma vez que não morreu literalmente...

Mal sabia Abraão que Deus tomaria aquela faca de sua mão e então 2.000 anos depois golpearia mortal e literalmente Seu próprio Filho na cruz! Não havia ninguém para bradar: “Não faça isso”! E Ele O ofereceu! Não foi o homem que ofereceu a Deus sua oferta, mas Deus a ofereceu ao homem! Realizada Sua obra, Jesus então ressuscitou! Ele, Jesus, o Cordeiro, é a Provisão de Deus para nós!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 6 de setembro de 2025

ESTUDO EM ÁUDIO | OS EVANGELHOS NOS PATRIARCAS E PROFETAS



Nesse estudo, começamos a falar sobre o atributo do amor de Deus, mas depois entramos em outro assunto, que se tornou necessário para a compreensão da igreja. É a respeito da compreensão que os patriarcas e profetas tinham do evangelho de nosso Senhor Jesus. Já faz um ano e eu não havia publicado. Vale a pena ouvir.

https://www.mediafire.com/file/v2a6f1un3i3u45a/O+evangelho+nos+patriarcas.mp3/file

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0630 - SINAIS NÃO SALVAM, REVELAÇÃO SIM!

 


Então os fariseus e os saduceus aproximaram-se dele para colocá-lo à prova. E pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu” (Mt 16.1 – A21).


Saduceus e fariseus eram duas seitas judaicas muito distintas entre si, devido a diferenças teológicas, religiosas e políticas. Fariseus acreditavam em ressurreição, em anjos, consideravam toda a TANACH (todo o AT) e não se metiam em política; já os saduceus eram extremamente politiqueiros, não acreditavam na doutrina dos anjos nem na ressurreição; consideravam apenas a Torah (o que chamamos de Pentateuco).

Porém, na hora de se oporem a Jesus, eles se uniram, pareciam uma só classe... De fato, é isso que o engano de toda espécie tem em comum: todos eles se unem contra Cristo. Eles se juntaram para colocar nosso Senhor à prova. Eles queriam de Jesus um sinal do céu que confirmasse que Ele era o Cristo. Nada diferente dos que hoje também vivem tentando a Deus, pedindo um sinal, isto é, o sinal tem que ser sempre aquilo que esses opositores querem ver.

Tão real é isto, que Jesus lhes respondeu, mostrando que eles eram experts em distinguir sinais meteorológicos, mas eram incapazes de discernir os sinais que mostravam que Jesus é o Cristo de Deus (vs. 2,3). Por aqui se vê que realmente eles queriam sinais que estivessem dentro de suas conveniências e não os sinais que Deus queria mostrar. Isso não lhes interessava.

Entretanto, devemos entender que sinais não convertem pessoas. Jesus os chamou de “geração má e adúltera” (v. 4). Eles não seriam convertidos de maneira nenhuma, seja lá por que sinais fossem. Aliás, o sinal que Jesus deixou a eles (o de Jonas), era mais um sinal de condenação do que de outra coisa. Afinal, uma cidade pagã, sem conhecimento algum de Deus se converteu inteiramente pela pregação deste profeta, enquanto religiosos judeus, conhecedores da lei de Deus, rejeitaram o próprio Filho de Deus!

Mas se os sinais não salvam, o que é que realmente salva? O que é que leva uma pessoa a reconhecer que Jesus é o Cristo? A resposta está no v. 17. Quando Pedro confessa que esse Jesus é o Cristo de Deus, Jesus lhe responde, chamando-lhe “bem-aventurado”, porque esta revelação que salva, Pedro não havia recebido de “carne e sangue” (ou seja, de homem algum), mas o “Pai, que está no céu” foi Quem o revelou!

Sendo assim, salvação vem por revelação e não por sinais. Se o Pai de nosso Senhor Jesus não revelar a você que Ele é o Cristo dEle, você viverá cercado de sinais, porém, completamente cego! Paulo disse: “Pois, enquanto os judeus pedem sinais, e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos Cristo crucificado, que é motivo de escândalo para os judeus e absurdo para os gentios. Mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Co 1.22-24 – A21).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0629 - RETIREM SUAS MÁSCARAS DA FALSA FIRMEZA CRISTÃ!

 


Os que olham para ele ficarão radiantes; o rosto deles jamais se cobrirá de vexame” (Sl 34.5).


Vez por outra Deus submete Seu povo a certos acontecimentos que o levam a se conhecer melhor. Deus já nos conhece, mas nós temos, geralmente, um conceito deturpado de nós mesmos. Um desses conceitos é o de superestimação. Às vezes nos consideramos bem acima do que somos e de onde realmente estamos. Então, alguns eventos são enviados por Deus para nos colocar de volta em nosso lugar.

Nas situações de bonança ficamos superestimados. Quando tudo vai bem, consideramo-nos firmes em Cristo e com fé inabalável. A maioria de nós faz como disse Tiago: “Alguém está alegre? Cante louvores” (Tg 5.13b). De fato, nas últimas décadas do cristianismo brasileiro, uma onda de louvor movimentou as igrejas, levando pessoas a momentos de êxtase, euforia, fascínio e uma firmeza cristã imaginária.

Outra opinião exagerada que veio sobre nós foi a de que somos grandes evangelistas. Houve também uma onda de “métodos” de crescimento de igreja, copiados de gringos e orientais, a ponto de muitas igrejas, antes comprometidas com o ensino verdadeiro, transigirem com esses métodos devido ao deslumbre do crescimento numérico. Isso também fez muitos pensarem acima do que realmente eram.

Atualmente, presenciamos uma nova moda: o coaching cristão... Veja que as pessoas não se cansam de buscar novos estilos para “melhorar” o evangelho! A moda agora é essa, você ouvir o que seu ego pede; palavras que te colocam para cima, idêntico ao mundo atual; elevação do homem em detrimento da glória de Deus, essas coisas absurdas para um crente verdadeiro (claro que normais para o mundo).

Porém, Deus está cumprindo Sua Palavra perante o mundo e muito daquilo em que as igrejas se apoiaram, está ruindo perante seus olhos. Adoradores, evangelistas, profetizadores, motivadores, líderes e liderados estão completamente perdidos diante da atual conjuntura mundial. Na situação de hoje, quantos já caíram de sua suposta firmeza?... Desistiram, vendo cair-lhes a máscara do coração (embora sejam obrigados a usar no rosto) e mostraram que não tinham estabilidade nenhuma. E agora? Como fica esse “cristianismo” desmascarado?

A bem da verdade, o verdadeiro cristianismo não pode ser desmascarado. Ele nunca usou máscara. Os fiéis servos de Cristo sempre foram transparentes, jamais negaram suas fraquezas, não se mostraram super-heróis, nunca fingiram que está tudo bem. Ainda, os fiéis servos de Cristo também nunca depositaram sua confiança nas modas de louvor, métodos de crescimento, palavras de determinação, motivação, stand ups, nem qualquer outro ilusionismo usado por muitas igrejas. Eles sempre se firmaram em uma só coisa: na Rocha da Palavra de Deus!

Mas aos que tiveram suas máscaras tiradas, ainda resta uma solução. Abandonem sua confiança nas estratégias humanas, voltem à simplicidade e autoridade da Palavra, se arrependam de suas técnicas e bajulações humanas e se voltem humilhados para Deus. Vocês experimentarão a maravilha do Salmo 34.5: “Os que olham para ele ficarão radiantes; o rosto deles jamais se cobrirá de vexame”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 2 de setembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0628 - TEMOS OUVIDO AS PALAVRAS DOS PERVERSOS OU DOS JUSTOS?

 


As palavras do perverso são emboscada mortal, mas as palavras dos justos salvam vidas” (Pv 12.6 – NVT).


Há algumas décadas surgiu no meio cristão um ensino derivado da heresia da prosperidade, chamada “confissão positiva”. Em resumo, essa heresia diz que nossas palavras têm poder. Esse ensino veio da seita chamada Ciência Cristã, fundada por Mary Baker Eddy (1821 – 1910). Ela misturou filosofia de vida com cura mental e religião. Sobre as curas, a Sra. Mary ensinava que isso nada mais era do que sua mente que era fraca, pois se você pensar que não existe doença, então você experimentará a cura. Para ela, doença e pecado não existem. São apenas desvios mentais.

Infelizmente, essa bobagem entrou nos círculos cristãos e pegou raízes. Não é difícil ouvir nos encontros, reuniões e aconselhamentos essa frase, que nossas palavras têm poder. Mas isso não passa de uma deturpação do ensino das Escrituras. Eles querem comparar nossas palavras com as palavras de Deus e dizem, muitas vezes: “Se Deus fala e acontece, e você é imagem e semelhança de Deus, o que você falar, vai acontecer também”.

Mas, deixando de lado essas tolices por ora, voltemo-nos para o que a Bíblia diz. É óbvio que ninguém pode negar o poder influenciador das palavras sobre outras pessoas. A própria Mary Baker Eddy é um exemplo disso. Suas palavras tolas influenciaram multidões que seguem sua seita até hoje, inclusive, infelizmente, entrando no meio do cristianismo.

De fato, palavras não só no sentido religioso, podem fazer mal a multidões, como palavras de qualquer natureza. Quando elas são perversas, elas encontrarão ouvidos perversos para acharem ali pousada. Porém, o maior espanto é quando pessoas ingênuas, muitas vezes caracterizadas de crentes, ouvem as palavras ímpias e as confundem com palavras salvadoras! De fato, o maior problema não está na existência de palavras perversas, mas de ouvintes infantis.

Tais ouvintes, além de darem todo crédito indevido aos falastrões maldosos, ainda rejeitam com ódio as palavras dos justos. Mas são estas que salvam vidas. Porém, como eles vão saber? Como disse Paulo, seus ouvidos têm comichão, isto é, coceira (2Tm 4.3). Só querem ouvir o que lhes satisfaz e agrada. Entretanto, são emboscada mortal! Estão caminhando para a condenação sem se darem conta disso.

Enquanto isso, as palavras dos justos estão sendo desprezadas. Não é de se admirar. Jesus disse: “Quem aceita sua mensagem também me aceita, e quem os rejeita também me rejeita. E quem me rejeita também rejeita aquele que me enviou” (Lc 10.16).

Não se iludam, meus amigos. As palavras do homem não têm poder, porém, elas podem influenciar as mentes que não estão fundamentadas na Palavra de Deus. Ela é a única salvação que nós temos, tanto para nos livrar dos perversos agora, como para nos livrar da emboscada final! Você saberia dizer se as palavras que você tem ouvido são dos perversos ou dos justos?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0627 - O QUE NOSSAS DERROTAS TÊM A VER COM A SOBERANIA DE DEUS?

 


Por isso bem quisemos ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, uma e outra vez; mas Satanás nos impediu” (1Ts 2.18 – KJF).


Quando aprendemos sobre a doutrina da soberania divina, geralmente tentamos associar todas as escritas da Bíblia a esse ensino teológico e nos esquecemos de que os autores bíblicos não tinham essa intenção em tudo que escreviam. Doutrinas bíblicas são fundamentadas quando se juntam todas as partes do assunto em uma só para estudá-las e, assim, formar o dogma.

Mas quando se estuda tudo sobre um assunto, verifica-se que há outros entrelaçados a ele. E uma coisa que se percebe nos autores bíblicos é que nem sempre eles recorrem a um assunto quando estão falando de outro. Por exemplo, sabemos por alguns textos bíblicos que o homem só pode crer se ele nascer de novo. Mas nem sempre, quando se fala de “crer”, o autor bíblico vai recorrer ao novo nascimento. Por isso muitos confundem a ordem do que vem primeiro: crer ou nascer de novo.

No exemplo do nosso versículo, todos nós sabemos que a soberania de Deus rege todas as coisas, mas aqui, o apóstolo Paulo não quis recorrer a essa doutrina; simplesmente falou que Satanás os impediu de ir ver os tessalonicenses. Nossa tendência é ficar questionando: “mas como Satanás pode impedir o servo de Deus, se Deus está no controle”? Só que esses questionamentos não eram importantes para Paulo aqui. Ele estava falando apenas do poder de Satanás.

Quando estudamos sobre a soberania de Deus, vemos que Satanás só pode fazer aquilo que o Senhor determinar. Mas não era importante para Paulo salientar isso aqui nesse texto. É exatamente nisso que nós, muitas vezes, tropeçamos. Queremos enfatizar uma doutrina toda hora, mesmo onde ela não está sendo mencionada. Com isso, caímos no erro de desprezar os ardis de Satanás (2Co 2.11).

Paulo não disse que foi Deus que os impediu, embora uma e outra vez isso tivesse acontecido, quando Deus impediu Paulo de pregar o evangelho em duas cidades (At 16.6,7). Aqui, Paulo fala do impedimento provocado por Satanás. É óbvio que ele não desconsidera a soberania de Deus, mas aqui ele está tratando diretamente com uma oposição maligna. E é exatamente assim que Deus queria que Paulo considerasse.

Não é toda hora, quando um autor bíblico fala de um assunto, que ele vai citar outro que está relacionado. Isso é questão de perspectiva. Paulo não teria que lidar aqui com a soberania de Deus, como foi o caso do espinho na carne em 2Co 12.7. Aqui, ele teria que lidar com as forças de Satanás. Ele devia buscar sabedoria para essa batalha.

Muito embora Deus esteja no controle de todas as coisas, todavia, nem mesmo Deus deseja que sejamos relaxados. Muitas vezes Ele ordena que Satanás lute contra nós de muitas formas, a fim de nos despertar para o nosso dever da batalha espiritual. Mas, como fatalistas, muitas vezes deixamos Satanás pintar e bordar em cima de nós, nossas tarefas, nossa família, e ainda atribuímos nossas derrotas enganosamente à vontade de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0626 - OS TEMORES DE JÓ NÃO PODEM AFLIGIR OS CRENTES

 


Meu rosto está vermelho de tanto chorar, e sombras escuras me circundam os olhos” (Jó 16.16).


Em uma de suas reclamações perante um Deus que estava em silêncio, Jó, como que provocando a Deus para que aparecesse para um debate, lança em rosto muitas de suas aflições da forma como ele via. Quem sabe, sendo assim provocado, esse Deus oculto Se manifestaria e explicaria alguma coisa?

O patriarca disse que Deus destruiu sua família (v. 7)! Pesada essa acusação! Lembremo-nos que nossa família não é nossa, ela é de Deus. O Senhor não destrói família de ninguém. Os 10 filhos de Jó morreram de uma só vez. Não perdeu um filho hoje, outro em época posterior, não houve espaço de tempo nem preparo psicológico para Jó contemplar tamanha desgraça! Porém, nossa família é de Deus e, quando Ele resolve tirar a vida, Ele não está destruindo nada que é nosso, senão que tomando de volta para Si mesmo.

Ele diz que Deus o humilhava na doença física, como para provar que ele pecou (v. 8). Diz também que o odiava e, com ira, o havia despedaçado (v. 9)! Ainda, que Deus o havia entregue a pecadores e perversos (v. 11). De modo nenhum, Jó! Pelo contrário, seria o próprio Filho de Deus que Se tornaria objeto de Sua santa ira! Foi Ele que Deus despedaçou! Foi Seu Filho santo que foi entregue nas mãos dos pecadores!

Jó disse que vivia tranquilo, até que Deus o pegou pelo pescoço e o arrebentou pelo meio (v. 12). Na verdade, era Cristo o Filho de Deus que vivia tranquilo na Sua eternidade de gozo e comunhão com o Pai. A alegria de Jó antes da provação não era merecida, por isso o fato de arrancar o que lhe fazia feliz também não era punição. Agora com Jesus sim! Ele mereceu sempre o amor de Deus, do qual foi objeto eterno. Mas na cruz, foi arrebentado pelo Pai!

O patriarca chega à conclusão de que tudo o que lhe ocorrera foi injusto, pois ele era justo: “No entanto, nada fiz de errado, e minha oração é pura” (v. 17). Será mesmo, Jó? Qual homem pode dizer que nada fez de errado, exceto o Filho de Deus? Sua oração não é pura, Jó. Observe o que você diz a Deus e verá que sua oração está contaminada por sua autojustiça!

Mas há algo que Jó fala cristologicamente! Ele diz que sua testemunha está nos céus e seu advogado nas alturas (v. 19)! Sim, Jesus é o Amém, a Testemunha Fiel e Verdadeira (Ap 3.14). Ele é realmente nosso Advogado (1Jo 2.1). Jó disse que precisava de um mediador entre ele e Deus (v. 21). Hoje nós temos! Paulo disse que há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, Homem (1Tm 2.5)!

Ele finaliza, dizendo: “Pois em breve seguirei pelo caminho do qual jamais voltarei” (v. 22). Aqui, o nosso personagem estava enganado! Realmente ele seguiu o caminho da morte, mas Jesus prometeu que deste caminho nós voltaremos, assim como Ele voltou! Ele ressuscitou para provar que a morte não é o caminho final do que nEle crê (Jo 11.25,26)! Graças a Deus que os temores de Jó não podem afligir os crentes!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson