De duas coisas todos os cristãos estão certos:
1) Jesus foi tentado;
2) Jesus nunca pecou.
Entretanto, por aqui terminam as semelhanças. A divergência vem da seguinte pergunta: Jesus "PODERIA" ter pecado? Em outras palavras, seria possível para Jesus pecar? Os grupos se dividiram em dois: os que acham que sim, era possível que Jesus pecasse e os que acham que não era possível que Jesus pecasse.
Vou logo direto ao assunto. Eu sou da turma que defende que Jesus NÃO poderia ter pecado. Não seria possível Jesus pecar. É claro que surgem alguns questionamentos. Se Ele não pudesse pecar, então Suas tentações não foram reais, ou seja, se Ele não sentiu vontade de pecar, então não foi difícil para Ele resistir às tentações e, consequentemente não pode nos entender quando desejamos pecar...
Esse argumento é inconsistente, por dois principais motivos:
1) Para as tentações serem reais não precisa necessariamente existir a possibilidade de se cair nela; por exemplo, eu não sou nenhuma ameaça para um lutador profissional de vale-tudo, no entanto, a luta não seria irreal por causa disso (argumento do Pr. Marcelo Berti);
2) Jesus não precisava ter vontade de pecar para que nos entendesse em nossa fraqueza. Afinal, no AT Deus também socorreu muitos que foram tentados, mesmo sem ter sido Ele tentado.
Além destas respostas ao argumento anterior, ainda temos de considerar o seguinte: somente os herdeiros da natureza caída de Adão é que têm propensão ao pecado. Jesus não nasceu com essa natureza.
Agostinho observou bem: "antes da queda Adão tinha a habilidade de pecar (posse peccare) ou não pecar (posse non peccare). Mas depois da queda, não temos tal possibilidade (non posse non peccare). Nós agimos de acordo com nossa natureza moral. Fazemos coisas corruptas porque somos pessoas corruptas. Esta é a essência da queda". Entretanto isso não se aplica a Jesus. Ele não nasceu com a natureza corrompida, nem sequer veio na condição de Adão, com habilidade de pecar. Jesus simplesmente não poderia pecar (non posse peccare), como também só era possível que Ele não pecasse (posse non peccare).
A tentação abarca pelo menos dois aspectos:
1) Uma oferta de um caminho "mais fácil" do que aquele que Deus estabeleceu (atalho);
2) Um desejo forte de pecar dentro do coração, que precisa ser vigiado e rejeitado.
No primeiro caso temos a tentação no aspecto exterior - quando alguém é tentado de fora para dentro. No segundo caso, a tentação procede de dentro para fora, como disse Tiago em sua carta: "Mas cada um é tentado quando atraído e engodado por sua própria concupiscência" (Tg 1.14). Vemos, portanto, que Jesus foi tentado no primeiro aspecto, a aceitar um atalho para ficar mais fácil seguir Sua vida. Mas em nenhum momento vemos Jesus cobiçando, ou sequer cogitando a possibilidade de fazer isto, ou pecar.
Os que argumentam que Jesus no jardim do Getsêmani passou pela tentação de não fazer a vontade do Pai, não entendem o que significa sentir o pavor da ira de Deus vindo sobre si e confundem isso com a tentação de abandonar o propósito. Jamais!
De fato, Jesus expressou Sua vontade (gr. thelo), mas disse a Deus para que fizesse a dEle (gr. bulomai). Há diferença entre esses dois vocábulos. Thelo expressa uma vontade submissa, como "eu gostaria", por exemplo, enquanto bulomai denota uma vontade imposta, como "eu quero assim" (encontramos assim no Evangelho de Lucas 22.42). Em outras palavras, Jesus teria dito ao Pai: "Como eu gostaria de passar sem este cálice, contudo seja feito assim como o Senhor quer". Isso mostra que Jesus não tinha medo da morte, pois sabia de Sua ressurreição, afinal já tinha avisado isso a Seus discípulos algumas vezes, mas Ele tinha medo da ira de Deus, a qual estava reservada para nós, a ser sentida no inferno! E Jesus sabia o que isso significava: era o inferno na cruz! Isso ainda me leva a concluir (embora não seja o assunto em questão) que Cristo morreu somente pelos eleitos de Deus! Pois jamais Ele seria obrigado a sofrer a ira de Deus pelo mundo todo e depois de todo aquele padecer, ainda haver pessoas que sofrerão a mesma ira de Deus no inferno! É incompatível com o caráter santo e justo do Pai fazer o Filho pagar pelos pecados do mundo todo e depois condenar o mundo por pecados que já foram pagos...
Então, a conclusão é que Jesus, além de não ter pecado, de fato não poderia sequer pecar. Não fazia parte de Sua natureza (nunca fez) a inclinação para isso. Não era participante da natureza adâmica caída, portanto Suas inclinações não eram como as nossas. Foi tentado realmente, mas além de não pecar, não poderia também. Satanás, quando O tentou, não estava fazendo teatro, estava fazendo seu papel, o de tentador. Mas é bem provável que soubesse que Jesus não pecaria, embora tenha usado suas melhores armas na área da tentação, pois tentar alguém é estimular o que tem dentro da pessoa para induzi-la ao erro. Como Jesus nada tinha para o erro, então Satanás O tentou para estimular o que havia no coração de Jesus, de forma que Ele viesse errar. E o que havia no coração de Jesus? Qual era Sua cobiça?
Era fazer a vontade do Pai! Foi nisso que o diabo O tentou. Fazer com que a vontade do Pai fosse descumprida, ou distorcida. No entanto, Jesus prosseguiu firme, pois jamais passou em Seu coração descumprir ou distorcer a vontade que Ele tanto amava fazer!
Dia tes písteos.
Pr. Cleilson
Um dos assuntos mais profundos da teologia sistemática sem dúvida é a impecabilidade de Jesus.Eu também sou do pensamento que era impossível Jesus pecar.Não havia Nele nenhuma inclinação ou possibilidade de cometer iniquidade.Louvado seja Deus por isso!
ResponderExcluirclaro que jesus nao podia pecar porque ele ja vinnha de uma natureza santa, eu tambem sou do pensamento que era impossive jesus pecar graça a deus que momento que jesus foi tentado, nao caio e em pecado algum , enves de nos ja vimo de uma natureza corrupida,de peca,
ResponderExcluirPaz Jesus não podia pecar porque ele é o homem perfeito.
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