quarta-feira, 24 de setembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0643 - CALVINISMO E FATALISMO

 


Sê forte, pois; pelejemos varonilmente pelo nosso povo e pelas cidades de nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe parecer” (2Sm 10.12).


Quando se estuda a doutrina reformada, geralmente há um risco que se corre, a saber, o de confundir o calvinismo com o fatalismo. Isso acontece pelo fato de não sabermos o que fazer com a doutrina do determinismo na sua forma prática. Por isso, a conclusão a que alguns chegam é a seguinte: se Deus já determinou todas as coisas, então eu não preciso fazer nada.

Porém, isso é fatalismo e não calvinismo. O fatalismo acredita na predeterminação de tudo, entretanto, ele vê o homem como um “agente inativo”, ou pelo menos neutro, isto é, tudo o que o homem fizer não vai realmente interferir no resultado, uma vez que nada pode mudar o que está determinado.

O problema do fatalismo é o pragmatismo, ou seja, só vou fazer alguma coisa, se aquilo que eu fizer, tiver uma interferência tão significativa, que possa mudar, inclusive, o destino estabelecido por Deus. Porém, isso é um absurdo! Se eu souber que minhas ações não mudarão os decretos eternos, então isso significa que não vou fazer nada? Isso é uma afronta contra Deus e Seu domínio!

Mas observe a fala de Joabe a seu irmão Abisai. Ele separou o exército de Davi em duas partes, entregou uma a seu irmão, enquanto comandava a outra, visto que o exército inimigo contratara outras nações para lhe ajudar na guerra contra Davi. Joabe disse a Abisai: “Se os siros forem mais fortes do que eu, tu me virás em socorro; e, se os filhos de Amom forem mais fortes do que tu, eu irei ao teu socorro” (v. 11). Logo depois disse que pelejassem varonilmente! O Senhor que fizesse o que bem Lhe parecesse...

Essa fala é importante, porque mostra que Joabe tinha um conceito correto sobre a soberania de Deus e sua responsabilidade. Ele faria tudo para vencer a guerra; ele repartiu o exército em dois; ele encorajou seu irmão; ele disse que sairia em sua ajuda, caso ele estivesse sendo derrotado; mas, no fim das contas, Joabe sabia muito bem que o resultado seria como bem parecesse a Deus!

Talvez, muitos fatalistas de hoje diriam que não iriam para a guerra, visto que o que tivesse de acontecer iria acontecer de todo jeito... Não é bem assim que procedem muitos crentes ditos calvinistas? Deixam de cumprir seus deveres baseados na premissa de que “tudo está determinado”. Sim, está mesmo. Mas isso inclui até mesmo nossas ações.

Aquela guerra foi vencida por Joabe e seu irmão! Estava determinado que eles seriam vencedores. No entanto, estava também determinado que eles tomassem postura de homens e não de covardes! Se fossem fatalistas, não teriam experimentado tão grande vitória que foi dada aos filhos de Israel naquela luta (obviamente seria isso também o que Deus já teria determinado para outros planos). Muitos crentes também deixam de experimentar muitas esplendorosas vitórias, simplesmente pelo fato de se apoiarem em uma doutrina que eles mesmos distorceram...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

2 comentários: