terça-feira, 19 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0618 - A PULGA ESCOLHIDA

 


Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos satisfeitos da bondade da tua casa e do teu santo templo” (Sl 65.4).


Por mais que a Bíblia esteja em nossas mãos, por mais que tenhamos aprendido das Escrituras, por mais que longas datas tenham se passado desde o início do cristianismo, por mais que grandes homens de Deus tenham lutado para salvaguardar a fé, mesmo assim ainda estamos rodeados de pessoas que pensam que são livres para se achegar a Deus.

A pobreza desse pensamento é derivada da falta de consciência da profundidade do pecado. Mas, observe bem, a ignorância da profundidade do pecado é resultado de um descaso para com a santidade de Deus. Você só começará a compreender a real profundidade da Queda a partir do momento em que você se paralisar diante da infinita santidade de Deus!

Este é o problema da humanidade. O ser humano caiu em Adão, cai todos os dias em seus próprios pecados e ainda acha que pode, assim, como num desejo simples, se levantar e se dirigir em direção a Deus para se achegar a Ele. Isso é ser muito raso na compreensão do pecado. A bem da verdade, nossa iniquidade nos levou para um abismo sem fundo, tanto quanto é uma altura sem fim a santidade de Deus! Enquanto o homem minimizar a santidade de Deus, ele também irá desconsiderar o nível profundo de sua queda.

Mas não era assim com Davi. Ele sabia que só podia achegar-se a Deus aquele a quem Deus escolhesse. Muitos dirão: “Ah, mas Deus escolheu porque já sabia que tal pessoa iria se achegar a Ele”. Bem, não é o que o autor inspirado deste salmo diz. Ao contrário, além de dizer que é Deus quem escolhe, Davi diz também que Deus faz com que tal pessoa venha (“e fazes chegar a ti”)! Não parece nada com “escolheu porque já sabia”. Parece mesmo é com o que Jesus disse mais tarde: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último Dia” (Jo 6.44).

Aqui no Salmo, Davi chama este escolhido de bem-aventurado. Mais um motivo para sabermos que não é por causa de si próprio que alguém é escolhido. Bem-aventurado significa aquele a quem Deus coloca por feliz. Embora muitas Bíblias traduzam por “felizes”, o significado pode ficar mal entendido. Feliz é o termo correto, mas não quer expressar o sentimento da pessoa e sim seu estado por ter sido imerecidamente contemplada por Deus.

Este escolhido, diz o salmista, viverá contente simplesmente pelo fato de ter sido trazido à presença de Deus. Nisso estará sua plenitude de satisfação. Usando as palavras do próprio Davi quando perseguido por Saul: “Após quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? A um cão morto? A uma pulga?” (1Sm 24.14). Se Davi assim se considerava perante Saul, seríamos melhores do que isso diante de Deus?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

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