“Povo meu, que te
tenho feito? E com que te enfadei? Responde-me” (Mq 6.3).
Miqueias foi um profeta contemporâneo de Isaías, profetizou sobre Jerusalém e também acerca de Samaria. Em Jr 26.18-20, lemos um relato de Jeremias sobre Miqueias, dizendo que o rei Ezequias havia se arrependido diante de uma de suas profecias. Lembre-se que o profeta vigente na época de Ezequias era Isaías, portanto, eles devem ter se conhecido.
O conteúdo de sua profecia, pelo menos como está em seu livro era, basicamente, repreensão ao povo pelos pecados de injustiça cometidos na nação. Aqui, no cap. 6, Deus chama Seu povo, através de Miqueias, a um tribunal perante os montes (vs. 1,2).
Nessa controvérsia contra Seu povo, Deus faz uma pergunta carregada de decepção, como lemos no início (v. 3)! Deus relembra a Seu povo que o que Ele havia feito foram obras de livramento, como no Mar Vermelho e no caso de Balaão e o rei Balaque (vs. 4,5). Por que o povo estava cansado de seu Deus?
Curiosamente, o povo de Deus continua com o mesmo enfado. Até hoje Deus pergunta: “Povo meu, que te tenho feito”? Se Ele for mostrar o que nos tem feito, coisa que não devíamos nos esquecer, ficaríamos surpresos ao contemplar Suas grandes maravilhas por nós.
Mas, infelizmente, somos ingratos. Questionamos coisas que dão errado para nós, nos esquecendo de qual era nosso destino eterno e de que Deus nos livrou! Se tão somente nos livrar do inferno fosse a única coisa que Ele tivesse feito por nós, não precisaria fazer mais nada para que fôssemos eternamente gratos! Mesmo assim, o povo anda cansado... Que tragédia! Será que temos o direito (para não dizer o atrevimento) de cobrar de Deus alguma coisa?
O profeta pergunta com que se apresentaria ao Senhor; com que se inclinaria diante de Deus. Seria com holocaustos ou bezerros de um ano? Deus Se agradaria de milhares de carneiros? Dez mil ribeiros de azeite seriam suficientes para chamar a atenção de Deus? Dar nosso primogênito como pagamento pelo pecado? Não, meus irmãos. Nada disso remiria o pecado da nossa alma (vs. 6,7). Por quê?
Porque o sacrifício seria preparado pelo próprio Deus! Não é sobre o que podemos ou devemos oferecer a Deus, mas sobre o que Ele tem para nos oferecer! Não é sobre nosso primogênito como pagamento do pecado, mas sobre o Primogênito de Deus pelo nosso pecado! Você já parou para pensar que o nosso pecado, em vez de custar algo de nós, custou do próprio Deus? Por que seria Ele a pagar, se fomos nós os devedores?
Foi por nos amar! Ele sabia que nós não O amaríamos jamais!
Se tivéssemos algum sacrifício para dar a Ele seria mais para exibir nosso
orgulho de poder fazer isso e não por desejarmos Sua companhia. Mas como foi
Ele que nos amou primeiro, Ele deu Seu Filho como sacrifício para restaurar a
comunhão perdida. É por isso que o profeta encerra seu livro assim: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas
a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos
pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do
mar” (7.18a,19).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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