“A perseverança
produz experiência” (Rm 5.4a).
Temos visto para onde nos levam as nossas tribulações. Primeiramente, elas nos conduzem à perseverança, aquela qualidade de suportar insistentemente o peso nos ombros. Agora, o apóstolo Paulo diz que essa insistência em suportar, produz experiência. A palavra experiência aqui não tem o sentido figurado que conhecemos, como alguém que tem mais idade e, por isso, é considerado mais experiente que um jovem.
O sentido é a experiência de ter provado, de ter testado e obtido resultado. A palavra grega usada aqui, o verbo dokimazō, significa depurar um metal para tirar o seu melhor, extraindo suas impurezas e ficando apenas o que é valioso. Melhor que dizer que alguém é experiente, poderíamos dizer que esse alguém é experimentado e, consequentemente, aprovado no teste.
De fato, é isso que as tribulações proporcionam a nós. Elas nos obrigam a nos manter irredutíveis debaixo do peso que nos foi imposto e, por causa disso, somos experimentados, somos testados. Um cristão atribulado e que persevera, é um cristão experimentado. Ele sabe o que está falando quando vai tratar de assuntos concernentes a provações. Há pessoas que dizem que ninguém sabe o que elas estão passando, sendo isto uma forma de murmuração e autopiedade.
No entanto, os cristãos perseverantes em suas lutas, são experientes sim. Eles não querem que alguém fique com dó deles por estarem sofrendo. Essa característica é de quem se considera vítima. Quem deseja isso, em outras palavras, acusa Deus de sadismo e inflição. Por estar sofrendo, coloca a culpa em Deus e deseja piedade dos outros. Mas os cristãos dokimazō, os que foram experimentados com perseverança, deles é retirado o melhor, o caráter de Cristo que se revela em seus sofrimentos.
Nosso caráter é falho e já veio pecaminoso desde o nosso nascimento. Admitir isso não nos faz melhores, visto que a maioria realmente admite que tem pecado. Mas quando seu pecado é confrontado, ela não gosta! Por isso é preciso a tribulação. Ela nos leva pelas vias da autoanálise e, por causa disso, começamos a ver quem somos de fato. A perseverança, nesse caso, é parceira do convencimento do Espírito, ou seja, quanto mais somos convencidos do que nós somos, mais insistiremos resolutos debaixo das provações.
Então, a experiência vem para começar a retirar de nós as arestas, as sobras, as farpas, tudo que realmente precisa ser excluído de nosso caráter para que ele se torne semelhante ao de Cristo. Crentes que reclamam das provações, não podem dizer que estão perseverando corretamente, pois uma das qualidades da perseverança é suportar calado (pelo menos em relação às queixas).
Dessa forma, o processo dokimazō vai atingindo seu propósito. Ele
vai nos experimentando, enquanto nós vamos reconhecendo o bem que as aflições
estão nos fazendo. É isto que é um crente experiente, ou experimentado.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Amém.
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