segunda-feira, 31 de março de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 01 (O CELIBATO E A GLÓRIA DE DEUS)

 


Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para aceitar este ensinamento, mas apenas aqueles a quem isso é dado” (Mt 19.11).


Nossa mente humana, finita e pecaminosa, tem a tendência de configurar todo o objetivo final de qualquer coisa para os limites do mundo caído em que vivemos. E não é diferente com o objetivo final da vida em família, a qual passaremos a meditar a partir de hoje, claro que não com riquezas de detalhes, pois não dispomos de tempo relativo a isso em devocionais.

Porém, quando Cristo nos redimiu, o propósito foi convergir todas as coisas, sejam as aparentemente mais insignificantes, sejam as aparentemente mais relevantes, todas elas, para a glória de Deus. E assim também para com a vida em família. Para que isso venha permear a nossa mente, nós crentes precisamos entender algumas coisas antes de falarmos sobre alguns detalhes da vida em família.

Primeiro, vida em família nem sempre quer dizer casamento. Quando se fala em encontro de casais e coisas do gênero, os solteiros ficam de fora, como se não pudessem saber das coisas que acontecem entre um casal, como se não tivessem visto o bastante entre seus pais, como se não soubessem de como deve ser o trato para com uma mulher ou para com um homem, como se fossem proibidos até o último instante de saber sobre os encontros e desencontros antes de entrar em um relacionamento nupcial.

Sobre esse sentido, devo salientar que um solteiro é tão redimido quanto um casado. Não há nada de especial em uma pessoa casada que rebaixe o solteiro a uma condição inferior. Precisamos entender que o celibato é um dom de Deus, assim como o casamento (1Co 7.7). Deus chamou para a Sua obra pessoas casadas, pessoas solteiras que vão se casar e outras que não vão. Piadinhas sobre alguém solteiro são pecaminosas e zombam, não da pessoa, mas de Deus, que estabeleceu a hora certa daquela pessoa se casar, ou que não vai se casar, e ambas as coisas para a Sua glória! Certamente, deboche da glória de Deus é pecado!

De acordo com Paulo, em relação ao reino de Deus, o solteiro, ao contrário, possui mais vantagens do que o casado. Ele diz: “Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor. Mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à esposa, e assim está dividido” (1Co 7.32-34). O v. 29 mostra que a urgência de Paulo falava mais alto do que um estado civil – “o tempo se abrevia”, dizia o apóstolo.

Sobre esse assunto, posso concluir, dizendo aos solteiros, tanto os que hão de se casar, quanto àqueles que vão permanecer no estado celibatário: você está solteiro, não porque não encontrou alguém especial (só tem um Alguém especial e é Ele quem te encontra). Você está solteiro porque Deus estabeleceu um tempo para sua vida acerca disso. Portanto, prepare-se para glorificar a Deus com sua solteirice! Não perca tempo procurando alguém especial – invista tempo e esforço para que Deus seja glorificado com sua vida sem casamento. Quando se casar, lembre-se de continuar glorificando a Deus, porém de outra forma que antes.

Aos que permanecerão solteiros, levem suas zombarias para os pés da cruz. Não se dê por humilhado, antes receba o celibato como dom de Deus. Jesus disse: “há outros que se fizeram eunucos, por causa do Reino dos Céus. Quem é apto para aceitar isto, que aceite” (Mt 19.12).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 30 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0550 - O PRIMEIRO E GRANDE PASSO PARA A VIDA ETERNA

 


Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38).


Geralmente os pregadores, ao final de suas mensagens, costumam chamar os ouvintes para tomarem uma decisão por Cristo e dizem: “Dê um passo para Cristo e Ele cuidará do resto”. Acredito que convidar uma pessoa para vir a Cristo não seja errado. Sei que há muitos pregadores que são contra o “apelo” que é feito no final dos sermões. Não há nenhum problema em se fazer apelo. Afinal, toda mensagem de Jesus e dos apóstolos terminava com um apelo.

A questão é que muitos mal-entendidos surgem a partir daí. Alguns que são contra a prática de convidar os pecadores para Cristo, são contra, apenas porque quem começou com isso foi um pregador de uma visão teológica diferente da sua, essas coisas, como que para não ficar parecido com alguém com quem você não compartilha sua teologia. Por outro lado, muitos que fazem os apelos para as decisões a Cristo o fazem de tal forma que se torna constrangedor para o convite. Algo que deveria ser suave ou sério torna-se em verdadeiras apelações e ameaças e, outras vezes, em piada e brincadeira.

Duas coisas são absolutamente certas pela Palavra. Primeiro, que o homem não tem condição de dar o primeiro passo para Cristo. A Bíblia é clara quando diz que o pecador está morto em seus delitos e pecados (Ef 2.1). Um morto não pode se mover, quanto mais dar um passo. Segundo, que os pregadores não sabem se, no momento de sua mensagem, o Espírito Santo já despertou algum ouvinte dentre os mortos espirituais e ele precisa agora ser chamado pelo pregador para fazer sua confissão do senhorio absoluto de Cristo perante a congregação.

Portanto, quando eu chamo um pecador para que se converta publicamente, estou apenas concedendo que se manifeste publicamente aquilo que o Espírito porventura já tenha feito silenciosamente no coração dele. Lembrando que converter é “arrepender-se e crer”, é a soma do arrependimento de pecados e a fé em Cristo. Pedro, ao terminar sua pregação no dia de Pentecostes, concitou os ouvintes a crerem em Cristo e se arrependerem (At 2.21,38). Certo é que eles, sendo tão compungidos pela Palavra, perguntaram o que deviam fazer (v. 37). Mas convidá-los ao arrependimento foi um ato de apelo, o que, em seu resultado, glorificou a Deus!

Porém, o primeiro e maior passo não é do homem para Cristo; não é da terra para o céu; ao contrário, foi de Cristo para o homem, do céu para a terra! Quando Ele deixou Sua glória e veio a este mundo, aí foi o primeiro e grande passo para a vida eterna. Se não fosse esse passo de Jesus em nossa direção, permaneceríamos em nossos pecados e dali jamais poderíamos sair, perecendo eternamente!

Quando chamar alguém à conversão, certifique-se de que você pregou de fato o evangelho. Contar testemunho, falar das grandezas de Deus, não é pregar o evangelho. Pregar o evangelho é falar à mente e ao coração do ouvinte sobre sua responsabilidade de se arrepender dos pecados e crer em Jesus como Salvador e lhe dar as boas-novas de que o grande passo foi dado por Cristo, do céu para a terra, de Deus para o pecador!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 27 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0549 - DA BOCA DAS CRIANÇAS NÃO VEM O PERFEITO LOUVOR!

 


Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres calar o inimigo e vingativo” (Sl 8.2).


É muito comum ouvirmos dizer que “da boca das crianças vem o perfeito louvor”, como se as crianças fossem puras, inocentes e, por isso, Deus as considerasse como um exemplo de adoração a ser seguido pelos adultos. Todavia, o texto que lemos não afirma isso em hipótese alguma.

Em primeiro lugar, as crianças também são pecadoras. O próprio salmista que escreveu o Salmo 8, também diz em outro salmo que “em iniquidade fui formado e em pecado me concebeu a minha mãe” (51.5), testificando assim, o pecado original, a corrupção que todos nós herdamos em Adão.

Segundo, porque o balbucio que sai da boca de uma criança não tem nada de inteligente ou de consciente para reconhecer aquilo que é próprio de Deus. No v. 1, por exemplo, o salmista diz: “Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus”. Uma criança jamais saberia adorar o Senhor reconhecendo e admirando o Seu nome. Nós mesmos, adultos, deixamos escapar que o primeiro SENHOR está todo maiúsculo (referindo-se a Yahweh, o nome de Deus) e o segundo Senhor só com a primeira letra maiúscula (referindo-se a Adonai), imagine se uma criança iria reparar sobre isso e seu significado...

O que Davi está dizendo então? É que Deus usa os fracos e indefesos para executar Suas maravilhas, destruindo os ímpios, seus inimigos. Veja se não é isso que diz o v. 2... Ele diz que Deus levanta força da boca de uma criança que mama para fazer calar o inimigo! Sim, Deus é esplêndido e, de tal forma gigantesco, que põe Sua glória acima nos céus (v. 1), mas também é tão poderoso que, por meio de um gemido de um recém-nascido, faz correr o inimigo e, assim, traz glória para Seu nome! Não é sobre as crianças, mas sobre o SENHOR!

Foi assim que Ele fez, usando um senhor de 80 anos, sozinho, para livrar Israel da escravidão egípcia depois de tantos séculos! Foi assim que Ele usou um juiz que, sozinho, desbaratava os filisteus, com sua força bruta! Foi assim que Ele usou um profeta sozinho, que, ao pregar a destruição, converteu uma capital, com 120 mil habitantes! Isso é como usar o soluço de uma criança para glorificar Seu nome, destruindo os Seus inimigos.

Jesus, quando entrou triunfalmente em Jerusalém, montado sobre um jumentinho, foi interpelado pelos circunstantes, que ouviam as crianças cantarem “Hosana”: “Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor? (Mt 21.16).

Jesus, usando a versão da Septuaginta, disse àqueles sacerdotes que o grito de “Hosana ao filho de Davi” que saía da boca daquelas crianças (Hosana quer dizer: “salva-nos, Senhor”) era o sinal de que logo mais tarde, ali na cruz do Calvário, o Filho de Deus iria desbaratar todos os inimigos de Deus: o diabo, a morte, o inferno, o mundo e o pecado... iria colocá-los debaixo dos Seus pés e realmente salvar os oprimidos. Assim, a glória será para sempre dEle e não das crianças!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 26 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0548 - AS FRANJAS NAS TÚNICAS E A OBEDIÊNCIA

 


E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que nas bordas das suas vestes façam franjas, pelas suas gerações; e nas franjas das bordas porão um cordão azul” (Nm 15.37,38).


Deus sempre Se utilizou de elementos visíveis para chamar a atenção do Seu povo para o significado de tais elementos. Tem sido assim até hoje, por exemplo, com a ceia do Senhor. O pão e o vinho são elementos visíveis que chamam a atenção dos nossos olhos para nos lembrarmos daquilo que eles simbolizam. Deus sabe da fragilidade da nossa memória, o quão curtos nós somos em guardar e valorizar os sentidos espirituais, por isso nos supre de elementos visíveis para nos trazer aos significados espirituais que eles carregam, para que sejamos santos.

Na antiga aliança era muito mais do que atualmente. Neste exemplo que lemos, encontramos que Deus ordenou aos israelitas que fizessem franjas nas bordas de suas túnicas por gerações. Tais franjas eram parecidas com pétalas e o cordão azul que as prendia, lembrava aos filhos de Israel de sua ocupação celestial, eles eram o povo escolhido de Deus e seu Deus tinha uma lei à qual eles deveriam obedecer.

É isso que lemos no v. 39 sobre a razão destas franjas na orla de suas vestes. Deus tem uma razão positiva e uma negativa para essas franjas: a positiva era “para que o vejais, e vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os façais” e a negativa: “não seguireis após o vosso coração, nem após os vossos olhos”. Observe bem esse contraste: toda vez que nos esquecemos da Palavra de Deus, logo o que entra em seu lugar são as intenções do nosso coração e os desejos dos nossos olhos. Que perigo isso!

Tanto é que Deus diz sobre os olhos: “após os quais andais adulterando”! Os olhos do ser humano são como foices que abrem caminho para o pecado na densa floresta da escuridão. Nosso coração tem aparência de piedade, mas Deus dá o seu diagnóstico: ele é enganoso e perverso (Jr 17.9). Nossos desejos são capazes de adulterar a própria Palavra de Deus, substituindo-a por conceitos pessoais e convenientes aos nossos caprichos.

Jesus também usou túnicas com franjas em suas orlas (Mt 9.20; 14.36). Pessoas que tocavam nelas eram curadas. Porém, não era ostentação como os fariseus que, inclusive, alongavam suas franjas para serem vistos pelos demais como os únicos que guardavam a lei (Mt 23.5). Jesus sim, era o único que podia honrar esses enfeites em Suas vestes, pois foi o único a guardar toda a lei de Deus sem quebrá-la em qualquer ponto!

No dia de Sua crucificação, os guardas não quiseram cortar a túnica de Jesus por ser ela fabricada inteiriça, sem costura (Jo 19.23,24). Lançaram sortes para ver qual deles ficaria com ela. No entanto, nenhum efeito ela teve sobre eles. Apenas os que recebem a Cristo pela fé, a estes sim, lhes são atribuídas as vestes de Cristo, vestes de justiça, para que sejam recebidos por Deus, o Pai, como se tivessem também obedecido toda a lei, pois Cristo a cumpriu totalmente em seu lugar.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0547 - COMO SABER A VERDADE SOBRE TUDO

 


O malfeitor dá atenção aos lábios iníquos; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna” (Pv 17.4 – NAA).


A parceria da iniquidade é, por vezes, mais bem estabelecida do que a união dos bons. Vemos isso na política, onde os destruidores se unem para o mal muito mais do que os que realmente têm algum interesse nobre; vemos isso no submundo do crime, onde a organização criminosa é chamada assim mais por causa de sua organização mesmo do que por outro motivo; infelizmente, vemos isso também nas seitas e heresias, que se unem para mentir sobre a Bíblia mais do que os verdadeiros pregadores se unem para combatê-las.

Foi assim desde a torre de Babel, quando “o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma língua. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo o que planejam fazer” (Gn 11.6). É claro que o contexto ali não está se referindo à unidade do povo, mas em sua unidade linguística, como podemos bem observar. Mas isso é um estilo de vida dos ímpios. Eles são avessos à verdade e ao bem, mas são unidos em sua maldade.

O próprio Jesus disse que o reino de Satanás não se desfaz, justamente porque o reino dele não é dividido (Mc 3.24-26). Os ímpios são dessa maneira. Porém, os crentes, não deveriam também fazer o processo reverso? Não deveriam os imitadores de Cristo dar atenção à Palavra de Deus? Enquanto os malfeitores dão ouvidos a lábios iníquos, os crentes deveriam dar ouvidos aos sábios critérios da Palavra. Entretanto, o que vemos é divisão demais, discórdia demais, desentendimento e, por fim, o relativismo, onde cada qual alega ter sua própria verdade.

Voltaire, um filósofo dos séculos XVII e XVIII, dizia, zombando dos cristãos, que aquilo que mais deveria uni-los era o que mais os dividia (referindo-se às diversas interpretações protestantes sobre a ceia do Senhor). De fato, observe que as seitas dizem a mesma coisa, a mesma linguagem no mundo inteiro; nenhuma ou poucas são as suas divergências. Entretanto, não é assim entre os que anunciam a verdade.

Certamente não é a maioria que estará correta sobre suas convicções acerca de Deus e, consequentemente, do mundo onde vivemos. Como a maioria dá ouvidos aos lábios iníquos e às línguas malignas, tal maioria jamais terá um entendimento correto sobre Deus. Não tendo um entendimento correto sobre Deus, é impossível que a maioria que se inclina para a mentira tenha uma ideia correta sobre o mundo. Ou seja, sua cosmovisão é corrompida como sua visão.

Apenas aqueles que se inclinam para a verdade da Escritura é que podem ter uma visão correta sobre Deus, sobre si mesmo e sobre o mundo em que vivemos. Pois, quando nosso entendimento sobre Deus for ajustado por Sua revelação, é que teremos assim uma visão clara sobre as demais coisas que procederam de Deus, de Suas palavras, de Suas obras e de Seus decretos. Enfim, só quem tem a mente de Cristo poderá saber a verdade sobre a totalidade das coisas.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 24 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0546 - EM QUEM ESTÁ SUA CONFIANÇA?

 


Lá do céu o Senhor olha a terra e vê toda a humanidade; do seu santo lugar onde vive, ele observa a vida de todos os habitantes da terra” (Sl 33.13,14 – NBV).


O Salmo 33 é um salmo de exaltação ao poder de Deus. Não sabemos quem o escreveu, mas sua percepção da grandeza incomparável de Deus é fantástica! Realmente alguém inspirado pelo Espírito Santo para escrever tais coisas sobre a grandeza de Deus. Ele ordena que todos louvem ao Senhor e dá as razões para isso. Porque Sua Palavra é verdadeira e fiel (v. 4); porque Ele tem prazer na prática da justiça e da verdade (v. 5); porque tudo foi criado mediante Sua Palavra e pelo sopro de Sua boca (vs. 6-9).

Além disso, o salmista diz que “O Senhor desfaz os planos e projetos das nações que não lhe obedecem” (v. 10). Quão maravilhoso é saber que não há nação alguma que possa executar seus planos malévolos, a não ser que nosso Senhor o permita! Já sobre Seus planos, o salmista diz: “Mas os planos do Senhor são eternos; não podem ser modificados. As suas decisões serão mantidas para sempre” (v. 11). Que poder maravilhoso! Enquanto o Senhor frustra os planos das nações ímpias, Seus planos mesmo ninguém tem o poder de frustrar!

Quando ele diz que do céu o Senhor olha a terra e vê toda a humanidade, o salmista está falando, ­­a priori, dos inimigos de Deus, dos povos ímpios. Ele diz que o melhor exército do mundo não pode salvar a vida de um rei (v. 16). Nem mesmo os cavalos que, para aquela época, eram considerados como símbolo de vitória para os exércitos que os possuíam (v. 17). O salmista está dizendo que as nações mais avançadas em estratégias de guerra não podem ter vitória garantida!

Não é exatamente isso que vemos? As pessoas têm seus cavalos modernos. Confiam em remédios, confiam na medicina, confiam no dinheiro, confiam na ciência, confiam na política, em seus aparatos de guerra nuclear e biológica, enfim, todos têm cavalos em que confiar. Mas a Palavra diz: “apesar da sua grande força, é incapaz de salvar” (v. 17b).

Mas sobre os que confiam no Senhor, veja o que diz o salmista: “Mas os olhos do Senhor vigiam e protegem os que lhe obedecem e dependem completamente do seu grande amor” (v. 18). É nisso que você confia? Você depende apenas do amor de Deus, ou ainda confia em alguma providência humana sobre as angústias da sua vida? Alguém pode lhe proteger? Se você depende do homem, você está completamente desprotegido, exposto ao mal!

Mas quanto aos que confiam no Senhor, “quando estiverem correndo perigo de vida, quando houver fome na terra, eles serão salvos pelo Senhor” (v. 19)! Isso te lembra alguma coisa? A situação de pandemia no mundo trouxe pânico e pavor aos corações, inclusive de crentes. Mas em quem está sua esperança? Está no Senhor, conforme o v. 20? Se sua esperança estiver mesmo no Senhor, então você não terá medo e sim alegria: “Ele dá alegria ao nosso coração, porque confiamos no seu santo nome” (v. 21). Confia, pois, no Senhor!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 20 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0545 - CHEIOS DE ALEGRIA PELA PRESENÇA DE DEUS!

 


Pois o puseste por bênção para sempre e o encheste de alegria com a tua presença” (Sl 21.6 – NVI).


O ser humano é naturalmente inclinado para se encher de muitas coisas. Só que, depois do pecado, o enchimento para o qual o homem se inclina é o das coisas materiais. Principalmente em nossa sociedade ocidental, onde o dinheiro é sinônimo de felicidade. Somos uma população cheia de coisas e vazia de significado.

Mas, neste salmo, Davi afirma que Deus o encheu de alegria com a Sua presença. Duas coisas tão procuradas por todo mundo, mas que foram alcançadas por Davi: o enchimento e a alegria. Claro que todo mundo quer ser alegre sempre, mas o meio que é usado para se chegar a esse fim são coisas materiais que, aliás, nem é o dinheiro em si, mas o que ele pode adquirir.

O problema é que só existe uma expectativa no intervalo entre o dinheiro e a compra. Repare que antes de comprar, ficamos numa espera tensa e ansiosa. Mas quando adquirimos aquilo que pensamos ser o sinônimo de nossa felicidade, logo aquilo passa e voltamos ao vazio novamente. Então queremos mais dinheiro para adquirir outra coisa, e assim por diante. É sempre uma fantasia imaginada, um dinheiro adquirido pelo trabalho e uma coisa adquirida pelo dinheiro; mas sempre uma ausência daquele fim que procuramos, que é a alegria.

Por que isso acontece? Ainda que o mundo não admita, isso acontece porque nossa alegria só pode estar na presença de Deus, como disse Davi. Observe que este rei tinha tudo que desejava, materialmente falando. Ele diz no v. 2 que Deus satisfez o desejo do seu coração e não lhe negou o pedido de seus lábios. Ele era suprido de bênçãos da bondade de Deus e na sua cabeça tinha uma coroa de ouro puro (v. 3). Ele pediu vida a Deus e o Senhor lhe concedeu longevidade. Enfim, ninguém pode negar que Davi tinha tudo para colocar como base de sua alegria.

No entanto, a base de sua alegria era a presença do Senhor! Será que podemos dizer como ele, que nossa alegria está na presença do Senhor e não nas coisas? Será que não temos usado o Senhor como usamos o dinheiro, para adquirir as coisas que pensamos que nos farão felizes? Quem tem dinheiro usa o dinheiro para conquistar tais coisas; talvez, muitas vezes, quem não tem dinheiro, tenta usar Deus para adquirir coisas que pensa que lhe trará alegria...

Isso é uma verdadeira traição contra o nosso Deus! Deveríamos entender que Ele é o fim daquilo que procuramos. Não usamos Deus como trampolim para chegarmos àquilo que ambicionamos. Se fizermos isso, seremos como Judas, usando Jesus para chegar a um objetivo, isso é traição contra Deus. Ao contrário, devemos nos aproximar de Deus e dizer a Ele: Tu és tudo o que eu desejo, Tu és tudo o que eu realmente necessito para ser alegre, Tua presença me satisfaz mais do que muitas riquezas, dinheiro ou posses!

Como Davi, podemos dizer que não confiamos nas coisas que adquirimos, mas: “O rei confia no Senhor e pela misericórdia do Altíssimo jamais vacilará” (v. 7).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 19 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0544 - NÃO TENHA MEDO! O MEDO DESTRÓI A FÉ!

 


Mas Jesus, tão logo ouviu essas palavras, disse ao governante da sinagoga: Não temas, crê somente” (Mc 5.36 – KJF 1611).


Todos conhecemos a história de Jairo, um homem que tinha uma sinagoga em sua casa ou em seu terreno (chefe, príncipe ou governante da sinagoga era o título que se dava a quem recebia ou construía uma sinagoga em sua casa ou terreno). Esse homem tinha uma filha de 12 anos, que já beirava a morte (v. 23). Não sabemos qual sua enfermidade, mas foi tão grave que, de fato, chegou a falecer.

Uma simples unha que se quebra e incomoda uma filha ou filho já faz doer terrivelmente o coração de um pai, imagine uma enfermidade que pode conduzir à morte... muitos pais e mães, infelizmente, sabem exatamente o que é isso... quanta dor e tristeza sem limites já escureceram o coração de muitos pais...

O texto de Marcos nos revela que durante a caminhada de Jesus para a casa de Jairo ainda aconteceu o episódio daquela mulher que tinha o fluxo de sangue! Que terror para aquele pai angustiado! Jesus foi tocado por aquela mulher que estava perdendo sangue desde que a filha de Jairo nasceu... e Jesus ainda para e pergunta: “Quem tocou nas minhas vestes?” (v. 30).

Tudo o que Jairo não queria era demora, pois temia que não desse tempo de Jesus chegar à sua casa com sua filha ainda viva... e foi isso que aconteceu! Para o desespero de Jairo, a notícia chega a ele ainda na rua: “A tua filha está morta; porque ainda incomodas o Mestre?” (v. 35). Oh! Que pavor! Que tempestade deve ter invadido o coração daquele pobre pai! Pânico, tristeza, angústia, agonia, ódio, impotência... quanto sentimento horrível tomou conta daquele homem!

Mas observe a calma de Jesus! Ele ouviu o recado e compreendeu a dor daquele coração! Disse a Jairo: “Não temas, crê somente” (v. 36)! Para Jesus, o pânico tiraria a confiança daquele homem, a qual lhe impulsionara a procurar Jesus para curar sua filha. Sim, é isso exatamente. O medo destrói a fé. Lembra de Pedro que, por medo de se afundar, parou de andar sobre as águas e realmente afundou? Então, o medo põe a fé a perder!

O modo e o tempo do verbo crer, no grego, está no presente do imperativo, isto é, “continue crendo”! Jairo, não dê ouvidos às notícias que estabelecem os limites do homem. Aqui está Quem vai além desses limites. Você Me procurou porque cria. Então, medo agora não, continue crendo! Ninguém, naqueles dias, havia recebido um consolo sobre a morte daquela maneira. Todos os que nos consolam são impotentes para dar vida. Para quem perde um filho, tudo o que dizem não passa de barulho de latas vazias!

Jesus a toma pela mão, mesmo sendo ato impuro cerimonialmente, e diz em aramaico: “Cordeirinha, levanta”! A menina se levantou e andava! O medo que desejava destruir a fé perdeu para o poder da voz de Jesus! O medo foi embora e deu lugar ao espanto! Não o pânico da morte, mas o assombro da vida! Naquele dia, Jesus dirá também a todos os Seus cordeirinhos e cordeirinhas: “Tilaimi caemin”! (“Cordeirinhos, levantem-se”)... E todos eles ressuscitarão para viver com o Cordeiro de Deus para todo sempre!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 18 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0543 - IMPEDIDOS DE ABENÇOAR PELA CEGUEIRA

 


E aconteceu que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho. E ele lhe disse: Eis-me aqui” (Gn 27.1).


Nós sabemos que muitos detalhes dos textos bíblicos revelam verdades muito mais profundas do que os olhos podem ler. A percepção aguçada dos autores e, principalmente, a inspiração do Espírito sobre os textos que eles escreveram mediante Sua santa revelação, nos mostram isso de modo incontestável. Moisés é um destes exemplos de autores que admiramos e capturamos pedras preciosíssimas que existem abaixo de sua tinta.

A narrativa sobre Isaque, o menos falado dos três patriarcas, nos mostra este homem envelhecido, marcado pelas suas experiências tristes, profundas, como um caçador de esperança, homem de Deus, de oração, calado, mas que também experimentou as mais abatidas provas sobre sua vida. Agora jaz cansado, sobre a cama, cego e calculista. Chamou seu filho mais velho para abençoá-lo, imaginando que sua hora estava para chegar.

No seu afã de transmitir sua bênção para seu primogênito, pensando em manter sua posteridade, Isaque é detalhado por Moisés aqui como um homem cujos olhos estavam escuros, de maneira que não podia ver. Infelizmente, essa foi sua percepção paternal também. Seus olhos como pai também estavam escuros e não percebeu o caráter do seu filho. A bênção de Deus já estava preordenada sobre Jacó, seu caçula, mas o pai não se apercebeu disso!

Os interesses de Isaque, no fim de sua vida, que ele supunha já estar chegando, foram interesses puramente fisiológicos, apetites terrenos e passageiros. Ele disse a seu filho: “Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça. E faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; para que minha alma te abençoe, antes que morra” (vs. 3,4).

Ter um filho caçador foi-lhe um orgulho, mas não estava em vista a glória de Deus. Era a própria glória de Isaque que Esaú fosse um machão, valente, caçador e independente. Mas e a glória de Deus? Seu filho jogou pelo ralo. Trocou tudo o que representava sua primogenitura por um repasto, um refogado de grãos. Seu filho não amou a Deus e Isaque foi o amando talvez mais do que a Deus!

Tomara que o Senhor desvie nossos olhos de nossos herdeiros para Si unicamente. Tomara que tenhamos em vista a glória de Deus do que nosso orgulho em cima das profanações deles. Tomara que o Senhor nos ajude a conduzi-los para Sua glória com todo temor. Tomara que a bênção de Deus os alcance antes que nossas bênçãos, pois que são maculadas com nossos olhos cegos e escuros. Tomara que não os abençoemos por causa de caças, iguarias e refeições saborosas, mas porque eles participam do Pão da Vida juntamente conosco!

Que Deus nos guarde e a nossos filhos!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 16 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0542 - VOCÊ ESTÁ REALMENTE EM SOLIDÃO?

 


Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só, mas não estou só, porque o Pai está comigo” (Jo 16.32).


A solidão é um mal que destrói completamente o humor e a autoestima de uma pessoa. Porém, o abandono é ainda pior. Muitas pessoas estão solitárias por opção, mas ser abandonado é algo que foge ao nosso domínio. Agora, junte as duas coisas. Alguém que ficou solitário justamente porque foi abandonado! Aqui temos o diagnóstico de muitas depressões em volta de nós, ou talvez, até em algum de nós.

Ainda conjecturando, talvez seja pior alguém saber que vai ser abandonado. A pessoa que confia que não será abandonada, ainda consegue viver confiante enquanto tem amigos. Porém, o que já sabe que será largado em seu pior momento, não tem momento algum de tranquilidade, pois sabe que a qualquer hora aqueles que se dizem amigos irão deixá-lo.

Foi isso o que aconteceu com Jesus. Ele sabia desde o começo quem eram os que criam e sabia também quem O havia de entregar (Jo 6.64). Porém, Jesus não reagiu como qualquer de nós. Ele não viveu toda sua vida ministerial em uma expectativa tensa e cheia de desconfiança. Ele não perdia o sono por esse motivo. Havia uma compreensão na mente do nosso Senhor que O deixava sempre confiante e seguro, a saber, “o Pai está comigo”!

Talvez você diga que Jesus sabia disso porque era o Filho de Deus e que o Pai não iria abandoná-lo em hipótese nenhuma. Mas você também pode saber que Deus não abandonará você. Ele diz por várias vezes em Sua Palavra coisas como: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13.5). A Bíblia nos traz palavras como: “não temas, porque eu sou contigo” (Is 41.10) e assim por diante.

A solidão pode ser vencida quando você tem confiança na Palavra de Deus. Se Ele disse que estará conosco, então não há um só momento, por pior que seja em nossa vida, em que Ele não esteja presente. Aliás, até o próprio Jesus, que sabia que o Pai estava com Ele, teve que suportar um momento de abandono na cruz do Calvário. Foi quando todos os pecados dos salvos estiveram sobre Ele. Então o Pai O desamparou completamente! Sobre Ele foi descarregada a total ira de Deus que deveria ser derramada sobre nós no inferno! Ele bebeu o cálice terrivelmente amargo do ódio do Pai contra o pecado por nossa causa!

Sabe por que Deus Pai abandonou o Filho por aqueles momentos? Para não te abandonar jamais, em momento algum! O que nós passamos aqui, que se parece com solidão, nada é, se comparado à verdadeira solidão que Cristo vivenciou naquele madeiro maldito! Seria o que nós iríamos provar para sempre, a eterna distância de Deus no inferno! Entretanto, o Filho de Deus, que sabia que o Pai estava com Ele, suportou angustiado esse distanciamento para que você e eu soubéssemos que sempre, sempre mesmo, Deus está conosco! Você realmente está em solidão?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 13 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0541 - SANSÃO E JESUS

 


E disse [Sansão]: Que eu morra com os filisteus. E empurrou com toda a sua força, e o templo caiu sobre os governantes e sobre todo o povo que ali estava. Assim, foram mais os que Sansão matou quando morreu do que os que ele havia matado durante toda a sua vida” (Jz 16.30).


Sansão é um dos heróis mais admirados do Antigo Testamento. Era um homem escolhido por Deus desde seu nascimento para ser um libertador de Israel. Era nazireu, não podia se contaminar com vinho, bebida forte, não podia tocar em coisa imunda perante a lei, como mortos, não podia rapar a barba ou cortar seus cabelos durante o tempo de seu nazireado. Como seu nazireado era permanente, então deveria cumprir todas essas coisas durante toda a vida.

A característica que chama a atenção de todos para este homem é sua estranha e imensa força física. O texto sagrado nos diz que era pela visita do Espírito Santo sobre ele. Não que ele fosse forte por natureza. Mas o Espírito de Deus, quando vinha sobre ele, dava-lhe uma força descomunal, que assustava os inimigos.

Entretanto, Sansão também é um modelo de fraqueza espiritual. Foi um homem de caráter fraco, com tendências revolucionárias, desobediente, ou seja, levava seus votos de nazireado na brincadeira, um homem de fraqueza sexual mitigante, fortíssimo contra homens e extremamente fraco com mulheres. Todos conhecem sua história de fracasso num casamento que nem chegou a se consumar e principalmente sua história de fracasso total com Dalila, ambas filisteias.

Isso nos mostra que homens não nos servem como heróis. Nem mesmo homens de Deus. Todos são fracos, impotentes, inseguros, todos precisam do verdadeiro Herói. Sansão não é o único, mas é um dos que mais nos mostram a necessidade que todos nós temos de um Salvador. Sua luta por Israel durou somente vinte anos, embora tenha matado mais de seus inimigos em sua morte do que em vida.

A necessidade para a qual Sansão aponta é a mesma necessidade em todos os homens. A necessidade de Cristo Jesus como único Salvador de uma humanidade perdida e sem referencial. Sansão nasceu de uma mãe estéril, que não podia ter filhos, Jesus nasceu de uma virgem que não devia ter filhos; Sansão foi nazireu desde o ventre, Jesus foi santificado desde o ventre; Sansão foi chamado para libertar Israel do domínio filisteu, Jesus veio para libertar o mundo do domínio do diabo; Sansão era usado pelo Espírito Santo para fazer suas proezas, Jesus era cheio do Espírito Santo para fazer a vontade do Pai; Sansão quebrou todos os votos de seu nazireado; Jesus cumpriu toda a lei e toda a vontade do Pai; Sansão deu sua vida e ali levou muitos inimigos de Israel; Jesus deu Sua vida e venceu todos os inimigos de Deus e do homem!

Um dia Jesus voltará e, na Sua vinda gloriosa, ressuscitará os eleitos de Deus para a vida eterna, entre eles, Sansão, um pequeno herói, cheio de falhas e que resolveu o problema de Israel durante algum tempo. Ele também se curvará diante do Verdadeiro Herói, que nunca cometeu falha alguma e que resolveu o problema da humanidade, perdoando seus pecados, inclusive os de Sansão e reinará pelos séculos dos séculos. Amém!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 12 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0540 - DESPREZANDO AS PORTAS QUE DEUS ABRE

 


Por enquanto, permanecerei em Éfeso até a festa de Pentecostes. Há uma porta inteiramente aberta para realizar um grande trabalho aqui, ainda que muitos se oponham a mim” (1Co 16.8,9 – NVT).


Paulo estava em Éfeso quando escreveu esta carta à igreja de Corinto. Para saber mais sobre a viagem missionária de Paulo a Éfeso, você precisa ler Atos capítulos 18, 19 e 20. Sua primeira ida a essa cidade, em At 18, foi por poucos dias, mas mesmo assim, Paulo aproveitou para debater com os judeus dali (v. 19). Os judeus até pediram que Paulo permanecesse ali mais tempo (v. 20), mas ele se recusou, dizendo que voltaria depois, se Deus quisesse (v. 21).

De fato, Paulo voltou àquela cidade, debateu com os judeus na sinagoga deles por 3 meses (At 19.8), mas como recebeu a oposição dos judeus, ele juntou os que tinham se convertido e foram congregar na escola de um homem chamado Tirano e fez isso por mais 2 anos (19.9,10). Antes de Éfeso, Paulo tinha fundado uma igreja em Corinto e ficou lá por um ano e meio (At 18.1-11).

Quando escrevia sua carta aos coríntios, o apóstolo, que estava em Éfeso, desejava ir até os coríntios, mas enxergava em Éfeso outra oportunidade. Ele via uma porta inteiramente aberta para que realizasse ali um grande trabalho ainda. Tanto é que ele permaneceu em Éfeso 9 meses a mais do que havia ficado em Corinto.

Ele não descartava as oposições. Aliás, elas aconteciam em toda cidade onde ele levava o evangelho. Não era por falta de opositores que Paulo estava enxergando uma porta aberta, pois isso ele tinha em todos os lugares. A questão é que Paulo tinha sensibilidade e disposição para o reino de Deus. Qualquer brecha ele considerava uma porta aberta, enquanto nós, toda porta consideramos uma fenda ruim de se passar.

É claro que não ousamos nos comparar com o maior apóstolo, o maior missionário e o maior cristão de todos os tempos... apenas devíamos aprender com ele a maneira de olhar as oportunidades. Por algumas vezes ele disse em algumas cartas: “Remindo o tempo” (Ef 5.16; Cl 4.5). Isto significa “aproveitando as oportunidades”. Geralmente, tomamos essa frase como se fosse para aproveitar as oportunidades de ganhar dinheiro, de ter um bom emprego, um cargo na igreja, mas não era disso que o apóstolo estava falando.

Ele falava de aproveitar as oportunidades para evangelizarmos, para nos santificarmos, para servirmos nossos irmãos, enfim, aproveitarmos as portas abertas para o reino de Deus. Para dizer a verdade, nós somos mestres em aproveitar oportunidades de nos dar bem em algum negócio, de estudarmos (ou colocarmos nossos filhos) nas melhores escolas, de fazermos um concurso grátis, ou algo de natureza totalmente material e temporal.

Somos tão materialistas, que quando alguém diz: “Deus abriu uma porta para mim”, já sabemos que se trata de emprego e não de evangelização... Mas não era assim com o apóstolo Paulo. Cada pequena brecha para ele era uma enorme porta, uma riquíssima oportunidade para falar da graça abundante que o havia alcançado!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 11 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0539 - ORAÇÃO PELO LOUVOR DA GLÓRIA DE DEUS SOBRE OS ÍMPIOS

 


Não cumpras, ó Senhor, ao ímpio os seus desejos; não deixes ir por diante o seu mau propósito, para que não se exalte” (Sl 140.8).


O rei Davi escreveu o Salmo 140 para fazer uma súplica a Deus para que o livrasse de seus inimigos. Falando assim, de uma maneira superficial, parece que a oração deste rei é uma oração egoísta, talvez triunfalista, pois, quem não quer se ver livre de seus inimigos? Porém, a oração de Davi é muito mais do que isso.

Primeiro, ela descreve as características desses homens. Eles são “maus e violentos” (v. 1); eles “pensam o mal no coração... se ajuntam para a guerra” (v. 2); eles são venenosos em seu falar (v. 3); eles intentam desviar as pessoas de bem (v. 4); são traiçoeiros (v. 5); cercam as pessoas de bem, falando mal delas (v. 9). Observe por isso, que não era qualquer um que perseguia o salmista. Eram pessoas altamente treinadas na maldade e na traição.

Segundo, este salmo nos revela alta confiança em Deus. Davi usa os seguintes verbos e substantivos para descrever seu pedido de socorro e sua confiança no Senhor: “Livra-me, guarda-me” (v. 1,4). “Ouve a voz das minhas súplicas” (v. 6). “Fortaleza da minha salvação, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha” (v. 7). “O Senhor sustentará a causa do oprimido” (v. 12). Isso nos ensina que Davi não confiava em sua força ou inteligência, mas tão somente em Deus como seu livrador.

Terceiro, os pedidos de livramento que Davi fazia a Deus, tinham em vista a glória e a honra de Deus e não do próprio Davi. Quando ele pede a Deus que não cumpra os desejos dos ímpios (v. 8); que suas próprias maldades os enterre (v. 9); que sobre eles caiam brasas vivas, como que pedindo que Deus os lançasse no inferno (v. 10); este salmista estava visando o louvor da glória de Deus, como ele diz no v. 13: “Assim, os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua presença”.

O que temos visto em nossa nação durante várias décadas é exatamente isso: o império da injustiça! São ímpios que governaram e ainda governam o país. São perseguidores das pessoas de bem. São homens de poder, ninguém está acima deles aqui em nossa terra, são treinados na maldade! Para eles, quanto pior, melhor! São intocáveis, nem a própria justiça terrena serve contra eles, pois são eles mesmos que “fazem” a tal justiça. Elaboram leis para se beneficiarem delas.

Como a igreja tem orado sobre isso? Davi não pediu que Deus convertesse aqueles ímpios que o perseguiam. Por quê? Davi não queria que eles se convertessem? Não é isso. Davi sabia que eles não iriam se converter. Eram homens como dos nossos dias, assim como o apóstolo Paulo profetizou que seriam: irreconciliáveis (2Tm 3.3). Nós oramos também por nossas autoridades, como o próprio Paulo nos ensinou (1Tm 2.1-4).

Que Deus salve Seus eleitos do meio desse covil imundo da liderança política. Mas que Deus honre Seu nome executando também juízo sobre estes ímpios covardes e traidores de Deus e dos Seus servos, que ali, infelizmente, são maioria.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 10 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0538 - O MISTÉRIO REVELADO DA REGENERAÇÃO

 


Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas” (Tg 1.18).


Quando falamos sobre o curioso mistério da regeneração, ficamos completamente indefesos. Vimos que a Escritura diz que já nascemos espiritualmente mortos e totalmente incapazes de fazer qualquer coisa para mudar esse quadro! O fato de estarmos fisicamente vivos, unido ao fato de nossa mentalidade ser corrompida pelo pecado, nos faz querer discordar da Bíblia e dizer: “Não! Não é exatamente isso. Claro que eu posso fazer alguma coisa para nascer de novo e entrar no reino de Deus”. Mas é óbvio que não podemos e odiamos essa impotência.

O mistério revelado começa aqui. A palavra de Deus afirma, inerrantemente, que estamos mortos espiritualmente. Quando o indivíduo rejeita essa afirmação da Palavra, ele está crendo em si mesmo e nega o testemunho do Pai. Jesus disse o seguinte sobre isso: “O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim. Vocês nunca ouviram a voz dele, nem viram a sua forma. Também não têm a palavra dele permanente em vocês, porque não creem naquele a quem ele enviou” (Jo 5.37,38).

Mas quando a pessoa admite que o testemunho do Pai é o único testemunho confiável e que este foi dado por Seu Filho Jesus Cristo e isto conforme diz a Escritura, então é porque Deus enviou a essa pessoa a palavra salvadora do evangelho. Tal palavra, poderosíssima como é, penetrou os recônditos mais obscuros da morte espiritual dessa pessoa e a ressuscitou espiritualmente! É por isso que ela admite o testemunho do Pai na Pessoa de Cristo conforme diz a Bíblia. Se Deus não fizer essa operação, a pessoa continua obtusa contra a Bíblia.

O mistério agora é revelado. Quem pode nascer de novo? Quem pode ressuscitar espiritualmente do meio dos mortos espirituais? A resposta é: homem nenhum! Apenas Deus pode! E quem são as pessoas que Deus haverá de ressuscitar espiritualmente? Apenas aqueles a quem Ele quiser! Ouça o que Jesus disse: “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer” (Jo 5.21).

O mistério da regeneração é este. Todos nascemos mortos espiritualmente e nada podemos fazer quanto a isso. Somente serão regenerados aqueles que Deus mesmo quiser. E isto não é por algum diferencial que Ele tenha visto em alguém, pois todos absolutamente estavam na mesma situação de morte! Ele faz isso em alguns para mostrar neles Sua graça, enquanto deixa de fazer em outros para mostrar Sua justiça.

Veja o versículo inicial que lemos. Diz que foi “segundo o Seu querer” que Ele nos gerou. Não foi pelo nosso querer, pois ninguém quer! Morto não quer nada! E Ele nos gerou pela Palavra da verdade! Não foi por outra coisa, a não ser pelo testemunho da Escritura. Como você sabe se nasceu de novo? Se você admite o testemunho da Palavra já é um bom indicador. Se você recusa o que a Bíblia diz sobre sua morte e incapacidade, então você permanece espiritualmente morto!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 9 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0537 - O CURIOSO MISTÉRIO DA REGENERAÇÃO

 


Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.7).


O artigo 12 dos caps. 3 e 4 dos Cânones de Dort afirma que “a regeneração é uma obra sobrenatural, poderosíssima e, ao mesmo tempo, agradabilíssima, maravilhosa, misteriosa e indizível”. A afirmação nesse artigo está, na verdade, combatendo alguns ensinos errados sobre a regeneração, que dizem que a regeneração é efetuada apenas pela pregação ou um tipo de persuasão moral. Outros dizem que, na regeneração, Deus faz uma parte e ao homem resta outra parte de decidir ser ou não regenerado ou convertido.

Para muitos, o mistério da regeneração está em sua origem. Alguns afirmam erroneamente que o homem deve fazer alguma coisa para nascer de novo e geralmente dizem que ele deve crer para que isso aconteça. Para tais pessoas, o novo nascimento depende de o homem desejar crer. Usam, inclusive, um versículo da fala de Jesus com Nicodemos: “Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.7).

Todavia, esta palavra deve ser observada com cuidado redobrado. Jesus não disse a Nicodemos que ele podia nascer de novo, apenas disse que isso lhe era necessário. Era uma questão de necessidade e não de capacidade. Assim como muitos confundem o que Deus disse a Caim: “eis que o pecado jaz à porta... mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7). Deus não estava dizendo que Caim conseguiria dominar seu pecado. Estava lhe dizendo que ele devia dominá-lo! A NAA traduz isso melhor: “eis que o pecado está à porta, à sua espera... mas é necessário que você o domine”.

Há muitíssimas coisas que nós necessitamos para agradar a Deus e elas estão completamente fora do nosso poder; o domínio humano sobre o pecado é uma delas; a regeneração é outra. Eis aqui o mistério curioso da regeneração. O homem deve nascer de novo, contudo, ele não pode, pois, de acordo com a Palavra, está morto em seus delitos e pecados (Ef 2.1). Um fisicamente morto nada pode fazer no que tange à vida material; menos ainda um espiritualmente morto no que tange às coisas espirituais...

Portanto, é necessário que o ser humano nasça de novo, mas isso lhe é impossível! Por isso, o mistério! Se o próprio Deus não entrar com a ação regeneradora, o homem vai da morte espiritual direto para a morte eterna, sem que possa fazer coisa alguma.

Então, o artigo termina, dizendo: “De acordo com o testemunho da Escritura, inspirada pelo próprio autor dessa obra, a regeneração não é inferior em poder à criação ou a ressurreição dos mortos”. É exatamente assim que a Escritura diz que é o novo nascimento. Paulo diz: “Porque Deus, que disse: ‘Das trevas resplandeça a luz’, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo” (2Co 4.6).

Quem pode trazer luz às trevas? Algum homem pode isso? Somente Deus pode, e Ele o fez em Gn 1.3. Assim como a luz veio por ordem de Deus para iluminar Sua criação física, assim, somente por ordem de Deus pode vir a luz espiritual que ilumina o túmulo do homem morto em seus delitos e pecados para vivificá-lo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 6 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0536 - DERROTADOS PELO SONO DA TRISTEZA

 


Levantando-se da oração, Jesus foi até onde os discípulos estavam, e os encontrou dormindo de tristeza” (Lc 22.45 – NAA).


Lucas é o único evangelista que fala que os discípulos estavam dormindo no jardim do Getsêmani por tristeza. Mateus e Marcos dizem que era porque seus olhos estavam pesados (Mt 26. 43; Mc 14.40). Esta é a maneira que expressamos, nós que não somos médicos. Lucas, entretanto, era médico e ele sabia que havia algo mais naqueles discípulos que os levara ao sono profundo. E era a tristeza.

Ao lermos o Evangelho de João, descobrimos por que eles ficaram tristes. Desde o cap. 13, quando Jesus lavou os pés de Seus discípulos, Ele passa a lhes dar um grande sermão, um sermão pessoal, que inclui a promessa do Espírito Santo como o outro Consolador, a alegoria da Videira verdadeira e suas últimas palavras de despedida antes de, no cap. 17, fazer a maravilhosa oração sacerdotal.

No cap. 16 de João, ao fazer o discurso de despedida, Jesus diz a Seus discípulos que eles ficariam tristes sim, pelo fato de Jesus ter-lhes dito que iria de volta para o lugar e para a Pessoa de onde viera. Ele diz: “Pelo contrário, porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês” (Jo 16.6). Eles não compreendiam totalmente “e diziam: Que vem a ser esse um pouco? Não compreendemos o que ele está dizendo” (Jo 16.18 – NAA).

Apesar de Jesus lhes garantir que sua tristeza seria transformada em alegria (vs. 20,22), eles foram tristes para o jardim da oração. Eles viram a angústia do seu Mestre (Mt 26.37,38; Jo 13.21). Eles nada podiam fazer. Estavam alheios à verdadeira situação e, mesmo que soubessem a fundo, estavam também impotentes para ajudar no que quer que fosse! A tristeza os abateu de tal forma que dormiram.

A psicologia tem diagnosticado casos de depressão que causa sono em excesso, a hipersonia. O momento de tensão que os discípulos viram em seu Senhor, ao invés de tirar-lhes o sono naquela sombria madrugada, causou-lhes sono, sono de tristeza!

Você já parou para se perguntar se sua vida espiritual está em queda livre? Talvez, a princípio você não perceba, mas quando for muito tarde verá que está dormindo espiritualmente, completamente alheio às coisas espirituais, letárgico e indiferente aos seus deveres da fé e num terrível sono. Sabe o que é? Nada mais do que o sono da tristeza, da depressão espiritual, de sua declinação imperceptível e perigosa.

Esteja atento para as situações que exigem total vigilância de sua parte. O momento é de tensão e você não pode dormir. Ainda que haja tristezas e severas depressões espirituais, alerte-se, acorde! Vele com Cristo por umas horas! A hora das trevas está chegando e nós não dormimos como aqueles que pertencem à noite, somos filhos do dia.

Levante-se, resplandeça, porque já vem a sua luz, e a glória do Senhor está raiando sobre você” (Is 60.1 – NAA). “Por isso é que se diz: Desperte, você que está dormindo, levante-se dentre os mortos, e Cristo o iluminará” (Ef 5.14 – NAA).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 5 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0535 - ERA JÓ O ALVO DA IRA DE DEUS?

 


Eu estava tranquilo, mas ele me quebrou em partes; ele também tomou-me pelo pescoço, e me sacudiu em pedaços, e me pôs por seu alvo” (Jó 16.12 – KJF 1611).


A gente fica imaginando um homem do gabarito de Jó. Como o início do livro testemunha, homem “perfeito e íntegro, e alguém que temia a Deus, e afastava-se do mal” (1.1). Como pôde ser possível que ele passasse tudo aquilo? Perdeu bens, filhos, prestígio e a saúde… Para o leitor do livro deste patriarca, não há razão alguma que justifique o que esse homem sofreu, embora muitos erroneamente têm tentado achar um motivo de falha nele, assim como seus amigos naquela época já o faziam.

Ao ler a fala do próprio Jó, ficamos também desconsolados com ele. E chegamos a concordar. Ele estava realmente tranquilo. Deus chegou e o quebrou em partes! Ainda que tenha sido Satanás, sabemos que foi Deus quem lhe deu essa permissão. Não era um homem que blasfemava de Deus. Nem mesmo em seu coração. Vemos no cap. 1.5 que os sacrifícios que ele apresentava a Deus em favor de seus filhos era por medo de que eles tivessem “amaldiçoado a Deus em seus corações”. Os pais de hoje mal se preocupam com o que seus filhos fazem e falam, Jó se preocupava com o que eles pensavam

De fato, Deus parecia um gigante que pegou Jó pela gola da roupa e lhe sacudiu até cair seus pedaços! Ele ficou desfilhado! Isso é arrancar o coração de um pai, de uma mãe… Quando se perde um filho, a angústia é indizível, imagine o que é perder todos (ele tinha dez)… e não um por ano, mas todos de uma só vez! Deus despedaçou Jó, seu moral ficou totalmente sem crédito diante da sociedade na qual ele era como um sábio conselheiro! Realmente, Deus colocou Jó como seu alvo e o atingiu com Suas flechas!

Jó nos lembra o próprio Filho de Deus! Ele foi também quebrado em partes por Deus. Ele foi sacudido em pedaços na cruz! Sabemos que Jó, depois de tudo aquilo, recebeu em dobro e mais que isso, passou a conhecer a Deus não só de ouvir, mas de uma intimidade tal, que era como se seus olhos O vissem (42.5)! Mas Jesus não passou por tudo aquilo para conhecer a Deus, ao contrário, Ele já conhecia a Deus desde a eternidade! O que Ele não conhecia era o pecado (2Co 5.21)! Na cruz, Cristo foi o alvo de Deus, da Sua ira em nosso lugar! Todas as setas inflamadas de Deus que eram para recair sobre nós foram atiradas em Cristo como um alvo!

Nós hoje, somos como aqueles filhos do patriarca, cujo pai intercedia por eles. Cristo ressuscitou e intercede por nós diante do Pai (Rm 8.34). Ele sabe que em nossos corações muitas vezes pecamos e blasfemamos contra Deus. Mas Ele já ofereceu um sacrifício, não muitos, mas um só; não de animais, mas o Seu próprio, para que fôssemos perdoados. Ele conheceu nosso pecado para que nós viéssemos a conhecer a Deus! Hoje Ele nos apresenta diante de Deus e diz: “Contemple a mim e aos filhos que Deus me deu” (Hb 2.13).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 4 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0534 - CONHECENDO O VERDADEIRO EVANGELHO (FÉ EM CRISTO)

 


E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que virão a crer em mim pela palavra deles” (Jo 17.20 – A21).


No entendimento popular, inclusive entre cristãos, há um erro fatal sobre o que significa crer em Cristo para a salvação. A maioria esmagadora pensa que é acreditar que Deus existe. Outros pensam que é crer que Jesus existiu, veio à terra, viveu sem pecado, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, etc. Claro que isso deve ser crido também, porém, esse tipo de fé é apenas um credo, é acreditar no relato bíblico sobre Cristo. A diferença é crer ­­em Cristo e não somente no que é dito sobre Ele.

Quando se diz que sem crer em Cristo não se pode ser salvo, isto significa que o indivíduo precisa admitir que sem a obra que Cristo realizou é impossível que ele seja salvo, mesmo que creia em Deus e tudo mais. Em outras palavras, a fé que salva é o reconhecimento profundo da dependência exclusiva de Cristo, que sem Ele e, somente Ele, a salvação de qualquer um é simplesmente impossível!

Nossa geração é a geração “sabe-tudo”. Todo mundo tem um conceito do que é fé, de quem é Deus, de quem é Cristo, do que é religião, e ainda acha que seu conceito é o correto e infalível, porém, tudo isso é inútil para a salvação. Jogue todos, não somente alguns nem muitos, mas todos os seus conceitos pessoais fora! Eles não servem para absolutamente nada diante de Deus. O que vale é apenas o que Deus diz em Sua Palavra.

Mas como vem a fé? Em primeiro lugar, ela vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Tudo que alguém ouve, que não for a verdadeira Palavra, não pode produzir fé, pelo menos não a verdadeira fé. Em segundo lugar, o ouvinte tem que concordar com aquilo que ouviu. Isso é o convencimento que o Espírito Santo faz em seu coração sobre as palavras do evangelho (Jo 16.8-11). Mas, mesmo que alguém seja convencido, ou concorde com as palavras do evangelho, não quer dizer que já creu em Cristo.

Terceiro, o ouvinte tem que se entregar irrestritamente à Palavra que está ouvindo. Os ouvintes de Pedro, no dia de Pentecostes, perguntaram comovidos: “Que faremos, varões irmãos?” (At 2.37). Não basta ser convencido de que o evangelho é a verdade; é preciso se decidir por ele. Como se dissesse: Agora que entendi, então eu quero isto. Assim, já começa a dar evidências de que realmente creu em Jesus. Mas não é a evidência completa.

Para ter certeza de que realmente creu, é preciso permanecer nesta Palavra. Os gálatas, por exemplo, começaram pelo Espírito e estavam querendo continuar pela carne, ou seja, começaram pelo evangelho e queriam se aperfeiçoar pela lei. Paulo os reprova severamente (Gl 3.3-5). Veja, não era como os gálatas pensavam ou queriam. Era como Paulo os tinha ensinado. Não há espaço para o que “eu acho”, mas somente para o que a Bíblia diz!

Portanto, se o indivíduo reconhece sua falência espiritual por causa do seu pecado e, além disso, reconhece humildemente que só e somente Cristo é sua saída do caminho da destruição, então ele se arrependeu e creu de fato. Se você não diz para alguém que ele deve se arrepender e crer, então você não pregou o evangelho, ainda que tenha falado muito sobre Deus e sobre você mesmo.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 3 de março de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0533 - CONHECENDO O VERDADEIRO EVANGELHO (ARREPENDIMENTO)

 

Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: Arrependei-vos, porque o reino do céu chegou” (Mt 4.17 – A21).


Em meio a tanto tipo de pregação que se passa por evangelho, torna-se urgente que o povo de Deus saiba exatamente o que é o verdadeiro e com ele tenha muita profundidade, a fim de saber separá-lo do falso. O príncipe do engano descobriu uma ótima forma de arrebentar com o verdadeiro evangelho, a saber, acrescentando muita coisa que não pertence a ele, bem como retirando o que é próprio do evangelho.

Para começar, o evangelho fala de arrependimento de pecado. Por que isto? Porque o homem já nasceu no pecado e, dessa forma, se não nascer de novo não pode entrar no reino de Deus (Jo 3.3,5). Em outras palavras, o homem não tem que se arrepender somente dos pecados (plural) que ele comete; ele tem que se arrepender de ter nascido! É porque ele nasceu no pecado (singular), que ele comete pecados (plural).

Se o homem não se arrepende disso e diz que se arrepende só dos pecados que ele cometeu, isso não é o que o verdadeiro evangelho exige. Seria como você tentar matar uma árvore cortando só os galhos. O verdadeiro evangelho vai na raiz da árvore! Se os frutos são ruins (plural) é porque a árvore é ruim desde a raiz (singular). Assim o homem: ele comete pecados (plural) porque nasceu no pecado (singular). É aí que o arrependimento tem que entrar.

Mas o que é o arrependimento? Em primeiro lugar, ele é o reconhecimento dessa situação de pecado que estamos falando. Se o indivíduo não reconhece tal situação de falência espiritual, ele jamais pode se arrepender. Esse é o fator racional. Para haver reconhecimento, tem que haver humildade e isso é uma qualidade que não temos visto mais ultimamente. Numa sociedade de banca, o que mais as pessoas querem é mostrar o que não são. Então, se não se reconhecerem pecadoras, nada feito.

Em segundo lugar, arrependimento é sentir o peso amargo na consciência. Esse é o fator emocional. Veja, não é a pessoa sentir apenas o peso de ter brigado com a mãe; a tristeza de ter mentido para um amigo; o desapontamento de ter traído o cônjuge; é muito mais que isso – é sentir a profunda tristeza de ter nascido em oposição a Deus, que é santo, enquanto nós nascemos pecadores. Devemos raciocinar sobre nossa condição a esse ponto!

Terceiro, o arrependimento deve nos levar humilhados Àquele a quem ofendemos, ou seja, a Deus. Aqui fala da decisão. Devemos nos rastejar sim diante dEle e Lhe suplicar Seu perdão! E mais que isso, devemos reconhecer que não o merecemos! Ele vai dar por causa de Sua graça, mas não merecemos ser perdoados jamais. Mesmo assim, aproxime-se dEle em nome do Filho dEle e peça o perdão da raiz maldita do pecado da qual nascemos.

Por último, para sabermos se nos arrependemos, devemos nos afastar das antigas práticas. Elas nos denunciavam como pecadores. Agora perdoados, devemos ter outras práticas que nos revelem modificados perante o mundo. Mas existe outra coisa que nos mostra o que é o verdadeiro evangelho – a fé em Cristo. Sobre isso, falaremos na próxima parte.

Día tes písteos

Pr. Cleilson