"MARIA MADALENA, NÃO ME DETENHAS": NOSSO RELACIONAMENTO COM JESUS RESSUSCITADO

Quando Jesus ressuscitou fez uma aparição especial a Maria Madalena. Esse episódio é detalhado no capítulo 20 do Evangelho de João do versículo 11 ao 18.

Ali encontramos uns fatos curiosos, por exemplo, por que Maria não reconheceu Jesus, confundindo-O com o jardineiro (v. 15). Pode ser porque estava escuro ainda naquela madrugada, ou pode ser por ceticismo, ou ainda por desgosto - ela chorava, seus olhos estavam marejados. Mesmo a voz de Jesus ela não reconheceu, quando Ele perguntou: "Mulher, por que choras? A quem procuras?" (v. 15). Entretanto, quando Jesus a chama pelo nome (v. 16), ela imediatamente O reconhece e Lhe responde com a maior reverência: "Rabboni", que quer dizer meu grande, ilustre senhor ou mestre (este pronome acontece só mais uma vez no NT, em Mc 10.51, onde o cego de Jericó, Bartimeu [que quer dizer filho de Timeu] reporta-se a Jesus, respondendo à Sua pergunta: "Que queres que Eu te faça?", ele diz: "Mestre [Rabboni], que eu torne a ver").

Outro fato curioso no episódio da aparição de Jesus a Maria na Sua ressurreição é que Jesus lhe ordenou: "Não me detenhas" (v. 17). O que Ele quis dizer com isso? Não é porque Ele havia ressuscitado e estava com o corpo glorificado, pois mais tarde Ele dirá a Tomé para tocá-lO (v. 27). Lemos também em Mt 28.9 que quando Jesus aparece às mulheres que iam aos discípulos, elas abraçam Seus pés e O adoram. Portanto, não é por estar glorificado que Jesus diz a Maria para não Lhe deter (gr. me haptou - "não me toques profundamente, ou não te detenhas em me tocar"). Alguns especialistas acham que o copista errou, que a palavra grega correta seria me ptou, que significa "não temas", como sugerem os demais evangelistas ao escreverem que as mulheres estavam tomadas de medo. Se for este o caso, então o que Jesus quis dizer foi: "Não tenha medo, Maria, ainda estou aqui, não fui para o Pai".

Só que Maria devia entender três coisas:

1) Não seria a última vez que ela veria Jesus. Ele lhe disse que ainda não tinha subido para o Pai. De fato, Jesus ainda passou 40 dias com Seus discípulos depois de ressuscitado (At 1.3). Maria estava afoita;

2) Mas era necessário que Jesus fosse para o Pai a fim de que o Espírito Santo viesse (Jo 16.7) e Maria não podia impedir a ordem das coisas;

3) Não deveria tratá-lO como alguém doente que se recuperou, mas como Senhor e Cristo ressurreto! Seu relacionamento era agora mais transcendente do que quando estava em carne humana.

Por essa atitude de Maria, entendemos que seu objetivo para com Jesus estava completamente errado. Ela O abraçava com intenção de detê-lO, em outras palavras, como se ela dissesse: "Senhor, nunca mais nos abandone!". Mas a repreensão de Jesus fê-la entender o recado!

Estas lições servem para nós hoje. Ainda veremos a Cristo no Seu retorno para buscar Sua igreja. Enquanto isso devemos nos encher do Espírito Santo, que foi enviado para estar com a igreja. E além do mais não podemos querer tratar Jesus como nosso igual, como algumas canções querem nos induzir, pois quando Tomé O viu ressuscitado, sua exclamação foi: "Senhor meu e Deus meu!" (Jo 20.28).

Este é o nosso Senhor e Deus! Não fraco na carne, mas fortalecido em espírito, com corpo sim, mas glorificado e não sujeito às limitações da Queda! Como tal deve ser reconhecido, pois virá em glória e poder!

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson