Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

OS AMIGOS E OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO



Os que entenderam o recado de Jesus são os amigos da cruz de Cristo. Ele disse que quem quisesse ser Seu discípulo deveria negar-se a si mesmo, tomar sua cruz a cada dia e segui-lO. Três coisas significativas para a vida do discípulo de Jesus. Negar a si mesmo é dizer não aos desejos da natureza caída que vivem à flor da pele, exigindo que pequemos; tomar a cruz é se dispor ao sofrimento pelo Evangelho, coisa que ninguém quer ouvir falar hoje, pois estão acostumados a ouvir pregações que bajulam, que endeusam o homem, sermões que fazem “da carne o seu braço” e só ajudam a apartar “o seu coração do Senhor” (Jr 17.5); e seguir a Jesus é ser, viver, falar, andar, sentir como Ele... Jesus disse a Pedro: “Quanto a ti, segue-me” (Jo 21.22b) e Pedro O seguiu, conforme reza a tradição, morrendo crucificado de cabeça para baixo.

Paulo era outro amigo da cruz de Cristo. Pediu que ninguém o incomodasse, porque trazia em seu corpo as marcas de Jesus (Gl 6.17). Sem dúvida alguma, tais marcas eram as cicatrizes do sofrimento que Paulo adquiriu ao longo de seu ministério apostólico, como chicotadas, varadas, apedrejamento e outros suplícios (diferente dos apóstolos de hoje, não?). Ele mesmo relata alguns exemplos em 2Co 11.23-28. Coisas que 99% dos cristãos brasileiros não suportariam sequer a metade! Alhures disse que se alegrava nos sofrimentos e ainda preencheria o que restava das aflições de Cristo, ou seja, mais marcas de Cristo em seu corpo (Cl 1.24)!

E os inimigos da cruz de Cristo? Que marcas têm? As de Cristo? Creio que não! Buscam outras marcas: de finos sapatos, roupas, relógios, carros, instrumentos musicais, sob o pretexto de que “para Deus tem que ter o melhor” (para Deus ou para si mesmos?)... Nada errado em possuir coisas de marca, a questão é o que priorizamos. Paulo fala dos tais em Fp 3.18,19. Eles andavam entre os apóstolos e Paulo chegava a chorar, insistindo aos crentes que tomassem cuidado com eles. Suas qualidades não eram diferentes das dos falsos líderes de hoje: “O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas” (v. 19). Nem precisa explicar este versículo, mas vou indicar o significado de algumas palavras. Quando Paulo fala do ventre, quer dizer qualquer coisa que se refira ao que é essencialmente material e corporal (gr. koilía, estômago); e quando diz que sua glória está na sua infâmia, quer dizer que eles se gloriam exatamente naquilo que traz vergonha ao Evangelho (gr. aischynē, vergonha, torpeza). O que causa escândalo, para eles é motivo de honra!

Alguém pode dizer que a nós não cabe julgar. E eu concordo. Realmente só Deus os julgará, mas é só ler a carta de Judas e 2Pedro 2 que vamos ver que apesar de não podermos julgar, podemos abrir os olhos do povo de Deus.

Ficam algumas perguntas: somos amigos ou inimigos da cruz de Cristo? Que marcas buscamos estampar em nós? Quem é nosso (D)deus ou nossa glória?

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Diálogo nos relacionamentos - Caminho na luz, para liberdade e maturidade


Por: Pr. Wellington Miguel

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e sem Ele, nada do que foi feito se fez.” – Jo 1.1-3 

Antes a terra, estava sem forma e vazia, e havia trevas – Gn 1.2. Toda a natureza criada só veio a existir porque o “Verbo falou”!

Sem o verbo, sem a palavra, sem o diálogo, tudo em nossos relacionamentos fica sem forma, vazio e em trevas. Ninguém se entende, os propósitos ficam obscuros (confusos), não se constrói nada, não se gera nada, não há luz nem direção, não há alegria, nem parceria, nada fica bom e nem muito bom.

Antes da presença do pecado no mundo a palavra era instrumento exclusivo para trazer vida, comunicar vida, transmitir vida. Após a entrada do pecado no mundo através do homem, a palavra também foi sendo usada para promover o inverso daquilo para o qual fora criada. Agora o pecado usa a palavra para tornar as coisas em trevas, sem forma e vazia. A palavra mal utilizada promove esvaziamento de sonhos, de motivações, de forças provocando deformações nos relacionamentos.

A palavra tem poder. O propósito da palavra desde a criação do mundo foi construir, organizar e trazer vida. A palavra existe para comunicar vida. Em 1Jo 1.1 Jesus é chamado de o Verbo (ou Palavra) da vida. Veja, Jesus é o Verbo da vida e não da morte. Jesus comunicava vida. Até a Sua morte traz vida aos que creem.

Jesus é o Verbo de Deus. Ele é a Palavra. Quando Ele falou, o caos se organizou. Quando o Verbo falou, a primeira coisa que surgiu foi a luz Gn 1.3,4. A luz trouxe claridade, compreensão, possibilidade de se ver melhor a situação e, a partir daí, a melhor condição para começar a ordenar as coisas. Colocar tudo no seu devido lugar. Dialogar é lançar luz no problema que quer permanecer obscuro (confuso), sem nenhuma solução. O diálogo expõe o problema, a ferida, o aborrecimento, a insatisfação, o desgosto. E a finalidade não é piorar as coisas, mas dialogar de maneira inteligente e sábia a fim de ordená-las, resolvê-las de maneira construtiva e não destrutiva, encontrando caminhos de solução e cura para que haja restauração da relação que não pode ser interrompida.

A opção pelo silêncio mediante um conflito pode não ser a melhor postura, pois o silêncio pode representar indiferença, falsa paz, fuga da confrontação das ideias, enfim, o silêncio pode representar trevas.

Em 1Jo 1.7 João diz que se andarmos na luz como Deus na luz está, mantemos comunhão. Veja que devemos andar. Andar indica ação, movimento constante. É um movimento na luz. É um modo de ser. Esse andar na luz mantém (sustenta, conserva, cultiva) a comunhão (relacionamento). Lembramos que luz é diálogo compreensivo, é o diálogo que busca entender, respeitar, acolher, compadecer e curar. Que se conclui? Se andarmos no diálogo compreensivo, conservaremos o relacionamento.

O mais importante ainda está por vir. Ainda em 1 Jo 1.7 diz que o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado. O que isso quer dizer? Quer dizer que, no diálogo compreensivo, as pessoas num relacionamento conseguem liberar o perdão um para o outro e, se assim o fazem, eles também recebem o perdão de Deus – Mt 6.14,15. Os íntimos que não se perdoam também não recebem o perdão de Deus.

Andar na luz é expor o problema, o pecado, o erro, não para o apontamento, julgamento e condenação, mas para a libertação, cura, renovação, reconciliação e alegria.

O problema dos nossos problemas é a maneira como lidamos com o problema. Augusto Cury diz que “em muitas ocasiões o problema do doente não é a doença do doente, mas o próprio doente”, o problema do doente é a maneira como ele lida com a doença. Ciro Lima e Iara Diniz no seu livro “Edificando um novo Lar” afirmam que “os conflitos são desafios para um crescimento a dois”.

O diálogo precisa ser um trânsito livre e uma pista de mão-dupla. Andar na luz significa liberdade para falar e saber que serei ouvido, compreendido, aceito. Em alguns momentos de diálogo entre um casal, um mal começou a falar, o outro imediatamente interrompe como se já soubesse o que vai ser falado. Isso reprime, desrespeita e priva o outro do seu direito. O direito de expressão (confissão). Talvez o outro não vai ouvir porque tem medo de ser denunciado. Qual é o problema? Ninguém nasceu pronto para a vida. O diálogo é a oportunidade de me conhecer através do o outro.

No diálogo, o outro se torna um espelho. Ele começa a dizer como estou, como sou, como falo, como me comporto. E aquilo começa a incomodar. Ótimo! Ótimo? É ótimo! Você está se conhecendo. Você é exatamente o que ele ou ela está dizendo. O diálogo é maravilhoso. Ele é libertador. A liberdade está no conhecimento de mim mesmo a partir do outro. E então? Então, continue ouvindo! Porém o espelho não tem só a função de demonstrar o que está desagradando. O espelho também mostra o que melhorou.

O diálogo é também uma ótima maneira de celebrar e comemorar. O diálogo celebra as melhoras, as mudanças, o crescimento, ainda que sejam pequenos. O diálogo faz festa sem gastar um centavo, alegra mais do que o vinho e sustenta mais do que o alimento festivo.

Como disse, o diálogo precisa ser um trânsito livre. Não congestione, deixe o outro falar, ouça, observe, pense, ore no seu espírito, reconheça, por mais simples que seja o que se fala, pois nenhuma ideia que está sendo expressa em palavras é inútil. O que está sendo falado tem fundamento, tem uma razão. Até um louco quando fala, ele tem uma razão, um “porquê” interessante e que merece atenção, não despreze nenhum pensamento, nenhuma fala. Depois de ouvir tudo o que foi dito e, depois de ter valorizado, agora é a hora da pista de mão-dupla. Pois, por outro lado, tem gente que só quer falar, e o pior, quer ter a razão em tudo. A pista de mão-dupla quer dizer que vou falar, mas também vou ouvir. Então se prepare. Prepare-se, pois, talvez você não receberá aprovação em tudo o que foi falado, mas ouça, observe, pense, ore no espírito, reconheça. Afinal de contas estamos aprendendo. Diálogo é isso: ser pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar –Tg 1.19. Esse é o caminho para a maturidade do diálogo nos relacionamentos.

Há poder em suas palavras, poder para trazer à existência o que não existe, poder para fazer renascer sonhos, poder de valorizar o que está desvalorizado, poder para declarar a cura, poder para abrir os olhos, os ouvidos e a mente, poder de libertar, poder de fazer coisas que nem mesmo aquele que fala pode imaginar. Então, fale, dialogue, edifique, construa, organize e desfrute.

“A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto” - Pv 18.21

Soli Deo Gloria

Pr. Wellington Miguel

Fone: (31) 3661-9102/(31) 8814-3635 – e-mail: wellibete@yahoo.com.br

Pr. Wellington Miguel é pastor
na IMVC da cidade de Esmeraldas/MG
e pós-graduado em Teologia na área
de Aconselhamento

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A SOBERBA E SUAS DEVASTADORAS CONSEQUÊNCIAS! MEDITAÇÃO EM 2SAMUEL 24


Davi pecou contra o Senhor quando mandou Joabe contar o número de seu exército. O sentido deste censo nada mais era senão a soberba entrando no coração do rei. Mera coincidência quando, em nossos dias temos a tentação de enumerar os membros das nossas igrejas? Quando a soberba entra no coração do homem, ele se torna autoconfiante, independente, sobe à sua cabeça aquele sentimento de superioridade. Um milhão e trezentos mil soldados capazes faria o coração de qualquer rei se inchar (calma, pastores... não estamos falando de membros...)! Era a apoteose do reino de Israel e Davi era o protagonista disso!

Bem, Davi reconheceu seu erro antes que a praga viesse sobre o povo de Israel, mesmo assim, parece que ele teria que presenciar o custo de sua altivez: o tombo de 70 mil homens do povo! Quase 5% do número de seu exército!

Deus havia dado uma escolha em três para Davi:

a) Ou 7 anos de fome sobre a terra;
b) Ou 3 meses fugindo de seus inimigos;
c) Ou 3 dias de peste na terra.

Ora, a mim não me parece que Davi tenha pensado logo na misericórdia de Deus, sem antes pensar um pouco nas consequências de cada uma das propostas, mais em relação a si mesmo do que em relação ao povo - acredito que ainda imperava soberba no coração dele.

Sete anos de fome trariam uma desgraça para o seu reino (lembre-se dos 7 anos de fome que houve no Egito na época de José). Apesar de não viver no luxo de Salomão, Davi era rei e, querendo ou não, vivia dos impostos do povo. Numa terra devastada pela fome, como subsistiria seu reino?

Três meses fugindo de seus inimigos seria para Davi um vexame, visto que jamais perdera uma batalha! Como ficaria seu renome de valente rei guerreiro? Como ficaria a fama daquele que quando menino matou um gigante sozinho?

Resta-lhe a escolha dos três dias de peste. Agora sim, Davi estava "pronto" para clamar pela misericórdia! Por que não citou a fome de 7 anos como coisa das "mãos de Deus"? Ele estava preocupado com as "mãos dos homens" (v. 14)! Das 3 opções acima, apenas a opção b) estava relacionada à "mão dos homens"! As opções a) e c) estavam relacionadas à "mão de Deus"! Mesmo assim, Davi associa apenas a letra c) à mão de Deus.

Agora ele invoca a misericórdia do Senhor a fim de que ele mesmo não seja atingido pela praga! Observe que no v. 16, quando o Anjo do Senhor estende Sua mão para destruir Jerusalém (lugar onde Davi estava!), então o Senhor Se arrepende e diz ao Anjo: "Basta, retira a mão"! Só depois de ter visto o estrago que fez é que Davi se compadece do povo e pede que a justiça seja sobre si e sobre a sua família. Lembrou-se do seu próprio salmo (23) e chamou o povo de "ovelhas" (v. 17)...

O que tenho a dizer? A soberba (principalmente em contagens numéricas) já se alastrou no meio da igreja. No caso de Davi foi, digamos, um momento de descuido. Todavia em nossos dias não se trata de descuido, mas de uma deliberada afronta ao Senhor da igreja. Pessoas estão brilhando, ao invés de Jesus. Ele é a luz do mundo (nós também somos, só que luz derivada - só Ele tem luz própria!) e é Ele quem deve brilhar. Os soberbos de nossos dias não imaginam o quanto estão estragando e matando com praga e peste! Igrejas devem crescer, sim. Porém devem reproduzir-se e não inchar. O inchaço é consequência do orgulho.

Tenho saudade dos tempos em que as igrejas se multiplicavam... hoje elas se agigantam. Oro para que voltemos ao  tempo em que os pastores arrebanhavam menos pessoas e suas igrejas se multiplicavam, multiplicando também o número de pastores. Precisamos disso, mais pastores preparados para pequenas igrejas que se reproduzem. Não precisamos de apóstolos, patriarcas e outros títulos que enobrecem o pecado do orgulho com suas megaigrejas que mais parecem disputa, concorrência à oitava maravilha do mundo! Tenho certeza que não foi isso que Jesus ensinou, nem projetou. Veja o que Ele diz à igreja de Laodiceia: "Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu" (Ap 3.18 - NVI). A soberba é nojenta e Jesus vai vomitar da Sua boca essa que se diz igreja, sem todavia ser.

De fato, dá nojo escutar a conversa dos soberbos. Suas conversas giram em torno de conqui$ta$, número de membro$, o quanto con$eguem arrecadar com dízimo$ e oferta$, carrõe$, megaigreja$, $uce$$o... Coloquei de propósito esses cifrões para dizer que seja qual for a conversa dos arrogantes, sempre tem dinheiro ou intenção de lucro no meio! É de vomitar mesmo!

Vou parar por aqui, porque se for continuar, esse vai ser o maior artigo do Teolatria. Porém quero deixar a mensagem final.

Em face do arrependimento de Davi, Deus providenciou um meio de livrar Seu povo. Enviou o profeta Gade, o qual orientou o rei a levantar um altar ao Senhor (v. 18). Davi obedece prontamente. Aqui começa a cair o orgulho do rei de Israel. Observe que foi Deus mesmo quem procurou Davi. Deus é assim, sempre procurando uma forma de reconciliar consigo os pecadores!

Davi foi à eira de Araúna (ou Ornã), o jebuseu e ofereceu comprar aquela eira. Sendo homem de reverente temor, Araúna  quis doar a Davi tanto a eira como os animais para o sacrifício. Então Davi disse a famosa frase: "Não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me custem nada" (v. 24). Agora o rei sabia o quanto custou o seu pecado de orgulho. Pagou o devido preço, edificou um altar, ofereceu holocaustos ao Senhor e a praga cessou, diz a Palavra!

Já perceberam que os soberbos de hoje usam as palavras de Davi a seu bel-prazer, a fim de extorquir dos leigos até o que lhes resta de dinheiro? Berram dos púlpitos: "Irmãos, vocês têm que oferecer ao Senhor algo que lhes custe"! E com isto levam as pessoas a dar mais do que podem! A sua presunção é tão grande que eles não prestam atenção no contexto e veem que foi Davi quem teve que tirar do bolso. Foi o orgulhoso que teve que se humilhar, foi o arrogante que teve que ofertar. Se esses falsos profetas quisessem mesmo se arrepender fariam como Zaqueu, que devolveria quatro vezes mais àqueles a quem teria defraudado!

Palavra final: ATENÇÃO soberbos e arrogantes líderes do povo de Deus! A praga que vocês estão fazendo para destruir o povo de Deus se voltará contra vocês mesmos! ARREPENDAM-SE agora, ou a mão de Deus cairá sobre vocês sem misericórdia!

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

SINAIS LEVAM A CRER?


"Estando Ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que Ele fazia, creram no Seu nome; mas o próprio Jesus não Se confiava a eles, porque os conhecia a todos. E não precisava de que alguém Lhe desse testemunho a respeito do homem, porque Ele mesmo sabia o que era a natureza humana". (João 2.23-25).

Diante de tanta ênfase dada aos sinais e milagres hoje em dia no meio evangélico surge a pergunta: será que tais sinais levam as pessoas a crer? Se sim, sua fé é perseverante? Digamos sim a estas perguntas. O problema nem está nos sinais e milagres, mas na importância que se dá a eles. Quando um milagre acontece e uma pessoa crê por meio dele deve ser dito a tal pessoa sobre Aquele que operou o milagre e Sua grande obra realizada na cruz para a salvação da alma do indivíduo. Nesse caso se tornará claro se essa pessoa seguirá a Jesus ou não. Algumas ficam maravilhadas com Jesus e O seguem. Outras (quase maioria) não querem saber dEle e vão embora, já que receberam o que precisavam. Que o digam os 9 leprosos...

Entretanto, o que nós encontramos em nossos dias são pessoas dando ênfase à cura, aos milagres, aos sinais e maravilhas, se esquecendo de Jesus. Não estou dizendo que tais pessoas não falem sobre Jesus. O que digo é que aquilo que falam sobre Jesus é, no mínimo, incompleto, quando não mentem. Não falam sobre quem Ele é, apenas sobre o que Ele faz. Reduzem Jesus a um simples operador de milagres para ver se alcançam mais seguidores. Deixam os sinais como um fim e não como um meio, o que na verdade são. Levam multidões à busca dos milagres e não à busca de Cristo.

Alguns continuam seguindo a Cristo, mas a pergunta surge de novo: seguem-nO para obter novos milagres? Se Ele nunca mais realizar um milagre em seu favor, continuarão a Lhe seguir?

O interessante é que nesse texto de João 2.23-25, apesar de muitos crerem no Seu nome, Jesus não Se confiava a eles. Podem até crer, mas está na cara que não vão seguir. Os milagres podem servir para auxiliar a fé de alguém, mas não quer dizer que todos crerão por causa dos milagres. Outro exemplo disso está no capítulo 6 de João. Jesus havia acabado de multiplicar os pães para aquela multidão, e no outro dia, ao seguirem Jesus pela orla do mar, ao encontrarem-nO, Lhe perguntaram: "Que sinais Tu fazes para que creiamos em Ti?" (v.30). É mole? Jesus tinha enchido a pança daquele povo no dia anterior e eles estavam atrás de novos sinais... Incrível como a curiosidade humana é insaciável! Faraó é um bom exemplo de como os ateus não se converteriam, mesmo se Deus começasse a operar um milagre atrás do outro.

Aos pregadores só resta pregar a Cristo como salvação única para os pecadores. Nada mais do que o simples Evangelho de Nosso Senhor. Deus pode realizar Seus sinais através das nossas vidas, entretanto, não demos ênfase a isto, pois só estaríamos atraindo seguidores de sinais e não de Cristo.

Aos que receberam algum milagre das mãos de Jesus, que entendam de uma vez por todas que isto é apenas um dos vários meios que Ele tem para nos aproximar dEle. Não pare no sinal. Siga para Cristo. Ele é o alvo.

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

FILHOS PRÓDIGOS DENTRO DE CASA


Há muitas pregações acerca do filho pródigo que saiu de casa, enquanto pouco se fala do filho pródigo que ficou dentro de casa. A verdade é que aquele pai tinha dois filhos perdidos...

Se olharmos para dentro do nosso meio veremos talvez uma cópia do que existe lá fora. Crentes imitando mundanos em vários aspectos: falam como mundanos (lembre-se de que Pedro foi reconhecido por falar como Jesus), agem como mundanos, talvez no objetivo de serem bem recebidos pelo mundo, cantam como o mundo, usam gírias como o mundo (e usam o texto de Paulo “fiz-me fraco para com os fracos”, porém acabam se tornando fracos...), trajam-se como o mundo, ora com sensualismo, ora imitando “tribos”, discriminam e conceituam como o mundo, às vezes considerando normal o que é pecado, às vezes fazendo acepção de pessoas com vistas à sua posição social ou econômica, enfim, não podemos negar que temos muitos filhos perdidos dentro de casa!

A característica mais marcante daquele filho perdido dentro de casa da parábola que Jesus contou em Lucas 15 é o seu ressentimento quando viu a festa que seu pai fez por causa da volta de seu irmão. E geralmente é bem assim. Quando pessoas que estão fracas voltam para a igreja, nem todos se alegram com isso. Ficam com o coração amargurado, enciumados, desejosos de que a justiça e não a misericórdia caia sobre seu irmão! Quando o pastor visita os enfraquecidos e afastados, os perdidos de dentro de casa reclamam: “Nós que estamos na igreja não recebemos visita, não se festeja nossa fidelidade, mas fulano, que nem aparece, quando vem recebe honras”. A esse tipo de queixa, o pai da parábola responde: “Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos” (Lc 15.32a). Era preciso! É preciso que aprendamos a nos alegrar com o resgate dos perdidos! É preciso que aprendamos que a herança do Pai é nossa e que podemos desfrutar dela! É preciso não apenas chorar com os que choram, mas nos alegrarmos com os que se alegram! Tudo isso é preciso, por quê?

Três parábolas são contadas no capítulo 15 de Lucas: a da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho perdido. E três palavras-chave são claras nas três parábolas: “perdido”, “achado” e “alegria”. A moral aqui é a seguinte: “Quem é que, tendo perdido algo de valor, ao achar, não se alegra”? Todavia não se vê no texto que as 99 ovelhas tenham ficado com raiva porque a outra voltou ao redil, nem tampouco se lê que houve contenda entre as 9 dracmas por causa daquela que foi achada, mas quando se trata de seres humanos, aí vem o problema. Vivem dentro de casa como se vivessem lá fora, depois se amarguram porque o de fora voltou... 

Aos que saíram, o convite está aberto: voltem para a casa do Pai. Aos que estão dentro, o alerta: não se percam dentro da casa do Pai.

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ESCREVER É UM MEIO DE GRAÇA...


Por: Pr. Wellington Miguel 

Sobre a leitura, John Stott afirmou em seu último livro: “Pois esse é um meio de graça muito negligenciado” (O discípulo radical).

Sobre a arte de escrever digo o mesmo. Escrever é falar em silêncio. Recentemente, tenho me dedicado a escrever cartas. Sinto-me feliz quando, algum tempo depois, a pessoa a quem escrevi diz: “Como foram importantes aquelas palavras”. Escrever é um meio de graça. O mestre dos gentios, apóstolo Paulo, usou esse meio de graça em seu ministério. Através da escrita, Paulo apascentou, aconselhou, advertiu, encorajou, instruiu, enfim, deixou marcas profundas na alma de seus leitores. Nós, por exemplo, ficamos encantados, impactados. Lemos e relemos constantemente seus escritos. A cada leitura algo novo nos é permitido aprender. E assim, anos se passam e aqueles textos marcam nossos caminhos, somos por eles conduzidos. 

Lembro-me de um amigo que discipulei através de cartas quando tinha 20 anos. Dez anos depois nos reencontramos e, numa refeição em sua casa, ele colocou diante de mim uma pasta, logo comecei a folheá-la, e, lá estavam elas, as cartas que havia escrito. Fiquei admirado pelo carinho, mas muito mais pelo resultado que essas cartas produziram em sua vida. 

Escrever nos mantém vivos, pelo menos por um bom tempo. Ainda mortos podemos falar. É uma maneira de manter viva nossa memória, nosso pensamento, de sermos úteis, pois não há nada mais precioso neste mundo do que ser útil, prestar serviços, contribuir para o crescimento, para a libertação, para o aprendizado, enfim, encaminhar outros à sabedoria.

Escrever é um exercício de liberdade, liberdade dos pensamentos, liberdade do ser. Escrever é desfrutar a dádiva de traduzir em letras o que a complexidade dos nossos pensamentos produziu. Não importa a simplicidade com que se escreva, é uma dádiva.

Apesar dos meus limites e imaturidade, ouso-me a fazer isso: escrever-lhes. Penso que de alguma forma posso servir-los, apesar de que o Pr. Cleilson está arriscando em permitir que isso aconteça, no entanto, já que permite, eu o farei. Farei com prazer.

Soli Deo Gloria

Pr. Wellington Miguel
Pr. Wellington Miguel é pastor da Igreja Missionária Volta de Cristo na cidade de Esmeraldas/MG, pós-graduado em Teologia na área de Aconselhamento e será colaborador do Teolatria, trazendo artigos edificantes para nossa vida.









terça-feira, 9 de agosto de 2011

O CONVITE DE FILIPE: UM CONVITE DE FÉ

Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê. 
(João 1.46)


Um dia depois de ter chamado André e Pedro para Lhe seguirem, Jesus parte para a Galileia e encontra a Filipe a quem diz: "Segue-Me". Filipe encontra-se com Natanael (o mesmo Bartolomeu) e dá testemunho de que Jesus era o Messias, e que eles O haviam encontrado. Porém quando Natanael ouve dizer que este homem era de Nazaré (pequena povoação da Galileia e sem nenhuma importância na época), ele desdenha.

Engraçado que Natanael era, provavelmente da cidade de Betsaida, a mesma cidade de Filipe, André e Pedro. E Betsaida estava localizada ao norte do mar da Galileia, perto da desembocadura do Jordão nesse mar. Portanto, não era somente Nazaré que era uma cidade desprezada. Qualquer cidade do norte, pertencente à Galileia também era. Os judeus do sul não se davam bem com o pessoal da Galileia. Parece que Natanael estava seguindo a linha geral do senso comum do povo da Judeia. Eles menosprezavam os habitantes do norte. Observe, por exemplo, em João 7.52 como os fariseus desdenham a Galileia, afirmando que dali nunca se levantara um profeta! Entretanto em 2Reis 14.25 vemos que o profeta Jonas era de Gate-Hefer, a qual os comentaristas localizam como sendo na mesma região da Galileia.

Filipe poderia ter argumentado com Natanael nos termos de antipatriotismo, mas ele não o fez. "Cara, você deveria honrar nossas cidades do norte, mas você fala como um dos moradores da Judeia, desprezando nossas cidades". Entretanto, Filipe faz um convite de fé para seu amigo. Ele diz: Vem e vê!

Esse é de fato um convite de fé. Poderia ter dito: "Vê e vem", como para justificar se valeria a pena seguir a Jesus. Poderia ter dito: "Experimenta. Depois, se gostares, segue-O!", mas não! Ele o convida para seguir antes de conhecer. Vem primeiro, depois tu verás o que se pode justificar tua vinda!

Jesus impressiona Natanael quando este resolve ir. "Aqui está um verdadeiro israelita, em quem não há dolo", disse Jesus para ele. Quando o diálogo se desenvolve, Natanael percebe que Jesus é o "Filho de Deus" (um apelativo messiânico). Jesus havia dito a ele que o tinha visto debaixo da figueira antes de Filipe lhe chamar! O homem ficou impressionado! Agora que ele "veio", ele estava "vendo"! Exatamente como Filipe lhe havia dito: "Vem e vê"!

Mas coisas maiores que isso eles estavam por ver. Nós também.

E você, veio para Jesus porque viu, ou viu porque veio antes? Como respondeu ao convite de fé? Ou fomos como a maioria hoje, querem primeiro ver o que Jesus pode fazer por eles, para depois decidirem se querem segui-lO?...

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

OS PASTORES FORAM CHAMADOS PARA ZELAR DA NOIVA DE CRISTO (2CO 11.2-4)


O Noivo da Igreja é Cristo. Ele mesmo a purifica "por meio da lavagem de água pela palavra" (Ef 5.26), como já havia dito a Seus discípulos: "Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado" (Jo 15.3). Entretanto, Jesus prepara Sua igreja mediante os pastores, os líderes responsáveis, como Paulo, de zelar pela noiva do Senhor Jesus (2Co 11.2). Assim como João Batista foi o "amigo do noivo" (Jo 3.29), que indicava as pessoas a Cristo em Sua 1ª vinda, assim os pastores são também aqueles que cuidam da noiva do Senhor Jesus, a fim de que ela esteja devidamente preparada para ser apresentada como virgem pura a seu Esposo, Cristo, na Sua 2ª vinda.

Essa tarefa é de grande responsabilidade. Nem todos os que fazem parte de uma igreja local, por exemplo, gostam de ser "zelados" por seus pastores. Alguns preferem ser pastores de si mesmos, outros nem entendem o que significa submissão e, portanto, são insubmissos, outros não gostam de ser cobrados por alguma tarefa do reino de Deus, ainda outros dizem que não devem satisfação de sua vida para pastor, outra turma se ofende quando se aplica a correção... ufa! Não quero multiplicar os exemplos. Apenas deixar claro que a responsabilidade de zelar da noiva de Cristo não é fácil!

O meio principal do apóstolo Paulo para cuidar da igreja de Cristo era a palavra. O receio que ele tinha era de que a igreja fosse enganada, como Eva foi pela serpente. Aqui fica claro que o principal papel do líder de uma igreja local é zelar pela verdade, a fim de que as pessoas a quem ele pastoreia sejam despertadas para o discernimento entre a verdade e o engano, uma vez que um dos principais papéis do diabo é o papel de enganador. Uma igreja que discerne bem entre a sã doutrina e a heresia será uma igreja muito mais preservada de se apartar "da simplicidade e pureza devidas a Cristo".

Agora vem a parte que me deixa chocado. Os que têm a responsabilidade de zelar pela noiva de Jesus estão trabalhando para o lado oposto, para Satanás mesmo! Quero dizer que há muitos pastores que pregam "outro Jesus que não temos pregado". Ao invés da serpente ter o trabalho de corromper as mentes de muitos na igreja, muitos pastores é que têm feito esse trabalho! Quem deveria proteger a noiva do Cordeiro a está contaminando! Mentem nos púlpitos descaradamente, pregam palavras de autoestima para comover os crentes a lhe darem ofertas (pois dificilmente darão oferta para os que falam a verdade, os que chamam à responsabilidade!), abusam do poder eclesiástico, deixam a igreja viver como quer, não aplicam disciplina, quando aplicam, o fazem injustamente, não visitam as pessoas em suas necessidades, quando visitam, o fazem para obter lucros, são desonestos com as finanças de sua igreja (por isso tanta gente que não suporta ouvir falar de igreja e muito menos de pastor), são desonestos com sua família, com a Palavra de Deus... ufa! Não vou multiplicar os exemplos. Só quero demonstrar que não está fácil encontrar pastores que zelam da noiva do Senhor Jesus!

Paulo disse que zelava da igreja não com seu próprio zelo, mas com o zelo de Deus! Aquele mesmo Deus zeloso de Êxodo 34.14: "Porque não adorarás a nenhum outro deus; pois o Senhor, cujo nome é Zeloso, é Deus zeloso". Deus tem um zelo especial por aquilo que é Seu. Por isso, a obrigação dos líderes é lutar para que a igreja que está sob seus cuidados seja uma igreja pura, que não flerta com o mundo e suas tentações. Os pastores devem ter o zelo de Deus em seu coração. Talvez, no seu próprio zelo, eles venha a falhar, mas se tiverem o zelo de Deus, certamente obterão êxito em preparar a noiva para o seu Noivo, apresentando-a pura, como uma virgem para seu marido.

Que grandiosa responsabilidade nós temos! Nem todos que estão sendo zelados entendem, como disse Paulo, eles recebiam melhor um lobo do que um verdadeiro pastor! Por outro lado, nem todos os pastores estão zelando, são mercenários, pensam mais no lucro do que na proteção das ovelhas! É por isso que Deus promete em Jeremias 3.15: "e vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com conhecimento e com inteligência"

Bem-aventurados são os pastores que zelarem pela noiva de Cristo, e felizes são aqueles que têm um pastor que zela por eles...

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson