quinta-feira, 27 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0687 - MURMURAÇÃO E PROVISÃO

 


Disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão” (Êx 16.3).


A natureza humana caída é realmente ingrata. Apenas 45 dias que o povo de Israel havia saído livre da escravidão no Egito e já reclamava que seria melhor ter morrido no Egito, uma vez que lá havia carne e pão com fartura, o que era uma grande mentira. Escravos não eram bem tratados na antiguidade, principalmente por nações pagãs.

Diante na ingratidão, Deus resolveu suprir Seu povo de um modo miraculoso, a saber, pão que chovia do céu (v. 4). Porém, haveria regras para a colheita daquele maná para alimentar a família. Haveria uma quantidade a ser colhida por número de pessoas na casa (v. 16). Não sobraria nem faltaria (v. 18).

Outra regra era que eles não deveriam colher para mais, ou seja, para o dia seguinte (v. 19). No entanto, os rebeldes desobedeceram a esta regra (v. 20). Resultado: cheirou mal e deu bichos. A lição aqui é que não devemos confiar no alimento de amanhã e sim no “pão nosso de cada dia” que nos é dado “hoje” (Mt 6.11). Os pagãos é que se preocupam com o futuro.

Ainda mais um preceito sobre o maná era que, no sexto dia, eles deveriam sim, colher uma porção dobrada, o suficiente para dois dias, visto que no sábado, eles não poderiam colher, por ser o dia de descanso (vs. 22-26). Assim acontecia e o maná, milagrosamente, não cheirava mal nem dava bichos! O ensino aqui é que quem nos sustenta é Deus e nossa adoração a Ele deve estar acima de nossas preocupações com o trabalho do cotidiano!

Mas os rebeldes, mais uma vez desobedeceram. Eles deixaram de colher uma porção dupla no sexto dia... Resultado: foram colher no sábado e nada encontraram (v. 27)! O Senhor os repreendeu por causa da desobediência: “Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis? Considerai que o Senhor vos deu o sábado; por isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias; cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia” (vs. 28,29).

Entretanto, todos estes que comeram o pão do céu, apesar de terem saciado sua fome, mesmo assim morreram (Jo 6.49). Mas o verdadeiro Pão do Céu, a saber, Jesus Cristo, este sim, veio para dar a vida eterna (Jo 6.50,51)! Todo aquele que dEle se alimentar, isto é, tiver profunda comunhão com Ele, terá a vida eterna!

Não deixe a murmuração tomar conta de sua boca. Deus libertou você do mundo e te sustenta com o Pão da Vida até que você chegue à pátria celestial. Ele é o mesmo que provê alimento físico para o nosso sustento corporal, como também o que nos providenciou o Pão que satisfaz a fome espiritual. Toda vez que você comer algo para se alimentar, lembre-se de Jesus, que sustenta você muito mais do que o pão, e então glorifique a Deus por ambas as provisões.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0686 - NÃO SE CASE COM INCRÉDULOS!

 


Vi também, naqueles dias, que judeus haviam casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas” (Ne 13.23).


O relacionamento conjugal é um dos temas mais debatidos, distorcidos, atacados, invertidos e profanados dos nossos dias. O conceito do mundo de nossa época é que existem várias formas de amar. Com base nessa afirmação, a sociedade usurpou para si a instituição do casamento (uma vez que o matrimônio foi instituído por Deus) e a tornou tão destruída quanto seus próprios conceitos, violando o conceito divino. Afinal quem inventou o casamento é que é o único que pode realmente dizer como ele deve ser.

Quando Deus separou Israel para ser Seu povo na antiga aliança, Deus fez isso como um modelo, para o povo que Ele sempre teve em mente, que é Sua igreja. Israel foi apenas um protótipo, um apontamento. Ao proibir Seu povo de se casar com pessoas de nações estrangeiras, Deus não estava sendo xenófobo ou nazista, tentando manter uma raça nacional pura. Deus estava querendo preservar Seu povo de entrar nos pecados de idolatria e todo paganismo que aquelas nações praticavam. Salomão caiu exatamente nesse pecado, disse Neemias (v. 26).

De alguma forma, Deus queria manter a pureza sim, do Seu povo, porém a pureza espiritual. Entretanto, esses ensinos eram pedagógicos, isto é, eles estavam no nível do entendimento dos judeus. Somente assim, eles poderiam entender algo sobre a santidade de Deus, nessa separação nacionalista. Mas não havia segregação nisto, uma vez que o próprio Moisés se casara com uma estrangeira, uma mulher cuxita (Nm 12.1).

Na nova aliança, embora não haja qualquer proibição de se casar com qualquer raça, o princípio permanece, a saber, que não se case crente com não crente (2Co 6.14). A manutenção da pureza e da guarda dos princípios divinos está com a igreja e o apóstolo Paulo diz que os crentes não devem abrir mão deles. A igreja é coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15).

O casamento cristão é heteronormativo, monogâmico, indissolúvel e realizado entre crentes em Jesus. Qualquer junção fora desta determinação bíblica é pecado inaceitável diante de Deus. A igreja não tem autorização para mudar qualquer princípio divino que seja. O mundo também não tem, mas a sociedade sem Deus faz isso, desafia a Deus. Por ora, Ele tem deixado, muito embora tenha também demonstrado a ruína decadente em que o mundo está escorregando, não obstante os incrédulos não percebam.

Jovens crentes não devem se casar com não crentes. Não devem também usar a desculpa de que vão se relacionar para trazer estas pessoas a Cristo, pois o meio pelo qual se traz alguém a Cristo é pela pregação do evangelho e não por namoro. Não está escrito “ide por todo mundo e namorai”, mas sim, “pregai o evangelho” (Mc 16.15). Quando se usa essa “estratégia”, o que mais acontece é o crente se desviar e não o incrédulo se converter.

Não engula o conceito do mundo, de que casamento é coisa de foro íntimo. Não é. Gostar de alguém pode ser, mas o casamento é bem objetivo, ele veio de Deus e somente Deus pode determinar como ele deve ser.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 25 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0685 - MEU MALDITO CADÁVER!

 


Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6.6).


A santificação é uma doutrina prática. Quando falamos em santificação, não podemos falar apenas sobre seu conceito, suas características, essas coisas que são importantes sim, mas são apenas teóricas sobre o assunto, uma vez que a santificação é um exercício espiritual. É necessário sim, saber sobre seus detalhes, mas é muito mais produtivo vivenciar. É como natação, não se pode aprender a nadar só por informação. É preciso entrar na água.

Como a santificação é uma exigência de Deus para o Seu povo (1Pe 1.16), ficar apenas no campo do debate e da definição acerca dela é um perigo enorme. É certo que precisamos aprender sobre ela, porém, como ela é de cunho prático, quanto mais aprendemos, mais aumenta nossa responsabilidade em desenvolvê-la.

Aqueles que receberam o conhecimento não podem fingir que isto é o suficiente para viver sua vida espiritual. O próprio conhecimento que recebemos nos diz que não é o suficiente. Ele mostra o que falta em nós para realmente vivermos uma vida que agrada a Deus. Viver fora disso é flertar com a destruição. O conhecimento bíblico deve nos levar ao desejo de obter; o desejo deve nos levar à busca; e quem busca, encontra, disse Jesus (Mt 7.8).

O cristão é o único neste mundo que carrega duas naturezas. A de Adão e a de Cristo dentro de si. Ambas vivem em conflito, diz Paulo, porque elas desejam coisas diferentes (Gl 5.17). Alguém já comparou a vida cristã como aquele rei antigo que condenava seus prisioneiros de guerra a andarem algemados a cadáveres da guerra até que entrassem em decomposição. Sua sentença era arrastar aquele defunto até que ele se despedaçasse totalmente podre.

A velha criatura está em nós, algemada como um cadáver. E o apóstolo nos diz que ela caminha para a decomposição (Ef 4.22). O problema é que ela tem suas vontades e tais vontades nos agradam. Ela não morre imediatamente assim que cremos... Quanto mais atendemos a seus desejos no pecado, tanto mais teremos o que se chama de “acomodação olfativa” que é quando você se acostuma ao mau cheiro e não o sente mais.

Porém, quanto mais nos santificamos, mais sentiremos o mau cheiro da velha criatura, que se apodrece a cada dia e mais desejaremos nos “livrar do corpo desta morte” (Rm 7.24)! Paulo diz “graças a Deus por Jesus Cristo” (Rm 7.25). Por quê? Porque se as misericórdias de Deus não têm fim sobre nós, é porque naquela cruz a ira de Deus sobre Seu Filho também não teve fim!

Hoje podemos contar com o perdão infinito de Deus, porque Sua vingança dos nossos pecados sobre Cristo também foi infinita! Foi um castigo sem fim, para que tivéssemos graça sem fim! Isso quer dizer que podemos pecar à vontade? Se você atende sempre aos desejos do cadáver que está algemado a você, então você é o cadáver – não nasceu de novo! Mas se você atende aos desejos santos da nova criatura e, por vezes, é derrubado pelo peso desse maldito defunto, então sua liberdade da glória dos filhos de Deus está garantida por Cristo Jesus nosso Senhor!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0684 - SEGUINDO JESUS DE LONGE...

 


Então, prendendo-o, o levaram e o introduziram na casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe” (Lc 22.54).


Durante o ministério terreno de Jesus, Ele teve todo tipo de seguidor. Ele teve a multidão, que O seguia por causa dos sinais que Ele fazia; Ele teve curiosos, como Nicodemos, que procurou Jesus de noite e não abertamente; Ele teve seguidores críticos, como os fariseus e escribas, que O seguiam apenas para criticá-lo e jamais para se converterem com a verdade que Ele falava; teve também Seus discípulos que O seguiam de perto.

Porém, houve um momento da vida de Jesus em que Ele foi abandonado por Seus discípulos. O momento de Sua prisão e inquisição perante os principais sacerdotes. O texto posterior ao que lemos diz que Pedro, depois de segui-lo de longe, procurou uma fogueira para se aquentar (v. 55). E aqui estão algumas características daqueles que assim procedem.

Mesmo Pedro tendo sido, dentre os doze, um dos três mais próximos de Jesus, como também o foram Tiago e João, nesse momento crucial, ele não esteve próximo. Os crentes que seguem a Jesus de longe também não manifestam sua distância, exceto quando são colocados à prova, quando sua fé é testada, como quando, por exemplo, vem a perseguição. Assim como Pedro, os que seguem a Jesus de longe também procuram uma fogueira para se acomodar.

Mas a vida do crente que segue a Jesus de longe já vem dando sinais de fracasso. Quando Jesus disse que Satanás pediu para peneirar Seus discípulos, Pedro retrucou, dizendo que ele estava pronto para ir com Jesus (v. 33). Assim também, muitos crentes precisam ser provados para saber se realmente nunca vão abandonar a Jesus, a Quem tanto dizem ser fiéis.

Outro sinal é que quando Jesus precisou desses três discípulos próximos para orarem e velarem com Ele, simplesmente eles dormiram (vs. 45,46). Crentes que seguem a Jesus de longe não conseguem discernir a hora das trevas (v. 53). Eles dormem porque não conhecem a hora da guerra e da tentação. Sua fraca carne se sobrepõe à prontidão do espírito (Mc 14.38).

Crentes que seguem a Jesus de longe também confundem a luta espiritual com a carnal (v. 50). São valentes na carne, mas derrotados no espírito! São rápidos para pegar em espadas, para usar os recursos humanos, mas são lentos para se apossar das armas espirituais e discernir o verdadeiro inimigo!

Finalmente, os crentes que seguem a Jesus de longe, O negam (vs. 57-60). Na verdade, toda sua máscara de seguidor próximo, de crente fiel, de perseverante, foi arrancada! Agora ele está ali, patético, diante dos desafiadores de Cristo e do cristianismo, mas ele não tem mais forças! Suas palavras caíram por terra e só restou a negação!

Ainda bem que há esperança para os que seguem a Jesus de longe. Eles podem chorar amargamente e provar com isso o verdadeiro arrependimento (v. 62)! O Senhor traído e negado, morto e ressuscitado estende Sua mão graciosa para perdoar e trazê-los para perto realmente. Mais tarde eles ouvirão a pergunta suave e serena do Senhor: “Tu me amas”? (Jo 21.17). O que você responderá?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 23 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0683 - PUBLICANOS E CRIANÇAS x FARISEUS E JOVENS RICOS

 


Em verdade lhes digo: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele” (Lc 18.17).


O evangelista Lucas colocou o episódio de Jesus com as crianças bem no meio de duas outras situações, a saber, entre a parábola do fariseu e do publicano e o episódio do jovem rico. Os escritores bíblicos tinham propósitos específicos quando faziam isto. Eles não narravam os acontecimentos necessariamente em uma ordem cronológica, senão que faziam em uma sequência de propósitos doutrinários, para alertar os leitores de uma lição específica.

Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus já acabara de ensinar que a pessoa só é justificada por Deus quando se aproxima dEle suplicando Sua misericórdia e reconhecendo que é pecadora (v. 13). Aliás, usando o exemplo do publicano que assim agiu, Jesus confirma que ele desceu para casa justificado e não o fariseu. A explicação de Jesus é: “Porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (v. 14).

Essa parábola, para Lucas, é o pano de fundo para introduzir o episódio de Jesus com as crianças, embora esse episódio não tenha acontecido necessariamente depois de Jesus ter contado a parábola. O que Lucas quer mostrar a seus leitores é um exemplo prático do que significa se humilhar e nada melhor do que o caso de Jesus com as crianças.

Para o evangelista, se você não receber o reino de Deus como uma criança, você está se comportando como o fariseu da parábola, que achava que podia oferecer muita coisa a Deus de suas obras – primeiro, ele apresentou a Deus o que ele não fazia, isto é, não quebrar mandamentos de proibição (v. 11) e depois o que ele fazia, ou seja, obedecer a mandamentos de autorização (v. 12). Uma criança não tem nada a oferecer para merecer o que quer que seja.

O próximo episódio foi colocado por Lucas também para expressar o caso de uma pessoa que achava que podia merecer o céu. O jovem rico pensava que havia guardado toda a lei, assim como aquele fariseu da parábola. O encontro de Jesus com o jovem rico pode não ter acontecido logo após a situação com as crianças, mas Lucas quer ensinar e enfatizar o ensino sobre a dependência para que se receba o reino de Deus.

Em outras palavras, o jovem rico era como o fariseu. Ambos achavam que podiam apresentar suas qualificações para merecerem o reino. Já os discípulos deveriam ser como as crianças e o publicano da parábola, ou seja, deveriam apenas depender da misericórdia de Deus, pois deveriam reconhecer que nada tinham para alcançar o reino!

E esta lição fica clara para nós. Jesus não estava dizendo que crianças merecem o céu pelo fato de serem crianças, senão o propósito de Lucas entraria em contradição com seu próprio ensino! Se fosse assim, o publicano seria justificado só porque era publicano, o que não faz o menor sentido. O que fica claro para nós é que o publicano e as crianças são apenas exemplos de pessoas que nada têm em suas mãos e, ao se aproximarem de Deus, dependem exclusivamente da Sua graça para a salvação!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0682 - NÃO DURMA NA SEARA!

 


O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha” (Pv 10.5).


Em toda a Bíblia, a preguiça é condenada. O trabalho não é fruto do pecado. Quando Deus criou o homem, já o estabeleceu para o trabalho. Aliás, o trabalho existe antes da criação do homem, visto que o próprio Deus, ao criar todas as coisas antes do ser humano, estava em execução de trabalho. Portanto, trabalho é coisa da Criação e não da Queda.

O que a Queda fez com o trabalho foi causar sua improdutividade, aumentar a canseira e o enfado, desgastar o ser humano no exercício do seu trabalho, mas a Queda não é originária do trabalho. Toda tentativa de obter os recursos próprios do trabalho sem ele é pecado, são recursos ilegítimos. Isso vale tanto para a preguiça, como para os meios ilícitos de amealhar ganhos que não sejam pelo trabalho.

Ajuntar no verão significa trabalhar com prudência enquanto se tem forças para isso. Um dia o inverno chegará, seja pela idade, pela doença, pelo desemprego, por vários percalços que nos surpreendem na jornada que se chama vida. Enquanto temos força, trabalhemos; enquanto é verão, ajuntemos; algum inverno chegará e é necessário termos ajuntado alguma coisa.

Nosso provérbio diz que aquele que dorme na sega, isto é, na colheita, envergonha seus pais. Antigamente, os pais colocavam filhos no mundo para trabalhar, para ajudar a manter e até aumentar a propriedade da família. Em parte, essa era uma das razões deles preferirem filhos homens, pois seriam dados ao serviço braçal, que era a maior parte do trabalho existente.

Hoje, há muitos filhos que envergonham seus pais nesse quesito. Eles não dormem apenas na sega, mas também no plantio. Eles são lentos não só para colher, mas, inclusive, para plantar. Aliás, existem pais que também não ensinam tais responsabilidades para seus filhos desde cedo. Assim, a consequência é óbvia.

Existe também, no campo espiritual, a mesma negligência. Há jovens que dormem, enquanto os campos estão brancos para a colheita. Há trabalho no reino de Deus, mas há filhos dormentes. Envergonham seus pastores, não ajuntam no verão. Haverá invernos espirituais também. Haverá tempos de perseguição, tempos de angústia, tempos de dificuldade no evangelho, mas estes jovens não ajuntaram no verão.

O risco que se corre é o de ficarem como as cinco virgens tolas. Elas dormiram e, além disso, ainda não tinham azeite suficiente para passarem a vigília daquela noite. Ficaram assustadas com a chegada do noivo, mas não fizeram suas reservas no verão. O inverno chegou para elas e era tarde demais (Mt 25.1-13).

O apóstolo Paulo dá um recado tanto para os dormentes no trabalho, quanto para os dormentes espirituais. Ele diz aos primeiros: “se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3.10). E aos dormentes espirituais, o recado é: “já é hora de vos despertardes do sono. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz... revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.11-14).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 18 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0681 - DEUS VINDICARÁ SUA HONRA!

 


Lembra-te disto: que o inimigo te afrontou, ó Senhor, e que um povo insensato ultrajou o teu nome” (Sl 74.18).


Uma das características dos salmos chamados imprecatórios é que eles clamavam vingança, mas por causa da honra do nome de Deus. Não se tratava de vingança pessoal, ou de descontar um malfeito a alguém específico. Quando o povo de Deus era envergonhado ou perseguido, o pedido de vingança era feito porque o nome do Senhor estava sobre Seu povo e não por uma questão de orgulho nacional.

A honra de Deus nunca é maculada em si. Ela é uma qualidade intrínseca de Deus e totalmente independente de Suas criaturas ou de qualquer difamação. Porém, quando os salmistas pediam que Deus vingasse as maldades dos inimigos, eles colocavam em jogo essa honra. Por isso pediam a Deus que cuidasse de Sua própria reputação entre os ímpios.

Em geral, Deus ouvia a esse tipo de clamor, visto que as nações antigas eram adoradoras de ídolos e vários deuses falsos. A resposta de Deus ao clamor de vingança do Seu povo vindicava Sua honra e mostrava para as nações pagãs que não havia outro Deus, não havia nenhum ídolo que pudesse se comparar ao único Deus e verdadeiro que Se revelou para Israel.

Entretanto, nem sempre Deus mostrou isso em forma de vingança sobre os ímpios. A bem da verdade, depois que o povo de Deus foi revelado como igreja, o mistério que esteve oculto, Deus praticamente não responde a esse tipo de clamor. Não que Ele não esteja atento a isso. Cada humilhação que o povo de Deus passa, cada perseguição feita a Seu povo, como disse Jesus a Saulo, é feita diretamente contra Ele (At 9.4,5).

As almas que estão debaixo do altar são almas de mártires, crentes fiéis que morreram por amor de Cristo. Elas clamam por vingança e justiça do seu sangue, mas a resposta é que esperem até que se complete o número de seus irmãos que ainda estão na terra, que devem ser mortos pelo mesmo processo do martírio como elas foram (Ap 6.9-11). Embora isso mostre uma demora na resposta, todavia, mostra também a certeza dela.

A aparente demora da resposta de Deus para vingar os inimigos de Sua igreja tem dado a falsa expectativa nos ímpios de que Deus não existe ou, se existe, não Se importa. A igreja tem que tomar cuidado para que ela não caia na mesma falsa sensação. Deus existe, Ele Se importa e Ele executará a vingança. O que nos parece é que, quando Deus quer condenar, Ele realmente não Se revela, deixando o ímpio mais endurecido do que ele já é, o que o levará, sem dúvida, ao calabouço do inferno sem piedade.

Certo é que os inimigos que ultrajaram e afrontaram a Deus não ficarão sem castigo. Isso é só uma questão de tempo. Pedro diz que na época de Noé foi assim também. Ninguém acreditou e a vingança veio. Os leitores de Pedro sabiam disso, mas estavam tão incrédulos quanto os contemporâneos de Noé. Aqui e ali, Deus tem mostrado que está atento. Mas, Sua ira mesmo, está para ser derramada é no Juízo Final. Oremos para que os ímpios se convertam. Mas saibamos que Deus nunca deixará de vindicar Sua honra do ultraje dos homens!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0680 - É IMPOSSÍVEL PARA O HOMEM CRER POR SI MESMO!

 


Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” (Is 53.1).


Existe um pensamento corrente no meio cristão que a fé procede do indivíduo. Basta ele querer, que ele consegue exercer sua fé na Palavra da pregação. Esse pensamento é humanista, pois coloca no homem um poder que ele não tem. É também um pensamento superestimado do pecado, porque supõe que o homem é capaz de algum bem espiritual, mesmo em seu estado de queda.

É certo que crer é um dever do homem, mas não é seu poder. A não ser que o Senhor faça como fez a Lídia, abrindo “seu coração para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16.14), ninguém poderá, por si mesmo, produzir fé verdadeira em seu coração.

A fé é um bem espiritual e o homem natural não pode produzir nada que seja espiritual. Jesus disse: “O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más” (Mt 12.35). Se alguém pensa que existe sequer um homem bom que possa tirar de si coisas boas, esse alguém não conhece a Palavra. Jesus disse claramente que só há um bom, que é Deus (Mc 10.18).

O testemunho do apóstolo Paulo é que “não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.10-12). Sendo assim, é simplesmente impossível ao homem sem Cristo produzir a fé salvadora em seu coração.

A pergunta do profeta Isaías é uma pergunta de retórica. Quando ele diz “quem creu em nossa pregação?”, a resposta óbvia é “ninguém”! E ele explica o porquê. Ele diz que o Servo do Senhor “foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca” (v. 2). Sem aparência e sem formosura, nosso Senhor e Sua pregação seriam rejeitados. Os homens buscam beleza e agrado, mas o profeta diz que no Senhor não havia essas coisas!

Isaías diz também que quando Ele foi ferido de Deus e oprimido, nós consideramos isso como bem feito (v. 4)! Nós O reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido, porque achamos que Ele merecia isso. “Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões”, explica o profeta. Ele foi “moído pelas nossas iniquidades”. Não foi por Seu pecado, pois não tinha (v. 5).

O que o profeta quer mostrar (e não só ele, mas toda a Bíblia) é que as coisas de Deus parecem loucura para o perdido, como disse Paulo em 1Co 1.18. O Cristo crucificado é escândalo ou tropeço para os judeus e loucura ou tolice para os gentios (1Co 1.23). Como qualquer pessoa em seu estado natural poderá compreender e aceitar as coisas do Espírito que Deus providenciou para nossa salvação? É simplesmente impossível!

Paulo diz: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2.14). Agora você entende que sua fé não veio de você? É dom de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 16 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 679 - MALDITO QUEM NÃO AMA O SENHOR!

 


Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema! Maranata” (1Co 16.22).


Segundo Jesus Cristo, o maior mandamento consiste em amar a Deus de todo o coração, alma, entendimento e forças (Mc 12.30). Como o homem já nasceu em um estado de queda e depravação total, sua postura em relação a Deus já é uma postura de inimizade e separação, ou seja, por meios naturais, ele não ama ao Senhor.

Ainda, segundo Jesus Cristo, não existe meio termo com relação a Deus. Ou alguém é por Ele ou é contra Ele; ou alguém com Ele ajunta, caso contrário, espalha (Mt 12.30). A conclusão lógica dessa fala de Jesus é que, se alguém não O ama, então esse alguém O odeia. Não há como estar em cima do muro quanto a essa questão.

O termo anátema significa “consagrado ou devotado para destruição”. Esse é um significado muito amedrontador! Sabemos que Deus separa para Si com propósitos de salvação e bênção. Mas separar alguém para a destruição é simplesmente horrível! A palavra indica um banimento completo da presença de Deus, assim como a serpente foi amaldiçoada e banida do Éden (Gn 3.14) e Caim também (Gn 4.11).

Quando o Salvador foi enviado ao mundo, o que lemos é o seguinte acerca da reação dos homens a Ele: “E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3.19). Isso mostra que o homem naturalmente não ama a Deus, antes O odeia.

Quando os homens amam ao mundo, não podem amar a Deus. É contraditório, porque Deus Se opõe ao mundo! Tais pessoas não têm em si o amor de Deus. Diz o apóstolo João em sua carta: “Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2.15). Quando alguém ama o dinheiro também não pode amar a Deus, disse Jesus, em Mt 6.24. Estas são algumas pistas negativas para sabermos se amamos a Deus ou não.

Agora temos também pistas positivas, para sabermos se amamos a Deus. Jesus diz que se alguém O ama guardará Sua Palavra (Jo 14.23). O apóstolo João diz o mesmo: “Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos” (1Jo 5.3a). Ainda, o apóstolo diz que quem ama a Deus, ama também a seu irmão (1Jo 4.21).

Para finalizar, aquele que ama ao Senhor não deve ter medo do dia do juízo. O apóstolo diz assim: “Nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos também nós neste mundo” (1Jo 4.17). Nós podemos confiar que não seremos condenados no dia do juízo, não porque nosso amor brotou de nosso coração para Deus, mas ao contrário: “Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10).

Se você ama ao Senhor, é porque Ele te amou primeiro (1Jo 4.19)! É somente por causa do amor dEle por você que você não será anátema, maldito, nem banido de Sua presença. Você ama ao Senhor? Então diga “Maranata”, isto é, “vem, Senhor”!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0678 - A ETERNIDADE DE DEUS É A ANTECEDÊNCIA DA EXISTÊNCIA

 


Antes que os montes nascessem, ou que tivesses formado a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2).


Há uma frase popular que diz que Deus é brasileiro. As pessoas de nossa nação repetem isso para, na melhor das hipóteses, dizer que Deus favorece nosso país. Porém, na pior das hipóteses, o que se quer dizer com isso é que Deus vai encobrir trapaças, fraudes, mentirinhas e muitos outros “tombos” costumeiros da sociedade.

Porém, nem Deus é brasileiro, como também não é conivente com nossos erros. Deus é eterno, como lemos neste salmo. Ele não tem começo nem fim. Deus não tem um país predileto, nem mesmo Israel, como alguns pensam. Embora quando Ele Se fez carne tenha nascido da nação judaica, para cumprir Sua promessa feita aos patriarcas, todavia, Ele não é exclusivo de alguma nação. Nenhum povo é dono dEle.

Por mais antigo que se possa imaginar que seja o universo, ele teve início. Não foi obra do acaso, porque o acaso nada produz. Até mesmo o que consideramos aleatório, nada mais é do que um conjunto de probabilidades que podem ser calculadas. A teleologia, isto é, o propósito para o qual os elementos da natureza servem, nos mostra que há um Criador, alguém inteligente, racional, haja vista como são mostradas muitas leis científicas através de equações lógicas. Estas leis já existiam, não foram inventadas pelo homem, apenas descobertas.

A eternidade de Deus nos humilha, porque nos mostra que nada sabemos. Somos passageiros velozes em um planeta que já existia antes de nós e existirá depois. Certo é que ele também terá o seu fim, porém, quantos já passaram por aqui e não mais existem? Deus está olhando para o início e o fim dos homens e vendo o quanto eles são menos que nada! Como disse Davi no Salmo 8: “Que é o homem, para que te lembres dele?” (v. 4a).

A eternidade de Deus O exalta, porque nos mostra que Ele não depende de nós. Ele já existia antes de nós e continuará a existir depois e para sempre, sem fim e sem fim! Deus não tem limite de existência. Seu nome é “Eu Sou” (Êx 3.14), porque Ele é a própria essência da existência! Sua vida é autônoma. A nossa deriva dEle! Aliás, a vida só existe porque Deus existe. Não se pode sequer conjecturar a “possiblidade” de Deus não existir. Ele é a resposta para "por que existe algo ao invés de nada?"!

A frase de Descartes “penso, logo existo”, apesar de sugerir que o questionamento é a prova da existência, muito mais que isso, mostra que o pensamento antecede a existência, o que nos leva à eternidade de Deus. Ele não disse “existo, logo penso”, mas o contrário. A evidência de que o pensamento antecede a existência é que quando se pensa sobre a existência, se busca algo anterior a ela. Isso não faria sentido se o antecedente não existisse.

A antecedência da existência é obviamente a eternidade de Deus. É porque Ele existe desde sempre, que as coisas que existem derivadas dEle nos remetem à perfeita sincronia. E quando vemos muita coisa imperfeita, o que nos diz que é imperfeito é justamente o padrão de perfeição que Deus é, e que está embutido em nós. De eternidade a eternidade Ele é Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0677 - FÉ QUE DESAFIA OU FÉ QUE CONFIA

 


Desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos” (Mc 15.32a – KJF).


Os ateus costumam dizer que se Deus fizesse alguma aparição extraordinária, como escrever no céu: “Eu existo. Assinado: Deus”, por exemplo, eles creriam. Acontece que os desafios que eles fazem de Deus são tão ridículos quanto sua incredulidade.

No exemplo citado, já temos uma contradição na cosmovisão deles mesmos, uma vez que eles partem do pressuposto que o extraordinário não existe. Portanto, qualquer aparição extraordinária de Deus, seria tida por eles como inválida, ou explicada do ponto de vista ordinário, resultando sempre na mesma premissa ou conclusão, a de que Deus não existe.

Esse desafio da incredulidade é antigo. Desde que Deus esteve em carne aqui na terra, os incrédulos diziam sempre a mesma coisa. Os que comeram os pães e peixes multiplicados, no dia seguinte, exigiram um sinal de Jesus para que pudessem crer nEle (Jo 6.30). Como pode? A incredulidade chega a ser irracional. Eles haviam comido de um modo miraculoso até se fartar e no outro dia exigiam um sinal!

Os fariseus e os principais líderes da Judeia procuravam matá-lo porque não podiam negar os sinais que Ele fazia. Agora, eles estavam em volta da crucificação, exigindo um sinal de Cristo, isto é, que Ele descesse da cruz e, assim, eles creriam! Eles, que viviam pedindo um sinal a Cristo, mesmo estando rodeado de sinais (Mc 8.11).

O desafio que os incrédulos fazem a Cristo é sempre contraditório. Pedir que Ele descesse da cruz com a desculpa de que assim iriam crer, era o mesmo que dizer que creriam em Cristo somente se Deus frustrasse Seu próprio plano! Da mesma forma hoje. Os ímpios que exigem algum tipo de manifestação sobrenatural para que creiam, é apenas outra forma de dizer que não vão crer.

Além disso, esse desafio também é diabólico, porque exige que Deus negue Seu caráter, Seus planos, Sua Palavra e Suas ações com a desculpa de que assim, mais pessoas irão crer. O pensamento diabólico sobre isso atua em cima de uma tentação. Ele supõe que Jesus ficará interessado em que mais pessoas creiam nEle, desde que Ele Se sujeite a algum tipo de desafio e o responda. Aqui, o enganador se engana!

Jesus nunca esteve interessado em que alguém cresse nEle induzido por desafios ou propondo-Lhe uma tentação. João diz que “muitos creram no seu nome ao ver os milagres que ele fazia. Mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque conhecia a todos os homens. E não necessitava de que alguém desse testemunho de homem, porque ele conhecia o que havia no homem” (Jo 2.23-25 – KJF).

O mesmo se deu com Pedro, quando este tentou dissuadir Jesus de ir para a via crucis. Mas a resposta foi: “Para trás de mim, Satanás; porque tu não tens gosto das coisas que são de Deus, mas das coisas que são dos homens” (Mc 8.33 – KJF). Não se iluda. Jesus não está interessado em sua fé que desafia e sim na fé que confia. E mais: todos os que desafiam a Deus estão selando sua própria condenação.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 11 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0676 - DEUS NÃO VINGARÁ DUAS VEZES O MESMO PECADO

 


O que imaginais vós de YHVH? Ele arrasará e, certamente, não fará vingança duas vezes ao seu inimigo” (Na 1.9 – BTX).


O conceito mundano sobre Deus é completamente desvirtuado da realidade. São muitas vozes provenientes de muitas mentes pecadoras querendo dissertar sobre a Pessoa divina e Suas qualidades. Entretanto, a mente mundana é pecaminosa e, por isso mesmo, entenebrecida sobre qualquer assunto que se refira a Deus e ao que é espiritual.

A única revelação que Deus quis fazer de Si mesmo ao homem, além da criação, que já revela a glória e a existência dEle, como também Seu eterno poder, foi a Bíblia apenas. Através de experiências que Deus mesmo concedeu a homens que Ele quis chamar e a estes mesmos homens os moveu por Seu Espírito, a fim de que escrevessem as verdades sobre estas revelações inspiradamente, de modo inerrante, foi dessa forma que Deus quis Se mostrar aos homens.

Mesmo alguns conhecendo a Bíblia, ainda fazem recortes de suas páginas para transmitir ao mundo um conhecimento aleijado de Deus. Como os pecadores odeiam saber sobre seus pecados e sobre suas consequências funestas, assim também odeiam saber sobre o Deus de ira revelado nas páginas da Sagrada Escritura.

Naum revela muito sobre esse Deus. Ele diz no v. 2 que Deus é “zeloso e justiceiro”. Diz que Ele “é lento para a ira, grande em paciência, mas não terá por inocente ao culpado” (v. 3a). Deus não Se intimida com as mais pavorosas tormentas do universo. Ele “caminha no turbilhão e na tormenta, e as nuvens são o pó de seus passos” (v. 3b). Ele “repreende o mar, e o faz secar, evapora todos os rios” (v. 4). “Diante dEle tremem as montanhas, os outeiros se derretem” (v. 5).

Que pensam os homens de Deus? São todos obscuros no entendimento (Ef 4.18). Naum diz que Deus não fará vingança duas vezes, isto é, Ele não precisará atacar novamente, pois Seu golpe será fatal sobre os inimigos (v. 9).

Entretanto, há outro sentido em que Deus não atacará duas vezes os inimigos. Alguns inimigos Deus amou por Sua livre graça (Rm 5.8). A estes inimigos que Ele amou, Ele resolveu punir seus pecados em Cristo na cruz! E uma vez que nossos pecados já foram vingados na Pessoa do Filho de Deus, nós não seremos vingados pela segunda vez! Podemos ter convicção de que estamos salvos, pois, como disse o apóstolo: “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5.10).

Jesus quis ser punido em nosso lugar. Deus é justo e não cobrará pelos mesmos pecados duas vezes, como disse o profeta Naum. Se estamos em Cristo, justificados nós fomos pela fé nEle. E não há mais nenhuma condenação para quem está em Cristo Jesus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0675 - POR QUE A BONDADE GERAL DE DEUS NÃO MUDA O HOMEM?

 


Tua bondade com os perversos não os leva a fazer o bem. Embora outros pratiquem a justiça, eles continuam a fazer o mal; não levam em conta a majestade do Senhor” (Is 26.10 – NVT).


Embora saibamos que é a mão da graça de Deus que restringe o ímpio de ser mais perverso do que já é, todavia, ele também não melhora. A chaga do pecado é incurável e sua tendência é supurar até se transformar em um câncer mortal! Mesmo sabendo disso, Deus não cessa de estender Sua bondade para com os homens. Por outro lado, mesmo os homens recebendo a bondade de Deus, não reconhecem isso como proveniente dEle.

No v. anterior, o profeta orou ao Senhor, dizendo: “À noite eu te procuro, ó Deus; pela manhã te busco de todo o coração. Pois só quando vens julgar a terra as pessoas aprendem a justiça” (v. 9). Por não considerarem a majestade do Senhor (v. 10), os ímpios executam suas sentenças em tribunais de acordo com sua maligna intenção. Somente quando Deus mesmo executa algum juízo é que as pessoas aprendem a justiça. Entretanto, aprendê-la não significa converter-se.

A iniquidade do ímpio é, ao mesmo tempo, seu desejo e sua destruição. Seu desejo, porque ele anda à caça do pecado para satisfazer a imensa vaga escura e fria do seu coração alienado. E sua destruição, porque é exatamente o pecado que ele cobiça e envida todos os esforços para praticá-lo que o levará à ruína e à perdição eterna!

A única bondade de Deus que pode fazer mudar o curso do ímpio é a bondade especial, isto é, se Deus lhe conceder Sua misericórdia. A bondade geral não o levará a isso. A chuva de Deus, o sol de Deus, o ar de Deus, a inteligência, a arte e todos os outros aspectos da bondade de Deus não o levarão ao arrependimento, exceto a bondade especial. Paulo disse: “Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Rm 2.4 – ARA).

Sem essa graça especial de Deus ao homem, ele se afundará em seu pecado e fará isso com todo seu prazer até que seja condenado. Paulo diz que “eles conheciam algo sobre Deus, mas não o adoraram nem lhe agradeceram. Em vez disso, começaram a inventar ideias tolas e, com isso, sua mente ficou obscurecida e confusa. Por isso, Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seu coração” (Rm 1.21,24 – NVT).

Portanto, a resposta para a maldade humana não está na educação, na política, na segurança pública, na saúde, na informação, na tecnologia, nem em qualquer que seja o ideal filosófico. Simplesmente o homem ama aquilo que o destruirá. Somente se Deus lhe trocar o coração perverso, seu coração de pedra, por um coração submisso, é que o homem poderá se voltar para Deus e então encontrar a resposta que a sociologia não pode dar.

O justo somente ora como o profeta: “Senhor, ao seguir tuas justas decisões, depositamos em ti nossa esperança; o desejo de nosso coração é glorificar teu nome” (v. 8).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 9 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0674 - A DINÂMICA DO AMOR CRISTÃO

 


E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção” (Fp 1.9).


O amor conceituado pelo mundo é carregado de paixões e sentimentos, principalmente sentimentos voltados ao próprio desejo. Em geral, diz-se que se ama aquilo em que projetamos nossos desejos e almejamos ser correspondidos. O amor conforme o mundo conhece é uma outra forma de egoísmo.

Entre suas características, há aquela da liquidez. O amor segundo o mundo é ainda menos que líquido, ele é gasoso. Ele evapora diante de situações que contradizem as expectativas e refloresce diante de novas pessoas em quem se deposita novas esperanças. Esse ciclo é interminável, mesmo quando se diz que o verdadeiro amor foi encontrado.

Todavia, o amor cristão é dinâmico. Não evapora, mas aumenta. Ele não estabelece perspectivas no objeto amado, antes, entrega-lhe de bom grado o que lhe preenche. O amor cristão se recusa a pensar primeiro em si mesmo. Para o crente que ama, o outro é mais importante e o que se faz por ele é mais decisivo. Não tem nos sentidos seu principal termômetro, embora ele também os aqueça.

Paulo orava para que o amor dos crentes de Filipos aumentasse mais e mais em pleno conhecimento. O amor não é somente parte sentimental, nem mesmo intelectual, mas vai ao relacionamento. Ele sabe por conhecer e provar. Mas não para por aí. Ele pode ser aumentado. A intimidade com Deus proporciona o aumento do amor cristão neste conhecimento espiritual.

Paulo também queria que o amor cristão aumentasse em toda percepção. Esta palavra grega acontece somente aqui neste versículo em todo NT. É um significado de discernimento moral e espiritual. É um discernimento ético sobre questões nebulosas, realmente para dimensionar as coisas. E Paulo diz para quê. Esta percepção é para que os crentes possam aprovar “as coisas excelentes” e “serem sinceros e inculpáveis para o dia de Cristo” (v. 10).

Imagine os cristãos desenvolvendo este amor! Vai lhes dar a percepção do que realmente é excelente. Quantos, em nossos dias, têm seu senso nublado e completamente inclinado segundo a norma deste mundo! O amor cristão nos leva ao padrão correto desse discernimento, de sabermos como este mundo está invertido aos desejos santos de Deus e, por isso, o nosso dever de abominá-lo.

Paulo diz no v. 11, que o resultado disso é o “fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus”. Eis o que é o amor cristão: ele é o fruto do Espírito que nos torna parecidos com Jesus; ele é a seiva, a vida do Espírito, que corre em Jesus, até atingir os crentes, de modo que deem frutos correspondentes a Cristo! O mesmo Espírito que habitou em Jesus, é o mesmo que habita hoje na igreja, possibilitando-a a corresponder ao Seu grandioso caráter! Essa é a dinâmica do amor cristão.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0673 - NÃO OUÇA SEU CORAÇÃO NA DEPRESSÃO

 


O coração conhece a sua própria amargura, e o estranho não participa da sua alegria” (Pv 14.10).


Um dos maiores sintomas da depressão é a solidão. Ela mente para você, dizendo que o melhor é ficar sozinho quando, na verdade, “busca seu próprio desejo aquele que se separa; ele insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Pv 18.1).

É explicável o desejo do isolamento em tempos de profunda tristeza. Outro recado da depressão para você é que ninguém vai entender o que você está passando, porque, afinal, só quem passa sabe o que é... Este é o argumento. O resultado é mais solidão.

Porém, quanto mais sozinha fica a pessoa, muito mais arredia ela se torna ao contato pessoal mais tarde. Acontece uma estranha sensação de que estar sozinho é melhor e, ao mesmo tempo, uma ausência de companhia que se torna também um vazio.

O ditado popular diz que “coração é terra que ninguém pisa”; enquanto a Palavra diz: “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos” (Jr 17.10). Um coração amargo e distante é egoísta, como disse Pv 18.1, porque ele priva as demais pessoas, pelo menos aquelas de confiança de participarem do seu problema. Consequentemente, também privará de suas alegrias.

Entretanto, o mandamento cristão é: “comunicai com os santos nas suas necessidades” (Rm 12.13a); e ainda: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (v. 15). Esta é a chave para você decidir em quem vai acreditar; se em seu coração enganoso e egoísta, ao mesmo tempo que é autocompassivo (tem dó de si mesmo), ou se você vai acreditar na Palavra de Deus, que lhe dá todas as diretrizes de solução desse e outros males do nosso século.

O próprio Jesus, quando estava “triste até à morte”, Ele não ficou calado pelos cantos. Ele chamou Seus discípulos e, pelo menos aos três mais íntimos, Ele falou de Sua situação: “E, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mt 26.37,38).

Mas Ele havia prometido que esse momento seria passageiro. Posteriormente, eles iriam se alegrar: “Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar” (Jo 16.20,22).

Quando você estiver triste, passando pela amargura do seu coração, não ouça os recados de sua mente. A depressão é mentirosa. Ela diz que você deve se isolar e quando você ouve isso, seu poço vai se tornando cada vez mais sem fundo. Porém, quando você ouve o que diz a Palavra, você compartilha suas necessidades e os santos se entristecem com você, mas também se alegrarão com você!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0672 - ADORAÇÃO SUBJETIVISTA É IDOLATRIA!

 


“Santificaram-se, pois, os sacerdotes e os levitas para fazerem subir a arca do Senhor Deus de Israel. E os levitas trouxeram a arca de Deus sobre os seus ombros, pelos varais que nela havia, como Moisés tinha ordenado, conforme a palavra do Senhor” (1Cr 15.14,15).


Há uma noção totalmente desvairada no meio cristão hoje em dia, de que as pessoas oferecem adoração a Deus da forma como cada um sente em seu coração, da forma como se sente bem, ou melhor. Porém, não há conceito mais estapafúrdio do que esse! Nada pode ser oferecido a Deus de maneira diversa daquilo que Ele mesmo determinou em Sua Palavra. Ele não aceitará.

Para começo de conversa, Deus disse através de Jeremias, há mais de dois mil anos, que Ele não queria que ninguém se lembrasse mais da arca da aliança e nem fizesse dela réplica alguma (Jr 3.16). E, mesmo que os judeus tenham obedecido a essa ordem, todavia, vemos uma desobediência descarada nas igrejas cristãs! Réplicas da arca da aliança dentro dos templos como uma desafiadora afronta a Deus!

Deus não quer mais que ninguém faça arca alguma, porque esta era apenas um apontamento para o Seu Filho Amado! A arca representava a presença de Deus, porém, Deus já esteve entre os homens (Jo 1.14). Seu nome foi “EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco” (Mt 1.23). Hoje, menos ainda Deus irá requerer uma cópia desta arca, visto que Ele não mais é “Deus conosco” e sim “Deus em nós”!

Quando Davi foi buscar a arca da aliança pela primeira vez, ele não se atinou para a ordem, para o mandamento. Em Êxodo 25.14, lemos que, para a arca ser conduzida, deveria haver varais colocados por entre as argolas que estavam às suas bordas. Em Números 4.15, Deus havia dito que apenas os filhos de Coate é que levariam a arca e dessa forma, “para que não morram”! Ou seja, já existia uma ameaça.

Porém, na segunda vez, Davi não cometeu o mesmo erro. Ele pediu aos levitas que se santificassem para que a arca fosse corretamente conduzida. E em 1Crônicas 15.26, lemos que Deus foi quem ajudou os levitas a levar a arca de Sua aliança! Em outras palavras, Deus aprovou a forma correta da adoração, caso contrário, eles também teriam morrido, como morreu Uzá!

Já não temos mais a arca (ou pelo menos não se deveria ter); ela não tem mais utilidade alguma! O seu significado já se cumpriu na Pessoa de Cristo. Mas o princípio permanece: Deus não aceita que as pessoas O adorem cada uma do seu jeito!

Deus tem uma forma correta que Ele mesmo estabeleceu para ser adorado. Qualquer outro modo de nos aproximarmos dEle, supondo que O estamos agradando, é pura ilusão. Não é o nosso coração que nos conduz à verdadeira adoração e sim, exclusivamente, a Palavra de Deus! O máximo que nosso subjetivismo pode nos conduzir, é à idolatria; mas somente a Palavra pode nos levar à verdadeira adoração!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 4 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0671 - COMO AVALIAR SE ALGUM ESPÍRITO VEM DE DEUS

 


“Amados, não acrediteis em qualquer espírito, mas avaliai se os espíritos vêm de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1Jo 4.1 – A21).


Na arte de enganar, o diabo é o pai de todos. Desde sua queda, ele tentou e conseguiu levar muitos à perdição, usando essa tática. Não há ser humano, em seu estado caído, que consiga vencer as sutilezas de Satanás, antes, são facilmente por ele conduzidos, visto que já estão em trevas e a função do maligno é cegar-lhes o entendimento (2Co 4.4).

Não satisfeito em dominar a mente dos incrédulos, o diabo também invade as fileiras dos servos de Deus. Ele não vem como muitos o retratam, com aparência pavorosa e nem provocando catástrofe, embora ele seja destruidor. Ao contrário, muito de sua sagacidade consta exatamente em destruir aos poucos, minando e enfraquecendo pacientemente, até que a construção esteja irremediavelmente comprometida.

Apesar do solene conselho do apóstolo João à igreja, infelizmente, as pessoas acreditaram em qualquer espírito. Logo na igreja, onde estão as únicas pessoas do mundo que podem realmente avaliar e saber se um espírito procede de Deus ou não. Entretanto, nem sempre a arma do discernimento foi usada. O resultado disso foi o surgimento de heresias e diversos grupos sectários.

Na época de João, um dos testes, pelo menos o que deveria ser mais usado, era o teste da crença no Cristo encarnado, isto é, se alguém não confessasse que Cristo viera em carne, esse alguém já estaria descartado da igreja, exceto que se arrependesse de sua negação (v. 3). Hoje em dia, os testes são variados. Até mesmo se alguém confessa que Jesus veio em carne, ainda assim tem que saber o que essa pessoa quer dizer com isso...

O maior problema para a proliferação dos falsos profetas em meio à igreja, ou à volta dela, o próprio apóstolo nos mostra. Ele disse, no v. 5, que os falsos profetas “são do mundo; por isso falam como quem é do mundo, e o mundo os ouve”. Como a igreja deseja muitas vezes ser aplaudida pelo mundo, logo, ela também fala o que o mundo deseja ouvir. Por isso os falsos se sentem à vontade para crescer na igreja.

Mas o que a igreja deveria fazer, diz o apóstolo, seria manter o espírito da verdade – quem for de Deus vai nos ouvir; quem não for, não vai (v. 6). E ele finaliza este versículo deixando clara a diferença: “É assim que conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro”.

É muito simples perceber onde está o espírito da verdade e o espírito do anticristo. Basta falar a verdade da Palavra. Este é o divisor de águas – águas puras e águas contaminadas. O critério pelo qual se avaliará acerca de um espírito, se vem de Deus ou não, é unicamente o critério da Palavra da verdade.

Não espere você sentir no coração. Não é esse o método de fugir do engano. Muitos usaram o coração para tentar discernir e hoje estão no erro, pois o coração é enganoso! Somente pela Palavra de Deus, você poderá avaliar quem está na verdade e quem está no erro. E lembre-se de avaliar também a você.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0670 - NÃO SUBESTIME A AMNÉSIA DA VELHA CRIATURA

 


Mas, de minha parte, esforçar-me-ei, diligentemente, por fazer que, a todo tempo, mesmo depois da minha partida, conserveis lembrança de tudo” (2Pe 1.15).


Para o crente não vigilante, o fato de estar ainda no corpo desta morte tem sido um ferrenho vilão contra sua nova criatura. Muito embora já tenhamos a nova natureza implantada em nós (vs. 3,4), todavia, temos que empreender grandiosos esforços para que a velha criatura não nos domine, visto que ela é parceira deste corpo terreno. Já no corpo de glória, essa luta não existirá, pois ali se juntará a nova criatura ao novo corpo.

Os escritores no NT sabiam dessa luta desigual e seu esforço constante era para lembrarem aos crentes de toda a doutrina, bem como sobre toda a responsabilidade da vida cristã e sua conduta. Pedro diz que os irmãos já sabiam da verdade na qual estavam confirmados (v. 12). Mesmo assim, ele achava justo, enquanto estivesse vivo entre eles, despertá-los com as lembranças destas coisas (v. 13).

Jesus já havia revelado a Pedro como ele haveria de morrer e que essa hora já se aproximava (v. 14; cf. Jo 21.19). Por isso, todo esforço do apóstolo, era para que os crentes ficassem com sua memória impregnada de todo ensino e pureza da fé cristã, mesmo depois da partida dele. Pedro se esforçaria por isso, pela simples razão de que tudo o que ele ensinou aos crentes não foi fábula inventada, antes, ele mesmo foi testemunha ocular daquela gloriosa majestade (v. 16).

Há crentes que pensam muito bem acerca de sua natureza carnal. Eles não sabem separar sua nova da velha criatura, embora ambas sejam ninguém mais que nós mesmos! Se nós subestimarmos a nossa natureza caída, certamente iremos cair também, pois ela é traiçoeira. Não podemos permitir que os ensinos de Cristo e Seus apóstolos caiam no esquecimento. Quando sossegamos demais, começamos a nos esquecer do que é essencial para nossa vida.

Deus sabe que nós somos acomodados e realmente dados ao esquecimento. Por isso mesmo, Pedro diz que o Senhor nos presenteou com a palavra escrita (v. 19). Ele chama a palavra profética de “candeia que brilha em lugar tenebroso”, mas fazemos bem em atendê-la. Até que a estrela da alva nasça em nosso coração, precisamos dessa Palavra.

Quando você perceber que está se esquecendo da fé, da doutrina e da conduta cristã, recorra à Palavra de Deus. Esse é o meio de você retornar à lembrança aquilo que não deveria ter esquecido. Claro que se você mantém sua proximidade com a Palavra inspirada por Deus, não correrá o risco do esquecimento. Mas se de algum modo isso já lhe aconteceu, ou está prestes a acontecer, volte-se para a Palavra.

Não subestime sua velha criatura. Ela está pronta para atender ao comodismo do corpo físico. Não subestime também o conselho de Pedro. Ele morreu se esforçando para que os crentes não se esquecessem das verdades do evangelho e deste glorioso modo de vida. Se foi esse o embate do apóstolo, percebe-se que o esquecimento da fé é algo sério demais.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 2 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0669 - O CONDENADO INJUSTAMENTE QUE CONDENARÁ JUSTAMENTE

 


Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós outros e crucificai-o; porque eu não acho nele crime algum” (Jo 19.6b).


O plano eterno do nosso Deus e Pai incluía Jesus Cristo, Seu Filho, como Cordeiro morto pelos nossos pecados desde a fundação do mundo (1Pe 1.19b,20; Ap 13.8). Os apóstolos oraram a Deus, confessando que “Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, [fizeram] tudo o que a [...] mão e o [...] propósito [de Deus] predeterminaram” (At 4.27b,28).

Entretanto, nenhum daqueles soldados, nem Pilatos, Caifás, Herodes, ou qualquer daqueles carrascos que não tenha se arrependido, obterá salvação. Serão culpados pelo que fizeram contra o Salvador do mundo! Pilatos mandou açoitar Jesus para agradar aos judeus invejosos (v. 1; cf. Mc 15.10). Aqueles soldados romanos maltrataram a Jesus tanto quanto ou até mais do que os soldados do templo (vs. 2,3; cf. Mc 14.65).

No fim das contas, Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, à vontade dos sacerdotes e seus influenciados (v. 6), muito embora não tivesse visto crime algum em Cristo. De fato, Cristo, como Cordeiro imaculado, não tinha culpa alguma, assim como os cordeiros que eram oferecidos na antiga aliança também não deviam ter mancha. Porém, lá no antigo concerto, eram os sacerdotes que examinavam o cordeiro. Aqui, os sacerdotes tentaram achar e impuseram culpa em Jesus, enquanto um ímpio romano, Pilatos, foi quem viu a inocência do Senhor!

Aqueles soldados que bateram e cuspiram em nosso Senhor não faziam aquilo por obrigação, especialmente os judeus. O povo de Israel sempre foi proibido de torturar quem quer que fosse. Entretanto, o fizeram ao Filho de Deus! Ironicamente, eles chamavam Jesus de “rei dos judeus” (v. 3). Mas também, ironicamente, eles terão de reconhecê-lo como “Rei dos reis e Senhor dos senhores” no último dia!

O próprio governador da Judeia, ao interrogar Jesus e, desdenhando dEle, dizia que tinha autoridade sobre Ele (v. 10), recebeu a seguinte resposta: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada” (v. 11a). No entanto, muito mais do que uma autoridade temporária dada por Deus a Pilatos (veja que quem colocou Pilatos no poder foi Tibério César, mesmo assim, Jesus diz que foi Deus), Jesus tem uma autoridade eterna, pois “todo poder [Lhe] foi dado nos céus e na terra” (Mt 28.18).

Há um versículo em Apocalipse que devia causar terror no coração de todos os homens. Ele diz assim: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram” (Ap 1.7a). Imagine você que quando Jesus vier nas nuvens do céu com poder e grande glória, ninguém escapará de ter que encarar Sua majestade fulminante! Nem mesmo estes algozes de Seu angustiante suplício! Todos O hão de ver, se curvarão diante de Sua glória e poder e, mesmo antes de suportar o castigo eterno, terão de suportar o juízo dAquele a quem eles pensaram estar condenando!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson