quinta-feira, 30 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0668 - TANGIDOS PELO AGUILHÃO E FIXADOS PELOS PREGOS DA PALAVRA

 


As palavras dos sábios são como aguilhões; e como pregos bem fixados são as palavras coligidas dos mestres, as quais foram dadas pelo único Pastor” (Ec 12.11).


O aguilhão é uma ponta de ferro colocada numa vara usada para tanger bois e mantê-los na trilha que o seu dono deseja. Assim também as palavras dos sábios. Esta é, de um modo geral, uma referência aos autores e escritores bíblicos. Eles são os sábios que escreveram a Bíblia e suas palavras são como aguilhão para os leitores.

A Palavra de Deus nos conduz pela trilha que deseja nosso Senhor. Muitas vezes andamos por ela, mas, vez por outra, também dela nos desviamos. Assim, as palavras dos sábios, isto é, dos escritores inspirados, levam-nos de volta ao caminho da santidade e piedade, às vezes até por meio de dor, como simboliza a picada do aguilhão.

De toda forma, seja no ensino, seja na disciplina mais rígida, as palavras que nos aguilhoam, têm por objetivo nos trazer ao caminho, como disse o salmista: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Sl 119.105). Assim, não devemos nos surpreender quando somos corrigidos por Deus em Sua Palavra pregada duramente, pois, em geral, não damos ouvidos quando ela nos corrige na leitura pessoal.

Nosso texto também diz que as palavras coligidas dos mestres são como pregos bem fixados. Nesse paralelismo temos uma substituição de “palavras dos sábios” por “palavras coligidas (ou coleções de ditos) dos mestres”, mas quer dizer a mesma coisa. Agora, a figura muda de “aguilhão” para “pregos bem fixados”.

Algumas versões trazem “mestres das congregações”, fazendo uma alusão aos colchetes que prendiam as tendas ao chão. Outros supõem que os mestres verdadeiros têm a habilidade de fazer seus ditos permanecerem fixados nas mentes de seus alunos. De qualquer forma, a figura dos pregos bem fixados aponta para a firmeza que a Palavra de Deus nos traz. Apesar de ela nos ferir, seu propósito é sempre nos alicerçar e nos manter firmes.

Finalmente, lemos que tais palavras nos foram dadas pelo único Pastor. Sem dúvida, esta é uma referência a Deus. Ele é quem inspira Sua Palavra para que ela possa ter o efeito proposto por Ele. Sua Palavra não voltará vazia, diz o profeta (Is 55.11). Se o próprio livro de Eclesiastes, um livro escrito para nos mostrar como são as coisas “debaixo do sol”, é um livro inspirado por Deus, não menos serão os demais livros da Sagrada Escritura!

Seja para nos corrigir, seja para nos firmar, a Palavra que vem de Deus é suficiente! Agora, basta que os que a recebem, sejam aqueles que têm ouvidos para ouvir e, de fato, ouçam.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0667 - A IGREJA E OS RICOS

 


Se, no entanto, vocês tratam as pessoas com parcialidade, cometem pecado, sendo condenados pela lei como transgressores” (Tg 2.9 – NAA).


O cap. 2 de Tiago começa com um tratado acerca da posição social dos crentes e da maneira pela qual eles eram considerados. Na igreja cristã sempre houve ricos e pobres; a diferença em relação à sociedade é que a igreja os considera como iguais, enquanto na sociedade, as distinções são destacadas.

A igreja, entretanto, sempre teve pessoas de perverso coração (v. 4) congregando junto com os verdadeiramente salvos. A influência dos perversos chega a contaminar os crentes verdadeiros, levando-os também a fazer acepção de pessoas com base em suas posses financeiras. Porém, isto é condenável aos olhos do Senhor da igreja, o Senhor da glória (v. 1).

A forma diferenciada com que a sociedade trata os ricos coloca no pensamento da maioria deles que eles devem ser diferenciados em todos os lugares onde chegam. Todavia, nenhuma igreja deveria permitir isso. Um homem distinto e rico, ao se converter, deverá logo saber que, na igreja, ele se sentará ao lado de um pobre, de um inculto, de um enfermo e eles serão considerados iguais na irmandade.

Porém, as igrejas não fizeram isso. Elas sustentaram a ideia de acepção que a sociedade pecadora já faz, de modo a conceder às pessoas ricas na igreja, honra desmedida, bajuladora e interesseira! Tão omissas foram as igrejas nesse ensino, que os ricos mesmos começaram a escolher igrejas que só têm ricos... Muitos deles têm vergonha de congregar em igrejas onde a maioria dos membros é pobre!

Tiago diz que tal acepção é PECADO! Ele diz, no v. 8, que somente quando a igreja não faz essa acepção é que ela guarda o mandamento de amar o próximo como a si mesmo! Quando ela faz essa acepção, ela peca (v. 9). Ainda salienta que aprouve a Deus salvar mais pobres do que ricos (v. 5). Paulo também disse isso em 1Co 1.26: “Irmãos, considerem a vocação de vocês. Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento”.

Isso não quer dizer que Deus não ama pessoas ricas. Isso fala mais sobre os ricos do que sobre Deus. É a maioria deles que não ama a Deus e sim ao dinheiro! Muitos, como o jovem rico, têm dificuldade de deixar de confiar nas riquezas para confiar unicamente no Filho de Deus!

Tiago já havia dado o sábio conselho tanto aos crentes ricos como aos pobres. Ele disse no cap. 1: “O irmão de condição humilde glorie-se na sua exaltação, e o rico, na sua humilhação, porque ele passará como a flor do campo” (vs. 9,10). Veja que ambos devem olhar para o oposto de sua posição atual. O pobre deve contemplar a exaltação que o aguarda (lembrando que o rico crente também será exaltado); já o rico deve olhar para a transitoriedade de suas riquezas. No fim das contas, ambos devem olhar para o seu futuro na glória.

Portanto, igrejas que fazem distinção entre ricos e pobres estão pecando contra o Senhor. Ricos que preferem igrejas ricas por causa de sua posição social, também estão pecando e não se converteram realmente. Preferem a glória dos homens e não a glória de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 28 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0666 - DIETAS ALIMENTARES E DOUTRINAS DE DEMÔNIOS

 


Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina” (Mc 7.15).


Na Criação, o homem veio à existência pelas mãos do próprio Deus (Gn 1.26; 2.7,21,22). Ele recebeu do sopro de Deus o fôlego de vida e foi feito alma vivente (Gn 2.7), com características que apontavam para seu Criador. Mas para manter sua vida física, ele também precisava se alimentar, embora sua dieta estivesse restrita somente à parte agrícola (Gn 1.29).

Depois do pecado, o homem passa a ser destrutível. Ele não seria preservado com vida nem mesmo mantendo a sua dieta vegetal. Após o dilúvio, Deus inclui a carne de animais como parte do alimento humano, exceto o sangue (Gn 9.3,4). Além do sangue, ainda não havia restrições alimentares, a não ser quando veio a lei para a nação de Israel (Lv 11).

A distinção que a lei fazia entre animais limpos e impuros nada tinha a ver com questões de saúde, pois o corpo humano inevitavelmente caminha para o envelhecimento, doença, desastres, acidentes e outros males do mundo caído e, finalmente, a morte. Os animais puros apontavam para a santidade de Deus.

Depois de Deus ter dado a lei alimentícia para Seu povo na antiga aliança, Ele disse que esta deveria ser obedecida porque Ele é santo e Seu povo tinha que ser também (v. 45). Então a pureza dos animais considerados limpos e a impureza dos considerados imundos apontavam também para a diferença entre o povo de Deus e os demais povos sem Deus. Já em At 10, na visão de Pedro, essa diferença caiu por terra. Todos os povos, em Cristo, são o povo de Deus e não só Israel!

Uma vez que Cristo veio, então é nEle que somos justificados e santificados (1Co 6.11) e não por abstenção de alimentos. No texto lido do Evangelho de Marcos, Jesus disse que nada – absolutamente nada fora do homem pode contaminá-lo! Alguém pode dizer que contamina na questão da saúde. No entanto, Jesus está fazendo um contraste com o que sai. E o que sai não diz respeito à saúde e sim à velha questão de sempre, o pecado!

Como os crentes já são limpos do pecado por Cristo, então sua dieta alimentar não tem restrições, exceto por interesse de saúde física, pois cerimonial e espiritualmente, Jesus já rasgou essa cédula que era contra nós (Cl 2.14)!

Alguns alegam que nosso corpo é templo do Espírito Santo e devemos cuidar dele. Certamente, não devemos fazer mal nenhum a nós mesmos, entretanto, não por motivo alimentar, pois quando Paulo fala sobre isso, ele contrasta com pecado cometido no corpo, como a prostituição, por exemplo (1Co 6.18,19), seguindo o mesmo padrão de Jesus, que também falou desses pecados (Mc 7.21,22).

Finalmente, Paulo disse que toda criação de Deus é boa e, sendo recebida como alimento com ações de graças, nada é recusável (1Tm 4.4)! Qualquer coisa que venha te condenar por qualquer alimento, Paulo diz que é coisa de “espíritos enganadores e ensinos de demônios” (1Tm 4.1).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0665 - O LIVRAMENTO DAS AFLIÇÕES E A ADORAÇÃO A DEUS

 


No dia da minha angústia, clamo a ti, porque me respondes” (Sl 86.7).


Todo ser humano passa por angústias. Isso é fruto do mundo caído que Adão nos legou. Uns passam por angústias maiores, outros por menores, mas todos os filhos dos homens são afligidos. Essa regra é democrática.

Nos momentos angustiosos, os seres humanos reagem de formas distintas, principalmente sobre onde vão buscar ajuda. Alguns buscam inebriantes e narcóticos, outros se voltam para os profissionais psicoterápicos, outros não resistem à dor e atentam contra a própria vida, mas muitos se voltam para as religiões.

Davi, que também passava por situações calamitosas, disse no seu cântico, que no dia da sua angústia clamava ao Senhor, porque Ele sim, respondia. Ele descartou a pluralidade religiosa, quando disse: “Não há entre os deuses semelhante a ti, Senhor; e nada existe que se compare às tuas obras” (v. 8).

Embora o clamor religioso pareça fornecer algum tipo de refúgio, não passa de alternativa paliativa. Somente dá a impressão de que o homem se descarrega de seu problema. No entanto, quando se clama ao Senhor, o único Deus verdadeiro, a situação é real. Deus tem qualidades próprias que são reconhecidas por Seus adoradores (v. 5 – “Deus bom e compassivo; abundante em benignidade”).

No v. 15, Davi relembra a Deus os mesmos atributos com os quais Deus Se revelou a Moisés na peregrinação (Êx 34.6,7). Ele sabe que, independente da aflição, sua vida está na decisão de Deus. Ele diz: “Preserva a minha alma... salva o teu servo que em ti confia” (v. 2); “compadece-te de mim” (v. 3); “alegra a alma do teu servo” (v. 4); “escuta a minha oração” (v. 6). A oração mostra os verbos em forma de súplica, o que nos leva à conclusão que o poder de resolver está na mão de Deus.

O ensino que Davi nos traz nesta oração é que Deus pode usar o sofrimento como nosso professor. Além disso, somente Deus pode inclinar o coração do homem para o temor do Seu nome (v. 11)! O Deus a quem o crente clama em seus momentos de angústia é um Deus pessoal e, ao mesmo tempo, soberano. Ele Se relaciona com nossa aflição, mas somente Ele é quem decide se vai ou não levar o homem ao temor do Seu nome.

Os crentes de hoje deveriam aprender que em seus momentos de dor e tristeza, eles têm um Deus pessoal e presente a quem clamar. Deveriam aprender a elogiar a Deus mesmo em tempos de tribulação, como vemos neste salmo. Deveriam pelo menos conhecer alguns atributos de Deus para, na hora da oração, usá-los como palavras de adoração e exaltação.

Se fomos criados para o louvor de Sua glória, não é porque estamos sendo afligidos que vamos deixar de enaltecê-lo em nossas orações. Nosso clamor não é somente por livramento, mas acima de tudo para a manifestação da glória de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 26 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0664 - MILAGRES E ADORAÇÃO EXCLUSIVA

 


Surgirão entre vocês profetas ou pessoas que têm sonhos sobre o futuro, e eles prometerão sinais ou milagres” (Dt 13.1 – NVT).


É interessante como as pessoas são facilmente conduzidas por onde há sinais e milagres. Mais facilmente ainda, elas atribuem isso sempre a Deus. Entretanto, não são os sinais ou milagres que determinam se Deus está presente em um lugar onde eles acontecem. O que vai determinar se Deus aprova ou não aquele culto ou ambiente é se ali as pessoas são levadas a adorar única e exclusivamente a Deus.

Observe o v. 2, que diz: “Se os sinais ou milagres preditos acontecerem, e essas pessoas disserem: ‘Venham, vamos adorar outros deuses”! A verdade é que sinais e milagres irão acontecer em vários lugares. Deus não orienta Seu povo a seguir os sinais e sim o que ali é dito, o que ali é pregado. Aqueles profetas hipotéticos fariam os sinais, mas suas palavras estariam afastando o povo de Deus.

A orientação de Deus era a seguinte: “não deem ouvidos às palavras deles. É um teste do Senhor, seu Deus, para ver se vocês o amam de todo o seu coração e de toda a sua alma” (v. 3). Realmente, em nossos dias, as pessoas, milhares e milhares delas, falharam nesse teste! Elas viram sinais e milagres em muitos lugares, até com placas de igreja, mas lá dentro, seus profetas e pastores diziam para seguir outro deus, a saber, Mamom, o deus dinheiro! Milhares foram!

Na época de Moisés, os filhos de Israel deveriam eliminar qualquer um que fizesse essa proposta idólatra: “Os falsos profetas e sonhadores que tentarem desviá-los devem ser executados, pois incentivaram a rebelião contra o Senhor, seu Deus, que os libertou da escravidão e os tirou da terra do Egito. Uma vez que eles tentaram desviá-los do caminho que o Senhor, seu Deus, ordenou que seguissem, vocês terão de executá-los. Desse modo, vocês eliminarão o mal do seu meio” (v. 5).

Mesmo que fosse alguém do seio familiar e fizesse essa proposta, a ordem de Deus era: “Não tenha pena dele, não o poupe nem o proteja. Execute-o! Dê o primeiro golpe e, em seguida, todo o povo participará da execução” (vs. 8b,9)! Assim também nas cidades que eles passavam a habitar. Não poderiam aceitar essa proposta vindo de pessoas daquelas cidades. Caso acontecesse, a cidade inteira deveria ser queimada (vs. 12-17)!

Hoje, as pessoas amenizaram a gravidade dessa lei. Elas pensam que Deus não Se importa mais. Elas acham que Deus foi relativizado, segundo as próprias narrativas deste mundo maligno. Mas de forma alguma! Deus é o mesmo e jamais mudará. Sua vontade ainda é que Seu povo tenha exclusividade na adoração a Seu nome e, quanto aos que não O conhecem nem O adoram, eles serão vingados de forma muito pior do que esta que lemos aqui.

Cuidado com sinais e milagres. Eles não testificam da bênção de Deus. Apenas onde Sua Palavra é pregada com fidelidade é que o Senhor está presente para abençoar!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0663 - JESUS NÃO É NOSSA CIDADE-REFÚGIO!

 


Escolham para vocês algumas cidades que lhes sirvam de refúgio, para que, nelas, se acolha o homicida que matar alguém involuntariamente” (Nm 35.11).


Dentre várias providências que Deus arranjou para Seu povo habitar na terra prometida, havia seis cidades, três de um lado e três de outro do rio Jordão, que serviriam para refugiar pessoas que tivessem cometido o que hoje chama-se de “homicídio culposo”, quando não há intenção de matar.

Muitos pregadores, ao tentar fazer o apontamento das coisas da antiga aliança para Cristo, se confundem e dizem que as cidades-refúgio apontam para Cristo. Entretanto, a lei acerca destas cidades dizia que nelas só se refugiariam os que mataram involuntariamente e não os homicidas “dolosos”. Estes deviam pagar o assassinato com sua própria vida (vs. 16-21). A pena de morte era sua sentença sem delongas.

O erro de apontar estas cidades para Cristo é que nós não somos pecadores involuntários! Apesar de sermos escravos do pecado, nossa natureza caída está de pleno acordo com tais ações pecaminosas. Não somos apenas vítimas da iniquidade, somos operantes da iniquidade voluntariamente!

Paulo faz um raio-X dos homens sem Cristo: “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua enganam, veneno de víbora está nos seus lábios. A boca, eles a têm cheia de maldição e amargura; os seus pés são velozes para derramar sangue. Nos seus caminhos, há destruição e miséria; eles não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm 3.10-18).

O que aconteceu na realidade é que, assim como os assassinos dolosos deviam ser punidos com a morte, Cristo também o foi em nosso lugar! Ele é mais que as cidades-refúgio! O assassino voluntário não teria espaço nessas cidades. Eles seriam entregues aos vingadores para serem executados. Não adiantaria corrermos para Cristo, pois nossos pecados deviam ser tratados exatamente como mereciam, nas mãos do Supremo Vingador!

E foi o que Ele fez! Ele vingou nossos pecados em Seu Filho, para que os que nEle creem sejam perdoados! Cristo não é nossa cidade-refúgio. Ele foi executado em nosso lugar! Em vez de corrermos para Ele, foi o oposto que aconteceu: Ele veio até nós, assumiu nossa culpa e Se pôs voluntariamente debaixo da sentença! Assim como nós fomos voluntários em pecar, Ele foi voluntário em nos substituir!

O homicida deveria ficar na cidade-refúgio até a morte do sumo sacerdote. Se saísse dali antes disso, poderia ser morto pelo vingador (vs. 26-28). Nossa vida física é uma oportunidade para nos reconciliarmos com o Vingador de todas as coisas. O Sumo Sacerdote já morreu. Jesus foi o Grande Sumo Sacerdote que morreu e ressuscitou, garantindo que nenhum de nossos pecados será cobrado nunca mais! Mas quem partir desta vida sem se entregar a Ele, será vingado para sempre por seus pecados no lago de fogo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0662 - A IGREJA E A ALTERMODERNIDADE

 


Como o que atira pedra preciosa num montão de ruínas, assim é o que dá honra ao insensato” (Pv 26.8).


Vivemos em um mundo de valores completamente invertidos. Um crítico de artes, curador francês, Nicolas Bourriaud, até sugeriu que não estamos mais na pós-modernidade e sim na “altermodernidade”, onde tudo se mistura e os conceitos se perdem. Isso nada mais é do que a continuidade da degeneração moral em que o mundo tem afundado.

Acompanhamos perplexos as notícias como um verdadeiro bombardeio em nossos aparelhos eletrônicos. E praticamente todas elas nos trazem estampas da inversão. A moralidade e a honra têm sido questionadas e colocadas no alvo dos treinos de tiro. A desconstrução faz parte da proposta de dominação. Uma vez que o conceito se perde, o espaço está aberto para qualquer novo conceito reformulado.

A mídia dá honra aos tolos; a justiça repudia a si própria e vitimiza a bandidagem; a filosofia repensa o nada; a sociologia justifica o crime em nome das dificuldades e barreiras sociais; a religião se adere aos movimentos chamados minoritários, fomentando a divisão e guerra social; enfim, o que temos visto, até no âmbito social, são pedras preciosas atiradas em montões de ruínas.

O problema é que isto chega a se misturar na pregação do evangelho. A Bíblia diz que o evangelho carrega em si a boa notícia, mas chama para o arrependimento de pecados e para a fé em Cristo. Sem estas coisas a boa notícia não se aplica. No entanto, essa “altermodernidade” que mistura tudo, desconceituou a definição de tão nobre proclamação.

Pregadores do evangelho têm dado honra aos tolos, assim como a mídia. Como o verdadeiro evangelho não se aplica aos ditames e caprichos dos ímpios, então tais pregadores inverteram o seu sentido real. Passaram a bajular aqueles que lhes dão vantagem. Se fosse o evangelho de verdade, seria o que Jesus falou, “lançar pérolas aos porcos” (Mt 7.6). No entanto, não é o evangelho e sim os sofismas gospel.

Dar honra ao insensato já é desperdício, como jogar pedra preciosa num montão de ruínas, agora o que seria insistir o evangelho a ímpios que se recusam a se arrepender? Lançar pérolas aos porcos! Mas o que vemos não é nem uma coisa nem outra. O que vemos não é honra ao insensato nem o evangelho aos impenitentes e sim bajulação em forma de honra a tolos em forma de sábios!

De fato, a baderna já está instalada. O mundo está um caos em qualquer sentido. Essa “altermodernidade” já faz sentido, pois, como diz seu autor, Nicolas Bourriaud, tem que se extrair arte do caos! Se não existe arte no caos, então que o caos seja visto e admirado como arte! Por isso a abominável exposição de crianças a corpos de adultos despidos e outras apresentações chamadas artísticas, enfatizando a degeneração sexual!

Esse retrato é resultado de longos anos em que a honra foi dada aos tolos. As pedras preciosas se perderam em montões de ruínas e até o evangelho foi dado aos porcos. Como a igreja responderá à altermodernidade?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 21 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0661 - O FIM DOS QUE REJEITAM A PALAVRA DE DEUS



“Então disseram: Venham! Vamos nos livrar de Jeremias! Nós temos nossos próprios sacerdotes; eles poderão nos ensinar o certo e o errado. Nós temos sábios para nos dar conselhos e profetas para nos dizer o que vai acontecer. Vamos fechar a boca desse Jeremias para que não fale mais contra nós, nem nos aborreça” (Jr 18.18 – NBV).


No meio de uma geração pervertida e corrupta, a palavra do Senhor nunca foi bem-vinda. A verdadeira igreja (que não se trata de placa denominacional, mas sim de algumas poucas pessoas dentro de muitas igrejas locais) é uma igreja que não negocia a verdade que proclama. E, por conseguinte, torna-se a igreja rejeitada pela sociedade.

Essa rejeição é antiga, haja vista a pregação de Noé: 120 anos proclamando a destruição do mundo de sua época e só conseguiu salvar animais, além de sua família! A reação dos contemporâneos de Noé era de indiferença: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento (Mt 24.38).

De lá para cá, a rejeição é cada vez mais abusiva. Além de terem rejeitado não só a mensagem dos profetas de Deus, como também eles mesmos, os ouvintes de coração duro mataram o próprio Filho de Deus; derramaram o sangue de Seus apóstolos; perseguiram muitos e muitos cristãos e ainda o fazem ao longo da história!

O principal motivo da rejeição é porque os pecadores querem permanecer em seus pecados sem serem incomodados. A proclamação de um Deus santo e que exige santidade soa intolerante e invasiva em nossos dias. O que Deus tem a ver com nossa vida? Queremos fazer o que nosso coração nos pede! Assim, falar contra o pecado e chamar ao arrependimento é ser um incômodo em um mundo de indiferentes.

Outra razão para a rejeição é porque os ímpios já têm quem diga o que eles desejam ouvir. Assim como o povo de Judá dizia que tinha seus próprios sacerdotes que o ensinariam sobre o certo e o errado, assim também a geração atual. Como o apóstolo Paulo disse, já está acontecendo: “Porque chegará uma época quando as pessoas não suportarão a verdade, mas andarão de um lado para outro procurando mestres que lhes digam apenas aquilo que desejam ouvir” (2Tm 4.3 – NBV). Tais mestres estão relativizando a verdade da Palavra de Deus, de modo que seus ouvintes ímpios e incorrigíveis não se sintam aborrecidos.

O que aconteceu ao povo na época de Jeremias foi o que Deus pronunciou: “Vou quebrar esta cidade e seu povo em pedaços, como se quebra um vaso de oleiro! E, da mesma maneira como é impossível restaurar este vaso, será impossível restaurar este povo e esta cidade. A matança será tão horrível que não será possível enterrar os mortos; os corpos serão até mesmo enterrados em Tofete” (19.11 – NBV).

O vale de Tofete (“tambor”, em hebraico – lembrando os tambores tocados enquanto crianças eram oferecidas em sacrifício ao deus Moloque – a palavra também significa “queimar”), se tornou um local que simbolizava o inferno (Mc 9.48). Não é de surpreender que Deus tenha dito que o único lugar que combina com gente rebelde à Sua Palavra seja realmente o lago de fogo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0660 - PODEMOS JULGAR, MAS NÃO SEGUNDO A APARÊNCIA

 


Estes, pois, o interrogaram, dizendo: Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus” (Lc 20.21).


Em Seus dias finais aqui na terra, Jesus foi duramente perseguido pelos opositores de Sua doutrina, os fariseus, saduceus, escribas e outras seitas existentes em Sua época em Israel. O objetivo, de acordo com o evangelista Lucas, era “para o apanharem em alguma palavra, e o entregarem à jurisdição e à autoridade do governador” (v. 20).

Mas era óbvio que eles não O apanhariam em alguma palavra, logo Ele, que é a Palavra! Porém, não obstante sua ambição irracional em prenderem a Cristo, aqueles homens reconheceram no Senhor uma qualidade única de Deus – Ele não considerava a aparência da pessoa! Todos nós, seres humanos caídos, temos essa inclinação, a de olhar as aparências! Mas Jesus não.

Pode ser que aqueles homens falaram isso como uma forma de bajular o Mestre, obtendo dEle uma resposta impensada ou precipitada sobre a pergunta que estavam para fazer. Mas, assim como Jesus não olhava a aparência das pessoas, também não olharia a deles, que se fingiam justos (v. 20). O verdadeiro não se passaria por falso, como foi o caso de Natanael (Jo 1.47), mas também os falsos não se passariam por verdadeiros diante do Salvador!

Esta é uma qualidade divina. Deus, há muito tempo antes, havia dito ao profeta Samuel, que ficara encantado com a postura do filho mais velho de Jessé: “Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Sm 16.7).

Interessante é que, mesmo sabendo disso, que Deus não Se leva pela aparência, há muitas pessoas que tentam ludibriá-lo, mantendo uma aparência de piedade, mas, como disse Paulo, negando-lhe o poder (2Tm 3.5). É pura perda de tempo. Deus não Se ilude com nossos cânticos, com nossas palavras, com nossas roupas, com nossas obras, com nenhuma aparência que porventura queiramos apresentar. As aparências podem enganar os homens, mas a Deus jamais!

É por isso que temos de tomar cuidado quando vamos julgar uma ação de alguém. Não podemos julgar pela aparência, mas segundo a reta justiça (Jo 7.24). A reta justiça, evidentemente, é a Palavra de Deus. Ela é o crivo para que eu julgue minhas próprias ações e as de terceiros, a fim de saber em que devo me corrigir e o que devo ou não aceitar de outrem.

Quando estiver usando este critério, devo me lembrar de que Deus me conhece profundamente e não Se deixa levar pela minha aparência. Assim também nós, que não façamos juízo de ninguém, seja para o bem ou para o mal, olhando apenas o exterior, mas sim observando os frutos e palavras, comparando-os com a Palavra de Deus. Isso nos preservará do engano e nos levará a uma vida de maior santidade.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0659 - BÊNÇÃOS DA TRINDADE NA VIDA DO CRENTE

 


Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1.3).


Dentro do eterno propósito do nosso Deus em nos constituir como família diante dEle por toda a eternidade, aprouve a Ele nos conceder bênçãos gloriosas, que perpassam tempos e eras, nos atingem num dado momento da nossa história particular e nos levam, finalmente, ao seu objetivo final, que é a concretização desse propósito.

Nesse processo de bênçãos espirituais, toda a Trindade está envolvida em nos concedê-las, de tal maneira que o conjunto de bênçãos da salvação que recebemos, tem cada Pessoa divina bendita realizando Sua parte.

Deus Pai nos abençoou, diz o apóstolo, nos elegendo em Cristo antes da fundação do mundo (v. 4)! A bênção da eleição é aquela determinação divina, que não depende de nós, em salvar aqueles que Ele mesmo quis, “segundo o beneplácito de sua vontade” (v. 5). Nada teve que ver conosco. Não foi “segundo” nossas obras, não foi “segundo” nossa fé, não foi “segundo” absolutamente nada que diga respeito a nós, senão que somente “segundo” Sua vontade!

Paulo ainda diz que Deus Pai nos predestinou para adoção de filhos (v. 5). No cap. 2, ele deixa claro que nascemos mortos espiritualmente (v. 1), portanto, não havia nada que pudéssemos fazer para mover essa ação de Deus por nós. Mesmo assim, Ele trocou nosso destino, que era a morte e nos destinou para filhos!

Depois disso, Paulo nos diz que nossa bênção no Deus Filho foi a redenção pelo Seu sangue (v. 7). Redenção é compra, é pagamento. O apóstolo diz que a compra, ou o pagamento que Jesus fez com Seu sangue por nós é a remissão das ofensas. Remissão é o perdão! Uma vez que Ele pagou nossos pecados com Seu sangue, todas as nossas ofensas foram perdoadas!

Foi em Cristo, diz Paulo, que fomos predestinados e feitos herança (v. 11), a fim de sermos para o louvor da Sua glória! É impossível que alguém possa servir para a glória de Deus se não estiver em Cristo! O pecado tenta corromper a glória de Deus e é desta forma que vive o homem sem Cristo. Mas quando somos colocados em Cristo, então a glória de Deus é restaurada!

Finalmente, a Pessoa do Espírito Santo também entra com Sua bênção sobre nós. Ele é o selo da promessa (v. 13)! Ele é o penhor da nossa herança (v. 14)! Ou seja, Deus nos dá o Seu Espírito, nos sela com Ele, para que, enquanto vivermos aqui, tenhamos garantia de que, quando Cristo voltar para nos levar como Sua posse, então estaremos com Ele para todo sempre!

Nenhuma destas bênçãos concedidas aos salvos serve para seu orgulho, mas para transformá-los em homens e mulheres semelhantes ao Filho de Deus! Todos aqueles a quem Deus escolheu, a estes Ele predestina para serem filhos. Perdoa-lhes seus pecados e lhes dá o Seu Espírito para que eles todos sejam como Cristo, para o louvor de Sua glória! Com bênçãos como essas, alguma coisa deste mundo ainda pode nos atrair?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 14 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0658 - UMA ESPERANÇA NÃO CONSIDERADA

 


Pois qual será a esperança do ímpio, quando Deus o cortar, quando Deus lhe tirar a alma?” (Jó 27.8).


Desde a Queda, a humanidade foi dividida em duas partes: os filhos de Deus e os filhos do maligno (1Jo 3.10). Mesmo os filhos de Deus nasceram em pecado depois disso e, portanto, debaixo da ira de Deus, como também os demais (Ef 2.3). Porém, como sempre foi plano de Deus resgatá-los, então, sobre eles também estava seu amor (Rm 5.8).

Porém, os filhos do maligno não podem se achegar a Deus. Eles recebem muitas bênçãos da parte de Deus, certamente, pois não há nenhum bem que não proceda do Senhor (Tg 1.17). Entretanto, os ímpios, filhos do diabo, são ingratos e inúteis. Eles esbofeteiam o rosto de Deus sentados em Seu colo, como dizia Van Til.

Os ímpios pensam que podem escapar do juízo de Deus, como pregou Jonathan Edwards, os ímpios acham que são espertos o suficiente para, no dia do Juízo, convencerem a Deus de que não merecem ser condenados. Isso quando consideram a possibilidade de haver um dia do Juízo, pois a maior parte deles despreza esta verdade.

Eles vivem suas vidas terrenas, mesmo sendo esta um dom de Deus, de modo pecaminoso, atrevido e hostil ao próprio Deus que lhes concedeu.  Eles criam seus ídolos, estabelecem todo o curso de sua vida como um meio de alcançá-los, zombam e blasfemam de Deus, porém, mesmo que pensem que sua vida terrena é a última coisa que existe, haverá o outro lado! Agora é que começa o terror!

Qual será a esperança do ímpio?” diz Jó... haverá um dia de corte. Sua alma será tirada! Jesus contou uma parábola que expressa fortemente essa verdade. Um rico que só pensava em ser mais rico, que achava que seus celeiros eram pequenos demais para o quanto ele queria amealhar, na soberba do seu pensamento, que nem ainda havia sido executado, foi interrompido pela voz que pedia a sua alma (Lc 12.20)!

A verdade é que não haverá esperança para os filhos do maligno. Eles se satisfizeram em estapear a face de Deus. Para eles, Deus não foi sua confiança. Eles se apegaram à força de seu próprio braço. Eles confiaram no dinheiro, na ciência, nos negócios, confiaram em sua inteligência ou sagacidade, mas não são tão espertos como pensam. Deixaram de refletir sobre o que é eterno, foram logrados pelo bem-estar que buscaram com tanto afinco.

A esperança de todo homem é unicamente Cristo. Somente Ele é a Ponte que evita o homem de cair no fogo da perdição quando tiver de atravessar o abismo da morte. Você pode não acreditar que existe algo depois da morte, mas você não pode negar que vai morrer. O que tem do outro lado, na pior das hipóteses, é uma incógnita! Não seria mais inteligente considerar a melhor delas? Que do outro lado realmente há algo, e isso é eterno? Qual será sua esperança sem Cristo?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0657 - NOSSAS CONTRIBUIÇÕES E A MORTE DE CRISTO

 


Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8.9).


Entre vários assuntos que faziam parte da segunda carta de Paulo aos coríntios, teve um assunto relacionado a ofertas, sobre o qual ele tratou nos caps. 8 e 9. O apóstolo trata da necessidade de alguns irmãos e da generosidade de outros. Enquanto os irmãos da Judeia passaram por necessidades, os irmãos da Macedônia se entregaram junto com seus bens a fim de supri-los!

Mas esta lição que Paulo dá aos coríntios vai além da questão financeira e da solidariedade entre as igrejas. Todas as coisas para o apóstolo Paulo tinham Cristo como o centro e sobre Ele é que tudo deveria ser coordenado. Cristo era o centro gravitacional em torno do qual todos os corpos deveriam orbitar. E “todos os corpos” significa todas as coisas, pois afinal, tudo foi feito por Ele e para Ele!

Sendo assim, o significado de uma oferta não deve ser reduzido a uma ação solidária entre irmãos. Essa ideia comunista, de igualdade de posses ou de qualquer tentativa de acabar com a desigualdade social não está no escopo do NT. Tanto Moisés, como Jesus testificaram que os pobres sempre existirão (Dt 15.11; Mt 26.11). O sábio Salomão disse que o rico e o pobre, ao se encontrarem, devem saber que a ambos fez o Senhor (Pv 22.2).

O que a Bíblia condena é a discriminação por causa da posição social, o respeito pelo que a pessoa tem, pois perante Deus todos são iguais, mas entre si, financeiramente e em vários aspectos os homens são diferentes. Tiago condena essa acepção feita na igreja (Tg 2.2-4). Há mandamentos para os ricos que o próprio Paulo ordena que Timóteo ensine à igreja (1Tm 6.17-19). Mas não há mandamento para que os crentes sejam de apenas uma classe econômica.

Como para Paulo, todas as coisas apontavam para Cristo, então as contribuições na igreja também têm esse mesmo fim. Sendo Cristo rico, Se fez pobre por amor dos crentes. Assim também os crentes devem ser desapegados, mesmo sendo ricos, também por amor uns dos outros.

Quando damos ofertas, somos parecidos com Deus, que também deu Sua oferta mais preciosa, à qual nada mais pode ser comparado neste mundo nem na história! Cristo foi a oferta de Deus para Sua igreja, ato impossível de se calcular o custo! Assim, quando contribuímos no reino de Deus, nossas ofertas devem apontar para a generosidade de Deus, que um dia nos ofertou o maior de todos os sacrifícios!

Não é à toa que Paulo diz aos filipenses que suas contribuições chegaram para ele “como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus” (Fp 4.18). Somente mais uma vez essa expressão aparece no NT inteiro e da pena do mesmo apóstolo. E diga sobre o quê ele estava falando? Da entrega de Cristo por nós na cruz (Ef 5.2). Portanto, saiba que sua oferta, para o NT, é comparada com a entrega de Cristo na cruz. Será que estamos à altura?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 12 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0656 - A IGREJA ADORNADA

 


Disse mais o Senhor a Moisés: Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá... e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício... Eis que lhe dei por companheiro Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã” (Êx 31.1-3,6).


Quando o povo de Israel saiu do Egito, levou consigo muitos objetos valiosos de ouro, prata e muitos haveres dos egípcios, devido ao medo e pavor que tomaram conta do coração daquela nação diante da décima praga, a morte de seus primogênitos (Êx 12.35,36).

Mas, durante sua caminhada no deserto, Deus estabeleceu que Moisés deveria construir uma tenda, um tabernáculo, para ali Deus Se manifestar a Moisés, aos sacerdotes e para receber as oferendas de Seu povo, bem como para instruí-los na jornada até à terra prometida.

Entretanto, não havia ninguém com habilidade para fazer conforme as instruções que Deus havia dado a Moisés, seguindo à risca toda a planta do santuário. Então, Deus envia Seu Espírito para encher de habilidade um homem chamado Bezalel e um outro chamado Aoliabe. Eles não tinham curso ou formação em artes, nem em desenho ou arquitetura, nem prática em lavores ou qualquer obra de ourives em pedras ou metais preciosos.

Como todas as coisas na antiga aliança apontavam para Cristo e Sua igreja, mais tarde, o mesmo Espírito de Deus é derramado sobre o povo definitivo de Deus, que é a igreja, e o capacita também com dons espirituais para a realização da Sua obra!

Assim como Bezalel era de uma tribo e Aoliabe de outra, assim também os crentes são procedentes de diferentes famílias, raças e línguas, culturas e povos diferentes, no entanto, é o mesmo Espírito que opera tudo em todos, capacitando-os para o serviço no reino de Deus (1Co 12.4-6). Assim como a beleza do tabernáculo foi devido à capacidade que aquelas pessoas receberam, assim também a beleza da igreja é vista na diversidade dos dons que a ela são dados pelo Espírito Santo.

Ele é quem enfeita a noiva para que ela seja apresentada a Seu esposo como igreja gloriosa, sem mácula e sem ruga (Ef 5.27). Não somente a santifica, mas também a adorna de dons espirituais, de maneira que ela fica ataviada como noiva para seu marido (Ap 21.2).

Somos igreja gloriosa do Senhor e nossos dons não são para serem recebidos apenas como uma grande responsabilidade, como de fato o são, mas também como grande privilégio, o que faz de nós pessoas alegres e trabalhadoras no reino de Deus para o crescimento e beleza de Sua igreja!

Uns receberão mais, outros menos; mas ninguém ficará sem, nem tampouco haverá alguém com todos! A questão da quantidade é por capacidade dada por Deus (Mt 25.15); o fato de ninguém ficar sem, é para não haver desculpa diante de Deus de não ter feito nada; e o fato de ninguém ter todos, é para que reconheçamos a necessidade que temos uns dos outros. Que o Espírito de Deus continue capacitando e embelezando a igreja do Senhor!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0655 - EXPECTATIVA OU ESPERANÇA?

 


A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra” (Pv 12.25).


Um dos maiores males que atravessaram o século XX foi o da ansiedade. Ele atacou ferozmente a nossa geração e ainda hoje faz vítimas impiedosamente. De certo modo, a ansiedade ou solicitude, é um tipo de expectativa sobre algo que ainda não aconteceu, em geral, a espera por algum momento que provoca tensão, seja ele real ou apenas imaginário. Ter expectativas não é errado, mas é errado você confiar nelas.

Outra coisa que o crente precisa distinguir é a diferença entre expectativa e esperança. A expectativa procede do que nosso coração almeja e imagina, mas a esperança procede de confiar na promessa de Deus em Sua Palavra. Expectativas podem ou não se realizar, mas a promessa divina é infalível, portanto, ter esperança é mais cristão do que ter expectativas.

Nosso texto é claro sobre a consequência da ansiedade – ela abate o coração do homem. Este é o resultado nítido da solicitude: a depressão. Assim lemos na NVT: “A preocupação deprime a pessoa, mas uma palavra de incentivo a anima”. Este é mais um inimigo psicológico do ser humano do nosso século: a depressão. Expectativas não cumpridas frustram e a frustração abate ao ponto de deprimir alguém!

A outra parte do nosso provérbio diz que a boa palavra alegra o indivíduo. De fato, conversar com pessoas deprimidas é deprimente! Inúmeros são os casos de psicólogos que tiveram de se tratar, por terem se tornado um poço onde diversos pacientes derramaram seus problemas! Pastores e outros conselheiros estão à beira de um colapso emocional por constantemente ouvirem problemas de pessoas deprimidas e ansiosas.

Mas falar palavras boas pode realmente animar o coração das pessoas. Por isso, as multidões estão à procura de coaches, de palestrantes motivacionais, de terapeutas de casais, de pregadores de piadas e stand ups. Eles têm palavras boas, dizem o que a maioria quer ouvir, são ótimos contadores de estórias e excelentes humoristas.

No entanto, a única palavra que pode livrar você da ansiedade e sua filha, a depressão, é somente a Palavra de Deus! Ela é realista, não ilude você, não te enche de expectativas só para serem frustradas de novo mais tarde, não finge que não está acontecendo nada. A Palavra de Deus é pura, nua e cruamente verdadeira. Ela abre suas feridas para tratá-las; nem deixa expostas nem deixa intocadas.

A Palavra de Deus não trata com expectativas humanas e sim com promessas divinas. Tais promessas podem não ser exatamente aquilo que você espera, mas é exatamente aquilo que te liberta! Diante da Palavra de Deus você não deve ter expectativa e sim unicamente esperança!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0654 - PEQUENAS CAUSAS NA JUSTIÇA

 


O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” (1Co 6.7).


Dentre os vários assuntos que levaram Paulo a escrever suas cartas aos coríntios estava um assunto jurídico. Muitos irmãos estavam levando outros a tribunais. Essa demanda era algo inaceitável para o apóstolo (v. 1). Os crentes têm a mente de Cristo (2.16) e não deveriam se rebaixar ao nível dos mundanos, ainda que, para o mundo, o nível dos magistrados seja o mais alto da sociedade!

Para o apóstolo Paulo, um crente levar outro a juízo é um escândalo, uma derrota, visto que, segundo lhe foi revelado, nós julgaremos o mundo e até os anjos (vs. 2,3)! Os litígios na igreja deveriam ser resolvidos dentro da igreja e jamais deveriam sequer ser permitido aos mundanos saberem do que acontece ali dentro! Na mente de Paulo, que autoridade uma autoridade mundana tem sobre assuntos que ocorrem no meio dos santos? Nenhuma!

Paulo queria que a igreja tivesse a mente de Cristo mesmo. Em algum caso no qual precisasse de julgamento, um irmão sábio deveria ser escolhido para fazer a acareação e resolver entre as partes do litígio (v. 5). Um juiz incrédulo, por mais que tenha sabedoria humana, seja formado em Direito, ele não tem cacife para resolver problemas eclesiásticos. Mas onde entra a mente de Cristo nos problemas entre irmãos?

Observe que, no v. 7, o apóstolo diz que só o fato de haver demandas na igreja já era um motivo de derrota e vergonha! Nem isso deveria existir! A mente de Cristo é assim: já que há demandas e não há como evitar, então, que o prejudicado sofra o dano e a injustiça! Será que aceitaríamos isso? Jamais! Que o ofensor pague pela ofensa, é o que diríamos! Mas o exemplo de Cristo não foi assim. Ele sofreu a ofensa e a levou para a cruz. Ele foi danificado e Se calou!

A igreja de Corinto (assim como as nossas igrejas) fazia o oposto do que se deve no Cristianismo. O cristão sofre o dano e a injustiça e deve praticar a justiça e o benefício. Ali naquela igreja, eles praticavam o dano e a injustiça a seus irmãos (v. 8)! Não podemos criticar essa igreja, pois é o que vemos em grande volume em nossas igrejas!

Mas o apóstolo alerta: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus?” (v 9a). Eis aí o detalhe: o céu não é lugar de pessoas que não procedem como Cristo! O céu é lugar para quem sofre o dano e a injustiça e não para quem os pratica! O que Paulo está querendo nos ensinar é que, para quem tem a vida eterna garantida, para quem foi absolvido no tribunal de Deus, as coisas desta terra são irrelevantes, por mais litigiosas que sejam!

Podemos perder todas as causas aqui, mesmo injustamente, mas isso não nos incomoda, visto que Cristo ganhou nossa causa para a eternidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 7 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0653 - "ESTA VEZ LOUVAREI AO SENHOR"!

 


De novo concebeu e deu à luz um filho; então, disse: Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá; e cessou de dar à luz” (Gn 29.35).


Conhecemos a história de Jacó e seu tio Labão, como Jacó trabalhou por 7 anos em troca de Raquel, para obtê-la como esposa e como seu tio lhe deu a mais velha, alegando que seria vergonhoso para ela ver sua irmã mais nova casar-se primeiro. Conhecemos que Jacó, mesmo sendo trapaceado por seu tio, ainda trabalhou mais 7 anos por causa de Raquel, visto que a amava muito.

O inesperado da história era que Raquel não pudesse dar à luz filhos. Sua irmã gerou filhos a Jacó, mas Raquel era estéril (v. 31). Aquele sentimento de disputa e rivalidade não existia somente no coração de Raquel, mas também de Lia, sua irmã. A cada filho que ela gerava, dava-lhe um nome correspondente à situação, mas sempre tendo Jacó como o centro.

Ao lhe nascer o primeiro filho, ela deu-lhe o nome de Rúben, que quer dizer “eis um filho”! A intenção de Lia ao dar este nome à criança era ter o amor de seu marido (v. 32). Quando o segundo filho lhe nasceu, ela lhe deu o nome de Simeão, que quer dizer “o que é ouvido”. A intenção era dizer que Deus estava do lado dela nessa disputa com sua irmã (v. 33). No v. 34, o seu terceiro filho foi chamado Levi, que quer dizer “junto”, porque, segundo ela, “esta vez se ajuntará meu marido comigo, porque três filhos lhe tenho dado”.

Somente ao nascer-lhe o quarto filho é que ela lhe deu um nome voltado para Deus e não para Jacó. O nome Judá significa “louvor” e suas palavras foram: “Esta vez louvarei ao Senhor” (v. 35). Em outras palavras, das outras vezes ela havia “louvado” a Jacó e não ao Senhor!

Essa tentativa de agradar a homens, de receber o elogio das pessoas é algo antigo. Para Lia, não era somente vergonhoso que sua irmã mais nova se casasse primeiro, mas também era vergonhoso que Jacó não a amasse. E para escapar a essa vergonha, o nome de cada filho era uma tentativa de usar Deus como um meio para obter um fim, o amor e a atenção de seu marido. Somente com Judá é que ela teve seu sentimento voltado para o louvor a Deus.

Nós também somos pegos em nosso utilitarismo, quando usamos aquilo que Deus nos dá para chamarmos a atenção dos homens e obtermos o seu louvor. Muitas vezes usamos nossos dons para impressionarmos, seja o dom de falar, de cantar, de servir, ou algum outro dom. No entanto, nossos dons não são nossos, assim como os filhos, eles vieram de Deus. Devem ser usados para o louvor a Deus e não aos homens.

Será que nossos dons são usados para a glória de Deus, ou será que queremos com eles chamar a atenção dos membros da igreja e seus líderes? Será que ficamos chateados quando não somos amados como gostaríamos, quando não somos reconhecidos ou aceitos como pensamos que deveríamos ser? Ou continuaremos usando aquilo que Deus nos deu para que Seu nome continue sendo louvado, independente do reconhecimento ou aceitação do homem?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0652 - PECADO PARA A MORTE É CASTIGO, MAS NÃO PUNIÇÃO

 


Mas, quando somos julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1Co 11.32 – BKJ Fiel).


Existe muito comentário no interior da igreja sobre o que significa o termo que Paulo usou aos coríntios quando falou sobre a ceia do Senhor. O termo é: “comer este pão e beber este cálice do Senhor indignamente” (v. 27). A maioria tem pensado que é participar da ceia do Senhor tendo cometido pecado aquela semana ou aquele dia.

Claro que a questão vai muito além disso e, ao contrário do que se possa imaginar, o fato de ter pecado realmente não pode impedir o crente de participar da ceia, pois Paulo diz que após ter feito o autoexame, “assim coma deste pão, e beba deste cálice” (v. 28). A ordem é para comer e beber. Se fosse uma questão de acusação da consciência, então Paulo diria para não comer nem beber.

O contexto nos mostra que os crentes de Corinto estavam participando da refeição de forma errada. Havia, de fato, uma refeição nos cultos primitivos chamados “festa agape”, ou “festa de caridade, ou fraternidade” (2Pe 2.13; Jd 12). Mas essa refeição era um compartilhamento para que todos se alimentassem em comunhão. Não simbolizava dissolução ou esbanjamento e sim “ter em comum”.

Os coríntios fizeram acepção nesse jantar. Uns comiam e bebiam demais, outros ficavam com fome (v. 21). Paulo condena essa ação, estabelece a norma doutrinária da ceia como sacramento (vs. 23-25), diz o real significado da ceia, que é proclamar a morte, ressurreição e volta do Senhor (v. 26) e condena o significado distorcido que ali acontecia (v. 27), bem como suas consequências trágicas 

Portanto, comer e beber indignamente é desconsiderar o sagrado, profanando-o com glutonarias e discriminações, ou qualquer coisa que venha obscurecer o real significado espiritual da ceia. Se, ao fazermos o autoexame, encontrarmos pecado (obviamente iremos encontrar), devemos sim, confessar arrependidos e, se for contra irmãos, devemos nos dirigir a eles para nos reconciliar e então participarmos.

Mas se desconsiderarmos o sagrado e o subestimarmos com nossos desprezos pecaminosos e descasos desprezíveis, então estamos tomando a ceia para nossa condenação (v. 29). Porém, Paulo ressalta que essa “condenação” não é a condenação final e sim disciplinar. Muitos ficam fracos (espiritualmente), enfermos (fisicamente) e muitos dormem, isto é, morrem fisicamente (v. 30). Deus faz isso com alguns, para não ter que condená-los ao inferno (v. 32)! Veja que, mesmo enfraquecendo, adoecendo e até matando alguns de Seus filhos, Deus está sendo com eles misericordioso, pois os salvará no último dia!

Que duas lições importantíssimas. Primeira: pecados aparentemente pequenos chegam até mesmo a ser pecado para a morte (1Jo 5.16); e segunda: mesmo pecados que poderiam nos levar ao inferno, Cristo os pagou de tal modo que Deus nos castiga, mas não nos pune!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0651 - ÍMPIOS USADOS POR DEUS PARA EXECUTAR JUÍZO SÃO DEPOIS EXECUTADOS!

 


Acaso, não ouviste que já há muito dispus eu estas coisas, já desde os dias remotos o tinha planejado? Agora, porém, as faço executar e eu quis que tu reduzisses a montões de ruínas as cidades fortificadas” (2Re 19.25).


Em torno do ano 700 a.C., o rei Senaqueribe, da Assíria, promoveu uma invasão ao reino de Judá, onde governava o rei Ezequias. Embevecido com grandes conquistas já realizadas (18.34; 19.12,13), este rei pensou que poderia invadir a capital Jerusalém e dar a ela o mesmo fim que havia dado às demais cidades conquistadas.

Suas palavras foram pesadas, apavorantes e perversas (18.28-35; 19.10-13). Não só o povo, mas o próprio rei Ezequias ficou apavorado por aquelas ameaças e as aparentes verdades a respeito. O medo de Ezequias havia feito com que ele rendesse ao rei assírio pesados tributos e ainda arrancasse os tesouros da casa do Senhor, o templo de Salomão, suas portas e batentes de ouro (18.15,16) e mesmo assim, aquele tirano queria mais!

Em uma de suas falas, o rei Senaqueribe disse algo interessante. Ele afirmou: “O Senhor mesmo me disse: Sobe contra a terra e destrói-a” (18.25). Ele alegava isso, porque na opinião dos assírios, um rei que destruísse altares, como Ezequias havia feito, só podia provocar à ira os seus deuses (18.22).

Claro que era mentira do rei assírio. Deus não disse nada a ele. O que ele pensava era que Deus não estava satisfeito com Ezequias por ter destruído altares e então, ele tinha permissão do Deus de Judá para invadir Jerusalém. No entanto, na resposta de Deus para Ezequias, havia algo semelhante nessa observação.

Deus disse que tudo o que Senaqueribe fez, já tinha sido planejado por Ele (19.25). Deus o enviou a destruir outras cidades e países porque Ele quis. Porém, contra Judá a coisa era diferente. Afinal, zombar dos deuses de outras nações era irrelevante. Mas brincar com o Deus verdadeiro é catastrófico!

A questão contra Deus é diferente! “A quem afrontaste e de quem blasfemaste? E contra quem alçaste a voz e arrogantemente ergueste os olhos? Contra o Santo de Israel” (19.22). Espere aí, rapaz! Aqui é o Deus verdadeiro, a Quem você não conhece, portanto, não O considere como você considerou os falsos!

Por causa do teu furor contra mim e porque a tua arrogância subiu até aos meus ouvidos, eis que porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio na tua boca e te farei voltar pelo caminho por onde vieste” (19.28), disse Deus por meio de Isaías. A sentença dessa arrogância foi: “Eis que meterei nele um espírito, e ele, ao ouvir certo rumor, voltará para a sua terra; e nela eu o farei cair morto à espada” (19.7).

20 anos após esse confronto de Senaqueribe com Deus, “sucedeu que, estando ele a adorar na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; e fugiram para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar” (19.37). Deus pode usar ímpios para executar Seus juízos, mas isso jamais isenta os ímpios de serem executados por Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0650 - A GRANDEZA DESCONHECIDA DE DEUS

 


Conhecido é Deus em Judá; grande é o seu nome em Israel” (Sl 76.1).


Poucos são os crentes que conhecem a grandeza da majestade de Deus. Dos poucos que a conhecem, menos ainda são os que se rendem diante dela e a declaram com seus lábios, cheios de temor em seu coração. Na verdade, as pessoas querem ouvir e aprender mais sobre si mesmas do que sobre Deus. Vivemos numa geração de pessoas que Agostinho chamava de homo incurvatus in se, isto é, o homem voltado para si mesmo.

Quando lemos os Salmos ficamos impressionados (ou pelo menos deveríamos) como aqueles homens conheciam a Deus, mesmo tendo muito menos revelação que a igreja! Este salmo de Asafe revela Deus em Sua grandiosa majestade! Deus não é atingido por armas de guerra, antes, Ele mesmo as destrói (v. 3). Ele é mais ilustre, mais glorioso do que os montes eternos (v. 4)!

Homens fortes não encontram forças em suas próprias mãos contra Deus. São despojados e ficam assolados (v. 5)! Veja que impressionante a declaração que ele faz a Deus no v. 6: “À tua repreensão, ó Deus de Jacó, carros e cavalos são lançados num sono profundo”! Quem diria isso num momento de oração em nossos dias?

Diante da ira de Deus, ninguém pode subsistir (v. 7). Quando Ele faz ouvir Seu juízo, toda terra treme e se aquieta, porque Ele Se levanta para julgar e salvar os humildes (vs. 8,9). Sobre o v. 10, encontramos uma das mais terríveis doutrinas sobre Deus: Ele não faz caso da ira do homem, ao contrário, até mesmo a cólera humana redundará no louvor da glória de Deus e Ele ainda usa o resto das iras humanas como cinto!

O conselho do salmista é que os que estão ao redor de Deus, isto é, todas as Suas criaturas, façam votos a Ele e os paguem! Que Lhe tragam presentes e reconheçam que Ele é tremendo e deve ser temido por todos (v. 11)!

A igreja deveria mostrar Deus ao mundo exatamente como Ele é, como Ele mesmo Se revelou nas Escrituras. Mas, infelizmente, o que temos visto, é uma igreja covarde e medrosa, que nem conhece o Deus que ela diz servir, como tampouco consegue anunciá-lo para que seja temido pelo mundo!

Muitas igrejas têm adocicado a proclamação da mensagem ordenada por Deus para o mundo; e isso tem feito com que o mundo perca o temor de Deus. Aliás, muitos na igreja também já o perderam.

A questão é que quando Deus Se levantar para Se manifestar exatamente como a Sua Palavra diz que Ele é, tanto o mundo como muitos na igreja irão se assustar. Essa geração, tanto de crentes como de mundanos, incurvatus in se, deve conhecer a Deus como Ele é, mediante a proclamação da Escritura, através das vozes verdadeiras dos que ainda restam nesta terra com temor de Deus e destemor do homem!

Ele ceifará o espírito dos príncipes: é tremendo para com os reis da terra”, encerra Asafe este maravilhoso Salmo sobre a grandeza da majestade de Deus (v. 12)!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0649 - UM CONSULTOR CHAMADO TRAVESSEIRO

 


Na vossa ira, não pequeis; consultai o coração no travesseiro e aquietai-vos. Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no Senhor” (Sl 4.4,5 – A21).


Em nosso dia a dia passamos por situações diversas, que também provocam sentimentos diversos em nossa alma. Temos picos de alegria, divertimento, apreensão e tensões, tristeza, medo, espanto e, muitas vezes, raiva e ódio.

Porém, como crentes, devemos encarar todos os nossos sentimentos à luz da Palavra de Deus e Sua perfeita vontade. Não devemos nos deixar levar por eles, pois nossos sentimentos, na maior parte das vezes, revelam apenas nossa inconstância e desequilíbrio.

Sabemos que os ímpios não dormem sem antes maquinarem o mal (Pv 4.16). Não que eles planejem somente o mal no sentido de violência. Mas projetam o mal no sentido moral, financeiro, enganador, enfim, tudo de corrupto que há no coração do homem.

Entretanto, o crente tem outra maneira de lidar com seus pecados. No tocante à ira, diz Davi, não devemos pecar. Paulo confirma isso em Ef 4.26. Em vez de pecar impulsionados pela ira, devemos consultar o coração no travesseiro! Enquanto os ímpios maquinam à noite o que farão de mau no outro dia, nós devemos consultar no travesseiro o que deveríamos fazer de bom!

Em vez de vingança, após uma longa reflexão noturna, obviamente acompanhada de oração, nós devemos nos aquietar. Após isso, em vez de destilarmos o veneno de nosso ódio no dia seguinte, devemos oferecer sacrifícios de justiça e confiar no Senhor, diz o rei de Israel.

Aos romanos, o apóstolo Paulo orientou que os crentes não se vingassem, mas que dessem lugar à ira, “porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor”, disse ele, citando Dt 32.35. E, aos efésios, ele disse que aquele que não resolve a ira no seu coração, dá lugar ao diabo (Ef 4.26,27).

Nosso coração é enganoso, e o perdão, a confiança no Senhor, o recomeço da comunhão, tudo isso é de suma importância para derrotarmos os pensamentos iracundos e vingativos. Não se espera de crentes de verdade que alimentem estes sentimentos em seu coração, quanto mais pecar baseados neles.

Não que estejamos isentos de tais sensações. Claro que sentimos sim, tristezas, alegrias, medos, espantos e raiva. Mas tais coisas não devem ser alimentadas em nosso coração, não devem servir de base para nossas reações e devem imediatamente ser eliminadas por meio da oração e da luta contra a carne. A noite é uma ótima amiga e o travesseiro um ótimo consultor.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0648 - VIDA CRISTÃ NORMAL SOBRENATURAL

 


Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças” (Cl 2.6,7).


A vida cristã é uma vida normal, apesar de sobrenatural. Ela tem início, desenvolvimento e finalidade. Embora haja extremos sobre esse entendimento, como alguns que pensam que a vida cristã só é composta de milagres e outros que pensam que sua vida cristã não precisa de progresso, entretanto, aprendemos por todo o ensino apostólico que há uma “normalidade espiritual” na vida do regenerado.

Paulo começa com o “receber Cristo Jesus, o Senhor”. É uma forma resumida de falar do início da caminhada. Esse início começa com a fé e a declaração mais antiga da profissão de fé da igreja: “Jesus Cristo é o Senhor” (1Co 12.3). Quando o apóstolo Pedro falou em sua segunda carta sobre o desenvolvimento da vida cristã, ele começou também com a fé. Ele disse: “Associai com a vossa fé a virtude” (2Pe 1.5).

Depois de dizer sobre “receber Cristo”, Paulo fala “assim andai nele”. Quando o crente recebe Cristo como Senhor, ele não pode mais parar. Sua nova vida “se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10). Ela é uma vida em crescimento. Paulo disse aos efésios que devemos nos renovar no espírito do nosso entendimento (Ef 4.23). Isto significa crescimento espiritual. A esse crescimento, chamamos de vida em santificação.

Depois, Paulo usa três verbos que revelam o estado da vida cristã normal: “radicados, edificados e confirmados na fé”. A saber, nossa fé deve ter uma raiz profunda, não como aquela da parábola da semente, que caiu sobre as pedras. Ela não tinha profundidade e, por isso mesmo, apesar de ter crescido, não se sustentou (Mt 13.5,6). Além de “radicados” (ou enraizados) na fé, devemos também estar “edificados” nela. Enquanto a raiz fala do começo da vida cristã, a edificação fala da jornada. Precisamos ser edificados por nossos irmãos e devemos também edificá-los. Assim, devemos também ser “confirmados” na fé. Isto é, não se pode admitir que um crente radicado e edificado, desista na sua jornada. Deve haver perseverança até o fim.

Então, Paulo diz: “tal como fostes instruídos”. Eis aqui um dos maiores problemas de muitas igrejas. Elas não instruem os novos conversos sobre uma vida realmente segura. Muitos nem mesmo sabem a importância de terem recebido a Cristo como Senhor, muito menos a de andar nEle! A instrução é o que faz o crente tomar consciência da dinâmica de sua vida cristã. Ela é normal no sentido de que precisa passar pelas etapas de crescimento e firmeza, mas é sobrenatural no sentido de que isso não provém da pessoa e sim de Deus!

Paulo conclui esse ensino, dizendo que o crescimento deve ser “em ações de graças”. Toda a vida cristã deve zelar pela gratidão. Assim como devemos saber que nada disso vem de nós, senão que é dom de Deus, assim também devemos conduzir nossa vida cristã a cada passo de crescimento em reconhecimento da nossa dependência de Deus e, por isso mesmo, vivermos em ações de graças. Esta é a dinâmica da vida cristã normal sobrenatural.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0647 - O PRESENTE QUE GEROU INIMIGOS

 


Ao generoso, muitos o adulam, e todos são amigos do que dá presentes” (Pv 19.6).


Há muitos aproveitadores em nossos dias. Na realidade, sempre foi assim. Onde existe uma pessoa generosa, ali se encontram os aduladores interesseiros. Pessoas nobres e desapegadas são chamadas de ingênuas, muitas vezes, pelo fato de sempre estender sua mão ao necessitado, embora muitos que se passam por necessitados são, na realidade, oportunistas.

Nosso texto ainda afirma outra verdade: que todos são amigos do que dá presentes. O princípio é o mesmo. Onde há generosidade há também os que se fingem amigos. No próprio mundo ouvimos pessoas dizerem coisas do tipo “fulano foi meu amigo enquanto eu tinha dinheiro”, ou “depois que meu dinheiro acabou, nunca mais fui procurado por beltrano”.

Esta é a realidade do mundo em todos os seus setores. A política é assim, vemos isso no trabalho, a convivência familiar tem muito disso também, inclusive nas igrejas, infelizmente, temos visto aproveitadores e interesseiros em cargos, posições e reconhecimento.

Mas existe uma realidade oposta a essa, a qual nem todos costumamos observar. Deus é generoso, no entanto, as pessoas não O adulam. Embora muitos pregadores da falsidade queiram colocar Deus como bonachão, que faz a vontade de quem Lhe adula, isso não é verdade. De fato, Deus é bom e costuma nos abençoar muito mais do que aquilo que pedimos ou pensamos. No entanto, Ele não aceita adulação de ninguém. Ele não é movido a isso para abençoar.

Além disso, Deus não nos dá presentes para obter de nós a amizade. Pessoas querem ser amigas dos que dão presente porque, em geral, o presente está vinculado àquilo que a pessoa gosta de receber. Mas Deus não nos dá presentes de acordo com o que gostamos de receber. Ele nos dá (quando quer) presentes de acordo com aquilo que precisamos receber. Nesse caso, Deus não está tão cercado de amigos assim...

Acima de tudo isso, temos um Deus que não Se submete ao conceito errôneo que o homem tem dEle. Não é porque o ser humano pensa que Deus é um bonachão presenteiro que Ele o será. Deus não satisfaz os caprichos cobiçosos da humanidade, antes, condena-os.

Quando Deus entregou Seu Filho por nossos pecados, esse foi o maior ato de presentear que o mundo já pôde presenciar! Mas nem por isso, as pessoas adulam Deus. O termo aqui traduzido por “adular” no hebraico é “implorar o favor”. Quem dera se fosse assim, que as pessoas entendessem o grande amor de Deus ao dar o maior dos presentes para os pecadores e, assim, implorassem sobre si o favor divino!

Nunca houve nem haverá jamais nenhum gesto de generosidade maior do que este! Porém, nunca houve também um gesto tão nobre tão desprezado que, em vez de angariar amigos, cada dia mais amealha inimigos e opositores. Você reconhece a generosidade de Deus? O Presente dEle fez de você um amigo de Deus?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson