“Agora, porém,
libertados do pecado, transformados em servos de Deus, o fruto que vocês colhem
é para a santificação. E o fim, neste caso, é a vida eterna” (Rm 6.22).
A partir de hoje faremos uma série de meditações sobre a restauração na vida em família. Dentro da Cosmovisão Bíblica, sabemos que o casamento só pertence à Criação, Queda e Redenção. Ele não pertence à Consumação, pois ali, o único e verdadeiro casamento é o casamento de Cristo e Sua igreja. Todos os outros que existiram desde o casamento de Adão e Eva são apenas pálidas imagens e fracas representações do real casamento, as bodas do Cordeiro!
Se falamos que o casamento pertence à Criação, Queda e Redenção, logo surge a pergunta: em que ponto da Cosmovisão nós estamos? Na Criação não é, pois ali, o único casal que viveu antes do pecado foi Adão e Eva. Temos assim, uma longa história de Queda e Redenção. Ambas estão entrelaçadas nas páginas da Escritura e nos anais da história humana!
Às vezes, nossa vida cristã se confunde entre as ações da nova natureza e as ações da velha natureza. Os crentes já são redimidos, vivem na Redenção, no entanto, como ainda habita neles a velha criatura, vez por outra são surpreendidos com ações e reações da antiga vida. Este é um detalhe que cada crente precisa observar para tomar cuidado. Algum deslize próprio da velha vida nós teremos, mas absolutamente, jamais, devemos ser governados por ela!
Com nossas relações dentro de casa não é diferente. Não podemos viver uma vida na igreja de uma forma e de outra diferente dentro de casa. O que somos como crentes é redimidos; o aspecto da Cosmovisão em que vivemos é o aspecto da Redenção, embora exista uma tensão entre a Redenção e a Queda dentro de nós. Entretanto, devemos tender para a vida redimida e não para a vida caída, isto é, dando sempre lugar ao Espírito e não à carne.
A vida na Queda busca sempre sua própria razão, encontrando também todos os meios e argumentos que a justifiquem, independente de quão tola ela se mostra. A vida na Redenção busca a Palavra e a inteira submissão ao que ela diz. Sacrifica sim, a velha criatura, mas é assim que, como diz o apóstolo, vamos fazendo morrer nosso velho homem (Rm 6.6). Quando o outro tiver razão pela Palavra, nem eu devo me sentir humilhado por causa disso, nem ele deve se sentir vitorioso sobre mim por causa disso. Ambos devem buscar ajudar-se mutuamente para se assemelharem ao Filho de Deus por meio de Sua Palavra que nos foi dada para isso.
Uma família cristã que vive assim, certamente vive para a glória de Deus. Aliás, o que mais importa para ela é exatamente a glória de Deus e não a sua própria. Onde há discussões, brigas por ter a soberania da razão, coisas sendo feitas apenas do seu jeito, tudo isso é glória própria e usurpação da glória de Deus. Porém, onde se busca a glória de Deus prevalecerá sempre o que a Bíblia diz e não o que eu quero ou o que você quer.
O pensamento predominante do crente em todo o tempo e em
todo lugar é o seguinte: “eu vivo em um mundo de Queda, de fato, mas de que
forma devo me portar como redimido, para que a glória de Deus seja manifesta”?
Somente assim revelaremos a nós e aos outros o que significa a Redenção em
Cristo Jesus.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson