“As palavras dos
sábios são como aguilhões; e como pregos bem fixados são as palavras coligidas
dos mestres, as quais foram dadas pelo único Pastor” (Ec 12.11).
O aguilhão é uma ponta de ferro colocada numa vara usada para tanger bois e mantê-los na trilha que o seu dono deseja. Assim também as palavras dos sábios. Esta é, de um modo geral, uma referência aos autores e escritores bíblicos. Eles são os sábios que escreveram a Bíblia e suas palavras são como aguilhão para os leitores.
A Palavra de Deus nos conduz pela trilha que deseja nosso Senhor. Muitas vezes andamos por ela, mas, vez por outra, também dela nos desviamos. Assim, as palavras dos sábios, isto é, dos escritores inspirados, levam-nos de volta ao caminho da santidade e piedade, às vezes até por meio de dor, como simboliza a picada do aguilhão.
De toda forma, seja no ensino, seja na disciplina mais rígida, as palavras que nos aguilhoam, têm por objetivo nos trazer ao caminho, como disse o salmista: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Sl 119.105). Assim, não devemos nos surpreender quando somos corrigidos por Deus em Sua Palavra pregada duramente, pois, em geral, não damos ouvidos quando ela nos corrige na leitura pessoal.
Nosso texto também diz que as palavras coligidas dos mestres são como pregos bem fixados. Nesse paralelismo temos uma substituição de “palavras dos sábios” por “palavras coligidas (ou coleções de ditos) dos mestres”, mas quer dizer a mesma coisa. Agora, a figura muda de “aguilhão” para “pregos bem fixados”.
Algumas versões trazem “mestres das congregações”, fazendo uma alusão aos colchetes que prendiam as tendas ao chão. Outros supõem que os mestres verdadeiros têm a habilidade de fazer seus ditos permanecerem fixados nas mentes de seus alunos. De qualquer forma, a figura dos pregos bem fixados aponta para a firmeza que a Palavra de Deus nos traz. Apesar de ela nos ferir, seu propósito é sempre nos alicerçar e nos manter firmes.
Finalmente, lemos que tais palavras nos foram dadas pelo único Pastor. Sem dúvida, esta é uma referência a Deus. Ele é quem inspira Sua Palavra para que ela possa ter o efeito proposto por Ele. Sua Palavra não voltará vazia, diz o profeta (Is 55.11). Se o próprio livro de Eclesiastes, um livro escrito para nos mostrar como são as coisas “debaixo do sol”, é um livro inspirado por Deus, não menos serão os demais livros da Sagrada Escritura!
Seja para nos corrigir, seja para nos firmar, a Palavra que
vem de Deus é suficiente! Agora, basta que os que a recebem, sejam aqueles que
têm ouvidos para ouvir e, de fato, ouçam.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson





















