Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

CRENTE FICA POSSESSO POR DEMÔNIOS?



Sobre essa pergunta, quero refletir alguns pontos sobre a ação maligna na vida de um crente. Quando digo "crente", estou me referindo ao convertido, ao homem que foi feito nova criatura através da fé em Cristo e pelo arrependimento de pecados. Não me refiro ao que vai à igreja, frequenta, até mesmo fez confissão pública, mas àquele que nasceu de novo.


Primeiro, devemos entender o que significa possessão. Pelo que encontramos no NT, principalmente nos Evangelhos, a possessão é a incorporação do espírito maligno na vida de um ser, seja humano ou animal, que traz consigo alguns sintomas, como violência, perda dos sentidos e da consciência, proferição de palavras desconhecidas pela pessoa possessa, mas plenamente conhecida pelo espírito que nela está, etc. Sabemos que existem mais coisas que o demônio pode fazer quando se apodera de alguém, mas basicamente é isso que encontramos nas Escrituras. Alguns exemplos do que descrevi acima, encontramos no episódio do endemoninhado gadareno (onde  os demônios também se apossaram de porcos) e da mulher com espírito adivinho (At 16).


Quanto à possessão, podemos estar convictos de que definitivamente não acontece na vida de uma pessoa convertida. A promessa bíblica é que "Ninguém que passou a fazer parte da família de Deus faz do pecado um hábito, pois Cristo, o Filho de Deus, o protege com segurança, e o maligno não pode por as mãos nele" (1Jo 5.18 - Nova Bíblia Viva). Tem sido entendido pelo decorrer dos séculos que este versículo garante a não possessão de um espírito maligno na vida de um crente. Além deste versículo, temos na oração do "Pai nosso" um pedido todo especial que Jesus nos ensinou: "livra-nos do mal" (Mt 6.13 - mal no sentido de maligno) e na oração sacerdotal, Jesus pediu ao Pai que nos guardasse do maligno (Jo 17.15). Isso não quer dizer que o salvo não possa um dia ter sido possuído por um demônio (porém, se isso ocorreu, só pode ter sido antes de se converter e, talvez durante o processo de conversão, o que chamamos de libertação). Mas é fato que depois de convertido, a possessão jamais ocorre. Portanto, concluímos que a possessão só acontece com não salvos, ou com salvos antes de se converterem.


Porém, há talvez mais duas operações malignas que acontecem na vida das pessoas, das quais nem mesmo os crentes estão isentos. Chamo-as de "opressão" e "manipulação".


A opressão é quando Deus permite que o inimigo aja contra nós de uma forma até mesmo inexplicável, talvez para nos ensinar algumas coisas. Jó é um exemplo do AT de um homem de Deus oprimido pelo diabo por permissão de Deus. Paulo é outro exemplo já no NT de como o diabo recebe às vezes permissão para nos oprimir. O apóstolo dizia que "mensageiro de Satanás" o esbofeteava (2Co 12.7) e numa outra carta, Paulo nos informa que o diabo os impediu de fazer uma determinada obra (1Ts 2.18). Pelo contexto entendemos que Satanás usava os judeus incrédulos que perseguiam e maltratavam os crentes. Paulo mesmo teve que fugir dos judeus quando esteve em Tessalônica para salvar sua pele (At 17). Portanto, concluímos que crentes podem ser oprimidos por Satanás, que, apesar de não ter poder (nem ele, nem seus agentes) de se apossarem de um crente, todavia, recebem de Deus permissão para, por vezes, nos oprimir. Hoje essa opressão se revela de várias formas, em sonhos perturbados, em doenças com causas não-identificadas, em crises financeiras (mesmo quando há fidelidade e boa administração), em crises conjugais e ministeriais, etc. Todavia, quando acontece, é com permissão de Deus para nos ensinar alguma coisa. É preciso estarmos atentos, pois há casos de opressão maligna que chegam a levar pessoas para o buraco da depressão e à dependência de remédios e até internações psiquiátricas.


A outra operação maligna de que falei foi a "manipulação". Chamo-a assim, pelo fato de observar uma principal diferença entre esta e a "opressão", a saber, enquanto a opressão é permissão de Deus, a "manipulação" é permissão nossa. Explico. Quando nós damos brechas, o diabo não vai perder a oportunidade de nos manipular e derrubar, pois é papel dele destruir. Um exemplo no NT foi Pedro. Quando Jesus começou a dizer que tinha de ser morto pelos principais chefes do povo e ao terceiro dia ressuscitaria, foi repreendido por Pedro (manipulado por Satanás - claro que Pedro não estava possesso!). Jesus, todavia, conhecendo quem estava agindo por trás de Pedro, o repreendeu imediatamente: "Afaste-se de Mim, Satanás! Você é uma armadilha perigosa para Mim" (Mt 16.23 - NBV). Satanás se aproveitou de uma brecha de Pedro para manipulá-lo. Observo também que não somente o orgulho é uma brecha para Satanás manipular certas palavras e ações de muitos crentes, como também a ira, por exemplo. Quando estamos irados, falamos e fazemos coisas que em sã consciência não diríamos nem faríamos... Isso nada mais é do que a chance que Satanás teve de nos manipular através da nossa falta de vigilância em relação ao velho homem! Paulo diz em Ef 4.26,27: "Quando estiverem irados, não pequem alimentando seu próprio rancor. Não deixem que o sol se ponha antes de resolverem as suas diferenças; não deem oportunidade para o diabo" (NBV). A ira não controlada dá lugar ao diabo e ele, com certeza aproveita a brecha para agir. Com isso, não estou dando margem para nos desculparmos pelas coisas erradas que fazemos quando estamos irados ou orgulhosos e dizer que o culpado é o diabo. Continuamos responsáveis por nossas ações. Se ele nos manipulou é porque damos brecha. Portanto, concluímos que a manipulação maligna de palavras e atos que praticamos é uma operação maligna da qual não estamos livres. Precisamos exercitar muita vigilância, pois dentro de nós há um inimigo que satisfaz sempre que pode a vontade do diabo, e este inimigo é o nosso velho homem!


Pode surgir a pergunta sobre o caso que Jesus falou, de uma pessoa ter sido liberta e não ter recebido Jesus no coração, o demônio volta com sete piores (Mt 12.43-45). Porém, a questão ali é que tal pessoa não se converteu, mesmo depois de ter sido liberta. Nesse caso ela pode voltar a ficar possessa e até de forma pior do que a anterior, mas não se trata ali de alguém que se converteu. Já tive experiências em expulsar demônios de pessoas que, mesmo depois de estarem de volta à sã consciência, negaram o senhorio de Cristo!


Então, nossa conclusão final é que crente não fica possesso por demônios, mas pode contudo, ser oprimido por eles (com a permissão de Deus) e manipulado por eles (com a permissão do próprio crente). Cabe-nos, portanto, usar nossa autoridade contra Satanás e seus demônios - resisti-los (Tg 4.7; 1Pe 5.8) e acima de tudo vigiarmos para não permitirmos que nossas tendências operem de modo a darem ocasião para Satanás agir e manipular, "pois", como disse Paulo "conhecemos bem tudo o que ele está procurando fazer" (2Co 2.11b - NBV).


Dia tes písteos.


Pr. Cleilson

4 comentários:

  1. muito bem esclarecido.
    Que Deus continue lhe abençoando!

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  2. Esse texto reflete o entendimento bíblico.Nós cristãos devemos vigiar para não sermos manipulados pelo inimigo e buscar força e sabedoria em Deus para que, se porventura, ele permitir que o malígno nos oprima.

    Wesley Peronica

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  3. EU ENTENDI E AGRADEÇO MUITÍSSIMO,SOU CRISTÃ BATIZADA NO ESPÍRITO SANTO E ESTOU OPRIMIDA POR DEI BRECHAS.ESTOU MUITO ARREPENDIDA DO MEU PECADO,E A PERGUNTA É COMO FAÇO PARA ME LIVRAR DESTA OPRESSÃO QUE NÃO ME DEIXA DORMIR...CHEGO A FICAR UMA SEMANA SEM DORMIR.OBRIGADA A PAZ

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  4. Olá, minha irmã. A paz e a graça sejam contigo.

    Não dá pra saber exatamente o que lhe perturba, como isso começou, como a irmã ficou, etc. Apenas a irmã diz que não consegue dormir e deu brechas, pelo visto algum pecado do qual já está arrependida. Estou certo?

    Bem, tomando apenas as informações dadas aqui, aconselhamos o seguinte:

    1) Confesse seu pecado a Deus em pleno arrependimento. Para isso, siga os passos: Reconheça seu pecado, sinta o peso da consciência, confesse a Deus seu pecado falando o nome dele e, finalmente o abandone. Se seu pecado tiver sido contra uma pessoa, então reconcilie-se com ela também.

    2) Creia que foi perdoada. A Bíblia nos ensina que andamos por fé e não pelo que vemos (2Co 5.7). Não espere se sentir perdoada para crer que foi perdoada, mas creia que foi perdoada, independente do que sente, porque nosso coração é enganoso (Jr 17.9). A paz na consciência só vem através da fé e não dos sentimentos.

    3) Reconheça que os pecados, mesmo confessados a Deus e já até perdoados, ainda podem trazer consequências. Deus perdoa, mas as consequências perduram por um certo tempo. Paulo diz que tudo que plantarmos, isso colheremos (Gl 6.7).

    É bem provável que seu caso nem seja de opressão, mas de manipulação, uma vez que a irmã confessou que deu brecha e pecou. Então, o diabo está se aproveitando de sua consciência pesada para continuar lhe acusando, porque esse é o papel dele - acusador (Ap 12.10). Ou seja, ele está tentando manipular sua mente para que a irmã continue perturbada, pensando que não alcançou o perdão de Deus.

    Então creia plenamente que já foi perdoada, pois a Bíblia diz que "se confessarmos nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça" (1Jo 1.9).

    Leia salmos de confissão em voz alta, por exemplo, Salmo 32, Salmo 38, Salmo 51 e o Salmo 130 e identifique-se com o salmista naquela oração. Chore aos pés da cruz arrependida e deixe ali seu fardo, não mais o carregue.

    Diga para o inimigo que não mais aceitará suas acusações, porque a graça de Cristo é maior que suas fraquezas e é nessa graça que a irmã confia e não nas acusações do diabo.

    Alegrando-se no Senhor, sendo justa e indulgente para com os outros, lançando suas ansiedades perante o Senhor em oração e ação de graças, sentirá então a paz tão desejada (Medite em Fp 4.4-8).

    Dia tes písteos.

    Pr. Cleilson

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