Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Dois fogos


Encontramos muitos tipos de fogos na Bíblia. Desde o fogo literal, descoberto pelo homem, até o fogo simbólico que encontramos nas passagens proféticas do Apocalipse e em outros textos. Há o fogo que marcou a aliança de Deus com Abrão, há o fogo que consumiu Sodoma e Gomorra, há o fogo que queimava a sarça no chamado de Moisés, há o fogo que desceu sobre o altar de holocausto, há o fogo estranho oferecido a Deus pelos dois filhos mais velhos de Arão, há o fogo que alumiava o caminho dos hebreus no deserto à noite, há o fogo que desceu do céu sobre o sacrifício de Elias, há o fogo que queimava a brasa que purificou os lábios de Isaías, há o fogo que nosso Deus é (consumidor), há o fogo do Espírito que não devemos deixar apagar em nós, há o fogo eterno onde os ímpios serão condenados...

Mas dois tipos de fogos me chamam a atenção na Bíblia, pelo fato de serem importantes para nós porque definem nossa eternidade e isso é que me fez pensar nesses dois tipos. Um deles é o fogo da Palavra de Deus (Jr 23.29) - "Não é a minha palavra fogo? diz o Senhor..." A Palavra de Deus é simbolizada de várias maneiras. Ela é espada, luz, martelo, água, etc. Mas como fogo a Palavra tem algumas características que eu quero chamar a atenção neste momento.

Jeremias ficou, segundo suas próprias palavras "iludido" pelo Senhor, porque tinha de pronunciar Suas palavras. Ele disse que as palavras que Deus lhe mandava dizer tornaram-se para ele uma vergonha, talvez pelo fato de serem palavras pesadas, de destruição para o povo de Jerusalém, que ele tanto amava. Então Jeremias se pegava dizendo a si mesmo: "Não me lembrarei dEle, e não falarei mais no Seu nome" (Jr 20.9). Entretanto, quando isso acontecia, a Palavra de Deus começava a arder no seu coração! Aquilo chegava a queimar seus ossos! Era a função dele falar as palavras de Deus, não importava o quanto ela fosse digerível ou não! O profeta transmite então as palavras de Deus de forma tão pesada, que chega a criticar os falsos profetas de sua época, acusando-os de não terem parte nas palavras de Deus. Se eles tivessem participado do conselho do Senhor, não estariam profetizando paz quando, na verdade, o Senhor tinha prometido tempestade. Sendo assim, a Palavra de Deus é como fogo que consome a palha do trigo (Jr 23.28b,29a).

O fogo da Palavra queima o coração do ouvinte. Quando Jesus encontrou os dois discípulos que estavam a caminho de Emaús, a Bíblia diz que Ele lhes expôs as Escrituras (Lc 24.27) e eles mesmos testificaram que as palavras que Jesus expunha chegava a queimar-lhes o coração (Lc 24.32). O fogo da Palavra queima o coração e arde a consciência do ouvinte em busca da paz com Deus.

O outro fogo a que quero me referir é o fogo da condenação, o fogo do inferno, ou ainda mais, o fogo do lago de fogo! Esse é o fogo que nunca se apaga (Mc 9.48). É o fogo que está reservado para todo aquele que não foi queimado pelo fogo da Palavra! O lago de fogo está reservado para o diabo e seus anjos, mas também será o lugar de condenação do anticristo, do falso profeta, do próprio inferno e da morte e de todo aquele que não foi achado inscrito no Livro da Vida (Ap 20.10,14,15).

Algumas pessoas querem que a condenação seja algo ou inexistente ou passageiro, no entanto, não se pode extrair isso da Bíblia sem ferir o conceito hermenêutico interpretativo. A Bíblia sempre nos mostra que a condenação é a contrapartida da vida eterna. Se a vida é eterna, então a condenação é eterna também! Ao rejeitar a vida eterna, o que resta é a morte eterna e não a cessação da existência. Não existe o contrário de não existir para sempre, apenas o contrário de morrer para sempre. Enquanto viver para sempre é estar na presença de Deus para sempre, morrer para sempre é estar eternamente separado de Deus. Só poderia haver contrário de não existir eternamente, se o existir para sempre fosse sem o aspecto da vida. Como isso não é possível, então o existir para sempre com vida só pode ter o oposto de existir para sempre com a morte, que, no conceito bíblico é a separação de Deus. Não existe o não existir com a vida, pois é contraditório. Mas existir com a morte no conceito bíblico é possível, pois é um tipo de vida que não tem a presença de Deus, portanto, é a existência na morte. Assim podemos chegar à conclusão de que a morte eterna existe e ela não é a cessação da existência. É a existência sem a vida com Deus, mas com a vida na morte!

Concluindo, o que quero dizer é que aquele que não é queimado pela Palavra será queimado com a condenação. O queimor da Palavra produz vida eterna. A rejeição da Palavra produz morte eterna, o queimar na eternidade separado de Deus. Logicamente ambos os termos de fogo, tanto para a Palavra, como para a condenação são simbólicos. Enquanto que no fogo da Palavra encontramos o processo purificador para a  nossa alma, no fogo da condenação encontra-se o processo de punição pela rejeição da vida. O autor aos Hebreus nos diz isso. Ele diz que quando rejeita-se o sacrifício de Cristo, já não resta outra alternativa de ter seus pecados perdoados. Apenas que os pecados sejam a causa da condenação que espera aquele que rejeitou a vida que se pode obter na morte de Cristo (Hb 10.26,27).

E você, foi queimado pelo fogo da Palavra?

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

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