segunda-feira, 20 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0660 - PODEMOS JULGAR, MAS NÃO SEGUNDO A APARÊNCIA

 


Estes, pois, o interrogaram, dizendo: Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus” (Lc 20.21).


Em Seus dias finais aqui na terra, Jesus foi duramente perseguido pelos opositores de Sua doutrina, os fariseus, saduceus, escribas e outras seitas existentes em Sua época em Israel. O objetivo, de acordo com o evangelista Lucas, era “para o apanharem em alguma palavra, e o entregarem à jurisdição e à autoridade do governador” (v. 20).

Mas era óbvio que eles não O apanhariam em alguma palavra, logo Ele, que é a Palavra! Porém, não obstante sua ambição irracional em prenderem a Cristo, aqueles homens reconheceram no Senhor uma qualidade única de Deus – Ele não considerava a aparência da pessoa! Todos nós, seres humanos caídos, temos essa inclinação, a de olhar as aparências! Mas Jesus não.

Pode ser que aqueles homens falaram isso como uma forma de bajular o Mestre, obtendo dEle uma resposta impensada ou precipitada sobre a pergunta que estavam para fazer. Mas, assim como Jesus não olhava a aparência das pessoas, também não olharia a deles, que se fingiam justos (v. 20). O verdadeiro não se passaria por falso, como foi o caso de Natanael (Jo 1.47), mas também os falsos não se passariam por verdadeiros diante do Salvador!

Esta é uma qualidade divina. Deus, há muito tempo antes, havia dito ao profeta Samuel, que ficara encantado com a postura do filho mais velho de Jessé: “Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Sm 16.7).

Interessante é que, mesmo sabendo disso, que Deus não Se leva pela aparência, há muitas pessoas que tentam ludibriá-lo, mantendo uma aparência de piedade, mas, como disse Paulo, negando-lhe o poder (2Tm 3.5). É pura perda de tempo. Deus não Se ilude com nossos cânticos, com nossas palavras, com nossas roupas, com nossas obras, com nenhuma aparência que porventura queiramos apresentar. As aparências podem enganar os homens, mas a Deus jamais!

É por isso que temos de tomar cuidado quando vamos julgar uma ação de alguém. Não podemos julgar pela aparência, mas segundo a reta justiça (Jo 7.24). A reta justiça, evidentemente, é a Palavra de Deus. Ela é o crivo para que eu julgue minhas próprias ações e as de terceiros, a fim de saber em que devo me corrigir e o que devo ou não aceitar de outrem.

Quando estiver usando este critério, devo me lembrar de que Deus me conhece profundamente e não Se deixa levar pela minha aparência. Assim também nós, que não façamos juízo de ninguém, seja para o bem ou para o mal, olhando apenas o exterior, mas sim observando os frutos e palavras, comparando-os com a Palavra de Deus. Isso nos preservará do engano e nos levará a uma vida de maior santidade.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0659 - BÊNÇÃOS DA TRINDADE NA VIDA DO CRENTE

 


Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1.3).


Dentro do eterno propósito do nosso Deus em nos constituir como família diante dEle por toda a eternidade, aprouve a Ele nos conceder bênçãos gloriosas, que perpassam tempos e eras, nos atingem num dado momento da nossa história particular e nos levam, finalmente, ao seu objetivo final, que é a concretização desse propósito.

Nesse processo de bênçãos espirituais, toda a Trindade está envolvida em nos concedê-las, de tal maneira que o conjunto de bênçãos da salvação que recebemos, tem cada Pessoa divina bendita realizando Sua parte.

Deus Pai nos abençoou, diz o apóstolo, nos elegendo em Cristo antes da fundação do mundo (v. 4)! A bênção da eleição é aquela determinação divina, que não depende de nós, em salvar aqueles que Ele mesmo quis, “segundo o beneplácito de sua vontade” (v. 5). Nada teve que ver conosco. Não foi “segundo” nossas obras, não foi “segundo” nossa fé, não foi “segundo” absolutamente nada que diga respeito a nós, senão que somente “segundo” Sua vontade!

Paulo ainda diz que Deus Pai nos predestinou para adoção de filhos (v. 5). No cap. 2, ele deixa claro que nascemos mortos espiritualmente (v. 1), portanto, não havia nada que pudéssemos fazer para mover essa ação de Deus por nós. Mesmo assim, Ele trocou nosso destino, que era a morte e nos destinou para filhos!

Depois disso, Paulo nos diz que nossa bênção no Deus Filho foi a redenção pelo Seu sangue (v. 7). Redenção é compra, é pagamento. O apóstolo diz que a compra, ou o pagamento que Jesus fez com Seu sangue por nós é a remissão das ofensas. Remissão é o perdão! Uma vez que Ele pagou nossos pecados com Seu sangue, todas as nossas ofensas foram perdoadas!

Foi em Cristo, diz Paulo, que fomos predestinados e feitos herança (v. 11), a fim de sermos para o louvor da Sua glória! É impossível que alguém possa servir para a glória de Deus se não estiver em Cristo! O pecado tenta corromper a glória de Deus e é desta forma que vive o homem sem Cristo. Mas quando somos colocados em Cristo, então a glória de Deus é restaurada!

Finalmente, a Pessoa do Espírito Santo também entra com Sua bênção sobre nós. Ele é o selo da promessa (v. 13)! Ele é o penhor da nossa herança (v. 14)! Ou seja, Deus nos dá o Seu Espírito, nos sela com Ele, para que, enquanto vivermos aqui, tenhamos garantia de que, quando Cristo voltar para nos levar como Sua posse, então estaremos com Ele para todo sempre!

Nenhuma destas bênçãos concedidas aos salvos serve para seu orgulho, mas para transformá-los em homens e mulheres semelhantes ao Filho de Deus! Todos aqueles a quem Deus escolheu, a estes Ele predestina para serem filhos. Perdoa-lhes seus pecados e lhes dá o Seu Espírito para que eles todos sejam como Cristo, para o louvor de Sua glória! Com bênçãos como essas, alguma coisa deste mundo ainda pode nos atrair?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 14 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0658 - UMA ESPERANÇA NÃO CONSIDERADA

 


Pois qual será a esperança do ímpio, quando Deus o cortar, quando Deus lhe tirar a alma?” (Jó 27.8).


Desde a Queda, a humanidade foi dividida em duas partes: os filhos de Deus e os filhos do maligno (1Jo 3.10). Mesmo os filhos de Deus nasceram em pecado depois disso e, portanto, debaixo da ira de Deus, como também os demais (Ef 2.3). Porém, como sempre foi plano de Deus resgatá-los, então, sobre eles também estava seu amor (Rm 5.8).

Porém, os filhos do maligno não podem se achegar a Deus. Eles recebem muitas bênçãos da parte de Deus, certamente, pois não há nenhum bem que não proceda do Senhor (Tg 1.17). Entretanto, os ímpios, filhos do diabo, são ingratos e inúteis. Eles esbofeteiam o rosto de Deus sentados em Seu colo, como dizia Van Til.

Os ímpios pensam que podem escapar do juízo de Deus, como pregou Jonathan Edwards, os ímpios acham que são espertos o suficiente para, no dia do Juízo, convencerem a Deus de que não merecem ser condenados. Isso quando consideram a possibilidade de haver um dia do Juízo, pois a maior parte deles despreza esta verdade.

Eles vivem suas vidas terrenas, mesmo sendo esta um dom de Deus, de modo pecaminoso, atrevido e hostil ao próprio Deus que lhes concedeu.  Eles criam seus ídolos, estabelecem todo o curso de sua vida como um meio de alcançá-los, zombam e blasfemam de Deus, porém, mesmo que pensem que sua vida terrena é a última coisa que existe, haverá o outro lado! Agora é que começa o terror!

Qual será a esperança do ímpio?” diz Jó... haverá um dia de corte. Sua alma será tirada! Jesus contou uma parábola que expressa fortemente essa verdade. Um rico que só pensava em ser mais rico, que achava que seus celeiros eram pequenos demais para o quanto ele queria amealhar, na soberba do seu pensamento, que nem ainda havia sido executado, foi interrompido pela voz que pedia a sua alma (Lc 12.20)!

A verdade é que não haverá esperança para os filhos do maligno. Eles se satisfizeram em estapear a face de Deus. Para eles, Deus não foi sua confiança. Eles se apegaram à força de seu próprio braço. Eles confiaram no dinheiro, na ciência, nos negócios, confiaram em sua inteligência ou sagacidade, mas não são tão espertos como pensam. Deixaram de refletir sobre o que é eterno, foram logrados pelo bem-estar que buscaram com tanto afinco.

A esperança de todo homem é unicamente Cristo. Somente Ele é a Ponte que evita o homem de cair no fogo da perdição quando tiver de atravessar o abismo da morte. Você pode não acreditar que existe algo depois da morte, mas você não pode negar que vai morrer. O que tem do outro lado, na pior das hipóteses, é uma incógnita! Não seria mais inteligente considerar a melhor delas? Que do outro lado realmente há algo, e isso é eterno? Qual será sua esperança sem Cristo?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0657 - NOSSAS CONTRIBUIÇÕES E A MORTE DE CRISTO

 


Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8.9).


Entre vários assuntos que faziam parte da segunda carta de Paulo aos coríntios, teve um assunto relacionado a ofertas, sobre o qual ele tratou nos caps. 8 e 9. O apóstolo trata da necessidade de alguns irmãos e da generosidade de outros. Enquanto os irmãos da Judeia passaram por necessidades, os irmãos da Macedônia se entregaram junto com seus bens a fim de supri-los!

Mas esta lição que Paulo dá aos coríntios vai além da questão financeira e da solidariedade entre as igrejas. Todas as coisas para o apóstolo Paulo tinham Cristo como o centro e sobre Ele é que tudo deveria ser coordenado. Cristo era o centro gravitacional em torno do qual todos os corpos deveriam orbitar. E “todos os corpos” significa todas as coisas, pois afinal, tudo foi feito por Ele e para Ele!

Sendo assim, o significado de uma oferta não deve ser reduzido a uma ação solidária entre irmãos. Essa ideia comunista, de igualdade de posses ou de qualquer tentativa de acabar com a desigualdade social não está no escopo do NT. Tanto Moisés, como Jesus testificaram que os pobres sempre existirão (Dt 15.11; Mt 26.11). O sábio Salomão disse que o rico e o pobre, ao se encontrarem, devem saber que a ambos fez o Senhor (Pv 22.2).

O que a Bíblia condena é a discriminação por causa da posição social, o respeito pelo que a pessoa tem, pois perante Deus todos são iguais, mas entre si, financeiramente e em vários aspectos os homens são diferentes. Tiago condena essa acepção feita na igreja (Tg 2.2-4). Há mandamentos para os ricos que o próprio Paulo ordena que Timóteo ensine à igreja (1Tm 6.17-19). Mas não há mandamento para que os crentes sejam de apenas uma classe econômica.

Como para Paulo, todas as coisas apontavam para Cristo, então as contribuições na igreja também têm esse mesmo fim. Sendo Cristo rico, Se fez pobre por amor dos crentes. Assim também os crentes devem ser desapegados, mesmo sendo ricos, também por amor uns dos outros.

Quando damos ofertas, somos parecidos com Deus, que também deu Sua oferta mais preciosa, à qual nada mais pode ser comparado neste mundo nem na história! Cristo foi a oferta de Deus para Sua igreja, ato impossível de se calcular o custo! Assim, quando contribuímos no reino de Deus, nossas ofertas devem apontar para a generosidade de Deus, que um dia nos ofertou o maior de todos os sacrifícios!

Não é à toa que Paulo diz aos filipenses que suas contribuições chegaram para ele “como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus” (Fp 4.18). Somente mais uma vez essa expressão aparece no NT inteiro e da pena do mesmo apóstolo. E diga sobre o quê ele estava falando? Da entrega de Cristo por nós na cruz (Ef 5.2). Portanto, saiba que sua oferta, para o NT, é comparada com a entrega de Cristo na cruz. Será que estamos à altura?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 12 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0656 - A IGREJA ADORNADA

 


Disse mais o Senhor a Moisés: Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá... e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício... Eis que lhe dei por companheiro Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã” (Êx 31.1-3,6).


Quando o povo de Israel saiu do Egito, levou consigo muitos objetos valiosos de ouro, prata e muitos haveres dos egípcios, devido ao medo e pavor que tomaram conta do coração daquela nação diante da décima praga, a morte de seus primogênitos (Êx 12.35,36).

Mas, durante sua caminhada no deserto, Deus estabeleceu que Moisés deveria construir uma tenda, um tabernáculo, para ali Deus Se manifestar a Moisés, aos sacerdotes e para receber as oferendas de Seu povo, bem como para instruí-los na jornada até à terra prometida.

Entretanto, não havia ninguém com habilidade para fazer conforme as instruções que Deus havia dado a Moisés, seguindo à risca toda a planta do santuário. Então, Deus envia Seu Espírito para encher de habilidade um homem chamado Bezalel e um outro chamado Aoliabe. Eles não tinham curso ou formação em artes, nem em desenho ou arquitetura, nem prática em lavores ou qualquer obra de ourives em pedras ou metais preciosos.

Como todas as coisas na antiga aliança apontavam para Cristo e Sua igreja, mais tarde, o mesmo Espírito de Deus é derramado sobre o povo definitivo de Deus, que é a igreja, e o capacita também com dons espirituais para a realização da Sua obra!

Assim como Bezalel era de uma tribo e Aoliabe de outra, assim também os crentes são procedentes de diferentes famílias, raças e línguas, culturas e povos diferentes, no entanto, é o mesmo Espírito que opera tudo em todos, capacitando-os para o serviço no reino de Deus (1Co 12.4-6). Assim como a beleza do tabernáculo foi devido à capacidade que aquelas pessoas receberam, assim também a beleza da igreja é vista na diversidade dos dons que a ela são dados pelo Espírito Santo.

Ele é quem enfeita a noiva para que ela seja apresentada a Seu esposo como igreja gloriosa, sem mácula e sem ruga (Ef 5.27). Não somente a santifica, mas também a adorna de dons espirituais, de maneira que ela fica ataviada como noiva para seu marido (Ap 21.2).

Somos igreja gloriosa do Senhor e nossos dons não são para serem recebidos apenas como uma grande responsabilidade, como de fato o são, mas também como grande privilégio, o que faz de nós pessoas alegres e trabalhadoras no reino de Deus para o crescimento e beleza de Sua igreja!

Uns receberão mais, outros menos; mas ninguém ficará sem, nem tampouco haverá alguém com todos! A questão da quantidade é por capacidade dada por Deus (Mt 25.15); o fato de ninguém ficar sem, é para não haver desculpa diante de Deus de não ter feito nada; e o fato de ninguém ter todos, é para que reconheçamos a necessidade que temos uns dos outros. Que o Espírito de Deus continue capacitando e embelezando a igreja do Senhor!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0655 - EXPECTATIVA OU ESPERANÇA?

 


A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra” (Pv 12.25).


Um dos maiores males que atravessaram o século XX foi o da ansiedade. Ele atacou ferozmente a nossa geração e ainda hoje faz vítimas impiedosamente. De certo modo, a ansiedade ou solicitude, é um tipo de expectativa sobre algo que ainda não aconteceu, em geral, a espera por algum momento que provoca tensão, seja ele real ou apenas imaginário. Ter expectativas não é errado, mas é errado você confiar nelas.

Outra coisa que o crente precisa distinguir é a diferença entre expectativa e esperança. A expectativa procede do que nosso coração almeja e imagina, mas a esperança procede de confiar na promessa de Deus em Sua Palavra. Expectativas podem ou não se realizar, mas a promessa divina é infalível, portanto, ter esperança é mais cristão do que ter expectativas.

Nosso texto é claro sobre a consequência da ansiedade – ela abate o coração do homem. Este é o resultado nítido da solicitude: a depressão. Assim lemos na NVT: “A preocupação deprime a pessoa, mas uma palavra de incentivo a anima”. Este é mais um inimigo psicológico do ser humano do nosso século: a depressão. Expectativas não cumpridas frustram e a frustração abate ao ponto de deprimir alguém!

A outra parte do nosso provérbio diz que a boa palavra alegra o indivíduo. De fato, conversar com pessoas deprimidas é deprimente! Inúmeros são os casos de psicólogos que tiveram de se tratar, por terem se tornado um poço onde diversos pacientes derramaram seus problemas! Pastores e outros conselheiros estão à beira de um colapso emocional por constantemente ouvirem problemas de pessoas deprimidas e ansiosas.

Mas falar palavras boas pode realmente animar o coração das pessoas. Por isso, as multidões estão à procura de coaches, de palestrantes motivacionais, de terapeutas de casais, de pregadores de piadas e stand ups. Eles têm palavras boas, dizem o que a maioria quer ouvir, são ótimos contadores de estórias e excelentes humoristas.

No entanto, a única palavra que pode livrar você da ansiedade e sua filha, a depressão, é somente a Palavra de Deus! Ela é realista, não ilude você, não te enche de expectativas só para serem frustradas de novo mais tarde, não finge que não está acontecendo nada. A Palavra de Deus é pura, nua e cruamente verdadeira. Ela abre suas feridas para tratá-las; nem deixa expostas nem deixa intocadas.

A Palavra de Deus não trata com expectativas humanas e sim com promessas divinas. Tais promessas podem não ser exatamente aquilo que você espera, mas é exatamente aquilo que te liberta! Diante da Palavra de Deus você não deve ter expectativa e sim unicamente esperança!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0654 - PEQUENAS CAUSAS NA JUSTIÇA

 


O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” (1Co 6.7).


Dentre os vários assuntos que levaram Paulo a escrever suas cartas aos coríntios estava um assunto jurídico. Muitos irmãos estavam levando outros a tribunais. Essa demanda era algo inaceitável para o apóstolo (v. 1). Os crentes têm a mente de Cristo (2.16) e não deveriam se rebaixar ao nível dos mundanos, ainda que, para o mundo, o nível dos magistrados seja o mais alto da sociedade!

Para o apóstolo Paulo, um crente levar outro a juízo é um escândalo, uma derrota, visto que, segundo lhe foi revelado, nós julgaremos o mundo e até os anjos (vs. 2,3)! Os litígios na igreja deveriam ser resolvidos dentro da igreja e jamais deveriam sequer ser permitido aos mundanos saberem do que acontece ali dentro! Na mente de Paulo, que autoridade uma autoridade mundana tem sobre assuntos que ocorrem no meio dos santos? Nenhuma!

Paulo queria que a igreja tivesse a mente de Cristo mesmo. Em algum caso no qual precisasse de julgamento, um irmão sábio deveria ser escolhido para fazer a acareação e resolver entre as partes do litígio (v. 5). Um juiz incrédulo, por mais que tenha sabedoria humana, seja formado em Direito, ele não tem cacife para resolver problemas eclesiásticos. Mas onde entra a mente de Cristo nos problemas entre irmãos?

Observe que, no v. 7, o apóstolo diz que só o fato de haver demandas na igreja já era um motivo de derrota e vergonha! Nem isso deveria existir! A mente de Cristo é assim: já que há demandas e não há como evitar, então, que o prejudicado sofra o dano e a injustiça! Será que aceitaríamos isso? Jamais! Que o ofensor pague pela ofensa, é o que diríamos! Mas o exemplo de Cristo não foi assim. Ele sofreu a ofensa e a levou para a cruz. Ele foi danificado e Se calou!

A igreja de Corinto (assim como as nossas igrejas) fazia o oposto do que se deve no Cristianismo. O cristão sofre o dano e a injustiça e deve praticar a justiça e o benefício. Ali naquela igreja, eles praticavam o dano e a injustiça a seus irmãos (v. 8)! Não podemos criticar essa igreja, pois é o que vemos em grande volume em nossas igrejas!

Mas o apóstolo alerta: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus?” (v 9a). Eis aí o detalhe: o céu não é lugar de pessoas que não procedem como Cristo! O céu é lugar para quem sofre o dano e a injustiça e não para quem os pratica! O que Paulo está querendo nos ensinar é que, para quem tem a vida eterna garantida, para quem foi absolvido no tribunal de Deus, as coisas desta terra são irrelevantes, por mais litigiosas que sejam!

Podemos perder todas as causas aqui, mesmo injustamente, mas isso não nos incomoda, visto que Cristo ganhou nossa causa para a eternidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson