“Oh! Tributai louvores
ao Deus dos céus, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 136.26).
Alguém pode perguntar por que o Salmo 136 é repetitivo na segunda linha de cada verso. E a resposta é a própria frase – “porque a sua misericórdia dura para sempre”. Na repetição, o autor quer mostrar a infinitude da misericórdia de Deus para com Seu povo.
Além disso, cada parte inicial do verso mostra atributos e obras de Deus, mas sempre encerrando cada verso com essa repetição. Assim aprendemos que quando Deus revela Seus atributos e Suas obras para nós, isso também é um ato da misericórdia infinita de Deus para conosco.
Deus poderia não ter nos criado. Isso em nada diminuiria Sua glória. Ele poderia também ter nos criado, mas não Se revelado a nós. Ele continuaria excelso, soberano e glorioso. Portanto, o fato de ter Ele nos criado e, além disso, manifestado a grandeza de Suas obras e a magnitude de Seus atributos, só nos diz o quanto Sua misericórdia realmente dura para sempre!
O cântico também mostra certos atos divinos que são, muitas vezes criticados pelos ímpios, a saber, atos de justiça e vingança sobre os inimigos de Deus e Seu povo. Nos vs. 10-12, temos a ação de Deus contra o inimigo (v. 10), o livramento que isso trouxe a Seu povo (v. 11) e uma manifestação do poder de Deus que executou isso (v. 12). Contra quem, a favor de quem e, de fato, Quem fez! Todas estas colocações do salmista são explicadas pela grandeza da misericórdia de Deus. Sim, até mesmo atos de vingança e justiça!
O reconhecimento de que tudo o que sabemos de Deus é por causa de Sua misericórdia deve nos levar a sermos adoradores prostrados, extremamente gratos por isso. Deus não teve mesquinhez em Sua revelação para aqueles a quem Ele quis demonstrar Seu amor. É claro que Ele revela apenas o suficiente e o que nos basta, mas essa suficiência jamais é estagnada. Ela caminha em passos crescentes para o aprofundamento da nossa comunhão com Ele.
A palavra misericórdia tão repetida nesse Salmo refere-se à gentiliza ou bondade de Deus. Por causa de Sua bondade, Deus concede favores e benefícios aos homens. Porém, muito mais do que isso, por Sua misericórdia, Ele demonstra amor afetivo para com Seu povo. Israel provou essa bondade de Deus na antiga aliança e hoje, em Cristo, a igreja também prova dessa amável afeição!
Foi na cruz, num triste dia de sexta-feira de Páscoa, que Deus demonstrou de modo mais profundo a Sua misericórdia para com os pecadores. O salmista não tinha vivido essa experiência. Mas como ele disse no v. 23 – “Deus Se lembrou do nosso abatimento” e, por causa de Sua enorme compaixão por nós em nossa miséria, “por causa do grande amor com que nos amou”, como disse Paulo em Ef 2.4, Ele nos deu vida – pela graça somos salvos!
Não ache cansativa a repetição do Salmo 136. Ela devia, na
verdade, fazer parte da nossa oração e do nosso louvor a Deus. É só “porque a Sua misericórdia dura para sempre”
que não somos consumidos, pois ela se renova a cada manhã, até que surja para
nós o dia eterno na glória!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson






