“Estes, pois, o
interrogaram, dizendo: Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente, e que não
consideras a aparência da pessoa, mas ensinas segundo a verdade o caminho de
Deus” (Lc 20.21).
Em Seus dias finais aqui na terra, Jesus foi duramente perseguido pelos opositores de Sua doutrina, os fariseus, saduceus, escribas e outras seitas existentes em Sua época em Israel. O objetivo, de acordo com o evangelista Lucas, era “para o apanharem em alguma palavra, e o entregarem à jurisdição e à autoridade do governador” (v. 20).
Mas era óbvio que eles não O apanhariam em alguma palavra, logo Ele, que é a Palavra! Porém, não obstante sua ambição irracional em prenderem a Cristo, aqueles homens reconheceram no Senhor uma qualidade única de Deus – Ele não considerava a aparência da pessoa! Todos nós, seres humanos caídos, temos essa inclinação, a de olhar as aparências! Mas Jesus não.
Pode ser que aqueles homens falaram isso como uma forma de bajular o Mestre, obtendo dEle uma resposta impensada ou precipitada sobre a pergunta que estavam para fazer. Mas, assim como Jesus não olhava a aparência das pessoas, também não olharia a deles, que se fingiam justos (v. 20). O verdadeiro não se passaria por falso, como foi o caso de Natanael (Jo 1.47), mas também os falsos não se passariam por verdadeiros diante do Salvador!
Esta é uma qualidade divina. Deus, há muito tempo antes, havia dito ao profeta Samuel, que ficara encantado com a postura do filho mais velho de Jessé: “Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Sm 16.7).
Interessante é que, mesmo sabendo disso, que Deus não Se leva pela aparência, há muitas pessoas que tentam ludibriá-lo, mantendo uma aparência de piedade, mas, como disse Paulo, negando-lhe o poder (2Tm 3.5). É pura perda de tempo. Deus não Se ilude com nossos cânticos, com nossas palavras, com nossas roupas, com nossas obras, com nenhuma aparência que porventura queiramos apresentar. As aparências podem enganar os homens, mas a Deus jamais!
É por isso que temos de tomar cuidado quando vamos julgar uma ação de alguém. Não podemos julgar pela aparência, mas segundo a reta justiça (Jo 7.24). A reta justiça, evidentemente, é a Palavra de Deus. Ela é o crivo para que eu julgue minhas próprias ações e as de terceiros, a fim de saber em que devo me corrigir e o que devo ou não aceitar de outrem.
Quando estiver usando este critério, devo me lembrar de que
Deus me conhece profundamente e não Se deixa levar pela minha aparência. Assim
também nós, que não façamos juízo de ninguém, seja para o bem ou para o mal,
olhando apenas o exterior, mas sim observando os frutos e palavras,
comparando-os com a Palavra de Deus. Isso nos preservará do engano e nos levará
a uma vida de maior santidade.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson