"Preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão" (Hb 11.25,26).
O povo de Israel deve dar graças a Deus por Moisés não ter nascido no século 21. Um "homem feito" (v. 24), cercado das glórias do Egito, adotado pela princesa, herdeiro da dinastia faraônica, fosse ele nascido com a doença do nosso século e a libertação não teria acontecido. A doença do hedonismo e do materialismo, a doença da fama e do sucesso, a doença da corrupção do poder como um furúnculo velho que escorre o pus de tanta soberba pelo domínio, a doença do imperialismo e egoísmo, tudo isso maltrataria o povo de Deus ainda mais, enquanto ele mesmo, Moisés, estaria usufruindo de todos os prazeres que o Egito lhe proporcionara!
Mas não! Ele não tinha a doença do nosso século, que contamina as igrejas, tanto nos púlpitos como nos bancos e cadeiras dos nossos templos. Ele não tinha olhos voltados para os prazeres, pois os considerava transitórios, passageiros, efêmeros, e ainda mais, os considerava como sendo do pecado. Não eram prazeres lícitos, não eram permitidos por Deus, eram usurpadores, eles aconteciam em função do sofrimento de uma nação! Ele recusou o título de "príncipe" (v. 24). Ao invés de ver o povo sofrer, ele preferiu participar de seu sofrimento.
Nosso século é caracterizado pela busca dos prazeres. E isso também no meio do povo de Deus. Quase todo crente quer ser filho de faraó, porque isso gera status, torna o indivíduo bem aceito e bem visto pela sociedade pós-moderna. O pensamento de hoje é diferente: aproveite os prazeres, ainda que passageiros, ainda que do pecado, mas são prazeres! É o "comamos e bebamos, porque amanhã morreremos" da época de Isaías e depois da época de Paulo (Is 22.13; 1Co 15.32).
Moisés considerou o opróbrio de Cristo como sendo maior riqueza do que os tesouros do Egito (v. 26). Muitos hoje consideram o opróbrio de Cristo como vexame, afinal é isso que a palavra significa, desonra, reprovação. Quem hoje considera a vergonha de Cristo como tesouro? Tornaram até motivo de prestígio social ser "evangélico"... O cristianismo do nosso século é destaque, é valioso, é especial, é protegido por lei, é religio licita. Se fosse para viver envergonhado, humilhado, criticado, zombado, escarnecido e perseguido por ser crente, quem é que iria considerar isso como maiores riquezas do que os tesouros deste mundo?
Os tesouros do Egito estão dentro das igrejas! Misturam-se com as ofertas e dízimos que são levantados para Deus. A honra de ser um líder evangélico reconhecido na cidade mistura-se com a honra dos faraós que enchem as Câmaras e Assembleias do nosso país! Se por um lado, "o inferno é aqui mesmo", o céu também parece ser! Por isso ninguém abre mão dos prazeres do século 21.
Mas não Moisés! Ele contemplava o galardão (v. 26)! Ele sabia que sua recompensa não era nada daquilo que seus olhos naturais contemplavam nas fartas mesas do palácio. Ele sabia que oprimir um povo não era a forma ética de se obter riquezas. Por isso abandonou o Egito, sem temer a fúria do rei (v. 27), porque permaneceu firme, como quem vê aquele que é invisível!
Tal qual o nosso século? Não! Nosso século tem "olho gordo". Quanto mais se cai na conta corrente, mais se corrompe o homem. Vêm para a igreja, mas não abandonam o "Egito"... pronunciam palavras cristãs, mas têm medo da fúria do "faraó"... as belezas deste reino terreno conseguem afastar os olhos do verdadeiro galardão. Não confiam que o Deus a quem dizem servir suprirá todas as suas necessidades em glória (Fp 4.19). Precisam da esmola de Satanás e fazem pacto com ele! Nem Moisés nem Jesus aceitaram a proposta dos seus respectivos "faraós". O Moisés do AT não cedeu às exigências do rei nefasto que governava o Egito naquela época. O Jesus do NT não cedeu às propostas atrevidas do príncipe deste mundo. E em nossos dias? O diabo não precisa levantar muito alto suas propostas. Muitos têm se vendido por pouco! Mas por que acontece assim?
Porque não há fé em nossos dias. Tem sim, mas é muito raro encontrá-la (Lc 18.8). O texto de Hebreus 11 diz que Moisés agiu assim "pela fé" (23-29). Só mesmo quem crê não se entrega às vigências deste mundo. Precisa-se ter os olhos voltados para aquilo que não se vê, mas cujos fatos são convictos (v. 1). Precisa-se ter certeza das coisas que se esperam! Foi por causa da fé que ele recusou-se a ser chamado príncipe do Egito! Foi pela fé que ele preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus! Foi pela fé que ele renegou os prazeres transitórios do pecado! Foi pela fé que ele considerou que a vergonha de Cristo era riqueza maior que os tesouros do Egito! Foi pela fé que ele contemplou o real galardão! Foi pela fé que ele abandonou o Egito! Foi pela fé que ele não teve medo da fúria do rei! Foi pela fé que ele permaneceu inabalável! Foi pela fé que ele via o invisível! Foi pela fé que ele celebrou a páscoa! Foi pela fé que ele atravessou o Mar Vermelho com aquele povo!
A maioria dos crentes do século 21 não sabe o que é fé. Eles pensam que é acreditar no Jesus da religião, ou saber alguns dogmas cristãos. Muitos, nem isso sabem. Acham que é acreditar que serão curados de alguma enfermidade que lhes acomete. Enquanto correm atrás de uma cura, engolem todo tipo de lixo que é falado nos púlpitos (se for curado, isso basta). São crentes de correntes e orações fortes, outros são crentes de louvorzão, outros são crentes de discursos teológicos, outros são crentes adoradores de patriarcas e apóstolos, outros são crentes pastores de si mesmos, e são tantas as infinidades, que me recuso a escrevê-las todas, porque me perderia nas inúmeras características de crentes do século 21!
Mas toda essa maioria agirá contrariamente à ação de Moisés, homem de Deus! Eles fazem questão de serem chamados "príncipes", filhos da filha de faraó (o diabo é pai da mentira e tais crentes do nosso século são mentirosos); fazem questão de viverem sua vida cristã medíocre sem nada de sofrimento (pois é vergonha sofrer por ser crente para eles); desfrutam dos prazeres do pecado sem nenhum tipo de disciplina ou arrependimento; para eles nada é melhor do que os tesouros que ajuntam aqui no Egito; não contemplam o galardão (no grego, aqui quer dizer, desviar os olhos para o verdadeiro); nunca abandonam o Egito, pois é aqui que fazem seu pé-de-meia, sua vidinha riquinha, mas miserável para Deus; morrem de medo do diabo, porque têm rabo preso com ele, carregam as malas de Satanás no coração.
Eles nunca verão o invisível, que existe na verdade e é até mais real do que as coisas aparentes daqui. Serão excluídos dos prazeres eternos porque se lambuzaram com os prazeres transitórios do pecado! Envergonharam-se do opróbrio de Cristo nesta geração adúltera e pecadora, então o próprio Cristo Se envergonhará deles na Sua glória (Mc 8.38).
Israelitas, deem graças a Deus por Moisés não ter nascido em nosso século ou com seus defeitos. Igreja, demos graças a Deus se nossos líderes forem como Moisés e cuidemos para imitá-lo.
Dia tes písteos.
Pr. Cleilson
belo texto...
ResponderExcluirGraça, Misericórdia e Paz querido irmão.
ResponderExcluirComo foi bom ler este texto nesta manhã de sexta-feira, onde me preparo para passar mais um final de semana com meu Senhor e Salvador, Cristo Jesus.
Este texto me trouxe muita alegria e grande pesar.
Muita alegria por ver que ainda existem aqueles que não se vendem e não se venderão a prostituição "pentecostal" e "evangélica".
Grande pesar por ver as congregações cheias de Crentes (E quando digo crente é por de fato não serem Cristãos). Estes estão indo para a eternidade e indo sem Jesus o Cristo.
Forte abraço Pr. Cleilson
Paz querido.
ResponderExcluirDe fato, temos a mesma sensação. Tristeza e alegria num paradoxo que só entendem aqueles que realmente convivem nesse século com discernimento.
Muitos que vão com a "onda", infelizmente não imaginam onde essa vai dar no final...
Abraços.
parabéns estava lendo esta palavra dar sensação e tristeza porque tanta coisa em vão que se prega nos púlpito das igreja que só massageia o ego das pessoa tanto engano esta no meio das igreja tanto podridão na igreja do seculo 21 acho se moisés tivece neste seculo ver tanta coisa acontecendo no meio do cristianismo estaria tão triste com a igreja do senhor jesus cristo faltando santidade obediência sei que ainda a cristão que não se corronpe com pecado mem se lambuza com prazeres deste mundo zela pela pureza do evangelho gemuindo dou graça a deus que lavante homens corajoso para falar a verdade do evangelho naõ se dobra a deuse me um levante homens como paulo estevão e os outros pais da fe meste seculo 21
ResponderExcluirÉ verdade, irmão Alexsandro, Deus sempre preservará para Si um povo, um remanescente que não se vende para se expor nas vitrines deste mundo porco, imundo e doente em que nós vivemos.
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