A petição para que não caiamos em tentação tem o seguinte
sentido no grego: “E não nos introduzas para dentro da tentação”. Em Mateus
temos o complemento, como também em Lucas a partir do Textus Receptus: “mas livra-nos desde o, ou a partir do maligno, ou
do mal”!
Após ter explicado aos Seus discípulos como orar, Jesus lhes conta uma parábola, a do amigo importuno (vv. 5-8), para depois então fazer a aplicação do que Ele havia ensinado sobre oração (vv. 9-13). Nesta parábola, Jesus prepara o terreno para mostrar a prontidão que o Pai tem em nos atender às orações. Ele usa o exemplo de dois homens amigos, já para mais à frente comparar entre homens (que são maus) e Deus (que é o Pai celestial, bom por natureza). A parábola relata um incidente inoportuno. É um homem que procura seu amigo à meia-noite, a troca da segunda para a terceira vigília da noite! Ele buscava pão emprestado para dar a um outro amigo que chegara de viagem e estava hospedado em sua casa, nada tendo ele a oferecer-lhe. Seu amigo, que já estava dormindo com seus filhos negou-lhe o pedido, alegando incômodo aos seus familiares que já dormiam, caso fosse atendê-lo. Bem, por aqui mesmo acaba a parábola, até de maneira que causa interrogação: será que ele atendeu ao amigo, ou seu amigo foi embora e acabou a amizade, ou será que ele convenceu o seu amigo a se levantar?... Entretanto Jesus faz uma aplicação inteligente, de modo que temos o final que imaginarmos para essa parábola. Porém Jesus sugere um final: se ele não se levanta pela amizade, no final das contas se levantará por causa da importunação, no grego, sua “falta de vergonha”, no caso em pedir pão àquela hora da noite, sem respeitar a privacidade alheia. Se houver, diz Jesus, perseverança no cara-de-pau, o outro se levantará e dirá: “Que mais você quer? Apenas pão mesmo? Não quer levar logo o pó de café, o leite, a manteiga... desde que nos deixe dormir sossegados?”
Feita a aplicação, Jesus diz (v. 9): “Por isso vos digo...”
Por isso o quê? Por causa dessa parábola que Ele havia contado. O campo ficou
agora aberto para Jesus fazer a comparação que Ele queria entre os homens (pais
maus) e Deus (Pai bom). Se um homem consegue com outro homem o que ele quer por
causa da importunação, será que não conseguiremos de Deus o que pedirmos em
oração?
A analogia vai se aprofundar mais, porque Jesus passará a
usar como comparação o pai e o filho; não mais o homem e seu amigo!
Pr. Cleilson