quinta-feira, 28 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0625 - O SILÊNCIO DO AMOR

 


E Pilatos o interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra ti. Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava” (Mc 15.4,5).


Uma das coisas realmente mais admiráveis em nosso Salvador é que quando Ele foi levado aos tribunais judaico e romano, Ele manteve um silêncio intrigante. Para que o sumo sacerdote no Sinédrio pudesse obter dEle uma palavra, teve que conjurá-lo, isto é, colocar Jesus debaixo de um juramento perante Deus naquele tribunal (14.60,61). Então a frase de Jesus foi: “Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (v. 62).

De fato, Ele era o Filho de Deus sim, Ele era o Messias e não podia mentir. Na verdade, Ele preferia não dizer ali, mas conjurado como foi, não teve outra opção, a não ser dizer a verdade. Porém, como já sabia, a verdade em nada iria convencer aqueles juízes religiosos de Sua época, ao contrário, os levaria a ficar ainda mais furiosos (vs. 63-65).

O mesmo se deu diante de Pilatos. Ao ser questionado se era o rei dos judeus, Jesus disse: “Tu o dizes” (15.2). Não como se estivesse jogando a responsabilidade das palavras para Pilatos, como dizem alguns: “Olha, você quem está dizendo”. Não, mas esta era uma outra forma de dizer: “Sim, é como você está dizendo”. Lucas nos informa que Pilatos enviou Jesus a Herodes, ao saber que pertencia à sua região. Ali também, mais ainda, diante dele Jesus permaneceu em absoluto silêncio (Lc 23.7-9).

Qual a razão de tudo isso? Por que nosso Senhor não emitiu palavra alguma diante de Seus julgadores? Tudo isso já estava profetizado por Isaías: “Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53.7). Ele era o Verbo de Deus (Ap 19.13). Poderia muito bem abrir a boca em defesa própria e não haveria nenhum tribunal no mundo inteiro que pudesse resistir a Seus argumentos!

Mas não foi para isso que Ele veio! Ele não veio para Se defender da ira dos homens, mas para nos defender da ira de Deus! Ele ficou calado diante dos acusadores para poder calar nosso acusador! Ele Se calou perante o trono dos homens para poder falar perante o trono de Deus por nós! Ficou em silêncio na terra para ser nosso Intercessor no céu!

Hoje temos, como cristãos, o mesmo caminho. Paulo disse: “Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro” (Rm 8.36). Sim, nosso dever é ir pelo corredor da morte em silêncio, como também foi nosso Redentor! Na verdade, para quem já foi absolvido da condenação do inferno, ser julgado pelos tribunais humanos por amor a Cristo chega a ser uma honra incomparável!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0624 - O SENHOR QUE NÃO SE CANSA DE SERVIR!

 


Então Davi perguntou: Existe mais alguém da família de Saul para que eu use da bondade de Deus para com ele? Ziba respondeu: Ainda existe um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés”. (2Sm 9.3 – NAA).


Todos conhecemos a trajetória de Davi, como foi perseguido duramente pelo primeiro rei de Israel, visto que este já sabia que Davi seria seu sucessor escolhido por Deus. Sabemos também da amizade profunda de Davi com o príncipe Jônatas e o fim trágico que esses líderes de Israel tiveram na guerra contra os filisteus, onde Jônatas e seus irmãos pereceram sob a espada filisteia e Saul sob sua própria espada.

Depois de assumir o trono e consolidar seu reino sobre todo o Israel, Davi não se esqueceu da bondade do Senhor para com ele e quis demonstrá-la a algum herdeiro da família de Saul, especialmente a algum filho de seu amigo Jônatas. Encontrou Mefibosete, filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés e o colocou à sua mesa para ser servido ali por todos os dias de sua vida! Restituiu também a ele as terras de seu avô, Saul, colocando os servos a seu encargo (vs. 9,10).

Anos antes, Davi também fora chamado à mesa de Saul (1Sm 16.19-22). A diferença, entretanto, é que Saul chamara Davi para receber seus serviços, enquanto Davi chamou Mefibosete para servi-lo! Atitude nobilíssima deste rei, muito à frente de sua época – agiu como deve agir um cristão!

Não era fácil para Davi agir dessa forma. Apesar de Mefibosete ser deficiente, tinha homens a seu serviço que poderiam trazer problemas para o rei mais tarde. Todavia, o rei de Israel olhou para a bondade de Deus, a qual ele recebera em toda sua vida. Foi esta bondade que Davi ofereceu também ao neto de seu inimigo.

Cristo nos ensinou a amar nossos inimigos (Mt 5.44). Paulo disse: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber; porque, fazendo isto, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele” (Rm 12.20 – NAA). Foi exatamente assim que agiu o rei de Israel. Grande exemplo, inclusive para o cristianismo!

Davi aponta para Cristo, o Rei dos reis. Com sua benevolência para com alguém que era indigno (como o próprio Mefibosete reconheceu, comparando-se a um cão morto – 2Sm 9.8), Davi é um tipo de Cristo. Nosso Senhor, quando veio à terra, os homens O tiveram por inimigo. No entanto, Ele nos amou, dando Sua vida por nós!

Como se não bastasse Seu sacrifício incomparável, nosso Salvador ainda diz: “Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, encontrar vigilantes. Em verdade lhes digo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá” (Lc 12.37).

Que honra inigualável foi para Mefibosete estar à mesa do rei Davi até o fim de sua vida! Como não será maior honra estarmos nós assentados à mesa do Rei dos reis que, repetindo Seu gesto de humildade sem igual, Se colocará como Servo diante dos redimidos na refeição celestial? Ele é o Senhor que não Se cansa de servir!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 26 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0623 - O ARREPENDIMENTO É UMA DAS PROVAS DE QUE TEMOS O ESPÍRITO SANTO

 


Quando Pedro subiu a Jerusalém, os que eram da circuncisão o arguiram, dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos e comeste com eles” (At 11.2,3).


O episódio de Pedro na casa de Cornélio é bem conhecido no início da história cristã. Cornélio era um centurião romano, “temente a Deus” (termo usado para gentios que simpatizavam com a sinagoga judaica) e que fazia algumas práticas judaicas de piedade, como esmolas, jejuns e orações, conforme lemos no cap. 10.1,2.

Entretanto, este homem não era salvo. No cap. 11.14, quando Pedro está explicando a situação para os crentes judeus, ele diz que Cornélio não era salvo. Quando Pedro retornou da casa de Cornélio, foi convocado pelos crentes judeus a se explicar, visto que se juntou a gentios, coisa totalmente descabida para os judeus.

Ninguém era mais rigoroso que Pedro para rejeitar se juntar a gentios. Observe que, mesmo depois disso, Pedro ainda evitava comer com gentios se houvesse judeus por perto (Gl 2.11-15). Mas, na casa de Cornélio, ao pregar o evangelho para aquela família, a Bíblia diz que o Espírito caiu sobre eles (10.44), a ponto de os crentes judeus que estavam com Pedro ficarem admirados (v. 45)!

Hoje, muitos dizem algo do tipo, “viu só, como Deus não faz acepção de pessoas”? Ou aquela frase, “ninguém é dono do Espírito Santo, Ele vem sobre quem quiser”. De fato, essas frases são verdade. Porém, embora o Espírito Santo realmente venha sobre quem Ele quer, todavia Ele não vem sobre pessoas que não se arrependem. Essas frases são usadas no sentido de defender que qualquer pessoa, por mais impenitente que seja, pode receber o Espírito Santo. Mas não é isso que a Bíblia diz.

O Espírito Santo vem sobre pecadores para salvá-los, mas antes disso, é preciso haver arrependimento! Não pense você que ímpios que gostam de viver em suas impiedades têm o Espírito Santo. Não têm mesmo! Jesus disse: “O Espírito da verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17).

O Espírito Santo caiu sobre a família de Cornélio, porque Deus lhes deu o arrependimento para a vida (At 11.18). O Espírito não pode habitar em um coração não regenerado. Aliás, o fato de haver um coração novo foi exatamente o trabalho do Espírito pelo poder da Palavra, para transformar o coração de pedra em um coração regenerado para Ele habitar ali (Ez 36.26,27). Ele jamais habita em um pecador impenitente!

Realmente não somos donos do Espírito Santo, é claro. Ele é livre para soprar onde quiser (Jo 3.8). Mas quem nos garante que Ele não habita em ímpios é a Bíblia, a própria Palavra que Ele mesmo inspirou! Não estamos limitando Sua obra, não estamos sequer selecionando pessoas para Ele habitar. O que afirmamos é o que a Bíblia afirma. Ele só habita no coração regenerado.

Aliás, é justamente por causa desse discurso manso e politicamente correto, que as pessoas não convertidas pensam que são. Se todo crente pregasse o evangelho do arrependimento, esses fingidos saberiam que o Espírito não habita neles e que precisam se converter para ter certeza de que são morada de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0622 - EM TEMPOS DE PAZ, PREPARE-SE PARA A GUERRA!

 


Então ele disse ao povo de Judá: ‘Agora é o tempo para construir as cidades com muros, fortificadas com torres, portões e trancas. A terra é nossa, porque temos buscado o Senhor, o nosso Deus, e ele nos tem concedido paz’. E assim eles executaram esses projetos e tiveram sucesso” (2Cr 14.7).


O rei Asa foi bisneto de Salomão. Foi o terceiro sucessor do trono quando o reino foi dividido, na época de seu avô Roboão. Este rei fez o que era reto aos olhos do Senhor (v. 2), abolindo os altares dos deuses estranhos (v. 3), inclusive depondo sua própria mãe do cargo de rainha-mãe (15.16), visto que ela houvera levantado uma imagem abominável à deusa cananeia, Aserá (provavelmente uma imagem pornográfica).

Em vista de todo seu esforço para agradar a Deus, o Senhor lhe concedeu paz em seu reinado (v. 5). No entanto, o rei Asa não ficou acomodado por este fato. Ele não cruzou os braços por ter o Senhor lhe concedido paz e repouso. Pelo contrário, ele aproveitou o período de bonança para construir cidades fortificadas em Judá (v. 6), cercando-as de muros e torres, portas e ferrolhos, enquanto a cidade gozava de paz (v. 7).

Talvez qualquer um de nós diria que esse era o tempo de celebrar e festejar. Assim como o rei Belsazar que, confiante como estava de que o reino babilônio era indestrutível, fez um banquete exagerado, cheio de orgias, idolatria e sacrilégios, mal sabendo que naquela mesma noite ele seria morto e a Babilônia, o grande império, cairia sob as mãos de Ciro e Dario (Dn 5)!

Não é exatamente o que Paulo nos ensina em sua carta aos efésios? Ele diz que nossa luta contra as hostes do mal exige enorme resistência da nossa parte. Mas, depois de termos vencido tudo no dia mau, devemos permanecer inabaláveis (Ef 6.13)!

São admoestações bíblicas que não podemos desprezar. Nosso inimigo é incansável. Não é porque você venceu uma tentação ou um ataque maligno que ele vai bater em retirada para nunca mais voltar. Ele pode até sair, mas, como disse o evangelista Lucas sobre a vitória de Cristo no deserto: “Passadas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno” (Lc 4.13), o inimigo se afastará, mas voltará com estratégias diferentes.

Tempos depois, o rei Asa foi surpreendido por um ataque dos etíopes, vindo contra ele um milhão de homens (2Cr 14.9)! Impressionante! Mesmo que ele já tivesse fortificado suas cidades e treinado seu exército de 580 mil homens (v. 8), o que era isso diante de um milhão de soldados? Mas, ele clamou ao Senhor e o Senhor feriu os etíopes diante do Seu povo (vs. 11,12)!

De fato, Deus livra Seu povo, mas muitas vezes deixa-o perecer para que aprenda a andar preparado! É isto que aprendemos deste rei de Judá. Que, apesar de termos um Deus que nos ouve quando clamamos por socorro, todavia, é nosso dever andar sempre em prontidão, preparando-nos para qualquer batalha, mesmo que os tempos sejam de paz.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0621 - O SAL E O FOGO

 


Porque cada um será salgado com fogo” (Mc 9.49).


Em todo o NT, esta é a fala de mais difícil interpretação que saiu dos lábios do nosso Senhor. Mais de 7 interpretações têm sido colocadas como opções para os estudiosos deste contexto, uma vez que este versículo vem logo após aquela fala de Jesus sobre o inferno eterno, dizendo que ali, o bicho não morre e o fogo nunca se apaga. Logo a seguir, Ele diz que cada um será salgado com fogo.

O contexto mostra uma disputa entre os discípulos para ver quem seria o maior no reino de Deus (vs. 33,34). Jesus os aconselha, usando uma criança como modelo, que era preciso para o servo de Cristo ser humilde, servir, em vez de querer ser servido. E mais, ao servir, não deveria olhar a posição daquele para quem está prestando o serviço cristão. Seja grande ou pequeno como aquela criança, eles, como seguidores de Cristo, deveriam prestar-lhe o mesmo serviço (vs. 35-37).

 

Jesus fala que se alguém colocar tropeço para um de Seus pequeninos “melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar” (v. 42). Diz também que nem para si mesmo o cristão pode servir de tropeço, antes, deve arrancar de si o que lhe faz pecar, a fim de não ser condenado ao inferno (vs. 43-48).

Agora é que vem essa frase enigmática, “cada um será salgado com fogo”. O contexto vinha falando do fogo do inferno, mas os discípulos verdadeiros de Jesus estão livres do inferno. Então, a que fogo está Se referindo nosso Mestre? Ele está evocando o texto de Lv 2.13, que diz: “Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; à tua oferta de manjares não deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas aplicarás sal”.

De fato, o verdadeiro cristão não vai para o inferno, mas isso não quer dizer que sua vida não passe pelo fogo aqui na terra. Ele tem o sal da aliança em si mesmo. Se o sal for bom, ele passará pelo sacrifício aceitável diante de Deus, se humilhando, para que seu irmão seja maior, às vezes até sofrendo por ser cristão. Desse sacrifício Deus Se agrada e assim, o crente é salgado com fogo.

Já o ímpio, o fogo com o qual ele será salgado será o fogo do inferno. Seu sal aqui é insípido e não tem como restaurar-lhe o sabor (v. 50). O que lhe resta é ser salgado lá “onde o bicho não morre e o fogo nunca se apaga” (v. 48).

Por isso é que Jesus disse: “Tende sal em vós mesmos e paz uns com os outros” (v. 50), ou seja, em vez de brigarem por posições no reino, tenham sal, assim terão paz. De toda forma, todos terão que ser salgados com fogo. O crente com o fogo da provação e da abnegação; o ímpio com o fogo eterno da condenação. Com qual fogo seremos salgados?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0620 - O QUE PEDIMOS QUANDO ORAMOS UNS PELOS OUTROS?

 


Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual” (Cl 1.9).


Orar uns pelos outros é mandamento bíblico, faz parte de vários dos mandamentos de mutualidade na nova aliança. Os crentes precisam orar por seus irmãos em Cristo e muitos outros grupos de pessoas. Mas os pastores, em especial, precisam orar pelos crentes, a quem eles instruem, de um modo diferente.

É assim que Paulo ora pelos colossenses, pedindo a Deus algo muito importante para eles, a saber, que eles sejam transbordantes do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda sabedoria e entendimento espiritual. Muitos pastores oram para que seus liderados sejam prósperos para que sua igreja tenha mais entrada financeira. Muitos oram para que Deus preserve a família de seus membros para que tenha mais gente. Não há erro em orar pelo bem-estar dos crentes, mas o núcleo do bem-estar é o pleno conhecimento da vontade de Deus.

Vejamos o propósito de Paulo ao pedir isto. Ele queria que, uma vez que a igreja fosse cheia do conhecimento de Deus, ela pudesse viver de maneira digna do Senhor (v. 10). Muitos pastores piedosos oram para que sua igreja viva de maneira digna. Mas se esquecem do núcleo, o que é que realmente faz a igreja viver dessa maneira. E Paulo diz. A igreja viverá de maneira digna do Senhor quando ela estiver transbordando do conhecimento de Deus.

Mas o que é viver de maneira digna? Paulo diz ainda nos vs. 10-12: “frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; sendo fortalecidos com todo o poder... dando graças ao Pai”. Temos aqui quatro verbos no gerúndio (gr. particípio), que indicam continuidade: frutificando em toda boa obra, isto é, o fruto do Espírito e obras cristãs; crescendo no pleno conhecimento de Deus, ou seja, relação íntima com Deus (conhecer é ter relação íntima); sendo fortalecidos com todo o poder, ou seja, vida cristã poderosa e dinâmica; e dando graças ao Pai, uma vida de reconhecimento e gratidão!

Estas coisas, diz Paulo, são um resumo de uma vida digna do Senhor (no grego, digno significa “apropriado, adequado”). Mas veja no v. 11 que estas coisas devem ser feitas em toda perseverança, longanimidade e alegria! Não é uma vida que começa assim na empolgação e depois vem a parar (os não perseverantes); nem mesmo uma vida que vincula tudo isso em um só dia (os não pacientes); tampouco é uma vida que tem essas virtudes de maneira forçada ou por obrigação (os não alegres), antes, todas elas procedem de uma natureza nova em Cristo Jesus.

Só podem ter estas virtudes aqueles que transbordam do conhecimento de Deus em toda sabedoria e entendimento espiritual. Era por isso que Paulo orava pelos colossenses. E nós, temos orado uns pelos outros para quê mesmo?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 19 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0619 - UM VELHO SACERDOTE E UMA JOVEM NAZARENA

 


Porque para Deus nada é impossível (Lc 1.37).


No relato da Anunciação, encontramos a visita do anjo Gabriel a duas pessoas especiais: Zacarias, o sacerdote, e Maria, a jovem virgem. Eles tinham um certo parentesco, visto que a esposa de Zacarias, Isabel (ou Elizabeth) era prima de Maria (Lc 1.36 – ARC) ou, no mínimo, uma parente próxima.

Em ambas as visitas, Gabriel foi anunciar um mesmo assunto com semelhantes impossibilidades. O assunto era sobre a gravidez de Isabel e Maria; as impossibilidades eram, para Isabel, o fato de ser estéril e avançada em idade (v. 7), enquanto para Maria, o fato de ser virgem (v. 27).

Quando o anjo anuncia para o velho sacerdote que sua esposa ficaria grávida e que seu filho (que deveria ser chamado João) seria aquele que abriria o caminho para o Messias, Zacarias pergunta como poderia saber isto, uma vez que eram velhos e, mesmo desde novos, sua mulher jamais concebera por ser estéril (v. 18). A resposta de Gabriel foi que ele ficaria mudo, como sinal contra sua incredulidade até o dia que o menino nascesse (v. 19)! De fato, foi um golpe profundo naquele que tinha como chamado principal interceder pelo povo – já não podia mais falar...

Porém, quando o anjo anuncia para a moça virgem de Nazaré que ela teria um filho (que deveria ser chamado Jesus), que seria o Messias, o Salvador do mundo, o Filho de Deus, ela pergunta para o anjo como seria isto, uma vez que era virgem e não conhecia homem algum (v. 34). Bem, Maria não ficou muda como sinal, assim como Zacarias, pois não houve incredulidade de sua parte. Note que Zacarias perguntou “como saberia” enquanto a jovem perguntou “como seria”. Zacarias queria satisfações para seu conhecimento humano; Maria desejava apenas que se concretizasse a vontade de Deus!

Gabriel diz a ela que seria envolvida pelo Espírito de Deus e pela sombra do poder do Altíssimo (v. 35). Diz também que a prima dela já estava grávida havia 6 meses, como prova de que para Deus não há nada impossível (vs. 36,37). Tanto uma como outra palavra do anjo vieram de Deus. O dever do destinatário é crer. Como Deus fará, isso não importa. O que importa é que Suas palavras não falham e Ele não conhece limites!

E você, tem perguntado a Deus “como saberei”? Você tem cobrado explicações do Soberano Senhor? Que justificativas Ele nos deve? Diante de suas aflições, você tem cobrado de Deus uma postura? Diante das promessas dEle, você tem exigido esclarecimentos? Ou você tem perguntado humildemente ao Senhor “como será”? E, mesmo que Ele não explique, você sabe que acontecerá, pois Sua palavra é infalível! Você está na fileira de Zacarias, ou da jovem de Nazaré?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson