"Eu, porém, olharei para o Senhor e esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá" (Mq 7.7).
Miqueias estava vivendo em tempos onde os israelitas do reino do Sul estavam imitando as iniquidades do reino do Norte (6.16). Ele se sentia como quem buscava uvas boas e selecionadas depois que já havia sido feita a colheita - não se achava mais nada que prestasse! Os justos já estavam em extinção em Judá (v. 1). O que se achava de melhor ali não servia para nada: "O melhor deles é como um espinheiro; o mais reto é pior do que uma sebe de espinhos" (v. 4a).
A situação estava tão desanimadora, que o profeta recomenda até mesmo a desconfiança: "Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro" (v. 5a). Nem mesmo as famílias escapavam da corrupção e degradação morais daquela terra: "Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora, contra a sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa" (v. 6). A lei estava sendo tão desprezada a ponto de os filhos esquecerem do mandamento que mais era considerado justo naquela época: o de honrar pai e mãe. Jesus também usou este versículo de Miqueias para mostrar que o Evangelho causaria divisão dentro dos lares por causa do nome dEle (Mt 10.34-36).
Mas o profeta serviu de exemplo do que se deveria fazer naquela época e situação. Ele olhava para o Senhor. Já havia uma promessa no Salmo 34.5 de que os que olhassem para o Senhor seriam iluminados e seu rosto não seria confundido! Era nisso que cria o profeta Miqueias. Seu contemporâneo, Isaías, também dizia com confiança: "Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra" (Is 45.22). Como é bom manter os olhos no Senhor infalível! Bem-aventurado é o homem que confia no Senhor (Jr 17.7).
Além de olhar para o Senhor, o profeta também esperava no Deus da sua salvação. A esperança é uma distinção exclusiva do crente. O incrédulo, o ateu, o ímpio não tem esperança. A esperança é a fé futura. É a convicção descansada do que virá para reverter a situação de desespero e caos. O ímpio não possui essa característica. Mas o que espera no Senhor a possui. Junto com Miqueias, dizia seu colega de ministério, Isaías: "Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças" (Is 40.31). Também já dizia o salmista, que certamente inspirava a esperança do profeta: "Espere Israel no Senhor, porque no Senhor há misericórdia, e nele há abundante redenção" (Sl 130.7). Eleve seu olhar para Deus com esperança - "Bem-aventurado é o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor" (Jr 17.7).
Com essa atitude, Miqueias chega à conclusão inerrante, de que Deus lhe ouvirá! É inevitável que sejamos ouvidos realmente por Deus, quando nos aproximamos dEle com essa convicção. Essa fé Lhe agrada, porque aquele que se achega a Deus com essas características de Miqueias sabe que Deus existe e recompensa os que Lhe buscam (Hb 11.6).
Que bom saber que os ouvidos de Deus estão inclinados para ouvir a súplica do justo. Nossos pecados não são mais capazes de tapar os ouvidos de Deus das nossas orações, como antes (Is 59.2). Somos justificados dos nossos pecados e, ainda que vivamos numa geração conforme aquela dos tempos de Miqueias, ainda sabemos que Deus é o mesmo, que inclina Seus ouvidos para os que olham para Ele e que esperam nEle. Desviemos nosso olhar das circunstâncias para o Todo-Poderoso! Depositemos no Deus da nossa salvação nossa esperança e não nas propostas políticas e promessas de melhorias humanas e sociais. Teremos esse resultado: Deus nos ouvirá!
Dia tes písteos.
Pr. Cleilson
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