quinta-feira, 20 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0682 - NÃO DURMA NA SEARA!

 


O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha” (Pv 10.5).


Em toda a Bíblia, a preguiça é condenada. O trabalho não é fruto do pecado. Quando Deus criou o homem, já o estabeleceu para o trabalho. Aliás, o trabalho existe antes da criação do homem, visto que o próprio Deus, ao criar todas as coisas antes do ser humano, estava em execução de trabalho. Portanto, trabalho é coisa da Criação e não da Queda.

O que a Queda fez com o trabalho foi causar sua improdutividade, aumentar a canseira e o enfado, desgastar o ser humano no exercício do seu trabalho, mas a Queda não é originária do trabalho. Toda tentativa de obter os recursos próprios do trabalho sem ele é pecado, são recursos ilegítimos. Isso vale tanto para a preguiça, como para os meios ilícitos de amealhar ganhos que não sejam pelo trabalho.

Ajuntar no verão significa trabalhar com prudência enquanto se tem forças para isso. Um dia o inverno chegará, seja pela idade, pela doença, pelo desemprego, por vários percalços que nos surpreendem na jornada que se chama vida. Enquanto temos força, trabalhemos; enquanto é verão, ajuntemos; algum inverno chegará e é necessário termos ajuntado alguma coisa.

Nosso provérbio diz que aquele que dorme na sega, isto é, na colheita, envergonha seus pais. Antigamente, os pais colocavam filhos no mundo para trabalhar, para ajudar a manter e até aumentar a propriedade da família. Em parte, essa era uma das razões deles preferirem filhos homens, pois seriam dados ao serviço braçal, que era a maior parte do trabalho existente.

Hoje, há muitos filhos que envergonham seus pais nesse quesito. Eles não dormem apenas na sega, mas também no plantio. Eles são lentos não só para colher, mas, inclusive, para plantar. Aliás, existem pais que também não ensinam tais responsabilidades para seus filhos desde cedo. Assim, a consequência é óbvia.

Existe também, no campo espiritual, a mesma negligência. Há jovens que dormem, enquanto os campos estão brancos para a colheita. Há trabalho no reino de Deus, mas há filhos dormentes. Envergonham seus pastores, não ajuntam no verão. Haverá invernos espirituais também. Haverá tempos de perseguição, tempos de angústia, tempos de dificuldade no evangelho, mas estes jovens não ajuntaram no verão.

O risco que se corre é o de ficarem como as cinco virgens tolas. Elas dormiram e, além disso, ainda não tinham azeite suficiente para passarem a vigília daquela noite. Ficaram assustadas com a chegada do noivo, mas não fizeram suas reservas no verão. O inverno chegou para elas e era tarde demais (Mt 25.1-13).

O apóstolo Paulo dá um recado tanto para os dormentes no trabalho, quanto para os dormentes espirituais. Ele diz aos primeiros: “se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3.10). E aos dormentes espirituais, o recado é: “já é hora de vos despertardes do sono. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz... revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.11-14).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

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