Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0426 - MOEDAS ARREPENDIDAS

 

Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15.8,10).


Jesus contou esta parábola juntamente com outras duas parecidas, tratando do mesmo assunto: a parábola da ovelha perdida e do filho pródigo. O motivo do Senhor ter contado essas três parábolas foi porque Ele estava recebendo pecadores, publicanos, gente desprezada pelos judeus. Ele os ensinava, pregava para eles, mas também comia e bebia com eles. É o que nos diz os vs. 1 e 2.

O fato de se assentar com pecadores para dividir pão e bebida com eles, realmente nos parece assustador e até mesmo um tanto inconveniente para um crente que busca santificação. Ainda mais para o Santo, o Filho de Deus... por que estaria Ele na roda dos pecadores? Eis a questão. Os acusadores, dos quais muitos de nós também fazemos parte, quase nunca sabem o que de fato está acontecendo.

Pelas parábolas contadas pelo nosso Senhor, entendemos que Suas palavras estavam levando aquelas pessoas ao arrependimento. O v. 1 diz que elas vinham para ouvi-lo. E a cada final de parábola, Jesus aplica, falando sobre arrependimento. No entanto, há algo maravilhoso no meio disso. O arrependimento é uma decisão de um pecador que foi agraciado pelo amor de Deus. A bondade de Deus é que leva um pecador ao arrependimento, diz Paulo (Rm 2.4).

Perceba na parábola da dracma perdida: primeiro Jesus diz que a mulher já era dona das dez dracmas. Ele diz “tendo dez dracmas”. Segundo, Ele diz que é a mulher que acende a candeia, isto é, a iluminação do evangelho provém de Deus; de modo algum isso vem do perdido, pois ele está em trevas. Terceiro, Jesus diz que ela é quem varre a casa. Quando Cristo morreu pelos nossos pecados, diz Paulo, nós éramos ainda pecadores (Rm 5.8). Em quarto lugar, Jesus diz que ela busca a moeda com diligência até a encontrar! Aqui entendemos que os que o Pai deu a Jesus, de modo algum Ele os perderá (Jo 6.39).

Só então é que Jesus faz a aplicação da parábola. Ele diz: “Assim vos digo”. Mas nessa aplicação, há uma coisa que Jesus não havia contado na parábola. Ele fala do arrependimento. Ele diz que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. Por que esse pecador se arrepende? Para responder, temos que ligar a tudo o que fez essa mulher da parábola, assim entenderemos que nós nos arrependemos porque Deus fez conosco tudo o que aquela mulher fez para encontrar aquela dracma!

Ele já nos tinha! Entre aspas, podemos dizer que Ele nos “perdeu” para o pecado, mas depois iluminou nosso caminho, quando enviou Seu Filho que, ao morrer por nós, varreu nossos pecados e, pela pregação do evangelho, nos buscou insistentemente, até nos encontrar! Essa imensa bondade nos levou ao arrependimento. Assim houve festa no céu diante da nossa conversão.

Hoje, já convertidos, temos em nossas mãos a lanterna da pregação do evangelho, para iluminar outras moedas que já são de Deus, mas que estão perdidas em algum canto dessa casa para que se tornem moedas arrependidas!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0425 - POR QUE O CRISTÃO PERSEVERA ATÉ O FIM

 


Que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1Pe 1.5).


Todo crente sabe que perseverar é um dever seu e um compromisso inarredável com seu Salvador. Diariamente presenciamos pessoas que se declararam cristãs abandonando a fé que diziam professar. Os motivos são escusos, mas soam bem alto na boca dos desistentes: está sendo muito atribulado, o pastor não faz o que ele quer, o irmão olhou feio para ele e assim por diante. Mas todos sabem que perseverar é uma obrigação do que se diz cristão.

A perseverança é uma característica maravilhosa, a ponto de muitos crentes pensarem que serão salvos por causa dela. Assim eles interpretam o versículo que “aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.13). Mas a perseverança é resultado de uma ação anterior de Deus na vida do salvo. Essa ação é a preservação! Deus nos preserva em Seus caminhos, por isso nós perseveramos! Se algum crente chega ao final da caminhada cristã é porque Deus o guardou para isso, para que ele fosse capaz de perseverar.

Pedro disse que somos guardados pelo poder de Deus. Observe que se não fosse o poder guardador de Deus, todos os crentes desistiriam pelo meio do caminho. Ou você acha que alguém perseveraria por esforço próprio até o fim? Absolutamente. Todos os crentes que são verdadeiros e consistentes na caminhada, eles o são porque Deus os guarda por Seu poder! Não o poder do crente, mas o poder de Deus.

Pedro também diz que somos guardados mediante a fé. Não é por meio das obras. Deus não nos guarda se nós fizermos alguma coisa, mas Seu poder age em nós nos guardando por meio da fé! Veja que, como disse Paulo, por meio da fé somos salvos (Ef 2.8) e não por causa dela, também diz Pedro, por meio da fé somos preservados e não por causa dela. Não há obra humana aqui que cative Deus e O faça obrigado a nos dar Sua salvação.

Pedro diz que somos guardados para a salvação. Aqui está o fim. O poder é o início, a fé é o meio e a salvação é o fim. Como ele mesmo disse no v. 9: “obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma”. A obra de Deus tem início, meio e fim. Ele não deixa Sua obra inacabada. Paulo disse “que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).

Assim pois, irmão, não se glorie em sua perseverança. Embora ela seja sua obrigação para com seu cristianismo, todavia, é única e exclusivamente pelo poder de Deus que você é guardado para esta salvação que se revelará no último tempo! Talvez você se pergunte como saberá que está sendo guardado por Deus. Eis aí a sinergia. Enquanto Deus te guarda, você persevera inabalável, independente das desculpas que poderia usar para se afastar da obra de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0424 - MOSCAS MORTAS NAS PREGAÇÕES

 


Qual a mosca morta faz o unguento do perfumador exalar mau cheiro, assim é para a sabedoria e a honra um pouco de estultícia” (Ec 10.1).


No Antigo Oriente, uma infinidade de perfumes eram fabricados, extraídos de especiarias de vários tipos de pétalas de flores esmagadas, resinas de algumas madeiras odoríferas, misturados a azeite e guardados em garrafas de pedra. Tanto homens como mulheres usavam, seja para dias festivos sagrados, ou para dias festivos de bodas de casamento. No entanto, se penetrassem moscas em um vaso de perfume e ali elas morressem, todo o unguento precioso se corromperia e já não prestaria para nada.

Os unguentos tinham um excelente odor, mas as moscas mortas que porventura neles houvesse, faziam-nos exalar mau cheiro. Assim, diz o pregador, é também com a sabedoria. Basta um pouco de estultícia, ou seja, de tolice, para que se perca toda honra e sabedoria. Todo prestígio que um sábio conquistou de seus alunos com sua sabedoria pode ser prejudicado e até extinto, caso ele permita que ao menos um pouco de insensatez se misture à sua reputação.

Claro que o autor está falando do ponto de vista humano, como ele mesmo diz, “debaixo do sol”. Entretanto, a lição que ele quer transmitir é que não é preciso muito para destruir a reputação de alguém. O que é uma mosca em vista de um perfume? Mas é assim para com as coisas boas. Elas podem ser imensas, mas o que é mau lhe corrompe e destrói por um pingo que seja.

Tiago faz um alerta semelhante aos mestres da igreja. Ele diz: “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo” (Tg 3.1). Ele lembra que todo ser humano tropeça em alguma coisa. Todos têm moscas mortas em seus perfumes. Mas o mestre, por utilizar a fala como seu trabalho, não deveria tropeçar nela. E ainda diz: “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo” (v. 2). Uma mosca morta na fala de um mestre pode causar grande estrago em toda igreja.

Os pregadores precisam ser tementes a Deus e honrar Sua Palavra neste aspecto. Não estão anunciando uma mensagem própria, senão que anunciam a mensagem que vem do alto. Imensa é a sua responsabilidade para com Aquele que o designou para a tarefa! Ele deve falar apenas o que está escrito, como disse Paulo em 1Co 4.6 e, se ultrapassar o sentido da Escritura, sua fala irá feder com o mau cheiro de moscas mortas!

Para o próprio bem de quem prega a Palavra de Deus, seria bom que ele não permitisse que sua sabedoria fosse contaminada com a insensatez da mentalidade do mundo. A sabedoria divina, a qual pregamos, não precisa das moscas mortas da suposta inteligência humana!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 27 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0423 - A AUTORIDADE CIVIL E A SUBMISSÃO DO CRENTE

 


Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas” (Rm 13.1).


Um dos pontos centrais do livro “A Cabana”, ou pelo menos um dos destaques morais do livro, é a tentativa de defender o ponto de vista de uma sociedade sem autoridades e sujeições. Segundo o autor, Deus dizia para o personagem daquele romance que esse negócio de autoridade e submissão é coisa da Queda, mas que não é o plano original de Deus na Criação e, portanto, também não deveria ser na Redenção, pois não o será na Consumação.

Entretanto, isso é uma fala pós-moderna. Sutilmente, a nossa sociedade está rasgando o conceito de autoridade, seja em que aspecto for. Observe que a autoridade está sendo minada na família, no trabalho, na escola, na sociedade, na igreja, enfim, em todos os lugares percebe-se uma diluição no conceito de autoridade.

É claro que depois do pecado e ainda depois do dilúvio, Deus dá uma ordem a Noé, dizendo que quem derramasse o sangue do seu próximo, pelo homem o seu sangue também seria derramado (Gn 9.6). Deus institui a pena de morte porque sabe que o dilúvio lavou a terra, mas não lavou o coração do homem. Então a lei capital seria para inibir e coibir ações violentas dos homens e não para resolver o seu coração.

As pessoas acham que o conceito do NT sobre autoridade civil mudou, mas Paulo mostra que continua a mesma coisa. O Estado tem autoridade de Deus para punir o malfeitor e, se necessário, com a pena capital. O argumento dos opositores é que Jesus ensinou a perdoar. Mas repare que Jesus ensinou a Igreja a perdoar e não o Estado. Este continua com suas funções autorizadas por Deus. Quando o Estado pune um malfeitor, ainda que com a morte, ele tem autorização de Deus para isso.

Resistir à autoridade constituída é o mesmo que resistir a Deus (v. 2). Os crentes não devem temer a autoridade civil, mas devem obedecê-la. Claro que onde houver conflito entre a autoridade civil e a autoridade bíblica, os crentes devem ficar com o que diz a Palavra, obviamente interpretada de modo correto. Nosso dever é cumprir com nossas obrigações civis e, ainda que a força estatal queira nos perseguir, não devemos reagir, pois somos bem-aventurados em ser perseguidos por amor a Cristo.

Na Consumação de todas as coisas, nós também receberemos autoridade. Teremos diferença entre nossas funções eternas. Ao contrário do que o autor do livro “A Cabana” quer, Jesus disse que uns terão autoridade sobre “dez cidades”, enquanto outros sobre “cinco cidades” e assim por diante (Lc 19.17,19). Os que trabalharam mais para o Senhor aqui, serão mais recompensados lá. Até mesmo muitos que foram autoridade civil aqui, lá na glória estarão a serviço de servos mais humildes do Senhor.

Autoridade e sujeição continuarão por toda eternidade, embora isso não diminua a importância da pessoa nem a glória de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0422 - MALDIÇÃO PEGA EM CRENTE?

 


Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu voo, assim, a maldição sem causa não se cumpre” (Pv 26.2).


Uma das coisas que sempre causou preocupação entre os homens foi o medo de ser amaldiçoado. Há um certo manto místico que envolve esta palavra (maldição) e provoca medo entre as pessoas. O que será que pode acontecer a uma pessoa amaldiçoada? Muitas lendas e filmes têm se espalhado para contribuir com essa curiosidade misteriosa que cerca a mente da humanidade.

A maldição é, no sentido bíblico, uma vilificação, ou seja, tornar uma coisa ou pessoa vil, desprezível, abjeta, aborrecível ou detestável. Quando alguém profere uma maldição, ele está, em primeiro lugar vilipendiando, ou como costumamos dizer em nossa cultura, ofendendo, insultando, injuriando uma pessoa. Há também o caso de desejar que o mal aconteça a alguém. Neste caso, maldizer não seria apenas falar mal de alguém, mas desejar-lhe o mal.

Em primeiro lugar, devemos compreender que a primeira maldição veio de Deus. Quando o homem pecou no jardim, embora Deus não tenha amaldiçoado Adão e Eva, no entanto, Deus amaldiçoou a serpente, por ter tentado o homem. Deus amaldiçoou o cosmos por causa do pecado do homem (Gn 3.14,17). Deus também amaldiçoou Caim, quando este assassinou seu irmão (Gn 4.11). Daí para frente, os homens descobriram o significado da maldição e começaram a usar entre si. Na lei de Moisés, Deus estabeleceu que do monte Gerizim se pronunciariam as bênçãos de Sua lei e do monte Ebal seriam pronunciadas as maldições (Dt 11.29).

Outra coisa que precisamos saber é que Deus tem o poder de tornar maldição em bênção e vice-versa (Dt 23.5; Ml 2.2). Deus pode usar a maldição para disciplinar ou para condenar. No primeiro caso, depois de aprendida a disciplina, Deus transforma a maldição em bênção para Seus filhos. No segundo caso, a maldição de Deus permanece na casa do ímpio até que este seja condenado (Pv 3.33).

Os crentes não devem temer as maldições dos homens (Nm 23.23; Is 54.17). Os crentes também não devem amaldiçoar os homens (Rm 12.14; Tg 3.10). Os crentes também não devem temer a maldição de Deus. Paulo diz que Cristo Se fez maldição em nosso lugar (Gl 3.13). Se você é filho de Deus pela fé em Cristo, Deus jamais te amaldiçoará. Talvez você pergunte: e se alguém fizer uma obra maligna contra mim? Observe a seguinte colocação: Deus jamais permitirá que um filho Seu seja atingido por obra de macumbaria, feitiçaria, ou obra semelhante, feita mediante oferendas aos demônios. Entretanto, Deus pode permitir que o crente seja assolado por opressões malignas sem a mediação destas obras. Quanto aos ímpios, eles não têm promessa de proteção.

A maldição de obras malignas é maldição sem causa; ela não se cumpre na vida de um crente, um regenerado. Mas as permissões que Deus concede a Satanás para afligir Seus filhos, elas têm causa e, aliás, uma ótima causa. Para que os filhos de Deus, ao serem provados, possam ser mais aperfeiçoados na Sua comunhão com o Senhor.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 25 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0421 - NOSSO MAIOR AMOR NO CÉU E NA TERRA!

 


Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti” (Sl 73.25).


Há muito que o mundo já se esqueceu de Deus. Desde a Queda, o que lemos no relato bíblico a esse respeito é somente uma coisa: fuga! O homem foge de Deus e, do seu grito de independência de Deus, ouve-se um eco de desespero e dor. Todos os lugares para onde o homem se esquiva de Deus são lugares de escuridão, medo e incertezas. Não se pode fugir de Deus e ter paz...

Só que o grito interior que o homem deseja calar, este também ecoa até os céus, não porque Deus Se agrade dele, mas porque ele revela o que o homem era em seu estado original, um adorador, um amante de Deus. Porém, o homem sufoca esse grito junto com sua alma e, nesse suicídio espiritual, ele não tem outro lugar para passar a eternidade a não ser no inferno!

Neste sufocamento, visto que o homem não quer Deus, e ainda assim sua alma tem sede, então ele cria outros deuses. A idolatria nada mais é do que o outro grito, o grito do homem fugitivo contra o grito da sua própria alma sedenta, tentando dizer a ela que já encontrou o deus que procurava! Ele sabe que não, pois não se sacia, mas não pode admitir por causa de seu estado de tamanha distância do verdadeiro Deus...

Mas não o salvo. Este, ao ser alcançado pela misericórdia divina, passa a ter o seu amor direcionado Àquele que o salvou! Não há nada nem ninguém que possa competir com o amor verdadeiro que lhe invade a alma, que diz a ela não que encontrou o Deus a quem procurava, mas que foi encontrado por Ele! Que nem mesmo no céu, onde habitam criaturas esplendorosas e admiráveis, há alguém que possa ser o objeto de seu desejo e prazer! “Quem tenho eu no céu senão a ti”?

Nem mesmo na terra, onde há prazeres que encantam e perturbam, “não há quem eu deseje além de ti”! Aquele que foi alcançado pela graça salvadora terá Jesus como seu único e perfeito amor. Todos os demais amores, todas as experiências, todos os prazeres se lançam aos pés do Salvador e se rendem, reconhecendo que não têm nada mais a oferecer, enquanto Ele nos preenche para sempre!

Os salvos cantam com Asafe neste salmo, mas também repetem com Paulo, o apóstolo: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). O viver é cheio da esperança de ver Cristo, pois fisicamente estamos longe dEle, mas o morrer é o maior lucro, porque nos levará para perto do nosso amor verdadeiro para sempre!

Quem mais você tem no céu? Há alguém que te dê maior encanto do que Cristo aqui na terra?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0420 - QUEM É O DESEJO DOS NOSSOS OLHOS?

 


E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, eis que, de um golpe tirarei de ti o desejo dos teus olhos, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas. Geme em silêncio, não faças luto por mortos; ata o teu turbante, e põe nos pés os teus sapatos, e não cubras os teus lábios, e não comas o pão dos homens” (Ez 24.15-17).


Os profetas do AT recebiam, às vezes, ordens de Deus para fazer o que se conhece como “atos proféticos”, ou seja, ações que representavam sua mensagem. Temos vários exemplos disso nos livros proféticos. Isaías, por exemplo, andou por 3 anos descalço e nu, para representar que o povo egípcio e etíope iria um dia ser humilhado como cativo em terra estrangeira (Is 20.2-4).

Ezequiel também realizou muitos atos proféticos a mando de Deus. Este foi um deles. Deus disse que tiraria de súbito o “desejo de seus olhos”, ou seja, Deus mataria sua esposa (v. 18)! Mas não era para ele chorar e sim gemer em silêncio. Quando o povo perguntasse a razão daquelas coisas estranhas, então o profeta lhes falaria a mensagem divina. E a mensagem era esta: que assim como Deus tirou a mulher de Ezequiel e ele não pôde chorar, assim também Deus tiraria o “desejo dos olhos” do povo de Jerusalém, ou seja, o templo (v. 21).

De fato, assim que Ezequiel falou ao povo de manhã, logo à tarde ele ficou viúvo! E quando o povo lhe perguntou o que era isso, ele deu o recado de Deus. A mensagem era que o povo confiava demais no templo, ao invés de confiar em Deus. Não era Deus o “desejo dos olhos” do povo, isto é, não era em Deus que estava o prazer dos judeus e sim no fato de ter o templo de Salomão em Jerusalém.

Isso não durou muito, porque Nabucodonosor destruiu o templo quando levou o povo judeu para o cativeiro babilônico. Assim como o “desejo dos olhos” do profeta foi tirado de súbito, assim também fez Deus com o objeto de prazer e confiança do povo. Seu santuário foi destruído e aquilo a que se apegavam como segurança já não podia mais servir de proteção. Aquele pensamento popular de que Jerusalém jamais seria destruída porque o santuário de Deus estava ali, agora já não fazia o menor sentido. Não só Jerusalém, mas também o templo, foram ambos destruídos!

Não podemos negar que hoje também temos “desejos para nossos olhos”. Hoje também somos facilmente levados a confiar em coisas de Deus, mas que tais coisas não são Deus. Ezequiel teve de perder sua esposa para a morte para que o povo entendesse que não devia se apegar ao templo em Jerusalém... o que será que temos de perder para entender que nosso prazer deve estar em Deus?

Se o “desejo dos nossos olhos” for o Senhor Jesus, garanto que não O perderemos; pois Deus, o Pai, que sempre teve Seu Filho como o “desejo de Seus olhos”, já O perdeu uma vez na cruz, a fim de provar por nós a perda daquilo que mais se ama e, assim, nos conceder o amor eterno sem que tenhamos que perdê-lo nunca! Deus perdeu Jesus para nos ganhar! Será que podemos tê-lo como o “Desejo dos nossos olhos”?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0419 - O TERRÍVEL AGUILHÃO DA MORTE SOBRE OS HOMENS

 


Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.56,57).


Antes de o pecado entrar no mundo, o nosso representante, Adão, foi avisado por Deus que no dia em que desobedecesse em relação à árvore do conhecimento do bem e do mal, ele morreria. A questão que talvez Adão não soubesse, ou se sabia, não somos informados, é que quando Deus diz que Adão morrerá, Deus está falando para toda humanidade. Não era só Adão que morreria por causa do pecado, mas todos quantos ele representava também haveriam de morrer. A morte seria para Adão que, no original, quer dizer “homem, humanidade”.

Paulo diz que o aguilhão da morte é o pecado. Aguilhão é aquele ferrão colocado na ponta de uma vara para tanger bois, ovelhas, gado, enfim. Então, o pecado é esse ferrão que a morte tem em seu bordão, que conduz todos os homens inevitavelmente à sepultura. O salário do pecado não foi a morte somente para Adão, mas para todos quantos ele representa. Isso não é algo democrático, pois não escolhemos ser representados por ele. Já nascemos assim. E o que Adão fez no jardim, Deus considera que todos nós fizemos.

Paulo também diz que a força do pecado é a lei. Não há como nenhum ser humano fugir. A lei amarra esse ferrão na ponta da vara da morte e ela o faz de modo firme e incontestável. Muitos homens poderiam dizer que não são pecadores; outros poderiam alegar que não se sentem pecadores e assim por diante. Há muita coisa de subjetivo nessa tentativa de fugir da representação de Adão. No entanto, a lei acaba com tudo isso, pois ela é objetiva e denuncia claramente o tipo de gente que nós somos. Diante da lei, ninguém pode mais se ausentar da culpa.

Paulo está dizendo que a morte é a recompensa justa de todos os homens, porque todos pecaram. E se alguém quer se safar dessa condenação justa, a lei vem para ratificar e objetivar isso de maneira incontroversa. Por isso é que ninguém pode viver, isto é, ser salvo pela lei. Ela não veio para nos salvar; ela veio para tirar nossas desculpas, quando desconversamos, dizendo que não somos pecadores. A lei nos desnuda e nos delata!

Por isso o apóstolo termina dizendo: “Mas graças a Deus que nos dá a vitória por Jesus Cristo, nosso Senhor”! Somente Jesus Cristo existiu sem ser representado por Adão, pois afinal, Ele era o Outro representante. Enquanto Adão representa a humanidade, os nascidos da carne, Jesus representa a igreja, os nascidos do Espírito! Na Sua vida, Ele obedeceu a Deus de forma total. Nenhum detalhe da exigência divina passou em branco na vida de Jesus – em todas as coisas Ele foi fiel e obediente!

Devemos nos lembrar de que somente há dois homens distintos na humanidade. Adão e Cristo. Ou você é representado por um, ou por outro. Ninguém pode se achegar a Deus sem um representante. Se você não creu em Cristo, Adão é seu representante diante de Deus e a sentença é a morte por causa do pecado tendo a lei que te acusa. Mas se seu representante for Cristo Jesus, então você tem a vitória sobre a morte, sobre o pecado e sobre a lei. Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0418 - CONFIARIA DEUS EM SUAS CRIATURAS?

 


Eis que Deus não confia nem nos seus santos; nem os céus são puros aos seus olhos, quanto menos o homem, que é abominável e corrupto, que bebe a iniquidade como a água!” (Jó 15.15,16).


Embora os amigos de Jó falassem coisas que eram totalmente contrárias ao pensamento divino, muitas vezes eles acertavam com algumas afirmativas. O amigo mais velho, chamado Elifaz, certamente errou ao dizer que Jó não temia a Deus (v. 4). Na NVT lemos assim: “De fato, você não tem temor a Deus e não lhe mostra reverência”. Quando, na verdade, a diagnose de Deus sobre ele era o contrário: “Ele era íntegro e correto, temia a Deus e se mantinha afastado do mal” (1.1).

Entretanto, Elifaz disse algo muito curioso sobre Deus. Ele disse que Deus não confia nos Seus santos. Aparentemente aqui, falando dos anjos. Essa verdade é muito profunda, pois revela que Deus é digno da confiança de todas as Suas criaturas, ainda que Ele não seja obrigado a confiar em nenhuma delas. Isso nos ensina que o exercício da confiança é algo apropriado às criaturas de Deus e não a Ele. Deus não tem que confiar, mas ai de nós se não confiarmos.

Quando Elifaz afirma que nem os céus são puros aos Seus olhos, esta não deve ser uma verdade que nos assuste. Afinal, foi lá mesmo, nos céus de Deus que se originou o pecado. O desejo egoísta e ambicioso de uma criatura querer ser como Deus ou até maior que Ele começou exatamente nos céus, morada de Deus. Foi quando Lúcifer disse no seu coração: “Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei” (Is 14.13). De fato, eis a razão pela qual Deus fará novos céus, além de nova terra. Os céus não são puros aos Seus olhos!

Agora ele finaliza, falando do desprezo de Deus à raça humana, no sentido de que esta é menos confiável ainda do que as criaturas celestes e da morada divina. Sim, ele diz que o homem é abominável e corrupto, ou seja, o ser humano em seu estado caído e pecaminoso é totalmente detestável diante da santidade de Deus (esta é a ideia da palavra hebraica). O homem é também corrupto. No original primitivo, a ideia desse adjetivo é que o homem é vendável, ele se entrega por algum preço.

Não há como condenar as verdades ditas por Elifaz. Ele diz que o homem bebe a iniquidade como água. E não é assim mesmo? De lá para cá nada mudou. O ser humano tem cada vez mais se satisfeito nas águas da injustiça, é o que vemos desde as cadeiras do parlamento até as cadeiras das igrejas e das universidades. Todos os setores da sociedade vão a essa fonte da iniquidade para se saciarem.

Se não houver arrependimento, até mesmo a previsão destrutiva de Elifaz se cumprirá na vida do ímpio: “Não escapará das trevas; a chama do fogo secará os seus renovos, e ao assopro da boca de Deus será arrebatado” (v. 30).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 20 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0417 - CONSOLO QUE NOS CONDUZ À GLÓRIA

 


Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim (Jo 14.1).


Jesus é o Consolador por excelência! Não há ninguém que possa consolar como Ele. Lemos no cap. 13.21 que Seu espírito estava angustiado! Todavia, agora, Ele é quem consola Seus discípulos. Claramente, havia um propósito específico nessa consolação, que era o fato de que os discípulos se sentiriam desamparados e Jesus os queria confortar, afirmando que não ficariam só. Primeiro, porque Ele ressuscitaria; segundo, porque mesmo depois de Sua ascensão, o Espírito Santo viria ficar com eles.

Mas, além desse tipo de angústia que assolava o coração dos discípulos, o Senhor nos consola de todo e qualquer tipo de aflição que atinge nossa caminhada. As aflições são algo certo que acontecerá com todos os homens no mundo caído, mas especialmente com os filhos de Deus, pois, além de serem acometidos pelos sofrimentos em geral, os salvos se perturbam com o aumento da iniquidade, o que lhes faz sofrer mais que os demais homens. Ainda há o agravante de serem perseguidos pelos mundanos, devido a sua forma de vida ser denunciada pela santidade dos crentes.

Uma fonte maravilhosa do consolo para o cristão é a confiança em Cristo e em Deus. Disse Jesus: “Se vocês creem em Deus, creiam também em mim”. Crentes que sofrem e não se sentem consolados é uma contradição – eles não têm fé. O sofrimento e as tribulações são consequência do mundo caído, mas Deus, por Sua sabedoria, utiliza tudo isso para nosso aprendizado. Para com os Seus filhos, Deus sempre deseja o bem final. Se confiamos nisso, então o consolo será certo. É como em alguns filmes, o herói sempre diz: “confie em mim”. Todavia, Deus é muito mais que herói; a confiança nEle jamais será confundida.

O trabalho do Senhor sempre tem um propósito final e nada pode frustrar esse propósito. Jó descobriu isso e disse: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42.2). Assim também, o crente que sofre, precisa saber que os planos de Deus sempre chegarão a cabo e não há quem possa impedir o Seu agir. Essa confiança é fonte tranquila de consolo para a vida do crente.

Talvez você diga que sua aflição é maior do que a de todos os demais crentes. Mas isso não é verdade. Ninguém pode sofrer mais do que o Filho de Deus. Qualquer crente que sofra, jamais experimentará a ira de Deus. Jesus absorveu toda a ira de Deus na cruz, para que todos os demais filhos de Deus ficassem livres dela. Então, por maior que seja o sofrimento de um crente, jamais poderá se comparar ao sofrimento vicário do nosso Salvador. Não devemos então murmurar, pois o pior sofrimento neste mundo jamais será capaz de nos condenar ao inferno.

Não perturbe seu coração. Você crê em Deus? Creia também no Seu Filho. Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que foram chamados para serem filhos de Deus (Rm 8.28,29). E tudo o que nos ocorrer contribuirá para que nos tornemos semelhantes a Jesus Cristo, para a glória de Deus Pai.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0416 - VOCÊ É FILHO DE QUEM VOCÊ IMITA

 


“‘Não somos filhos ilegítimos’!, retrucaram. ‘O próprio Deus é nosso verdadeiro Pai’! Jesus lhes disse: ‘Se Deus fosse seu Pai, vocês me amariam, porque eu venho até vocês da parte de Deus. Não estou aqui por minha própria conta, mas ele me enviou’” (Jo 8.41,42 – NVT).


O mundo e até muitos cristãos têm um conceito completamente equivocado a respeito do que é ser filho de Deus. Se você perguntar pelas ruas de seu bairro, todos irão dizer que são filhos de Deus, além do que irão dizer também que todos são filhos de Deus. Se os incrédulos atualmente pensam isso, imagine o que pensavam os judeus da época de Jesus... eles, que se consideravam filhos de Deus por serem herdeiros de Abraão (cf. vs. 33,39).

Os judeus da época do Senhor chegaram a insultar Jesus quando disseram “não somos filhos ilegítimos”; eles estavam sugerindo que Jesus era bastardo, um filho sem pai. No início do cristianismo, muitas afrontas se levantaram, caluniando a filiação de Jesus, como alguns que diziam que Ele era filho de José, antes de se casar com Maria e ainda outros que, absurdamente ofendiam, dizendo que Jesus era filho de Maria com um soldado romano!

Nosso Senhor não Se importava com essas blasfêmias. Ele sabia de Quem e de onde tinha vindo. Ele disse: “Eu venho até vocês da parte de Deus... Ele Me enviou”. Mas eis aqui uma característica que define os filhos de Deus – eles amam a Jesus. Foi o que o nosso Salvador disse: “Se Deus fosse seu Pai, vocês me amariam”. E quando se fala em amor, não quer dizer sentir alguma afeição por Jesus. Muitas pessoas sentem algum carinho pela pessoa de Cristo, devido ao fato de ter Ele sofrido bastante aqui na terra.

Uma das provas de amor a Jesus é que temos que obedecer à Sua Palavra (14.21). Para obedecê-la, precisamos crer nela. Mas as pessoas não creem na Palavra de Deus, muito menos a obedecem e ainda insistem que amam a Jesus. A verdade que os judeus não suportaram ouvir foi que eles eram filhos do diabo (v. 44), que é o pai da mentira. Por isso Jesus disse: “Portanto, quando eu digo a verdade, é natural que não creiam em mim” (v. 45).

Eis outro grande teste para saber se você é realmente filho de Deus. Se você não suporta a verdade do evangelho, você não é filho de Deus, pois Deus gera filhos pela verdade, como disse Tiago: “Por sua própria vontade, ele nos gerou por meio de sua palavra verdadeira” (Tg 1.18 – NVT). Aliás, se você procura coisas agradáveis no evangelho para selecionar e dizer que gosta dele, como disse Agostinho, não é do evangelho que você gosta, mas de você mesmo.

No fim das contas, o que Jesus quer dizer é que você é filho daquele a quem você imita. Não é questão de paternidade biológica ou genética, mas de imitação por tendência espiritual. Todo o que pratica a verdade imita a Deus e, portanto, é Seu filho; já todo o que pratica o mal imita o diabo e, adivinha de quem ele é filho? (1Jo 3.10).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0415 - TORRE E CRUZ



Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra” (Gn 11.4).


Poucas décadas após o dilúvio, a humanidade já estava em franca oposição a Deus novamente. Deus havia destruído o mundo por causa do excesso da iniquidade e agora, novamente a raça humana se junta contra Deus e Sua ordem. Quando Noé desceu da arca, a ordem de Deus a ele foi: “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra” (9.1).

Entretanto, agora, debaixo da autoridade de Ninrode, um poderoso caçador que afrontava o Senhor (10.9), os homens se sujeitam a esse domínio maligno para se oporem a Deus e começam a construir uma torre que, segundo eles, seu tope chegaria até os céus. Seu nome seria exaltado e não o de Deus, e eles não se espalhariam sobre a terra, conforme o mandato divino.

Nós conhecemos a história, como Deus os perturbou e os frustrou, confundindo a sua linguagem, de modo que se perderam em sua comunicação e não concluíram seu projeto maluco. Eles se separaram, foram-se embora, deixando para trás o plano e a construção inacabados.

Se Deus não trocar o coração do homem, este continua sendo rebelde contra Deus e Sua vontade, não importa quantas vezes seja castigado. Ele é escravo do seu coração e do seu desejo, de modo que suas inclinações serão sempre contrárias à vontade de Deus.

Graças a Deus por causa de Sua divina intervenção. Mesmo o homem sendo rebelde e endurecido, Deus, por Sua misericórdia, ainda estende Seu braço forte e quebranta o coração de pedra do homem, dando-lhe um coração de carne, inclinado a obedecer à Sua vontade (Ez 36.26,27).

Assim como para punir os ímpios na torre de Babel, Deus, de uma só fez várias línguas e separou a humanidade, assim também no dia de Pentecostes (At 2), Deus derramou Seu Espírito e, de várias línguas reuniu a humanidade em um só corpo criando “em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz” (Ef 2.15).

Não precisamos de uma torre para chegarmos ao céu. A torre simbolizava a chegada diante de Deus em inimizade. Mas Deus, em Seu Filho Jesus Cristo, nos colocou “em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade... porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus” (Ef 2.16,18,19).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 17 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0414 - LIÇÕES DOS TRÊS JOVENS PARA A IGREJA PÓS-MODERNA

 


Ordenou aos homens mais poderosos que estavam no seu exército que atassem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os lançassem na fornalha de fogo ardente” (Dn 3.20).


Sob a ameaça de serem lançados na fornalha de fogo ardente aquecida sete vezes além do normal, caso não se prostrassem para adorar a estátua babilônica, os três jovens hebreus deram ao rei pagão uma resposta cheia de significado para nossa geração pós-moderna. Eles resolveram não pecar, mesmo sabendo da sentença que lhes aguardava e disseram ao rei que os obrigava: “Se o nosso Deus, a Quem servimos, quer livrar-nos, Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18).

Ao contrário de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, muitas pessoas de nossos dias tentam barganhar com Deus. Já estão nas fornalhas da vida, enrascadas pelos próprios pecados, colhendo tudo de ruim que plantaram e dizem a Deus: “Se o Senhor nos tirar dessa, nós vamos Te servir”. Não é assim mesmo que muitas pessoas se achegam a Deus? Até aqui é compreensível que muitos de nós busquemos a Deus nas horas realmente complicadas da nossa vida. O problema é que depois de livres e já “servindo” a Deus, muitos continuam a negociar com Ele.

Observe que os três jovens não serviam a Deus porque Deus os tinha livrado da fornalha, pois isso ainda nem tinha ocorrido. Eles disseram “o nosso Deus, a Quem servimos”, ou seja, já serviam a Deus, mesmo antes do milagre.

Outra coisa é que eles não tinham garantia de que seriam livrados da fornalha. Eles disseram “se o nosso Deus... quer livrar-nos... se não...”! Ou seja, a certeza deles não era que Deus os livraria, mas que eles não pecariam contra Deus, ainda que não fossem livrados! Hoje, infelizmente, muitas pessoas, além de tentarem barganhar com Deus, ainda cedem aos caprichos do “príncipe deste mundo”, adorando seus ídolos!

Os cristãos deveriam aprender com esses 3 jovens que servir a Deus é privilégio e não negócio. Deus não é nosso servo, capacho de nossas demandas, nem um gênio da lâmpada que cede aos caprichos de nossas cobiças. Ele é o Senhor único de tudo e de todos. Ele livra a quem Ele quer e deixa morrer quem Ele quer. A vida e a morte estão a Seu serviço e todas as coisas acontecem para o louvor de Sua glória.

Se você for para a fornalha será para a glória de Deus, ainda que você morra lá. Se Ele te livrar, em nada isso lhe torna melhor do que outros que não foram livres. O autor aos Hebreus diz que houve homens que glorificaram a Deus pelo livramento (Hb 11.33-35); já outros glorificaram a Deus com sua tortura e morte (vs. 36-38).

Quando entendermos que todas as coisas são para a glória de Deus, então as fornalhas e ameaças não farão mais nenhum sentido para nós nem nos amedrontarão.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0413 - A PERFEIÇÃO DE DEUS TINHA EM VISTA SEU AMOR POR NÓS

 


O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; ele é escudo para todos os que nele se refugiam” (2Sm 22.31).


Deus em Sua perfeição é impressionante! A mente humana fica muitíssimo abaixo de sondar o que seria essa tal perfeição para fazer uma declaração à altura. Deus é perfeito no Seu ser, Ele é perfeito em Suas palavras e Suas obras também são perfeitas.

Por ser Deus perfeito, Ele é o único que pode avaliar a perfeição das coisas. No que diz respeito a tudo o que Ele criou, Ele avaliou e disse que era bom. No final de Sua criação, a avaliação perfeita das obras perfeitas do Deus perfeito foi a seguinte: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).

Somente Deus também pode definir o que é perfeito. Não há ninguém que seja semelhante a Ele em nenhum de Seus atributos, inclusive a perfeição, portanto, não pode haver ninguém que diga que algo que veio da parte dEle seja imperfeito, pois nós mesmos viemos dEle e, sendo infinitamente inferiores, jamais teríamos qualquer condição padronal de julgar Sua perfeição. No caso de Deus em relação às Suas criaturas, a perfeição é para ser admirada e jamais julgada.

Mesmo nós sendo seres imperfeitos por causa do pecado, ainda conseguimos conceber a perfeição. Por exemplo, dizemos que algo poderia ser melhor do que como está naquele momento. Como sabemos que aquilo poderia ser melhor? Porque temos instintivamente um padrão de perfeição que nivela as coisas para cima, de modo que sabemos que algo não está perfeito. Sabemos que não somos perfeitos, por exemplo, porque existe alguém perfeito a quem nos comparamos. Este é Jesus, o Varão Perfeito.

Mas talvez, uma coisa que nunca poderíamos imaginar é que a perfeição de Deus visasse o amor dEle em nos resgatar do pecado. De que forma? Assim: que sendo nós imperfeitos, a perfeição de Deus exige que nenhum de nós passe no padrão moral exigido de Deus e assim seríamos todos condenados por nossos pecados. Mas, sendo Ele perfeito, e vindo em carne, vivendo uma vida perfeita, Ele faz isso por amor dos imperfeitos, para assumir o nosso lugar como condenado naquela cruz. Eis aí o amor da perfeição.

Quem imaginaria que a perfeição de Deus resultaria em uma ação de amor que salvaria os imperfeitos? Sim, a perfeição de Deus foi o padrão que Ele usou para cobrar dos homens que vivessem segundo a Sua vontade, porém, nenhum de nós conseguiu! Cristo, entretanto, conseguiu! Ele viveu uma vida perfeita que agradou a Deus, mas não para Si mesmo, pois sempre foi perfeito. Ele viveu a perfeição por nossa causa, por amor de nós.

Ao morrer pela nossa imperfeição, Ele, o Cordeiro perfeito de Deus, agradou ao Pai, satisfez Suas justas exigências do alto padrão moral e santo, e concedeu aos que nEle creem a Sua própria perfeição. Dessa forma, Deus nos vê perfeitos como Cristo, não porque sejamos, mas porque reconhecemos que não somos e nos tornamos totalmente dependentes unicamente de Seu Filho Perfeito para a nossa salvação! A perfeição de Deus sempre teve em vista Seu amor por nós!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 13 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0412 - POR QUE EXISTE NOITE ATÉ HOJE

 


Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gn 1.5).


Quando Deus criou todas as coisas, Ele tinha um propósito didático com tudo que fazia. A maneira pela qual estabeleceu a ordem das coisas, a forma como Sua criação apontava para as coisas futuras e superiores, de modo que tudo o que lemos no relato da criação, nos traz à memória lições que podem ser gravadas para nosso crescimento espiritual. O fim de todas essas coisas é glorificar a Deus por Seu poder criativo e Sua sabedoria pedagógica.

Uma coisa que pode permear nossa mente é a questão do porquê Deus permitiu que as trevas existissem em Sua criação. A Palavra diz que as trevas já existiam sobre a face do abismo (v. 2). Quando Deus criou a luz (v. 3), logo fez separação entre a luz e as trevas. À luz, Deus deu o nome de Dia e às trevas, Deus chamou Noite. Por que as trevas prevaleceram na criação de Deus? Por que temos noite até hoje e teremos enquanto vivermos na história da criação?

É que mais tarde, quando o pecado e a morte entraram no mundo, eles foram comparados à escuridão das trevas: “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mt 4.16). Quando Deus foi enviar Seu Filho Jesus, Ele o fez como quem estava em uma batalha contra as trevas, como diz o evangelista João: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1.5). Ele está relatando como foi que Deus enviou Jesus Cristo, a saber, como Luz que destrói o poder das trevas.

De fato, o pecado no mundo causou uma cegueira violenta nos homens. Jesus disse que Ele veio ao mundo para que todo que nEle crê não permaneça nas trevas (Jo 12.46). Se permanece é porque já estava. Aliás, todo homem nasce nas trevas do pecado. Ninguém nasce debaixo da luz, exceto a luz natural, razão pela qual se diz: “Deu à luz fulano de tal”. Paulo disse em seu discurso que se converter das trevas para a luz é sair do poder de Satanás a Deus (At 26.18). Mas sabemos que o homem só pode ser transportado se Deus assim o fizer (Cl 1.13). Por si mesmo, isto é impossível.

Eis a razão pela qual se diz em Apocalipse que ali não haverá mais noite: “As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite” (Ap 21.25). E também em 22.5: “Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos”. Por que isto? Porque agora, enquanto existe o pecado, Deus permite que haja noite que o represente. Mas na eternidade estaremos livres para sempre da presença do pecado, assim, seu símbolo escuro, a noite, não mais existirá.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0411 - TESTEMUNHO CRISTÃO DIANTE DOS GOVERNANTES

 


Passados alguns dias, Félix veio com Drusila, sua mulher, que era judia. Mandou chamar Paulo e passou a ouvi-lo a respeito da fé em Cristo Jesus” (At 24.24 – NAA).


Desde que Paulo tinha voltado a Jerusalém, no cap. 21 de Atos, os judeus que ali o viram, alvoroçaram a multidão, acusaram Paulo de sedição contra o templo, de ter introduzido um efésio gentio para dentro do templo e só não mataram o apóstolo porque o comandante o arrancou das mãos da multidão sanguissedenta e cheia de euforia.

No cap. 22, o discurso de Paulo diante da multidão judaica não resolveu muito sua situação, porque os judeus ficaram enfurecidos quando Paulo disse que havia sido enviado a pregar aos gentios. Depois de pregar para o comandante Lísias, Paulo foi enviado ao governador Félix (cap. 23). Ali também ele testemunhou diante daquele governante. No final do cap. 24, lemos que Félix foi substituído por Festo, como governador da Judeia. A este também Paulo testemunhou sua fé.

O rei Herodes Agripa aparece em Cesareia para cumprimentar Festo pelo seu novo posto e, ao ouvir sobre o caso Paulo, Agripa também se interessa em ouvi-lo pessoalmente. Mais uma vez, Paulo dá seu testemunho para aquele rei (cap. 26). Festo queria julgar Paulo em Jerusalém, mas Paulo, percebendo que ele queria condená-lo para agradar aos judeus, resolveu apelar para César, o imperador. Como cidadão romano, ele tinha esse direito. Mais tarde, é enviado de navio, com escoltas de soldados para guardá-lo, a fim de que chegasse são e salvo diante do imperador, a quem também Paulo testemunhou, embora o livro de Atos se encerre antes de acontecer esse episódio.

De fato, se cumpre na vida de Paulo, o que Jesus tinha dito a Ananias, vários anos antes: “Mas o Senhor disse a Ananias:Vá, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e reis, bem como diante dos filhos de Israel’” (At 9.15 – NAA). Vemos aqui um Paulo prisioneiro e dando bom testemunho diante das maiores autoridades de sua época.

Mas, infelizmente, em nossos dias temos visto exatamente o oposto. Não são crentes prisioneiros, mas crentes livres, ocupando as cadeiras mais altas do governo do nosso país. Mas não estão como Paulo, dando bom testemunho de seu encontro com Jesus Cristo, senão que estão usando o nome de Cristo para dar os piores testemunhos jamais vistos na história da igreja! Há um verdadeiro vexame cristão no meio político das nossas cidades, estados e nosso país.

Que o Senhor levante mais homens e mulheres como Paulo, que manteve de pé seu testemunho diante das maiores autoridades terrenas. Que as autoridades tremam quando ouvirem falar sobre “a justiça, o domínio próprio e o Juízo vindouro”, como Félix tremeu (24.25). Que se sintam persuadidos a se tornarem cristãos, como Paulo persuadiu a Herodes Agripa (26.28). Muitos cristãos estão tendo a oportunidade de testemunhar Jesus diante dos magistrados, mas não a estão usando, senão para a vergonha do evangelho. Que Deus nos livre de tais representantes, políticos e cristãos.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 11 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0410 - IDOSOS QUE ENSINAM E APRENDEM

 


Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos” (Sl 119.100).

Sem dúvida alguma faz parte da boa educação honrar os idosos e reconhecer seu valor de sabedoria e experiência na vida. Aliás, nossa geração tem desprezado o que deveria mais valorizar socialmente falando, a saber, o conselho dos mais velhos. Uma comunidade que despreza sua história está fadada a cometer os mesmos e piores erros.

O controle marxista cultural que permeou durante as últimas décadas o ensino nas escolas e influenciou a formação dos nossos filhos foi (e continua sendo) mestre em destruir o conceito de autoridade. Aliás, ele foi mestre em destruir o conceito em si. Quando se destrói um conceito, qualquer coisa é tida como verdade. E, como sabemos, a tática desse controle chama-se repetição do não-conceito até que ele se torne um conceito, ainda que totalmente oposto ao seu sentido normal. 

Por isso nossos jovens são, em grande parte, mal educados e ignorantes, sabem pouco e acham que sabem muito. O desprezo pelos anciãos é uma característica vergonhosa que, infelizmente, já se tornou comum em nosso país. Os mais novos nem sabem que é vergonha desprezar os mais velhos.

Entretanto, apesar de o respeito a eles ser um dever social, o salmista diz que ele é mais prudente, mais sábio, mais entendido dos que os velhos. Mas seria isso uma falta de respeito? Não, e razão é a seguinte: porque diante dos preceitos de Deus, o verdadeiro sábio é aquele que os guarda! O salmista está dizendo que de nada adianta ter vivido uma longa vida, ter obtido as mais dolorosas e profundas experiências da vida se, de fato, não se viveu uma vida que guardasse os preceitos de Deus.

Ainda que as experiências dos idosos sejam algo a se apreciar, a se curvar diante delas e sua sabedoria, todavia, elas não passam de experiências humanas e, sem a Palavra de Deus, elas são inúteis para a vida eterna, ainda que sejam úteis para a vida social e terrena. Os maiores valores sociais são menores do que os menores valores espirituais. Eles não devem ser desprezados, mas estão muito abaixo das experiências daqueles que temem a Palavra de Deus.

A admoestação aos cristãos é que sejam pessoas que, enquanto vivem em profundo respeito aos mais velhos, todavia, não devem se esquecer de que, se guardam a Palavra de Deus, com certeza são mais sábios do que todos eles no que concerne às coisas espirituais (quando os velhos não as guardam) e podem, inclusive, ser seus conselheiros. Apesar de poder ensinar muito, precisam aprender muito sobre as coisas do Espírito. O homem sem Deus, por mais velho que seja, ainda é um indouto nas coisas espirituais, a não ser que nasça de novo, da água e do Espírito.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 10 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0409 - OS ADULTERADORES DA PALAVRA DE DEUS

 


Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus. Pelo contrário, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2Co 2.17 – NAA).


No mercado evangélico atual, as igrejas atuam como lojas, os pregadores como vendedores, os tocadores e cantores como entretenedores, que chamam a atenção do público, que são os consumidores e os produtos são os mais diversos possíveis, desde a adulteração da Palavra para agradar os consumidores, até os eventos que ocorrem dentro dos templos, como desfiles, standups, combates em octógonos, palestras motivacionais, shows e outras mercadorias sem fim.

Tanto os falsos crentes como os verdadeiros, tanto os falsos pregadores como os verdadeiros, todos no cristianismo, sem exceção, elogiam o apóstolo Paulo. Curiosamente, porém, a maioria esmagadora não suportaria ouvir um só sermão deste apóstolo. Paulo atravessou as eras cristãs se mostrando um verdadeiro apóstolo do cristianismo e hoje é reconhecidamente o maior cristão de todos os tempos. Mas na sua época não foi assim. Os falsos apóstolos em Corinto tentavam desmentir Paulo.

Os crentes de hoje, apesar de dizerem que amam o apóstolo Paulo, pregam a falsidade usando suas cartas. Suas mentes estão muito corrompidas, de maneira que não sabem que estão adulterando as cartas do apóstolo do nosso Senhor (embora outros muitos saibam sim). Entretanto, veja o contexto em que Paulo disse que ele não era como os outros, que adulteravam a Palavra de Deus.

O contexto é simplesmente o efeito duplo do evangelho. Paulo diz nos vs. 14,15 que ele era para com Deus o bom perfume de Cristo tanto nos que se salvam como nos que se perdem. Este perfume é a manifestação do conhecimento de Deus em todo lugar onde Paulo passava. Ele diz que Deus sempre o conduzia em triunfo quanto a isso, ou seja, se as pessoas aceitassem o evangelho ou não, Paulo sempre era triunfante com isso, porque, segundo ele, o evangelho tem realmente cheiro de vida e cheiro de morte. O resultado não importa.

Ele não negociava a mensagem de Deus para iludir os que se perdem, dizendo coisas belas, que eles gostam de ouvir, para dar a impressão de que eles não se perderiam. De jeito nenhum! Paulo deixava claro que perdido é perdido e salvo é salvo. Ele anunciava o mesmo evangelho. Para os salvos, ele surte efeito de salvação e para os perdidos, ele surte efeito de condenação. Simples. Não há o que dizer para agradar. Ele falava com sinceridade, em Cristo e na presença de Deus. E mais que isso, ele falava da parte do próprio Deus. Ele tinha o aval de Deus para dizer o que dizia.

É óbvio que os falsificadores da Palavra de Deus hoje não dizem estas coisas. Eles querem que o evangelho salve as duas classes. Eles querem ser melhores que Paulo e, no fim, são adulteradores da Palavra. Mas o evangelho é isso mesmo que Paulo disse – cheiro de vida para os salvos e cheiro de morte para os condenados. Não adianta arrebanhar condenados, dizendo a eles que são salvos se no último dia eles serão condenados. Mas não serão só eles, como também o serão aqueles que os enganaram.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0408 - PROFETAS E NAZIREUS QUE NÃO SE CORROMPEM

 


Dentre os vossos filhos, suscitei profetas e, dentre os vossos jovens, nazireus. Não é isto assim, filhos de Israel? – diz o SENHOR. Mas vós aos nazireus destes a beber vinho e aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizeis” (Am 2.11,12).


Dentre as várias nações contra quem Amós profetizou sentenças de destruição no cap. 1 do seu livro, como Damasco, Gaza, Tiro, Edom e outras, aqui no cap. 2, ele inclui Judá e Israel como parte do juízo de Deus sobre elas. Ele profetizou mais para Israel, o reino do norte, mas, como era típico dos profetas, ele também falou contra outras nações, especificando os pecados de cada uma e seu devido destino.

Entre os pecados de Israel, sua própria terra que ele denuncia, está o pecado de perverter os líderes consagrados de Deus. Lemos aqui que Deus havia levantado profetas e nazireus dentre eles. Os nazireus eram homens que se consagravam a Deus para cumprirem seus propósitos em santificação, isto é, em separação de algumas coisas, como bebida forte, tocar em cadáveres, cortar os cabelos, barba etc., como está registrado em Nm 6. Os profetas, por sua vez, eram homens levantados por Deus para anunciar os oráculos de Deus sobre o povo, trazendo-os de volta à lei, com duras palavras de repreensão e ameaças.

No entanto, as coisas estavam tão corrompidas nos dias de Amós, que aos nazireus eles faziam quebrar o seu voto de consagração, ou seja, os israelitas conseguiam convencê-los a não levar a sério seus juramentos do nazireado, e estes homens consagrados a Deus acabavam quebrando seus votos, bebendo vinho, se contaminando com mortos e outras profanações, enquanto que aos profetas eles diziam que não era para entregarem a palavra de Deus, como fizeram com o próprio Amós. No cap. 7.12,13, o sacerdote de Betel, chamado Amazias, disse para Amós ir embora dali com suas profecias.

Hoje em dia ainda há muitos que, como os israelitas daqueles dias, também tentam convencer os homens sagrados de Deus a se corromperem. Há muitos que tentam mandar os pregadores da verdade se calarem. A uns, eles conseguem por intermédio da corrupção, do suborno, das ofertas de privilégios e outras perversões. Aos que não conseguem por meio disso, acabam perseguindo, difamando, desprezando, para desacreditá-los diante do povo.

Devemos, como Amós e outros servos do nosso Deus, não nos vendermos por qualquer que seja o preço. A consagração e a verdade do evangelho não estão à venda e não há valor que lhe possa calar ou alterar. Jesus, o verdadeiro Nazireu de Deus e o verdadeiro Profeta, jamais Se deixou corromper pelo que quer que fosse. Sempre foi consagrado, não permitindo que as tentações do inimigo Lhe estragassem, tampouco Se calou diante das ameaças contra Sua vida, mas pregava sempre contra a iniquidade que contaminava aquelas pessoas, mesmo que isso Lhe custasse a vida. Assim também serão os verdadeiros nazireus e profetas de Deus em nossa geração.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0407 - NÃO IGNORE OS PODERES DAS TREVAS!

 


Em seguida, ele disse: Não tenha medo, Daniel. Pois, desde o primeiro dia em que você começou a orar por entendimento e a se humilhar diante de seu Deus, seu pedido foi ouvido. Eu vim em resposta à sua oração. Por 21 dias, porém, o príncipe do reino da Pérsia me impediu. Então Miguel, um dos príncipes mais importantes, veio me ajudar, e eu o deixei ali com os reis da Pérsia” (Dn 10.12,13).


Os livros proféticos têm um interesse particular no meio cristão, especialmente os que tratam de assuntos escatológicos. Mas vamos nos ater apenas a um aspecto interessante sobre o poder sobrenatural no mundo espiritual. Esta reflexão será um alerta a muitos crentes que subestimam o poder maligno e seus desígnios ardilosos.

Este anjo diz a Daniel que no mesmo dia em que ele orava para obter entendimento acerca de suas visões, o anjo tinha sido enviado com a resposta. Mas ficou obstruído por poderes malignos sobrenaturais durante 21 dias. Nesse período, Daniel ficou sem a resposta do significado de suas visões. Quem impedia esse anjo era o príncipe do reino da Pérsia, é o que ele mesmo diz a Daniel.

Obviamente, não era o rei Ciro do v. 1, que já reinava há 3 anos. Ciro era homem e não podia ter esse poder de impedir um anjo. Mas havia um principado espiritual maligno, oposto a Deus no governo de Ciro, o persa. Este principado espiritual das trevas foi quem impediu o anjo de levar a resposta para Daniel.

O que destaco aqui é o poder descomunal que existe no mundo sobrenatural. Veja, por exemplo, as características deste anjo que foi detido pelo principado espiritual persa: “Levantei os olhos e vi um homem vestido com roupas de linho e um cinto de ouro puro. Seu corpo era semelhante a uma pedra preciosa. Seu rosto faiscava como relâmpago, e seus olhos eram como tochas acesas. Seus braços e seus pés brilhavam como bronze polido, e sua voz era como o som de uma grande multidão” (vs. 5,6).

Os que estavam com Daniel, mesmo não tendo a visão deste anjo, fugiram apavorados (v. 7), enquanto o profeta ficou sem forças, pálido e quase desmaiado (v. 8). Imagina um anjo de Deus com estas características tão apavorantes sendo detido por principados das trevas no meio do céu! Realmente nos lembramos do que disse o apóstolo Paulo: “Porque não ignoramos os seus ardis” (2Co 2.11). Não devemos subestimar os poderes ocultos das trevas!

Graças a Deus que estamos do lado vencedor, com Cristo. Todos estes principados que, naqueles dias da visão de Daniel, tentaram humilhar aquele anjo de Deus, no dia da crucificação de Cristo, eles mesmos foram humilhados e tiveram arrancadas as suas roupas e armaduras pelo nosso Senhor na cruz do Calvário (Cl 2.15)! Ainda bem que o valente foi amarrado pelo Mais Valente (Lc 11.22) e seus despojos foram retirados. Mas não ignoramos que os poderes das trevas são descomunais e agrilhoam os homens em seus portões escuros e sombrios!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 6 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0406 - OS SINAIS E A PALAVRA

 


Então os principais sacerdotes e os fariseus convocaram o Sinédrio e disseram: — O que estamos fazendo, uma vez que este homem opera muitos sinais? Se o deixarmos assim, todos crerão nele” (Jo 11.47,48 – NAA).


Quando as pessoas pedem que Deus lhes dê algum sinal para que assim venham crer nEle, isso não passa de uma desculpa mal inventada. Na época do nosso Salvador, os fariseus e saduceus também se juntaram contra Ele para, tentando-O, pedirem-Lhe um sinal do céu (Mt 16.1). Jesus, obviamente, sabendo da incredulidade plantada no coração deles, simplesmente negou-lhes o pedido: “Nenhum sinal será dado a essa geração perversa e adúltera” (v. 4).

A prova cabal está aqui nesse texto da ressurreição de Lázaro. Os saduceus e fariseus estavam desconcertados pelo fato de Jesus operar muitos sinais inegavelmente. A questão não era a falta ou a ausência de sinais, aliás, não haveria sinais em quantidade suficiente para aqueles que não queriam crer. Esta era a razão da rejeição: incredulidade voluntária e não ausência de sinais. Tanto que incomodava os líderes religiosos o fato de outros também crerem em Jesus. Eles disseram: “Se O deixarmos assim, todos crerão nEle”.

Certa vez, um aluno universitário requereu de John Stott que provasse para ele a existência de Deus. O velho teólogo perguntou àquele jovem: “Se eu lhe provar, você crerá nEle?” e quando o jovem disse que não, então Stott respondeu: “Sua questão não é por falta de provas, mas por falta de fé”. E assim, obviamente, negou a ele o privilégio de ter ouvido várias provas sobre a existência de Deus.

Assim são os pecadores. Não é que lhes falta sinais. O que lhes falta é fé. Pequenos ou grandes sinais já foram suficientes para muitos que exerceram sua fé no Filho de Deus para serem salvos, enquanto que para os incrédulos, estrondosos sinais são inúteis. Às vezes, até mesmo a igreja tem se deixado levar por exigências do tipo, feitas por incrédulos. Não podemos nos dar ao luxo de nos abatermos porque alguns ateus reclamam a falta de sinais. Devemos saber que não há sinais que lhes bastem.

O que Deus requer do homem é que ele creia em Sua Palavra. A fé não vem pelo ver e sim pelo ouvir; em outra forma de dizer, a fé não vem pelos sinais e sim pela pregação do evangelho. Mas somente ouvirão a Palavra de Deus aqueles que são de Deus. Veja o que disse Jesus: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, vocês não me ouvem, porque não são de Deus” (Jo 8.47 – NAA). Jesus bem que poderia ter dito que aqueles não eram de Deus porque não O ouviam, no entanto, o Senhor disse o contrário: “vocês não me ouvem porque não são de Deus”.

Assim são os incrédulos. Pedirão sinais e não haverá sinais que lhes bastem. Mas jamais ouvirão a Palavra para virem a crer, porque não são de Deus. E você, tem obedecido à Palavra ou anda à procura de sinais da parte de Deus?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0405 - A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO

 


Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir” (Mt 12.32).

Uma das coisas que mais tem perturbado muitos crentes hoje em dia é saber o que é a blasfêmia contra o Espírito Santo. As pessoas têm medo de ter cometido o pecado imperdoável, mas não têm medo de viver pecando, o que dá no mesmo. Pensam que podem viver sob o domínio do pecado, desde que não tenham cometido a blasfêmia contra o Espírito Santo, e Deus dará um jeitinho de que entrem no céu no Dia do Juízo.

Há pessoas que vão para o inferno sem nunca terem blasfemado contra o Espírito Santo. Há pessoas que serão condenadas sem nem sequer saber que haja Espírito Santo. A questão não deveria ser o medo de blasfemar, mas não viver sujeito a uma vida de pecado. A verdade é que haverá menos pessoas no inferno condenadas por esse pecado do que a maioria esmagadora dos que vão para lá.

Mas expliquemos antes o que não significa esse pecado. Blasfemar contra o Espírito Santo não é você dizer que alguém que esteja falando em línguas não procede de Deus. Ainda que seja um dom do Espírito, mesmo que você negue, isso não é blasfêmia. Outra coisa: blasfemar contra o Espírito não é a pessoa negar o evangelho. Nós mesmos, que agora somos salvos, quantas vezes não já negamos o evangelho? No entanto, tivemos perdão, enquanto que para a blasfêmia contra o Espírito não há. Outra coisa que não é: ter pensamentos negativos e blasfemos sobre Deus, sejam eles voluntários ou involuntários também não é a blasfêmia imperdoável.

O pecado imperdoável da blasfêmia é quando alguém, conscientemente, atribui (por palavras ditas ou escritas) a obra do Espírito Santo ao diabo. Esta obra é a obra de libertação de vidas pela pregação do evangelho e seus sinais, como expulsão de demônios, por exemplo. Muitas pessoas dizem que a expulsão de demônios acabou. Isto não é blasfêmia, mas se a manifestação do poder libertador do evangelho se faz notória e alguém, tendo consciência disso, atribuir tal manifestação a Satanás, está blasfemando contra o Espírito e não terá perdão.

De outro lado, atribuir as obras de Satanás ao Espírito Santo também é blasfemar contra o Espírito de Deus imperdoavelmente. Hoje em dia corre-se muito esse risco. Há manifestações que são claramente do diabo e muitas pessoas, de modo consciente, estão atribuindo-as ao Espírito Santo.

A imperdoabilidade deste pecado não é porque a pessoa ficará em desespero buscando o perdão e Deus a negará. Mas é porque seu coração endurecido já está tão cauterizado que não consegue mais ter temor pela obra de Deus, de modo que colocar o diabo e o Espírito Santo no mesmo saco, para tal pessoa não faz a menor diferença. Ele mesmo não sente a necessidade de se arrepender, visto que chegou a um nível de desrespeito totalmente irreversível contra o Espírito de Deus. Não percebe mais que precisa do perdão. A condenação dos tais é certa e irremediável!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson