quinta-feira, 29 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0568 - A RESSURREIÇÃO DE JESUS GARANTE O JUÍZO FINAL

 


Porque Deus estabeleceu um dia em que julgará o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. E deu certeza disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31).


As pessoas da nossa geração não acreditam no incomum. Ao contrário da nação de Israel que, mesmo levando tantos milênios para o Messias aparecer, cria nessa esperança. Até mesmo nações pagãs, quando o evangelho chega até elas, muitos missionários testificam que as pessoas já esperavam alguma coisa relativa à promessa de salvação. Porém, o tempo passa e as pessoas aumentam em sua incredulidade.

O que temos testemunhado nestes últimos dias é que poucos acreditam que haverá um dia chamado “Dia do Juízo”. O mundo já é incrédulo mesmo, mas até entre cristãos temos um grande número que não crê neste evento cósmico final. Alguns não creem por motivos óbvios, ou seja, não querem admitir que seus pecados terão uma prestação de contas. São como o governador Félix que, ao ouvir Paulo falar sobre esse assunto, ficou aterrorizado e pediu para ele parar de falar (At 24.25).

Todavia, creiam ou não, o Dia do Juízo já está posto, Deus já o estabeleceu, é o que Paulo afirmou aos gregos em Atenas! Nesse dia, Deus julgará o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. Deus deixou essa enorme responsabilidade para um homem que é ninguém menos que Seu Filho Perfeito! Ele julgará com justiça, como já diziam os profetas antigos (Is 11.4; Jr 23.5; Ez 34.16; Dn 9.24; Mq 7.9; etc.). Sim, com justiça e não como vemos nos tribunais hoje!

Paulo diz aos atenienses que a prova dada por Deus de que tal Dia já foi estabelecido é que a este homem que Ele designou para ser o Justo Juiz, Deus O ressuscitou dentre os mortos! Isto nos leva a uma responsabilidade gigante no que dizemos crer. Se não cremos que haverá um dia de juízo final, segue-se que não cremos que Deus ressuscitou a Seu Filho dentre os mortos, pois esta é a prova de que esse dia já está posto!

Mas o que tem a ressurreição de Cristo com o Juízo Final? A resposta é justamente um golpe fatal no pensamento ateu, no pensamento popular e no pensamento de muitas religiões: Cristo ressurreto é a prova de que todos ressuscitarão para prestar contas de suas ações nesta vida! Não caia no conto de fadas de que “morreu, acabou”! Essa é uma tentativa inútil de anestesiar a consciência ao invés de se arrepender dos pecados!

Veja o que Paulo disse no v. anterior: “Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ele ordena a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam” (v. 30). Por que Deus ordena que os homens se arrependam? Porque Ele estabeleceu um dia em que julgará o mundo com justiça, etc., etc., como já lemos! Que prova Ele deu de que esse dia é inevitável? Que o homem que julgará a todos foi ressuscitado! Então, todos também o serão, a fim de encararem esse tribunal para darem conta de tudo o que fizeram em vida! A solução, portanto, é se arrepender e não fingir que esse dia não existe!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 28 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0567 - O PRIVILÉGIO DE SER FILHO DE DEUS

 


Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele” (1Jo 3.1).


A doutrina da adoção é um ensino maravilhoso no NT e infeliz é a igreja que não ouve pregações sobre essa doutrina. Muito se fala por cima sobre esse tema e, superficialmente, podemos dizer que os crentes conhecem a respeito, justamente por falta de explicação e aplicação desse ensino bíblico e maravilhoso em muitas igrejas locais.

É maravilhoso saber que sermos chamados “filhos de Deus” é um ato livre do amor de Deus Pai. Se realmente nos atentarmos para a situação em que nascemos, isto é, pecadores, então começaremos a compreender que foi realmente uma ação do amor do Pai e não algum mérito ou previsão que Ele tenha observado em qualquer um de nós que nos tornou filhos dEle.

Veja que o apóstolo diz que esse amor nos foi concedido, ou seja, a livre graça soberana de Deus é que O levou a nos amar e nos conceder Seu amor. Por que Deus amaria pecadores como nós? O que havia em nós para que Ele nos amasse? Não havendo respostas para essas questões, logo, toda a glória permanece com Deus, mas, em nós, absolutamente nada.

Em seu Evangelho, João nos diz que recebemos o poder de sermos feitos filhos de Deus ao recebermos Cristo pela fé (Jo 1.12). Além disso, ele nos diz que estes que creem no Seu nome não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus (v. 13)! Que admirável! O mesmo Deus que nos concedeu Seu amor, também nos concedeu uma nova natureza! Através dela é que cremos em Seu Filho e O recebemos. Assim é que somos chamados “filhos de Deus”!

Os homens também adotam filhos e os tornam herdeiros de seus bens. Mas há uma coisa que os homens não podem dar a seus filhos adotivos, a saber, sua natureza, sua genética. Entretanto, conosco é diferente! Deus, além de nos adotar como filhos, ainda nos dá Sua natureza, por meio do Espírito Santo que habita em nós e cria um novo ser, que amará as coisas espirituais e se deleitará profundamente em Deus, que antes odiávamos 

O apóstolo também diz que o mundo não nos conhece, isto é, não nos vê como filhos de Deus. Mas isto não deve nos incomodar, visto que essa ignorância é porque também não conhecem a Deus como Pai. Somente os filhos de Deus conhecem os filhos de Deus. O mundo não pode mesmo conhecer os filhos de Deus, uma vez que para o mundo, Deus não existe, o deus dele varia de acordo com sua necessidade, ocasião e interesse, e desse tipo de deus, o mundo acha que todos são filhos.

Mas o comentário do mundo a nosso respeito pouco importa. Crentes que vivem preocupados em dar satisfação às exigências filosóficas deste mundo perdem seu tempo. Desprezam o maior presente que já receberam, o amor do Pai, e vivem em um mimetismo sem fim, adaptações que tentam agradar opiniões que sempre mudam. Mas lembre-se de que “o mundo passa e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (2.17).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 27 de maio de 2025

CUIDADO COM A HERESIA DA GRAÇA BARATA - PARTE 03/03

 


Mas cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus, assim como eles” (At 15.11).


Os falsos mestres da graça ­­ligth afirmam que Jesus pregava a lei e Paulo a graça. Não somente eles, mas também os que ensinam “Cristo como chave hermenêutica” alegam algumas contradições entre Cristo e Paulo também, porém, defendem a Cristo. Os da “graça barata” defendem a Paulo.

Mas o que foi que Jesus disse a Nicodemos? Ele não disse: “Se alguém não cumprir a lei, não entrará no reino de Deus”, não! Ele disse: “Se alguém não nascer de novo... da água e do Espírito... não pode ver... não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.3,5). Não foi isso também que Paulo falou? “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gl 6.15). Ambos disseram a mesma coisa! A lei era como um prumo na mão de Deus. Todo mundo sabe que prumo não conserta muro, apenas identifica sua imperfeição. A lei também nunca foi dada para salvar nem consertar ninguém, apenas para identificar que o homem é imperfeito! Quem conserta é Cristo!

Por isso que eles fazem tanta confusão com o Sermão do Monte. Dizem que é o “código de ética do reino”; outros dizem que iremos viver aquele ideal só no Milênio na terra. Imagine você no Milênio e alguém te dando um tapa na face direita e você oferecendo a outra; no Milênio alguém te obrigando a caminhar uma milha... Não, meus amigos! O Sermão do Monte é modo de vida para quem já foi “bem-aventurado” (vs. 3-12), para quem já nasceu de novo! E ele vive isso aqui e agora! Exatamente neste mundo caído!

Os barateadores da graça já expulsaram a ceia das mesas de seus locais de reunião, dizendo que isso é coisa da lei... outros dizem que, por ser “em memória”, significa que quem pratica a ceia celebra um Cristo morto, pois só se faz algo em memória de alguém que já morreu! Quando você para pra pensar seriamente nas heresias, você percebe o quanto elas são idiotas! Seus argumentos são tolos e imbecis! As esmolas de Cornélio, por exemplo, delas é dito que subiram “para memória diante de Deus” (At 10.4,31); isto quer dizer que Cornélio, ou suas esmolas, ou até mesmo Deus estavam mortos?

Você pode ler em Lucas 22.19 que Jesus disse para praticarem a ceia em memória dEle. E Paulo repete o mesmo em 1Co 11.24,25. Jesus instituiu este sacramento para que nós nos lembremos dEle e de todo significado desta mesa diante de nós até que Ele venha! Não há contradição entre eles.

Veja o que Jesus disse às multidões que queriam ficar o tempo todo com Ele: “É necessário que eu anuncie o evangelho do Reino de Deus também nas outras cidades, pois é para isso que fui enviado” (Lc 4.43). Ele não disse que iria anunciar a lei e sim o evangelho!

Compare isso com todas as referências que dizem que Paulo também pregava o evangelho (At 14.15; 16.10; 20.24; Rm 1.9,15; 15.16; 1Co 1.17; 9.16; etc.)... você ficará surpreso não com as semelhanças entre Paulo e Jesus e sim com a tolice dos que desejam jogá-los um contra o Outro... Portanto, afaste-se desse “evangelho” barato, que tenta maximizar a graça contra a santidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 26 de maio de 2025

CUIDADO COM A HERESIA DA GRAÇA BARATA - PARTE 02/03

 


Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Então Jesus lhe perguntou: O que está escrito na Lei? Como você a entende?” (Lc 10.25,26).


Combater uma heresia é mais difícil do que inventá-la e propagá-la. Mas para os ouvidos atentos à Palavra inerrante de Deus, a explicação da Palavra desce suave porque é a verdade, enquanto a heresia trava na garganta. Mas, como dizia Spurgeon, discernimento não é a capacidade de diferenciar o certo do errado e sim o certo do quase certo. Assim se dá com a heresia atual da graça banal; parece certa, mas é venenosa.

Os falsos mestres dessa doutrina angariam seguidores porque falam mansamente e conduzem para uma vida antinomiana (isto é, sem lei). Como a lei é o aguilhão da nossa consciência, ou seja, quando pecamos ela nos confronta, então é óbvio que o indivíduo deseja uma doutrina que o livre desse incômodo. Mas fazê-lo é comprometer a verdade da Escritura!

Dizer que Jesus é da lei e Paulo da graça é não somente uma tolice infantil, como também uma malícia infernal. Vejamos: O apóstolo João, escrevendo seu Evangelho, diz: “Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17). Segundo eles, a graça veio com Paulo... Em quem você acredita?

Leiamos o que disse o próprio Senhor: “A Lei e os Profetas duraram até João; desde esse tempo o evangelho do Reino de Deus vem sendo anunciado” (Lc 16.16). Jesus disse que a lei vigorou até João Batista. Já os tais falsos mestres dizem que a lei vigorou até a morte de Cristo...

Mas, e quanto ao jovem rico e o mestre da lei, que procuraram Jesus para saberem o que fazer para serem salvos? Por que Jesus os remeteu à lei, ao invés de falar da graça, como dizem os falsos pregadores da graça?

Desconhecem eles (ou fingem) que Jesus apresentou a lei justamente para provar para aqueles homens que eles eram incapazes de se adequar à perfeita vontade e se ajustar ao perfeito caráter de Deus revelado na lei, como todos nós também o somos! E que, reconhecendo tal incapacidade, se curvassem diante do Único que podia cumprir a lei (e a cumpriu de fato) para obterem o perdão e a vida eterna, que é Jesus!

Quando Jesus lhes diz sobre a lei, de modo algum Ele está dizendo que cumprir a lei salvará alguém, até porque se fosse assim, Ele não precisaria ter vindo. Bastava quem quer que fosse cumprir a lei e já estaria salvo. Se Jesus veio para salvar, como Ele mesmo disse várias vezes, seria hipocrisia remeter alguém à lei para a salvação.

O jovem rico era um mentiroso e Jesus provou para ele que ele não guardava a lei desde a infância coisa nenhuma! Já quebrava o primeiro mandamento, visto que tinha outro deus diante de Deus, a saber, o dinheiro. O mestre da lei era um escarnecedor arrogante e Jesus o desmascarou diante das pessoas para que ele tomasse vergonha na cara e se humilhasse, reconhecendo que não amava a Deus nem ao próximo! Jesus não estava recomendando-o à lei, exceto para espelhar seus pecados ocultos!

Alguém pode protestar, dizendo que Jesus o amou (Mc 10.21). Porém, o amor não trata com leviandade. Ao contrário, o amor confronta, porque ele se regozija com a verdade (1Co 13.4,6). Então perceba como foi que o jovem rico se retirou da presença de Jesus: Mas ele, contrariado com essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades (Mc 10.22). Geralmente, rico não gosta de se sentir humilhado, o que prova que ele não era humilde.

Na próxima reflexão trarei abundantes referências bíblicas sobre as semelhanças entre Jesus e Paulo, visto que foi o mesmo Espírito que habitou em Cristo que inspirou o apóstolo dos gentios.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

CUIDADO COM A HERESIA DA GRAÇA BARATA - PARTE 01/03

 


Mas, onde o abundou pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20b).


Atualmente, no círculo evangélico, tem brotado uma heresia muito atrativa, que ensina que Jesus não pregou o evangelho e sim a lei. Apenas Paulo, segundo esse ensino, pregou o evangelho. Aquele velho cachorro com uma coleira diferente... o diabo não planta mais o joio. Desde que semeou essa maldita erva no meio dos filhos de Deus “e retirou-se” (Mt 13.25), de longe mesmo, ele tem observado sua praga se espalhar muito mais rapidamente que o trigo divino.

Desde Marcião, um herege gnóstico do séc. II, que começou a escolher que livros ele queria que ficasse no cânon do NT, jogando fora os Evangelhos e muitas cartas, ficando apenas com as de Paulo e o Evangelho de Lucas, a igreja tem sofrido com o fermento da falsa doutrina, que tenta jogar Paulo contra Jesus, favorecendo Paulo que, segundo os amantes dessa “graça barata”, como dizia Bonhoeffer, trouxe a liberdade, enquanto Jesus ainda vivia e falava da lei.

Isso se torna atrativo, claro, primeiro porque toda heresia parece atrativa aos olhos de quem não tem firmeza alguma na Escritura; assim, tudo é saboroso, menos a verdade. Segundo, porque, quem não gostaria de saber que existe uma doutrina que te livra das obrigações da lei e, ao mesmo tempo, não te compromete com a santificação da graça? Por isso essa “guerrinha” que eles armaram entre Jesus e Paulo.

Esses falsos pregadores da “graça” brotaram em oposição aos hereges do termo “Cristo como chave hermenêutica” que, ao contrário dos da graça barata, dizem que só se deve entender da Escritura aquilo como Cristo entendeu e as demais interpretações, como as de Paulo, Pedro, João, etc., devem ser analisadas sob o que Cristo disse e, no fim das contas, ficar com Cristo (esse “fim das contas” é quando houver contradição entre Cristo e algum apóstolo).

Mas como os dois tipos de joio acima querem chegar no mesmo lugar (uma vida na “graça” que banaliza a vida na “santidade”), então são farinha do mesmo saco, ainda que divirjam no ponto de partida.

Os falsos pregadores da “graça contra a lei” dizem que Jesus jamais pregou sobre a graça. Isso porque, quando o jovem rico e um certo mestre da lei perguntaram a Jesus sobre o que deviam fazer para serem salvos, Jesus os remeteu à lei (Lc 10.25,26; 18.18-20). Segundo eles, Jesus esposava a ideia de que alguém poderia ser salvo guardando a lei. Assim, dizem eles, nada que está escrito nos Evangelhos, serve para a igreja! A graça mesmo veio com Paulo...

Na próxima reflexão, como polemista (defensor da fé cristã das heresias que surgem e ficam no círculo cristão), irei provar que não há diferença alguma entre Paulo e Cristo, que esses hereges são perigosíssimos para a sã doutrina e levam os desatentos, que não gostam de Bíblia, a viverem uma vida relaxada em nome de uma graça que tem nojo da santidade. Cuidado com isso, se você já foi fisgado pelo anzol doce, mas venenoso e mortal dessa heresia destruidora!

Não se esqueça de Judas 4: “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 22 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0566 - A SALVAÇÃO DE DEUS NÃO ANULA SUA JUSTIÇA

 


Levantai os olhos para os céus e olhai para a terra embaixo, porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra envelhecerá como um vestido, e os seus moradores morrerão como mosquitos, mas a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será anulada” (Is 51.6).


A salvação e a justiça de Deus estão entrelaçadas. Para que a justiça de Deus seja demonstrada, o injusto precisa ser punido e o justo precisa ser vindicado. Em um mundo onde o pecado abundou sobremaneira, impera rigidamente a injustiça em todos os setores da vida humana. Corrupção não é só falcatrua financeira, como quer nos impor a definição da nossa política, como se as demais podridões cometidas fossem desculpáveis, só porque eles não as chamam de corrupção.

A questão é que neste mundo em que vivemos, corrompido pelo pecado, jamais nasceu um justo de qualquer homem e mulher. Como disse o salmista: “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras” (Sl 58.3). Então, se não há nenhum justo, “não há nem sequer um” (Sl 53.3), o que resta a Deus, é fazer justiça contra todos eles para vindicar Sua própria santidade.

E tal é Sua promessa, de modo que isso será realizado. Como lemos no início, Deus chama a todos para levantar os olhos aos céus e também estendê-los para a terra. Ambos, céus e terra desaparecerão e envelhecerão. Seus moradores morrerão como mosquitos! Não há quem possa escapar do juízo de Deus, onde quer que o olho humano, até por meio de telescópios, possa observar! A justiça de Deus varrerá todo o universo e seus moradores como a mosquitos mortos!

Mas, que maravilhoso ver que nesta promessa tão aterrorizante está também a promessa de Sua salvação! “Mas a minha salvação durará para sempre”! Esta palavra é perfeita! Salvação é justamente o livramento de uma perdição! Não haveria termo melhor para expressar! E ela existe! Deus a providenciou e disse que ela não vai se acabar!

E, olhando para os céus e para a terra, onde vemos a salvação de Deus? Na cruz! Sim, naquele lugar esquisito, mórbido e cruento! Ali estava o único Homem, que não nasceu de homem e mulher, o único que nasceu sem pecado, cuja justiça foi unicamente dEle e por isso deveria ser vindicado! Ele foi para a cruz porque veio salvar, veio executar a salvação de Deus para os que nEle creem!

Entretanto, para executar esta maravilhosa salvação, Ele não jogou os pecados dos homens para debaixo do tapete! Ele os encarou. E encarou como a justiça de Deus exige: com morte! E a pior de todas: morte de cruz! Pagou com Seu sangue os nossos pecados, pois sabia que nosso sangue não cobriria a altura desse preço! Por isso é que o profeta disse no final daquele versículo inicial que “a minha justiça não será anulada”!

Ele estava dizendo que, mesmo tendo Cristo vindo nos salvar, a justiça de Deus que deveria ser cobrada naqueles que Ele salvou, foi de fato cobrada em Cristo, que Se ofereceu em lugar deles. O pecado deles não ficou barato! Alguém pagou... de modo caríssimo! Sua salvação durará para sempre, justamente porque Sua justiça não será anulada!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 21 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0565 - ALEGRIA E FELICIDADE



Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram o seu trigo e o seu vinho” (Sl 4.7).


A pequena diferença entre alegria e felicidade é fatal. Uma faz parte do “estar” e a outra faz parte do “ser”. Alguém pode “estar” alegre e não “ser” feliz. Da mesma forma, alguém pode “ser” feliz e não “estar” alegre. Entretanto, quem é feliz, mesmo não estando alegre, pode aguardar que seu momento volte à alegria sem que perca a felicidade. Já aquele que depende da alegria, não pode esperar o mesmo, pois quando a alegria passar, continuará infeliz...

Quem tem felicidade pode “ficar triste”, mas é feliz; pode “estar com raiva”, mas é feliz; pode “estar alegre”, mas é feliz; pode “estar melancólico”, mas é feliz; enfim, pode estar em qualquer situação emocional variada, mas sua felicidade é fixa, é um modo de vida.

Deus já nos deu a compreensão de que nossa alegria na terra não é completa. Como sabemos disso? Porque sempre sabemos que ela vai embora. Sempre imaginamos seu grau de comparação com outra ocasião em que ficamos alegres também. Ao fazermos essas medições, estamos, inconscientemente, medindo aquele momento pelo padrão da verdadeira alegria que existe, por isso comparamos, por isso imaginamos um modelo pelo qual podemos julgar se nossa alegria foi maior ou menor. Só podemos fazer isso porque existe esse padrão de alegria plena que nossa consciência percebe, mesmo caída e danificada pelo pecado! No final, sempre sabemos: há uma alegria maior e plena, mas ainda não foi dessa vez!

Na verdade, essa felicidade só têm os que estão em Cristo. Os demais que não têm Cristo buscam a alegria, a euforia, buscam o “estar” para preencher o “ser”. Tentam a todo custo fazer com que a alegria substitua a felicidade. Mas não poderão, pois o momento vai passar, e a base, qual é?

O salmista disse: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Ele não disse que na presença de Deus há alegria, mas sim a plenitude dela, sua totalidade! Enquanto não nos voltarmos para o Senhor, nossos esforços serão sempre assim, de tentar fazer com que a alegria passageira ocupe o lugar da felicidade perpétua. E cada uma delas virá e irá embora... e mais uma vez pensaremos no quanto ela se compara com as anteriores, sem nunca nos sentirmos preenchidos.

Uma vez, uma mulher, impressionada com o discurso de Jesus, disse a Ele: “Como é feliz a mulher que pôs o senhor no mundo e o amamentou! Mas Jesus respondeu: Mais felizes são aqueles que ouvem a mensagem de Deus e obedecem a ela” (Lc 11.27,28 – NTLH). Aí está a receita de Jesus para a felicidade eterna que vai além da simples e momentânea alegria!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 20 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0564 - O PODER DA SABEDORIA DE DEUS

 


Mas quem dera que Deus falasse e abrisse os seus lábios contra você, e lhe revelasse os segredos da sabedoria, pois a verdadeira sabedoria é multiforme!” (Jó 11.5,6).


Os amigos de Jó, conquanto aplicassem mal a sua teologia, tentando fazer de Jó um homem injusto, que deveria confessar sua culpa, todavia, eles falavam muitas coisas corretas sobre os atributos de Deus. Nós, leitores do livro de Jó, participantes da nova aliança, somos muito mais munidos de informações, muitas que Jó e seus amigos não tinham em sua época, tanto por privação das informações, como também pela limitação da revelação de sua época.

Como Deus reprovou a fala dos amigos de Jó (42.7), então tudo o que lemos sobre a fala deles no livro deve ser colocado sob o escrutínio de outros textos claros da Escritura, para sabermos se o que eles dizem é ou não coerente com a revelação de Deus. Em resumo, para nossa surpresa, o que encontramos da fala deles é muito pouco errado sobre Deus. A maior parte errada era mesmo a aplicação que eles faziam a respeito de Jó. Aplicavam coisas certas de forma errada e na pessoa errada.

Veja que coisas corretas e maravilhosas Zofar pronunciou sobre Deus: Será que você pode desvendar os mistérios de Deus ou descobrir a perfeição do Todo-Poderoso?” (v. 7). Mesmo hoje, tendo nós uma maior e mais clara revelação sobre Deus, ainda não podemos desvendar Seus mistérios, nem descobrir Sua total perfeição... Na realidade, a perfeição de Deus será uma de Suas qualidades que mais nos deslumbrará na eternidade a Seu respeito!

Nos vs. 8,9 Zofar estende a sabedoria de Deus para todas as dimensões de medidas conhecidas em sua época: ela é alta como os céus, profunda como o abismo, seu comprimento é maior que a terra e sua largura é mais que o mar! Ao exaltar a sabedoria de Deus, Zofar até ironiza o homem tolo: “Mas os tolos se tornarão sábios quando a cria de uma jumenta selvagem nascer homem” (v. 12).

A ironia desta ironia de Zofar é que o homem sempre quer ser poderoso sem Deus e, muitas vezes, em oposição a Ele. Parece que quanto mais poder o homem tem, mais tolo ele se torna. É a cópia de Satanás, que pensava que poderia ser como Deus e usurpar Seu trono! Zofar lembra ao homem poderoso: “Se ele passa, prende alguém e chama a juízo, quem o poderá impedir?” (v. 10).

Entretanto, somente Deus pode fazer isso. Os homens até usurpam isto quando o poder lhes entra no coração. Vemos homens prendendo, chamando outros a juízo, independentemente de ser justo ou não. Mas quando estiverem diante de Deus, nenhuma sabedoria humana ou poder humano poderão subsistir diante de Seu juízo: “Mas os olhos dos ímpios desfalecerão, sem que encontrem refúgio; a única esperança deles será morrer” (v. 20).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 19 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 563 - SEM A PALAVRA, TUDO O QUE PENSAMOS SABER É ESCURIDÃO

Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz para o meu caminho” (Sl 119.105).


Quando o salmista diz que a Palavra de Deus é lâmpada e luz para seu caminho, ele quer dizer que todas as pessoas que andam sem sua direção andam em trevas. Essa escuridão é espiritual e não adianta a luz do conhecimento científico. O máximo que essa lanterna irá clarear é o que acontece com o universo, a biologia, a química, as leis da física, etc. (e de modo muito fraco), mas não poderá iluminar o caminho para a eternidade. Aliás, o conhecimento científico nega a eternidade.

O conhecimento psicológico, que fala do comportamento humano, também não pode iluminar para a eternidade, pois o máximo que dessa lanterna se pode obter é a análise de algumas condutas e como ligá-las ao passado de um indivíduo, jamais ao seu futuro. A luz que se obtém da filosofia é uma piada, pois esta exalta a ignorância (o não saber), desonrando o significado de seu próprio termo.

Observe que o mundo anda em trevas e quer dizer às pessoas como devem caminhar. As pessoas labutam em seu trabalho, correm daqui para acolá, tentam ganhar dinheiro e o que dele pode se obter, mas, no fim da vida, tudo se torna uma incógnita: o que será de nós? Para onde vamos?

Nenhum dos sistemas humanos poderá responder o que lhe acontecerá após a morte. Nem mesmo as religiões. Algumas dizem que você retornará para longos ciclos de vida e morte até que se aperfeiçoe, entretanto, como elas podem definir o que é perfeição? Quando é que uma alma reencarnada já estará perfeita? Outros dizem que “morreu, acabou”, mas não podem garantir, pois ninguém, depois da morte, pode dizer que acabou, pois se disser, então não acabou, e se não disser, ninguém saberá de nada. Há outras coisas além de somente acabar.

Ninguém pode provar que viemos do acaso. Ao contrário, quando viemos para esta vida, a lógica já existia, a ordem, as leis da física, ninguém nunca as inventou, a matemática não veio depois do homem, ele apenas a descobriu, enfim, todas as sequências, inclusive as do DNA, que foram recentemente descobertas, já existiam antes de todos nós! O que é isto, senão que há alguém superior a esta ordem universal, a qual obedece fielmente às Suas leis?

Este mesmo que criou esta ordem e prova Sua existência por meio da lógica silenciosa do universo, também nos deu Sua Palavra, Sua revelação voluntária, letras sagradas que foram sopradas às mentes de homens finitos, mas que, como nenhum outro ser humano, receberam algo especial deste Deus, de modo a transcrever para os demais aquilo que lhes era fornecido pelo próprio Deus! O que sabemos dEle foi porque Ele quis mostrar, senão ainda estaríamos jogados às mesmas trevas em que estão os que não O conhecem.

Não se iluda. Não há resposta na especulação humana sobre o que será do nosso caminho! Só a Palavra de Deus pode iluminar seu caminho agora e depois que você parar de respirar. Tudo o mais que você acha que sabe são apenas trevas e escuridão.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 18 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0562 - OLHA, COMO O SENHOR ME SUSTENTA!

 


Jesus lhes perguntou: Filhos, será que vocês têm aí alguma coisa para comer? Eles responderam: Não” (Jo 21.5).


O episódio do encontro de Jesus com alguns discípulos no mar da Galileia, depois de haver ressuscitado, é bastante conhecido por ter Jesus tratado com Pedro sobre sua conversão real. Ali foi que Jesus restaurou Pedro, levando-o a confessar que amava Jesus por três vezes, para que Pedro entendesse que ali se desfazia sua negação, a qual houvera diante das pessoas naquela fogueira em que se aquentava, na noite da traição.

Entretanto, neste mesmo episódio, temos outra importante lição, uma lição de provisão divina. Jesus aqui nos ensina que Ele é Quem provê tudo de que necessitamos para nossa vida. Os fatos são narrados com precisão: “Simão Pedro disse aos outros: Vou pescar. Os outros responderam: Nós também vamos com você. Foram e entraram no barco, mas, naquela noite, não pegaram nada” (v. 3).

Quando Jesus aparece na praia, logo pergunta a eles se têm alguma coisa de comer (v. 5). A resposta negativa já nos ensina que nós somos realmente incapazes de prover o de que necessitamos para nossa sobrevivência. Estavam ali profissionais da pesca, mas foram malogrados naquela noite infértil.

Ao ordenar que lancem a rede à direita do barco (v. 6), Jesus mostra que Ele é Quem sabe onde se esconde nosso sustento. Por que os peixes não foram para aquelas mesmas redes durante a noite? Por que só agora eles irão? Será que passaram a noite dormindo? Aqueles peixes apenas obedeciam ao comando inaudível do seu Criador! Apenas isso! Como se dissesse: “Não vão para as redes durante a noite, vão apenas quando Eu mandar”! E as criaturas simplesmente obedeceram!

Quando trouxeram a pesca milagrosa para a praia, Jesus já os esperava ali com umas brasas, peixe e pão (v. 9)! Jesus estava ensinando: “Eu não preciso dos peixes de vocês. Sou Eu quem providencio o seu sustento”! Como é difícil entendermos isso! Como nosso ser orgulhoso sempre pensa que o nosso mantimento provém de nossas forças e do nosso trabalho... Mesmo assim, Jesus não despreza a pesca deles; pede-lhes que tragam dos seus peixes também (v. 10). O que nos ensina que Ele vai nos prover sim, mas mediante nossa obediência à Sua Palavra e também mediante o trabalho de nossas mãos.

Mas a lição mais incomparável de todo esse episódio da providência é reconhecer “Quem” é Aquele que nos sustenta! Observe o final do v. 6 e o início do v. 7: “Assim fizeram e já não podiam puxar a rede, tão grande era a quantidade de peixes. E o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor!

Eis aqui Quem é o que nos arranja tudo o de que necessitamos! É o Senhor! Ele é Quem nos prepara a mesa e não nós. Ele é Quem sempre tem um pão quentinho a nos oferecer em Suas brasas de amor! Ele é Quem nos diz onde estão os peixes! E quando os pegamos, o que dizemos? “Olha, como sou um ótimo pescador, trabalhador, empresário, profissional disso e daquilo”, ou dizemos: “Olha, como o Senhor me sustenta”?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 15 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0561 - QUEM É SEU COMPANHEIRO NO CAMINHO?

 


O homem violento alicia o seu companheiro e guia-o por um caminho que não é bom” (Pv 16.29).


Desde cedo ouvimos pessoas dizerem: “Fulano levou beltrano para o mau caminho”. E, com isso, sempre associamos a culpa ao “fulano” que levou e quase nunca ao “beltrano” que foi. É claro que “as más companhias corrompem o bom caráter” (1Co 15.33 – NVT). Mas, como alguém me disse uma certa vez: “ninguém leva ninguém para o mau caminho”... e eu deduzi o restante da frase!

Não podemos negar que há pessoas que são bastante influenciáveis! Elas se permitem levar por qualquer coisa que escutam, haja vantagem nisso ou não. E o provérbio que lemos, diz que o homem violento se aproveita disso. Observe que nem sempre o homem violento age com brutalidade e truculência! Às vezes ele alicia, ou como diz em outras versões, ele “persuade, engana, recruta, incita”.

Percebemos assim, que a violência não está somente nas ações selvagens e terríveis dos homens ímpios. Ela também está presente no engano e na persuasão para o mal. Então, a característica dos violentos nem sempre se manifesta como um lobo voraz ou uma hiena faminta! Às vezes ela vem sorrateiramente, com aparência de amizade e boas propostas.

Aqui entramos na questão espiritual. Há muitos enganadores hoje em dia. Porém, eles não parecem violentos. São macios, sua fala é mansa, seu sorriso é cativante, seus conselhos são superficiais, jamais tocam no cerne das coisas, principalmente das erradas. O evangelho que pregam não fala de juízo nem de condenação; erradicam o pecado e a necessidade do arrependimento. Ficaríamos elencando aqui por longas horas suas terríveis características perniciosas e perigosas!

Mas, ao contrário do homem violento, temos Aquele que disse: “aprendei de mim, pois eu sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.29 – BKJ 1611). Ele, que o profeta disse a Seu respeito: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará o pavio que fumega” (Is 42.3 – NAA). Ele, que é nosso Pastor e que, como disse o salmista, ao contrário do homem violento: “me guia por caminhos certos, como ele mesmo prometeu” (Sl 23.3 – NTLH).

De quem você tem sido companheiro? Do violento que, muitas vezes desvirtua você sem usar a violência, apenas com palavras atraentes? Ou tem sido companheiro daquele que, com amor, leva você mais além, leva à presença de Deus, do qual estávamos afastados por causa do pecado? Lembre-se: “Há caminhos que a pessoa considera corretos, mas que acabam levando à estrada da morte” (Pv 14.12 – NVT). Mas se você tem Cristo por companheiro, então esta promessa é para você: “O Senhor é bom e justo; ele tem prazer em ensinar o caminho certo aos pecadores” (Sl 25.8 – NBV).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 14 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0560 - MEDO OU CONFIANÇA?

 


Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nele confiaria” (Sl 27.3).


O medo é uma característica limítrofe e protetiva de todo ser vivo. Manifestando-se de diferentes formas, o medo pode ser benéfico, quando traz consigo o senso de autodefesa e de cuidado. Porém, o medo também pode ser patológico, quando a pessoa vê ameaça onde não existe. Se, por um lado, a falta do medo pode gerar imprudência, por outro, o excesso do medo gera pânico.

Neste salmo, lemos sobre Davi contrastando o medo com a confiança. E aqui é exatamente o ponto em que descobrimos se nosso medo é patológico ou se somos imprudentes. O patológico não confia que Deus irá guardá-lo, enquanto o imprudente age como se Deus tivesse obrigação de guardá-lo!

Davi confessa que nem mesmo um exército inteiro lhe cercando faria seu coração ter medo. Nós sabemos que naquela época, um exército não cercaria alguém para levá-lo preso, para interrogatórios, julgamento, nada disso. Cercado por um exército de pesada artilharia, a intenção era somente uma: matar, destruir, eliminar!

Mas por que estas coisas não amedrontavam Davi? Tudo bem que ele era um homem de guerra, acostumado a batalhas incríveis e improváveis! Contudo, não era em sua espada que ele confiava. Ele disse que mesmo que a guerra se levantasse contra ele, no Senhor ele confiaria! Eis a diferença. Davi, quando moço, tinha essa mesma convicção. Ele disse a Golias: “eu vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (1Sm 17.45). Essa confiança não se afastou dele com o passar do tempo.

Nossa geração é medrosa. E não me refiro ao mundo, que também é covarde, mas aos próprios crentes, que carregam este nome de “crentes” porque dizem confiar no Senhor de Davi. E a justificativa para o medo patológico e incrédulo é a prudência. Por que Davi não temia um exército armado que o cercasse? E por que nós tememos a perseguição, tememos a espoliação dos nossos bens, tememos quem nos ordene parar de falar de Jesus?

 

Mas para Davi, o Senhor era a sua luz e a sua salvação; o Senhor era a força de sua vida (v. 1)! Apenas uma coisa ele pedia, mas não só pedia, como também buscava: que pudesse morar na casa do Senhor todos os dias de sua vida (v. 4). Com isto ele sabia que no dia da adversidade seria escondido no pavilhão de Deus (v. 5), lá no oculto de Seu tabernáculo! Ele sabia que seria posto sobre uma rocha! Ele cantaria tranquilo na casa do Senhor, pois sabia que sua cabeça seria exaltada sobre seus inimigos (v. 6).

E nós? O que ou a quem temos mirado para vivermos confiantes como Davi? Se nossos olhos estiverem voltados para o que nos cerca, obviamente seremos assaltados pelo pavor e desespero. Mas se seguirmos o conselho deste homem de Deus: “Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor” (v. 14), então nosso coração terá confiança e nossa alma terá paz!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 13 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0559 - QUEM É DEUS?

 


Elias se colocou diante do povo e disse: ‘Até quando ficarão oscilando de um lado para o outro? Se o Senhor é Deus, sigam-no! Mas, se Baal é Deus, então sigam Baal!’. O povo, contudo, ficou em silêncio” (1Re 18.21 – NVT).


A dúvida é uma característica do ser humano derivada do pecado. Se não houvesse a Queda, o homem não saberia de tudo, claro, pois esta é uma qualidade incomunicável de Deus, porém não haveria dúvida no coração do homem. Poderia haver falta de conhecimento, mas não falta de fé.

A dúvida gerou deuses, semideuses, ídolos, titãs, demiurgos e toda espécie de filosofia religiosa, não só de invenção de deuses, como também de invenções de qualificações a eles atribuídas. Entretanto, tal incerteza não apenas fabricou milhares de deuses e religiões, senão que também despiu alguns de todo conceito teísta. A dúvida foi além do que se poderia imaginar; ela romperia com a ideia de divindade!

Na época em que Elias serviu como profeta na sua terra de Israel, a rainha Jezabel comandava com pulso forte a nação e se servia de falsos profetas, profetas de Baal e Astarote, deuses sidônios. Não sabemos se estes profetas eram da terra de sua rainha, ou se eram israelitas que passaram a servir os reis com seus falsos deuses. Certo é que, quando Elias chamou o povo para assistir ao desafio do Deus verdadeiro, todo povo se calou diante do chamado à decisão, ou seja, o povo servia ora a Baal, ora ao Deus Yahweh.

Nada mudou de lá para cá. E não estamos falando do mundo, pois este sempre é o mesmo em todas as épocas. É espantoso como encontramos nas igrejas, servos de Deus e do mundo ao mesmo tempo. Não apenas em dois grupos distintos, mas no mesmo indivíduo! Ora serve a Deus em cultos, orações, louvores, ora serve ao mundo em suas ações, atitudes e palavras!

Porém, tal oscilação é pecado. É dúvida! E a Palavra de Deus diz que tudo que é feito na dúvida é pecado (Rm 14.23). Jesus Cristo nos alertou que não podemos servir a dois senhores. “Pois odiará um e amará o outro; será dedicado a um e desprezará o outro” (Mt 6.24). O irmão de Jesus escreveu contra as pessoas de mente dividida: “Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês. Lavem as mãos, pecadores; purifiquem o coração, vocês que têm a mente dividida” (Tg 4.8).

Vemos, portanto, que a mente dividida é produto de um coração impuro. Se fomos chamados a Cristo em fé, então toda confiança há de ser depositada tanto na Pessoa de Cristo como em Suas palavras. Se dúvidas sobrevierem a nosso coração, certamente teremos um espaço em nossa mente para dividi-lo com os baalins deste mundo. Não fique em silêncio! Quem é Deus? É Jesus? Então confesse isso e siga-O!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 12 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0558 - JEFTÉ E JESUS

 


Fez Jefté um voto ao Senhor e disse: Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto” (Jz 11.30,31).


Jefté é um homem conhecido apenas por um episódio que marcou sua vida – sacrificou sua filha, depois de ter voltado vitorioso de uma guerra contra os amonitas, porque fez um voto irrefletido ao Senhor, dizendo que, se o Senhor lhe desse a vitória naquela guerra, quem primeiro saísse a seu encontro da porta de sua casa, ele ofereceria em holocausto ao Senhor.

Alguns estudiosos dizem que ele não a sacrificou, senão que a ofereceu para servir no santuário do Senhor de forma celibatária. Assim lemos no v. 39: “Ao fim dos dois meses, tornou ela para seu pai, o qual lhe fez segundo o voto por ele proferido; assim, ela jamais foi possuída por varão”. Esta última cláusula do versículo possibilita o entendimento de que ela não foi sacrificada e sim oferecida para servir celibatariamente no santuário.

Outro fato curioso sobre a vida desse juiz de Israel aconteceu logo após esta guerra. Os efraimitas censuraram Jefté por ter ido à batalha e não os haver chamado; então ameaçaram Jefté de queimar sua casa com ele lá dentro (12.1)! Os efraimitas eram irmãos dos gileaditas, pois Gileade era neto de Manassés, irmão de Efraim, que eram filhos de José! Jefté acabou reunindo os gileaditas e matou 42 mil efraimitas no episódio conhecido como “Chibolete” (Jz 12.5,6).

Mesmo se este homem foi precipitado em seu voto, oferecendo sua filha em holocausto para manter sua palavra tola, ele aparece na carta aos Hebreus como um dos heróis da fé (Hb 11.32). Devemos nos lembrar de que os livros históricos apenas narravam os fatos sem fazer juízo de valor sobre eles. Os autores não se aventuravam a dizer se determinada ação era ou não correta, deixando ao leitor o juízo com base no que dizia a lei do Senhor. Por outro lado, Jefté viveu numa época em que as pessoas faziam o que achavam reto a seus próprios olhos, como o próprio autor nos faz observar (Jz 17.6; 21.25). O que não quer dizer que Deus aceitou seu voto, mas também não o impediu de cumpri-lo.

Este desacordo, se ele ofereceu ou não sua filha em sacrifício, vem desde a antiguidade. Crisóstomo dizia que Deus permitiu (embora não aceitou) o holocausto, para que futuramente, as pessoas fossem mais ponderadas na hora de fazer seus votos a Deus; Ambrósio dizia que Deus é contra o dever de cumprir uma promessa dessa; o Talmude de B’reshit Rabá diz que Jefté era um homem de juízo pobre, que fez uma promessa inapropriada, sem considerar as consequências; rabinos dizem que ele foi enterrado por partes e não de corpo inteiro, enfim...

Certo é que um dia, Deus enviou Seu Filho para ser sacrificado também. Não irrefletidamente, mas segundo Seu propósito de graça de salvar aqueles a quem havia amado desde a eternidade! Ele não Se arrependeu quando viu Seu Filho marchar para a cruz, mas conduziu-O até o fim nesse empenho. Não substituiu Seu Filho por outra coisa, animal ou pessoa, mas levou a cabo a sentença de morte para que por meio dEle nós tivéssemos vida! Seja lá o que Jefté fez com a filha dele, lá na cruz, Cristo o perdoou e levou seus pecados sobre Si.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 11 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0557 - ELE VOLTOU E TROUXE A PAZ CONSIGO!

 


Ao chegar a tarde do primeiro dia da semana, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo dos judeus, chegou Jesus, e pondo-se no meio deles, lhes disse: A paz seja convosco” (Jo 20.19 – Peshitta).


Não podemos negar que certas notícias nos abalam de maneira incontrolável! E, paradoxalmente, são estas mesmas que nos atraem, são delas que queremos saber mais. Adicione-se a isso que as notícias que mais nos abalam, em geral, são as que mais perduram, pois afetam muito mais do que o momento, elas atingem nossas expectativas, por isso demoram a passar e nós nos demoramos para nos recompor.

Quando somos anunciados de uma morte súbita de alguém que amamos, ela nos choca muito mais do que se perdêssemos esse alguém por uma lenta enfermidade. Com certeza há sofrimento, mas a morte repentina e inesperada é crudelíssima! E tais notícias demoram para decantar, pois até que tudo pelo menos se aproxime do que estava antes, leva tempo, além de provocar grandes estragos nas nossas expectativas.

Há poucos anos, nosso mundo ficou assombrosamente impactado por um vírus contagioso e celeremente letal. As recomendações também foram bruscas, desesperadas e sem norte. O mundo inteiro ficou como os discípulos após a morte do Senhor – dentro de casa e com as portas fechadas (eles, com medo dos judeus; nós, com medo do invisível micro-organismo)! Tudo se inverteu.

No lugar em que antes víamos comunhão, agora chamou-se aglomeração; pequenos espirros que nos faziam desejar “saúde” ao outro, agora encheu nosso coração de suspeita; abraços e apertos de mão viraram saudações à distância e conversas virtuais.

Mas, ao contrário das previsões das nossas autoridades sanitárias, a previsão do nosso Senhor a Seus discípulos foi certeira! Ele disse: “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e o matarão, mas depois de ser morto, ressuscitará ao terceiro dia” (Mc 9.31 – Peshitta). Eles não puderam acreditar, pois não se tratava de uma luta provável contra uma doença; era sobre uma luta definida contra a morte, inimigo que ninguém jamais venceu!

Entretanto, ali, entre os discípulos, chegou Jesus, mesmo com as portas fechadas! E Ele não ficou em um canto qualquer da casa. Ele Se pôs no meio deles! Ele não ficou em silêncio, mas acalmou o coração deles, dizendo: “A paz seja convosco”! Ele não disse que lhes daria paz não como o mundo a dá? Não era Ele, de fato, o Príncipe da Paz?

Se o crepúsculo já começa a escurecer sua casa, mesmo que você esteja de portas fechadas, mesmo que o medo te faça recuar, saiba que este mesmo Jesus, já ressuscitado, entra também em sua casa (Ele sim, não pode ser impedido pelas portas fechadas) e as mesmas palavras confortantes e revigorantes continuam saindo de Seus santos lábios, que dizem a você a mesma coisa que foi dita naquele terceiro dia: “A paz seja convosco”! Não importa qual dia, não importam quantos dias... Ele voltou e trouxe a paz consigo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 8 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0556 - O JUÍZO DA VERDADE

 


Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18.37).


Em épocas de fake news chega a ser irônica a forma como as pessoas têm tratado a mentira. Numa sociedade líquida, onde a verdade passou a ser tratada como relativa, ao foro íntimo de cada sujeito, a mentira tem ganhado terreno neste ambiente de tal modo que não se sabe mais em que acreditar. Estamos à deriva nas informações que nos são passadas a respeito de tudo, política, saúde, economia, estatísticas, enfim. Está tão irônica a situação, que hoje as pessoas têm que escolher com qual mentira ficar...

Mas também o que esperar de uma sociedade que virou as costas para a verdade? Isso não é novo; desde o Éden, nossos pais viraram as costas para a verdade. Pilatos virou as costas para a Verdade (com V maiúsculo) e assim também os apóstolos avisaram em suas cartas que os homens de nossos dias também dariam de ombros para a verdade.

Se já sentimos prejuízo nas informações que chegam até nós, por não sabermos se podemos confiar nelas, com relação às coisas terrenas, imagina o prejuízo que a humanidade sofre e ainda sofrerá, por ter rejeitado a Verdade Encarnada, bem como a Verdade Escrita! Paulo disse aos romanos que os homens suprimem a verdade com sua injustiça (Rm 1.18). E disse aos tessalonicenses que estas pessoas não creram na verdade e, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro para que creiam na mentira (2Ts 2.11,12).

Se a verdade principal, a verdade de Deus, foi a primeira para a qual os homens viraram as costas, o que deveríamos esperar que fizessem com a verdade em todas as outras áreas? Essa diluição que o pós-modernismo trouxe à mente humana em nossos dias fez com que as maiores áreas da ciência caíssem em descrédito (no mínimo desconfiança) por parte da população. Não é de se admirar que o povo não confia em seus políticos, médicos, juízes, sacerdotes, etc.

Entretanto, a igreja é “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15)! Outras versões dizem “coluna e firmeza” ou “coluna e fundamento”. Estas duas palavras dão a ideia de sustento e apoio. A igreja não é dona nem fundadora da verdade. Ela sustenta, mas não inventa. A verdade divina é tão eterna quanto o próprio Deus. Jesus disse que Ele é a Verdade (Jo 14.6).

Sendo assim, todos os demais aspectos da verdade, seja na geometria, nos cálculos algébricos, nas leis da física e da química, no pensamento filosófico ou em qualquer outra área, sendo verdade, tem sua verdade fundamentada em ninguém menos que Jesus Cristo, em quem, diz Paulo “estão escondidos todos os tesouros de sabedoria e conhecimento” (Cl 2.3). Sem Jesus, nenhuma dessas verdades seria possível. É por isso que existe algo em vez do nada; é por isso que existe lógica em vez da desordem; é por isso que existe raciocínio ao invés do acaso.

Um dia todos comparecerão diante de Jesus Cristo. E, como disse o salmista: “Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade vão adiante do teu rosto” (Sl 89.14), naquele dia, todos os falsos, mentirosos, inventores de males, terão de se apresentar diante da Verdade para prestar contas da verdade que diluíram e relativizaram!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 7 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0555 - O QUE SERÁ DO MUNDO PELO QUAL JESUS NÃO ORA?

 


Minha oração não é por este mundo, mas por aqueles que me deste, pois eles pertencem a ti” (Jo 17.9 – NVT).


Quando Jesus subiu ao céu, Ele não ficou apenas à destra de Deus Pai. Claro que este gesto do Pai em tê-lo colocado à Sua direita é significativo, pois quer dizer que toda honra foi dada ao Filho, bem como todo poder e autoridade. Entretanto, mais ainda que ser exaltado pelo Pai, Jesus está ali intercedendo por nós. O autor aos Hebreus diz que Jesus vive sempre para interceder pelos que Ele salvou (Hb 7.25).

Mas Jesus disse em Sua oração sacerdotal diante do Pai, quando esteve aqui na terra, que Ele não intercedia pelo mundo, mas apenas por aqueles que o Pai Lhe deu. De fato, Jesus não somente intercedeu por Seus discípulos nesta oração, senão que também intercedeu por todos aqueles que haveriam de crer nEle, por intermédio da pregação (Jo 17.20). Ou seja, Jesus, mesmo aqui na terra, já executava o ministério intercessor pelos Seus.

Esse papel de Cristo continua lá na glória desde Sua ascensão. E a intercessão dEle por nós nos favorece em muitos aspectos. Nossos pecados são perdoados, não no sentido de justificados, pois isso Ele já fez por nós quando morreu; mas nossos pecados são perdoados no aspecto da santificação, como nos ensina o escritor aos Hebreus: “Porque, mediante essa única oferta, ele tornou perfeitos para sempre os que estão sendo santificados” (Hb 10.14). Fomos aperfeiçoados para sempre, mas estamos sendo santificados. É o “já-ainda-não” da nossa salvação.

O papel de Cristo perante o Pai é também o de Advogado. Diz o apóstolo: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, contudo, alguém pecar, temos um advogado que defende nossa causa diante do Pai: Jesus Cristo, aquele que é justo” (1Jo 2.1). Essa gloriosa intercessão de Cristo por nós também garante nossa perseverança. Se Cristo não intercedesse por nós, o diabo nos derrotaria em sua acusação. Porém, por causa da obra redentora de Cristo, ninguém pode acusar os eleitos de Deus. As razões, diz Paulo, são porque “o próprio Deus nos declara justos diante dele... Cristo Jesus morreu e ressuscitou e está sentado no lugar de honra, à direita de Deus, intercedendo por nós” (Rm 8.33,34).

Sendo assim, com todos esses benefícios que temos pelo fato de Cristo interceder por nós, uma vez que Ele não intercede pelo mundo, o que será deste mundo? Tais pessoas que não são objeto da oração salvadora de Jesus estão completamente perdidas. Ninguém pode se salvar por conta própria. Depende-se unicamente de Jesus para que haja salvação para alguém. Mas Jesus disse que só intercederia por aqueles que o Pai Lhe deu, porque os tais pertencem a Seu Pai.

Por isso que os crentes são salvos, pois o Pai os tem como Seus e os deu ao Filho para que por Ele sejam guardados. E o Filho de Deus os guarda com Sua oração poderosa! Oração que o Pai sempre ouve (Jo 11.42). Mas, como Ele não intercede pelo mundo, eles perecerão em seus pecados, pois nunca houve quem intercedesse por eles.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 6 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0554 - A INTERCESSÃO DE JUDÁ POR BENJAMIM

 


Por isso agora te peço, por favor, deixa o teu servo ficar como escravo do meu senhor no lugar do jovem e permite que ele volte com os seus irmãos. Como poderei eu voltar a meu pai sem levar o jovem comigo?” (Gn 44.33,34 – NVI).


A história de José e seus irmãos é cheia de trama, suspense, trapaças, malignidade e tudo mais que pode se esperar de corações humanos corruptos. Todavia, é também uma história cheia de providência divina, cuidado e proteção da parte de Deus, para que Suas promessas ao patriarca Abraão não fossem frustradas.

Vendido por seus irmãos, que eram tomados de inveja por ser ele o filho predileto, José foi parar na casa de um oficial de faraó, onde trabalhou como seu escravo. Foi assediado pela esposa dele, lançado na prisão, para, finalmente, depois de 13 anos como escravo e prisioneiro, chegar ao trono do Egito por causa de sua sabedoria divina em interpretar os sonhos de faraó.

Como a fome realmente apertou o mundo daquela época e apenas o Egito tinha suprimentos por causa do conselho de José a faraó, seus irmãos, enviados pelo pai, foram comprar alimento no Egito para não perecerem de fome. Mas como já havia muitos anos que não viam José, não sabiam que era ele quem governava o Egito. Deixaram seu irmão mais novo com o pai e foram até lá.

Ali chegados, foram reconhecidos por José, embora eles mesmos não o reconhecessem. José os tratou como espiões e disse que Simeão ficaria prisioneiro até que seu irmão mais novo viesse com eles. Nada podendo fazer, cumpriram esta ordem de José, mesmo com a tristeza profunda de seu pai Jacó. Na próxima vez em que foram lá comprar mais comida, José, secretamente, mandou colocar sua taça na bagagem de Benjamim e, quando eles já estavam longe, um dos servos de José os seguiu e disse que aquele com quem se encontrasse a taça do governador seria seu escravo.

Como de nada sabiam, permitiram a inspeção. Para tristeza de todos, a taça foi encontrada na bagagem de Benjamim! Eles ficaram chocados e voltaram todos para o palácio de José! A partir do cap. 44.18, começa a intercessão de Judá por seu irmão. E aqui temos uma das mais comoventes histórias do AT! Depois da petição de Judá, se oferecendo para ficar escravo em lugar de Benjamim, José não suportou a comoção e, chorando, deu-se a conhecer a seus irmãos!

Jesus um dia também “esvaziou-Se a Si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, humilhou-Se e foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.7,8 – NVT). Assim como Judá se ofereceu para ser escravo em lugar de Benjamim e, com isso, provocou a revelação de José a todos os seus irmãos, assim também Cristo Se ofereceu para ser escravo em nosso lugar e, com isso, provocou a maior revelação do Pai que alguém já pôde conhecer!

Assim como Judá não poderia voltar a seu pai sem levar consigo seu irmão resgatado, assim também Jesus não poderia voltar ao Pai sem apresentar a Ele os Seus irmãos resgatados por Sua morte na cruz. Diz o autor aos Hebreus: “Por isso Jesus não Se envergonha de chamá-los irmãos... Novamente Ele diz: Aqui estou Eu com os filhos que Deus Me deu” (Hb 2.11,13 – NVI).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 5 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0553 - A GRANDEZA DA PACIÊNCIA DE DEUS

 


Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pe 3.8).


Algumas pessoas, por não entenderem a linguagem figurada da Bíblia, levam ao pé da letra coisas que não deveriam levar e alegorizam coisas que deveriam entender literalmente. Eis uma das razões por que muitos dizem que a Bíblia é um livro de interpretação muito pessoal e subjetiva, o que está longe de ser verdade. A Bíblia só tem uma interpretação, embora possa ter várias aplicações. Entretanto, por termos uma mente ainda atingida pela Queda, não conseguimos captar todo significado da Escritura, o que gera, em certas partes difíceis, algumas diferenças de interpretação, ou possibilidades de interpretação.

Algumas seitas enganosas e seus proclamadores heréticos já usaram esse texto para “calcularem” a 2ª vinda de Jesus. Eles pensam que um dia realmente equivale a mil anos para Deus. Mas não é isto o que Pedro está dizendo. O que o apóstolo diz é o mesmo que Moisés já havia dito no Salmo 90.4: “Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite”. Ou seja, uma forma poética de dizer que para Deus o tempo não se conta. Ainda que Deus conte o tempo para nós, todavia, para Ele mesmo, o tempo é irrelevante.

Pedro está dizendo que Deus cumpre Suas promessas em um piscar de olhos, ou leva séculos para cumprir. Ele não está subordinado à nossa agenda cronológica. Ele faz o que quer e quando quer, ache você demorado ou não, para Deus não existe atraso ou antecipação. Ele sempre faz o que tem de fazer na hora dEle, por isso, o que nós achamos sobre o tempo dEle realmente não importa.

No entanto, um pequeno dia para Deus, no qual Ele poderia destruir os pecadores (e nem estaria errado se o fizesse), torna-se, em Sua paciência, um verdadeiro milênio sobre as vidas humanas, para que os eleitos se arrependam. Por outro lado, no dia do Juízo, muitos milênios de paciência serão cobrados no inferno daqueles que abusaram de Sua longanimidade!

Lembrando de duas coisas: primeiro, que quando Pedro diz no v. 9, que Deus quer que “todos” venham ao arrependimento, esse “todos” refere-se ao pronome “vocês” (cf. NAA), isto é, aos crentes a quem Pedro escreveu sua carta: “aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (1.1). Pedro está dizendo que Deus é paciente com vocês, que obtiveram fé igualmente preciosa e será paciente até que todos vocês que devem obter essa fé igualmente preciosa sejam alcançados, pois Ele não quer que nenhum de vocês pereça, mas que venham ao arrependimento.

Segundo, e mais preocupante, é que o tempo milenar que Deus pacientemente aguarda que os eleitos alcancem a fé preciosa, é o mesmo tempo em que Seu cálice de ira santa e justa se enche contra os ímpios para derramar sobre eles no último dia! Esse aviso é realmente horripilante: o prazo de Deus para alcançar os que Ele ama é tão grande que reflete a grandeza de Sua ira sobre os que Ele odeia. Ou seja, quanto mais tempo Ele concede aos eleitos para que sejam salvos, mais violenta ficará Sua vingança contra os réprobos!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0552 - PALAVRAS SECRETAS PODEM SER TRAIÇOEIRAS

 


Nem ainda no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem tampouco no mais interior da tua recâmara amaldiçoes o rico; porque as aves dos céus levariam a voz e o que tem asas daria notícia da palavra” (Ec 10.20).


A Nova Versão Transformadora traduz assim este conselho: “Nunca faça pouco do rei, nem mesmo em pensamento. Não zombe dos poderosos, nem mesmo em seu quarto. Pois um passarinho poderia contar a eles tudo que você disse”. É um pouco engraçado, mas traz algumas lições para nós.

Provavelmente, desse conselho de Salomão devem ter surgido alguns outros ditados como os conhecemos: “As paredes têm ouvidos”; ou “um passarinho me contou”, etc. Certo é que nossas falas, até mesmo nossos murmúrios e cochichos não estão seguros. Se na época do sábio rei de Israel isto era verdade, as pessoas eram traídas por suas próprias palavras, ainda que secretas, imagine em nossos dias, onde não há mais privacidade...

As lições que temos aqui vão além da questão de alguém ficar sabendo o que falamos às escondidas. Não é somente por nossa reputação que devemos zelar. Nosso dever como cristãos é não amaldiçoar as autoridades. Há muitas coisas de que discordamos, obviamente, mas não somos autorizados pela Escritura, nem na antiga nem na nova aliança, a levantarmos maldições ou imprecações às nossas autoridades, antes devemos orar por elas (1Tm 2.1,2).

O versículo de Eclesiastes é disposto na forma comum da poesia hebraica, isto é, o paralelismo. Temos quatro frases, sendo que de duas em duas há uma repetição da ideia, ainda que com palavras diferentes. Esta é uma característica comum da poesia hebraica, que vela pelo paralelismo e não pela rima, como é o caso da poesia ocidental. Sendo assim, “pensamento” está para “tua recâmara”, como “rei” está para “rico”; “aves do céu” estão para “o que tem asas”, como “levar a voz” está para “dar notícia da palavra”.

Em nossos dias, a privacidade tem se tornado motivo de disputa, pois isso já não existe mais. Um simples acesso à internet e você já está localizado! Cadastro em e-mails, redes sociais, perfis digitais, até mesmo cadastros sociais, tudo isso fragmentou completamente o que é privacidade e, a qualquer momento, qualquer um pode ser exposto.

Sabemos que seremos julgados ou defendidos por nossas palavras (Mt 12.37). Sendo assim, que tudo o que falarmos seja filtrado pelo bom senso e pautado pela Escritura, independente se estamos em secreto ou não. Coloquemos nossos governantes nas nossas orações, protestemos abertamente (e biblicamente) naquilo em que eles estão governando em pecado e injustiça, mas tenhamos prudência com nossos segredos que, praticamente, já não existem mais.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 1 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0551 - COMO SABER QUE ESTOU PROTEGIDO PELAS MÃOS DE DEUS

 


Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio” (Sl 16.1).


Uma das coisas que mais preocupam a humanidade é sua segurança. Todos querem se sentir protegidos de alguma forma, seja na integridade física, emocional ou espiritual. As maiores queixas da sociedade existem pelo fato de que as autoridades políticas não conseguem dar-lhe a devida garantia do bem-estar.

Com o aumento da violência, as preocupações neste sentido apenas crescem e as pessoas investem em segurança privada, câmeras de vigilância, guarda-costas, cofres, criptografias, senhas, armas, blindagens, enfim, o que grita alto diante de todos é a realidade da desproteção e impotência diante dos perigos.

Muitas pessoas que não têm condições de investir em segurança privada recorrem à religião para sentir-se seguras também. E, por falta de instrução espiritual, ou às vezes por muitas instruções erradas, estas pessoas exigem garantia da parte de Deus de que elas estão realmente protegidas dos males que todos os dias assolam suas vítimas, como nos cansamos de ver nos noticiários.

Todavia, servir a Deus não nos dá garantia de que estamos livres dos males que acontecem todos os dias. Mesmo como crentes fiéis, estamos expostos tanto aos males cotidianos, como aos ataques satânicos, bem como às provações que Deus mesmo nos envia, seja para fortalecer a nossa fé, seja para manifestarmos nossa fidelidade a Cristo e Seu evangelho.

Isto não quer dizer que Deus abandona os que O servem. Porém, muitas vezes, ao invés de levá-los no colo, Deus os solta no ar para que sejam treinados no voo. Ao contrário do que muitos pensam, Deus prefere nos treinar para nos fortalecer, a nos conduzir sempre nos braços, de modo que fiquemos sempre fracos.

De fato, se perguntarmos para muitos que servem a Deus hoje, se eles soubessem que Deus não lhes daria proteção dos males terrenos, se eles continuariam servindo a Deus, temo que a resposta fosse um sonoro “não”! Ou seja, o que temos não são muitos fiéis e sim muitos interesseiros. Eles não entendem qual a verdadeira proteção que Deus nos dá.

A verdadeira proteção que Deus concede é aquela de livrar da eternidade de tormento os que creram no nome do Seu Filho. Este é o verdadeiro livramento que, aliás, começa aqui, quando Ele nos livra da culpa do pecado pela justificação que nos dá em Seu tribunal, nos aceitando em Sua presença já como limpos do pecado que nos separava dEle. Então, dia a dia, pelas provações e vitórias que experimentamos aqui, Ele vai nos purificando para podermos alcançar o céu em perfeição como Seu Filho.

Dessa forma é que são protegidos os filhos de Deus. Alguns recebem livramento físico e outros não; alguns serão perseguidos, martirizados e outros não; alguns carregarão as marcas de Cristo no corpo e outros não; mas todos eles podem ter uma certeza: de que nada lhes condenará, pois Cristo já lhes perdoou em Sua morte e na cruz ganhou por eles a vida eterna!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson