terça-feira, 17 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0581 - O PECADO E A ESPIRITUAL CADEIRA DE RODAS

 


Alguns escribas estavam sentados ali e pensavam em seu coração: Como ele se atreve a falar assim? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, a não ser um, que é Deus?” (Mc 2.6,7).


A história do paralítico que foi descido pelo telhado por seus amigos para ser curado por Jesus é muito conhecida de todos nós, porém, muitas vezes escapam de nós as grandiosas lições que os evangelistas tinham em mente ao narrar o ocorrido. Claro que é maravilhoso o milagre, de fato ele nos espanta! Mas há algo por trás dele a que precisamos nos atentar.

O v. anterior diz que Jesus, ao ver-lhes a fé, disse ao homem: “Filho, os seus pecados estão perdoados” (v. 5). De acordo com o ensino bíblico, o homem só pode ser perdoado, justificado mediante a fé (Rm 5.1). De fato, houve fé aqui neste episódio, afinal, Jesus viu-lhes a fé. Mas a fé que traz o perdão dos pecados não é a fé miraculosa, aquela que crê que Jesus vai operar um certo milagre!

A fé que Jesus viu nestes homens não foi a fé que cria ser Jesus poderoso para curá-lo. Claro que isso também, mas a fé que Jesus viu neles foi a fé salvadora, aquela que crê ­­em Jesus, naquilo que Ele diz e na Pessoa que Ele é. Observe que o v. 2 diz (na parte b) que “Jesus anunciava-lhes a palavra”! Estes homens creram na Palavra de Jesus, naquilo que Ele pregava! Por isso é que Jesus anunciou àquele paralítico o perdão de seus pecados.

Jesus também demonstra ser Deus, quando perdoa os pecados daquele homem. Os escribas que ali estavam, murmuraram em seus corações: “Que atrevimento! Que blasfêmia! Somente Deus pode perdoar pecados”! E eles estavam certos. Eles só erraram na identificação, pois quem estava ali era o próprio Deus! Exatamente por isso é que Jesus deu o perdão para aquele novo crente!

Outra coisa que precisamos lembrar é que o pecado é invisível, mas suas funestas consequências não são! Elas são bem visíveis e dolorosas. O pecado trouxe as doenças ao mundo, as mazelas, as catástrofes, os terrores, enfim, tudo de mal que testemunhamos. E o pecado deixou uma de suas marcas naquele homem, a saber, a paralisia.

Tem sido assim de Adão para cá. Talvez você não se deu conta de que seu pecado te paralisou. Talvez porque você anda normalmente, dirige, pratica esportes, domina seus movimentos físicos. Mas você não percebeu que diante de Deus você é um paralítico espiritual. Um tetraplégico! Você não pode ir até Cristo! Precisa ser levado a El

Ouça a voz do Espírito ainda hoje pelo evangelho. O próprio Deus te conduzirá a Jesus, como disse o nosso Senhor: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (Jo 6.44a). Ao ouvir o evangelho, você será despertado pelo Espírito Santo, será conduzido a Jesus e então, crendo nEle, seus pecados também serão perdoados! E como prova disso, você se levantará de sua espiritual cadeira de rodas e andará no caminho dos salvos para sempre!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 16 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0580 - O QUE OS VERDADEIROS PASTORES DESEJAM PARA SEUS MEMBROS

 


Peço a Deus que, segundo a riqueza da sua glória, conceda a vocês... que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.16a,19b).


À igreja vão diversos tipos de pessoas com diversos tipos de interesse. Até mesmo entre os crentes, membros responsáveis dentro das igrejas, há diferença na importância dada à congregação. Muitos vão porque querem que Deus lhes resolva um problema familiar, financeiro, profissional; outros vão porque desejam formar uma família, buscam um casamento; outros vão apenas no intuito de adorar a Deus, sem se preocuparem com a comunhão horizontal, com outros irmãos, e assim por diante.

E qual é do desejo dos pastores para com as pessoas que vão à igreja? Alguns alimentam os interesses pessoais dos que a frequentam; outros induzem estas pessoas a desejarem riquezas e usarem dos mais variados métodos de barganha para alcançá-las; mas somente os verdadeiros pastores desejarão que estes membros, visitantes e frequentadores sejam “cheios de toda a plenitude de Deus” (v. 19)!

Este era o desejo de Paulo para com os efésios. Mas por que os verdadeiros pastores irão querer que os crentes tenham essa experiência com Deus? Primeiro, porque os amam. No v. 1, Paulo diz que era prisioneiro de Cristo (veja bem, não de Roma) por amor aos gentios (a quem ele levava o evangelho, entre os quais, os efésios). Os verdadeiros líderes espirituais amam os que Deus colocou sob seus cuidados. Por isso desejam que eles conheçam a Deus e sejam cheios de Sua plenitude!

Segundo, porque já passaram por essa experiência. Do v. 2 ao 13, Paulo testemunha como o mistério que esteve oculto em Deus desde os tempos eternos, e que também ficou desconhecido dos filhos dos homens até seus dias, foi revelado a ele e os demais apóstolos em seus dias! Paulo revela esse mistério para os efésios no v. 6: “O mistério é que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”.

Imagine a alegria dos efésios ao saberem disso! Ficaram como aqueles gentios de Antioquia da Pisídia que, ao saberem que Paulo e Barnabé agora levariam o evangelho para eles, visto que os judeus o rejeitaram, regozijaram-se e deram glória a Deus (At 13.48)! É justamente na carta aos efésios que Paulo mostra que não são só judeus o povo da aliança. Os gentios também o são e este é o mistério que esteve oculto e agora foi revelado por Paulo.

Será que hoje, nós, gentios, também nos alegramos com isto? Não seria por falta de conhecer este mistério que muitos crentes têm ido à igreja buscar coisas insignificantes? Não seria por desconhecer este segredo revelado por Paulo que muitos pastores têm incentivado os crentes a barganharem com Deus, ao invés de desejarem ardentemente que eles sejam cheios de toda a plenitude de Deus? Somente ao conhecerem e experimentarem isto profundamente é que os pastores irão desejar isto para os membros de suas igrejas.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 15 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0579 - É O PASTOR QUEM DEFENDE A OVELHA

 


A moça perguntou a Pedro: ‘Você não é um dos discípulos daquele homem’? ‘Não’, respondeu ele. ‘Não sou’” (Jo 18.17 – NVT).


Com toda certeza, o maior tropeço da vida do apóstolo Pedro foi sua vergonhosa negação do Senhor de sua vida! Isso ficou registrado nos quatro Evangelhos, foi lembrado por todos os séculos de existência da igreja, tornou-se em muitos sermões, reflexões, críticas, debates, enfim, a Bíblia realmente não esconde o fracasso de seus personagens, como sempre fizeram as religiões pagãs.

Desejo, porém, destacar neste episódio, um contraste gritante entre a ovelha e o pastor. Pedro é a ovelha que teimou em dizer que defenderia seu Pastor em qualquer que fosse a circunstância, mas que, na hora mesmo, retrocedeu. Jesus é o Pastor que havia dito que não perderia Suas ovelhas (17.12) e logo as defenderia, dizendo aos soldados que O prenderam: “uma vez que é a mim que vocês procuram, deixem estes outros irem embora” (v. 8).

O contraste está na postura, em primeiro lugar. Enquanto Pedro foi abordado por uma “moça que tomava conta do portão” (v. 16), Jesus adiantou-Se diante dos soldados no horto. O v. 4 diz que “Jesus, sabendo tudo que ia lhe acontecer, foi ao encontro deles”. Essa é a postura de quem defende outrem. Ele se adianta e se interpõe para proteger. Pedro, ao contrário, recuou diante da moça que veio até ele.

O segundo contraste está nas palavras. Enquanto Pedro respondeu “não sou” para aquela menina (vs. 17,25), Jesus respondeu “Sou Eu” diante dos soldados (v. 5)! Obviamente Jesus não dependia de Pedro naquele momento crítico de Sua vida terrena! Se dependesse... imagine... A grande verdade é que Jesus é Deus e, como tal, Ele respondeu àqueles homens ­“Eu Sou” – o nome de Deus (Êx 3.14)! Ao responder assim, diz o evangelista, aqueles homens caíram para trás, no chão (v. 6)! Pedro podia confiar neste Deus, mas Jesus não podia confiar em Pedro!

A lição que fica para nós diante destes contrastes entre o Pastor e Sua pobre ovelha é que não podemos confiar em nós mesmos e não podemos achar que Deus deva confiar em nossas promessas que fazemos diariamente a Ele! Nós sim, podemos e devemos confiar nEle. Mas Ele, diz o salmista, “sabe como somos fracos; lembra que não passamos de pó” (Sl 103.14 – NVT).

Quando Pedro prometeu defender seu Pastor, ele havia esquecido que este maravilhoso Pastor tinha dito: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor sacrifica sua vida pelas ovelhas” (10.11 – NVT). Não somos nós que defendemos nosso Pastor. Somos Suas ovelhas e não Seus protetores. Hoje, se nós podemos dar nossa vida por amor a Ele, é só porque um dia Ele deu a Sua por nós.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 12 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0578 - COMO NOSSA FRAQUEZA TESTEMUNHA DE CRISTO


“Pelo contrário, Deus escolheu as coisas absurdas do mundo para envergonhar os sábios; e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1Co 1.27 – A21).

Há inúmeros tipos de fraqueza no ser humano, entre as quais, fraqueza física, fraqueza espiritual, fraqueza emocional, fraqueza psicológica, fraqueza de caráter, fraqueza neurológica ou mental, são muitas as áreas em que a fraqueza atingiu a humanidade.

O mundo em que vivemos procura fingir que a fraqueza não existe. Como exemplo disso, conhecemos pessoas extremamente “fortes” no facebook e fracas de presença; conhecemos pessoas “fortes” na mídia, seja profissional, amadora, social, mas que pessoalmente são completamente derrotadas; há pessoas “fortes” em sua profissão, seja na música, nas artes cênicas, na cadeira docente de uma universidade, no socorro hospitalar, enfim, mas que são inteiramente vazias no seu particular.

Porém, na hora de se expor, tais pessoas querem se mostrar poderosas e capazes. Essa não aceitação da fraqueza é mais uma fraqueza – a da hipocrisia e da reputação. O que as pessoas dirão se souberem que eu sou fraco na realidade? Esta preocupação com o que outros vão dizer, uma vez que eles também vivem do fingimento, faz com que a maioria das pessoas viva sob uma maquiagem (uma cera) irretocável.

Porém, a fraqueza, seja em qual área for, deve ser vista pelo crente com outros olhos. De que maneira tal fraqueza me faz depender de Deus. Esta é a única lente pela qual devemos olhar a fraqueza que nos atinge. Se minha fraqueza me leva à dependência de Deus, então meu testemunho perante o mundo será de alguém verdadeiro, sincero (sem cera), ao mostrar minha fragilidade e, ao mesmo tempo, um testemunho do poder de Deus, visto que dependo dEle e, por isso, sou alegre.

Paulo disse que se alegraria em suas fraquezas: “Por isso, de muito boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim” (2Co 12.9 – A21). Esse é o maravilhoso testemunho, a saber, demonstrar o poder de Cristo e não nossas vitórias fingidas. É disto que o mundo precisa – conhecer o poder de Cristo. Basta de uma multidão hipócrita, tentando ser o que não é para impressionar quem não conhece!

Lá no cantinho, a sós com você, alguém que parece ser tão “forte” diante dos outros, pode se abrir e dizer que não é nada daquilo! Sim, alguém pode fazer isso, caso veja em você sua fraqueza que não lhe incomoda, enquanto você descansa alegremente nos braços do Cristo que tudo pode!

Não é isso mesmo que é vida? Os “fortes” deste mundo estampam um sorriso caricato para dizer que são alegres. Quando se mostram fracos como são de fato, sua maquiagem é desfeita pelas lágrimas de autodecepção! Mas o que eles diriam, ao olhar para você, fraco, porém alegre? O que você lhes poderia dizer? “Deus escolheu as coisas absurdas do mundo para envergonhar os sábios; e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes... para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus” (1Co 1.27,29 – A21).

Día tes písteos

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0577 - POR QUE DEUS NOS DARÁ O CÉU?

“Saibam, pois, que não é por causa da justiça de vocês que o Senhor, seu Deus, lhes dá esta boa terra para que tomem posse dela, pois vocês são um povo teimoso” (Dt 9.6).


É inadmissível que o ser humano, como pecador que é, tente arrogar para si o mérito de herdar o céu. Aliás, essa arrogância é justamente a prova de que o homem é pecador e é exatamente o pecado que o faz desejar, na melhor das hipóteses, dividir essa glória com Deus. Uma pessoa com um mínimo de consciência cristã de humildade, jamais diria que alcançou a salvação por sua própria justiça, por seus atos de bondade ou qualquer outra caridade que pense ter feito.

Moisés deixa isso claro para o povo de Israel, mas não parece claro o bastante para muitos crentes hoje. Ele diz no v. 2, que na terra que Israel iria possuir, havia gigantes, filhos dos anaquins, de quem eles já tinham ouvido dizer: “Quem poderá resistir aos filhos de Anaque”? No v. 3, Moisés explica para eles que era Deus que havia de destruir tais inimigos temíveis e não Israel. Então, ao entrarem na terra, os israelitas jamais deveriam pensar: “É por causa da nossa justiça que o Senhor nos trouxe a esta terra para que tomemos posse dela” (v. 4).

No v. 5, Moisés mostra que Deus estaria fazendo aquilo por causa da maldade das nações daquela terra e também para cumprir com Sua palavra, com que havia Se comprometido com os três patriarcas. Do v. 6 em diante, Moisés lança em rosto as maldades que os filhos de Israel haviam praticado contra o Senhor, de modo que eles não eram dignos de herdarem aquela terra. Então, jamais deveriam pensar que era por causa de sua justiça que Deus estava lhes concedendo aquela herança!

Coloque de uma vez por todas em sua cabeça a seguinte verdade: tudo o que Deus faz por nós é fruto de Seu amor livre e espontâneo para conosco, sem qualquer motivo em nós que Ele tenha visto que O agradasse para nos retribuir! As nossas justiças para Deus, diz o profeta messiânico, são semelhantes a trapo da imundícia (Is 64.6)! Que serventia elas teriam para o Deus três vezes santo? Nunca se esqueça de que nossos atos caridosos, ainda que sejam bons aos olhos dos homens, para Deus, procedem de um coração pecaminoso desde o nascimento, portanto, uma fonte suja!

Então, por que Deus nos daria o céu? Bem, a resposta é a mesma que Moisés deu para Israel. Não é por causa de nós nem de nossa justiça, pois somos nojentos pecadores. Ele nos dará o céu por causa do Seu livre amor e Sua promessa de que todo aquele que crer que somente Seu Filho praticou a justiça reta e santa que Lhe agrada e a Ele entregar sua vida, este será salvo. Somente por isso!

Veja se não é isso mesmo que Paulo, o apóstolo, nos ensina: “Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.7-9).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 10 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0576 - "CARDIOLOGISTAS" ESPIRITUAIS DE NÓS MESMOS


“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).

Vivemos, sem sombra de dúvida, em tempos de culto ao corpo. Isso não é novo. Já na época dos grandes filósofos gregos, eles ensinavam o cultivo à intelectualidade e também ao porte físico do indivíduo. Entre outros serviços essenciais nos tempos da pandemia, a essencialidade da igreja foi questionada, mas não das academias. A explicação era que uma pessoa com o físico bem cuidado pode aumentar sua autoestima, de modo a não ficar psicologicamente abalada...

Todavia, o conselho da Palavra de Deus é que guardemos o nosso coração! Não significa que a Bíblia condene a malhação. Paulo disse a Timóteo: “Pois o exercício físico para pouco é proveitoso” (1Tm 4.8a), ou seja, pelo menos um pouco de proveito tem. Mas a questão é outra. Se nossa geração guardasse o coração como guarda o corpo, provavelmente teríamos uma geração mais temente a Deus.

Guardar significa cuidar, manter, proteger, preservar. Já o coração é usado como uma figura. Não se refere ao músculo responsável pelo bombeamento do sangue para o corpo, no aparelho circulatório. Mas, figuradamente, quer dizer nosso próprio eu, nossa consciência, nossa fonte da vida, como diz o mesmo verso.

O que temos visto são pessoas belas, bem treinadas, fisicamente saudáveis, mas em muitas delas o coração está como disse Jesus: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19). Temos presenciado pessoas cuja preocupação e idolatria com o corpo chegou a tal ponto, que ele cultua a si mesmo e aos retratos estampados nas paredes daqueles com quem desejam se parecer!

Em outro provérbio disse a mãe do rei Lemuel: “Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada” (Pv 31.30). Nossa saúde é importante, mas o culto ao corpo é pecado! É adorar o pó, pois do pó viemos e para o pó voltaremos. Quando adoramos nosso corpo adoramos a criação e não o Criador!

Quando cuidamos do nosso coração, cuidamos de outro corpo, a saber, o corpo de Cristo que é a igreja. Quando guardamos nosso coração, nosso relacionamento com nossos irmãos se torna puro, cristão, cuidador e altruísta. É exatamente isso que é igreja. Isso é fazer a vontade de Deus. Como disse o apóstolo João: “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1Jo 2.17).

Você é daquele que cuida do corpo e esquece da alma? Ou você cuida de ambos igualmente? Você cuida da alma a ponto de menosprezar o corpo? Ou não cuida de nenhum dos dois? Que o Senhor nos dê discernimento para sermos “cardiologistas” espirituais de nós mesmos...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 9 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0575 - O QUE ESTÁ GRAVADO NO SEU CORAÇÃO?

 


O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares” (Jr 17.1 – NAA).


Na antiguidade havia vários métodos de escrita, dentre os quais, conhecemos o pergaminho de couro, o papiro, a argila cunhada com estiletes, etc. Porém, aqui nesta palavra que lemos, Deus diz através do profeta Jeremias, que Seu povo tinha escrito em seu coração e também nas pontas de seus altares seu pecado com um ponteiro de ferro e com ponta de diamante, ou seja, um método de escrita utilizado para gravações mais permanentes (cp. Jó 19.24).

Há modelos arqueológicos guardados com esse tipo de inscrição, como o Rolo de Cobre de Qumran, chamado (3Q15) e um frasco metálico de Tell Siran, em Amom. O que Deus está testificando aqui, não é verdade apenas para o povo de Judá, mas para todos nós. O pecado está realmente gravado no coração do homem com esmeril, com estiletes duríssimos, que tornam o registro do pecado indelével em cada um de nós.

Quando Deus diz que o pecado também está gravado desta forma nas pontas dos altares, Ele está fazendo menção aos “chifres” ou pontas que ficavam nas 4 bordas do altar, onde deveria ser passado sangue para a remissão dos pecados dos filhos de Israel (Êx 29.12; 30.10). O que Deus quer dizer aqui é que o pecado está tão arraigado no coração, que nem mesmo qualquer expiação feita por eles no altar de sacrifício, nem no altar de incenso, poderia apagar este pecado.

Esta é uma realidade constatada em toda humanidade. Não há cura para a ferida mortal do homem em nenhum altar do mundo, a não ser na cruz! Ali, Deus marcou o corpo do Seu Filho com todos estes registros de nosso pecado! Jesus foi esmerilado por Deus no madeiro do Gólgota de tal forma, que os pecados que antes estavam profundamente tatuados em nós, passaram para o corpo de Cristo e nós ficamos livres! Somente Jesus nos pôde limpar e raspar essa inscrição corrosiva do pecado que estava gravada em baixo relevo em nossos corações!

Agora, limpos do pecado, não mais tatuados com esta horrível inscrição, Deus resolveu fazer outra inscrição em nossos corações. Diz o profeta Jeremias: “Porque esta é a aliança que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no seu coração as inscreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo” (31.33).

Oh! Quão maravilhoso é carregar no coração, não a tatuagem do pecado, mas a impressão inapagável da lei de Deus! Não são obrigações, mas sim o que amamos. Antes, com a gravação do pecado era este que amávamos. Mas hoje, com a gravação da lei de Deus, é Sua vontade que amamos!

Quem pode amar a vontade de Deus, senão aquele cujo coração está registrado profundamente com Sua lei e não com o pecado? Como disse Davi: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração” (Sl 40.8).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 8 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0574 - SALVO, SÓ SE ESTIVER NO LIVRO DA VIDA!



Eu digo que muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus. Mas os súditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes” (Mt 8.11,12 – NVI).


O plano glorioso de Deus sempre foi igreja. Esse plano esteve oculto por longas eras, conforme disse Paulo (Rm 16.25), mas que no tempo certo Deus revelou a Seu servos, os apóstolos (Cl 1.26). Paulo chama esse plano de “mistério”. Os judeus pensavam que eram salvos por causa de uma descendência física e sanguínea de Abraão. Mas, tanto João Batista, como Jesus e Paulo combateram este engano (João, o apóstolo, também deixa isso claro no Apocalipse).

A realidade é que, como Deus havia feito uma escolha do povo de Israel para ser Seu representante na terra durante a antiga revelação, então, era claro que Ele enviaria o Salvador a partir desta nação. Lemos em Jo 1.10-12: “Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus”.

A rejeição de Israel para com o Filho de Deus fazia parte do plano eterno de Deus, a fim de que o evangelho salvífico se estendesse a todos os cantos da terra e alcançasse os gentios. Jesus deixou isso bem claro quando foi solicitado por um centurião que curasse seu empregado. Jesus disse que iria à sua casa curar seu servo; mas o centurião se julgou indigno de receber Jesus debaixo de seu telhado. Ironicamente, Israel se achava digno demais para receber Jesus... Perceba que há duas formas de deixar Jesus de fora da casa: por humildade e por orgulho!

O argumento do centurião foi que Jesus não precisava ir até aonde estava a doença. Visto que Ele é o Senhor de todas as coisas, Ele podia dar uma ordem e a doença obedeceria! E ele mesmo usou uma ilustração para Jesus. Disse que ele era homem de comando no exército romano, e que seus soldados obedeciam às suas ordens. Assim também seria com Jesus e aquela doença! Esse tipo de fé, disse Jesus, Ele não encontrou nem mesmo em Israel! O povo que era de Deus rejeitou o seu Deus! Já um estrangeiro, O reconheceu como Senhor!

Porém, não devemos aplicar este episódio como fazem alguns, dizendo que nós iremos nos surpreender lá no céu; que ali haverá tantos pecadores que nunca poderíamos imaginar; esses do mundo que os crentes condenam estarão salvos e muitos que estão na igreja serão lançados fora! Essa aplicação é completa de equívocos e há vários modos de destruí-los.

Mas direi apenas uma coisa. O reino de Deus é para quem nasceu de novo! Jamais pecadores não regenerados estarão lá! Jamais! Não se iluda com o discurso bonachão dos pregadores do evangelho social. A Bíblia diz que “nela jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21.27).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 5 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0573 - NÃO FAÇA DE CONTA QUE SEU IRMÃO NÃO É DA SUA CONTA!

 


E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4.9).


O episódio do primeiro assassinato na história da humanidade é bem conhecido de todos nós. Até mesmo pessoas que não leem a Escritura conhecem sobre o relato de Caim, que matou seu irmão Abel.

Essa narrativa foi escrita por Moisés, pouco mais de 1.400 anos antes de Cristo, mas que deve ter acontecido há muito mais de 5.000 anos antes de Cristo. Caim foi oferecer uma oferta a Deus e Este não o aceitou nem tampouco a sua oferta. Mas aceitou a oferta de seu irmão...

Porém, a questão não era essa. Se Caim fosse uma pessoa do bem, Deus aceitaria tanto a ele como sua oferta, mas o problema é que ele não era. O apóstolo João diz que ele era do maligno (1Jo 3.12)! O mal habitava no coração deste homem, de modo que o controlou, a ponto de cometer o primeiro homicídio da humanidade.

Tanto do maligno era ele que, quando Deus o chamou para prestar contas de seu crime, perguntando por seu irmão, a resposta dele para Deus foi absurda: “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” Eis o ponto! Ele achava que não era guardador de seu irmão, mas aí é que está o engano, não só de Caim, mas temo que de todos nós!

No mundo individualista em que vivemos, achamos que não somos guardadores de nossos irmãos, que cada um tem que viver por si, cada qual com seus problemas, enfim, nisso, somos bem parecidos com Caim. Com nossos atos egocêntricos, dizemos para Deus que não somos guardadores de nossos irmãos!

Mas não é isso que nos ensina o apóstolo. Ele, além de dizer que Caim era do maligno, ressalta que “qualquer que aborrece a seu irmão é homicida” (1Jo 3.15). Ainda diz mais: “Conhecemos  o amor nisto: que ele [Cristo] deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (v. 16). Insisto em mais um versículo do apóstolo João: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (v. 17).

Finalizo com as palavras de Jesus a Pedro. João nos conta que após Pedro ter confessado que amava a Jesus, ele ouviu do nosso Senhor a seguinte ordem: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.17). Não faça como Caim. Não faça de conta que seu irmão não é da sua conta!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 4 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0572 - A CONDENAÇÃO DO EVANGELHO LÍQUIDO

 


Porém, quando vier o Espírito da verdade, ele os guiará em toda a verdade” (Jo 16.13a).


A facilitação religiosa evangélica de muitos pregadores destes últimos anos formou uma sociedade com uma cultura cristã completamente diferente do padrão bíblico. A diluição foi tão irresponsável que se esparramou esse “evangelho” líquido até pela sociedade mundana. O resultado é que não se distingue mais entre o pensamento da sociedade evangélica e o pensamento da sociedade mundana sobre os pontos mais simples e diferenciados da mensagem cristã autêntica.

Misturaram-se as águas do conceito mundano com as águas da facilitação religiosa de muitos evangélicos, de modo que, o que diz uma pessoa não-cristã sobre Deus é o mesmo que diz um evangélico desse “evangelho” diluído. O mundano diz que Deus o aceita como ele é, o dito cujo evangélico também; o mundano diz que o que importa é ser bom, o mesmo diz essa geração de facilitadores da mensagem; o ímpio diz que Deus é só amor e vai salvar a todos, o religioso repete o ditado e assim por diante.

O resultado dessa fusão (ou podemos chamar de “confusão”) é que o mundo se acomodou em seus pecados e acha que Deus Se agrada de sua conduta pecaminosa. Por outro lado, muitos evangélicos também repousam sobre essa falsa ideia. Assim, tanto faz se o incrédulo vai a alguma igreja ou se vive sua vida ímpia lá fora, bem como tanto faz para o dito cristão facilitador se ele faz a vontade dele ou aquela de Deus que ele acha que lhe convém. Não é de admirar que temos visto tanto sincretismo e ecumenismo no meio da igreja em nome de uma suposta paz.

Porém, Jesus disse, além de outras coisas, que Ele é a Verdade (Jo 14.6)! Isso é algo básico no evangelho que parece que tais pessoas se esqueceram. A verdade não pode ser relativa. Ou é verdade ou não é. Jesus não é aquela “verdade” que precisa ser avaliada pelos padrões humanos, ao contrário, Ele é o padrão pelo qual todos os humanos são avaliados! E sobre isto não existe acordo, não há como viver em um faz-de-conta-que-está-tudo-bem com os conceitos deturpados e antibíblicos que o mundo tem sobre Deus e o evangelho.

Muitas igrejas afrouxaram as rédeas do evangelho sem a permissão de Deus e hão de pagar caro por isso! A mensagem que salva é aquela que o próprio Deus estipulou. Se ela não salvar, não vai ser nossa modificação da mensagem que salvará. Se o que é puro não salva, o diluído muito menos! Ao contrário, facilitará a condenação! Essa é a realidade: pregadores que pensam que estão facilitando a salvação de pecadores ao dissolver o evangelho, na verdade estão facilitando a sua condenação!

Não dilua o evangelho. Você não tem autorização para isso. Ninguém tem! Se for ter que mentir para alguém, dizendo algo que o evangelho não diz, para ficar de bem com o ouvinte, é melhor ficar calado. Entretanto, até por isso será cobrado. Deus não nos chamou para ficarmos calados, muito menos para dizer o que Ele não ordenou. Cuidado: o evangelho líquido não condena só quem o ouve...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 3 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0571 - EXAMINANDO A NOSSA FÉ

 


Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2Co 13.5).


Não há outro erro mais fatal para a maioria dos crentes que enchem os templos e que dizem já ter declarado Cristo como seu Senhor do que o erro de não avaliar sua fé! Muitos confundem a firmeza na fé com coisas totalmente adversas ao verdadeiro cristianismo. Confundem com ir à igreja, ter parentes crentes, ter uma Bíblia em casa, fazer obras de caridade, ser batizado, ter ido à frente do púlpito após uma pregação, enfim, menos avaliar se sua fé é real.

Na verdade, somos bons para avaliar outros e muito lentos para avaliar a nós mesmos. Em outros encontramos grande quantidade de defeitos e, em nós, dificilmente os enxergamos ou admitimos. Todavia, não só aqui nesse texto, mas também na primeira carta, o apóstolo Paulo ordena que a autoavaliação seja uma norma, uma conduta e até um mandamento para a vida cristã (1Co 11.28).

Esta ordem do apóstolo tem sua razão de ser. Ele não daria este mandamento se a perseverança na fé fosse algo simples. Há muitas questões envolvidas e nós precisamos ter um critério profundo e discernidor. Há pessoas que já naufragaram na fé e pensam que estão firmes. Há pessoas que já negaram a Cristo e imaginam que não têm problema algum com sua fé. Há pessoas que perderam completamente a comunhão com Deus e na sua mente, acham que está tudo bem. Há pessoas que já foram reprovadas e nem se deram conta disso!

Mas como realizar este exame? Como saber se de fato estamos firmes na fé? Primeiro que a fé verdadeira só pode vir de um coração regenerado. E para saber se você é regenerado, se você nasceu de novo, você só pode perceber isso pela inclinação da sua nova natureza: se você ama a Deus e as coisas de Deus; se sente prazer nos manjares de Deus e não do mundo; se o pecado passou a causar nojo em você ou se ainda gosta dele em sua vida. Assim, você saberá se tem ou não uma nova natureza.

Aquele que tem uma nova natureza, obviamente terá uma fé verdadeira. Quem tem uma fé verdadeira, esta resultará em obras, pois a fé sem obras é morta (Tg 2.17). As obras incluem desde o simples movimento do seu dia a dia, como seu trabalho, seu café da manhã, suas relações pessoais, etc., sendo feitas para que nelas Deus seja glorificado, até as obras espirituais e sociais que você faz, como servir no reino com seus dons espirituais e ajudar o próximo em suas necessidades.

Mas a maior prova da firmeza da sua fé é quando você está apegado à sua comunhão com Deus; quando sua vida de oração, leitura da Palavra, da comunhão com os santos, tudo isso está em paz; quando as tribulações lhe sobrevêm, mas você não é carregado por suas ondas! Esta é a firmeza que lhe garante que você está em Cristo e Ele em você, sendo assim, você produz muito fruto, o fruto da perseverança, pois “sem Mim”, disse Jesus, “nada podereis fazer” (Jo 15.5)!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 2 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0570 - JUÍZES QUE PENSAM QUE SÃO DEUSES

 


Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo” (Sl 82.6).


Estamos vivenciando em nossos dias algo bem diferenciado no poder judiciário do nosso país. Os juízes ali colocados estão claramente tomando decisões poderosas e que interferem nos demais Poderes da Constituição. Tornou-se corriqueiro que muitas dessas decisões sejam monocráticas, a despeito de haver uma pluralidade na corte. Muitas dessas decisões entram em choque com outras decisões que acabam revelando uma preferência partidária, algo proibido pela nossa lei.

Na língua hebraica, alguns termos assumem vários significados. O termo usado neste Salmo, por exemplo (elohim, plural), tem sua raiz (El, singular), que significa “poder”, ou “poderoso” e é atribuído para divindade. Assim, essa palavra é aplicada tanto a Deus, quanto também a seres poderosos, por figura de linguagem, como anjos, deuses (os falsos das antigas religiões), juízes humanos, etc.

Alguns ficam paralisados diante deste Salmo, visto que a palavra “deuses” pode significar qualquer um destes substantivos que já falamos. Porém, quando você percebe o contexto, o salmista Asafe está falando de juízes humanos. Nos vs. 2-4, ele questiona por que os “deuses” estão julgando injustamente e respeitando a aparência das pessoas; defendendo o ímpio e deixando o pobre indefeso. Portanto, elohim aqui refere-se aos juízes da terra.

Quando estudamos Antropologia Teológica, encontramos que, de fato, o homem, ainda no pecado, reflete a imagem e semelhança de Deus, especialmente quando são autorizados por Deus para exercerem poder na terra. São as autoridades constituídas. Chamar juízes de “deuses” era comum no Israel antigo (observe que Jesus mesmo citou este Salmo em João 10.34-36, confirmando que homens a quem a Palavra foi dirigida eram chamados assim).

Entretanto, ao julgar de forma injusta, os juízes da terra já não mais representam Deus, pois Ele é o Justo Juiz! Até mesmo os que não foram delegados como autoridade por Deus entre os homens percebem claramente quando há julgamento injusto! Todos nós temos o senso de justiça, embora nem todos temos autoridade para julgar. Assim, quando aqueles que têm essa autoridade julgam tendenciosamente, acabam por quererem tomar o lugar de Deus!

Este é um pecado gravíssimo! Lúcifer teve esse desejo, Adão e sua mulher o tiveram, vários personagens quiseram o lugar de Deus e a questão é que Deus não divide Sua glória com ninguém (Is 42.8)! O salmista aqui diz que quando os juízes agem assim “nada sabem, nem entendem; andam em trevas” (v. 5)!

No fim de tudo, o que acontecerá aos juízes injustos, que não recebem o título “deuses” com humildade, antes se acham mesmo “deuses”? O próprio Asafe responde: “Todavia, como homens morrereis e caireis como qualquer dos príncipes” (v. 7). E, para que nós não fiquemos com o amargor da injustiça em nossa boca, ele completa: “Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois te pertencem todas as nações” (v. 8)!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 1 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0569 - O PERIGO DE BLASFEMAR DO NOME DE DEUS

 


E aquele que blasfemar o nome do SENHOR certamente morrerá; e toda a congregação certamente o apedrejará; assim como o estrangeiro e o que é nascido na terra, quando blasfemar o nome do SENHOR, será morto” (Lv 24.16 – KJF 1611).


Um estranho episódio havia acontecido entre um israelita e outro que era filho de uma mulher israelita, mas de pai egípcio. Sabemos que muitos egípcios saíram de seu país para acompanhar o povo de Israel em sua peregrinação para a terra de Canaã, o famoso “populacho” (Nm 11.4). O que aconteceu é que esses dois brigaram e o filho do egípcio amaldiçoou o nome do SENHOR no meio da briga (vs. 10,11).

Como o povo de Israel ainda estava recebendo a legislação da parte de Deus, não se sabia ainda o que se devia fazer a alguém que praticasse esse delito. Na Lei já havia a proibição de não tomar o nome do SENHOR em vão (Êx 20.7). Observe que não é tomar o nome “Deus” em vão, como ouvimos sempre, expressões como “vai com Deus”, ou “Deus te abençoe”, ou “meu Deus do céu”, etc. Não se refere a essas coisas, pois o termo Deus é um termo geral para divindade, mas o nome de Deus é Yahweh, traduzido como SENHOR!

A Lei dizia que Deus não teria por inocente aquele que tomasse Seu nome em vão, mas não dizia o que iria ocorrer à pessoa que o fizesse. Então, alguns israelitas que estavam por ali, levaram este homem sob custódia e assim o mantiveram diante de Moisés, até que o Senhor declarasse o que deveria ser feito com ele. O que aconteceu foi que Deus ordenou que todos os que o ouviram blasfemar e amaldiçoar o NOME colocassem suas mãos sobre a cabeça do indivíduo (aparentemente para simbolizar que ele mesmo levava sua própria culpa) e toda congregação o apedrejasse (v. 14)!

Este homem se tornou jurisprudência para casos futuros! Mas, e quanto a muitos casos na nova aliança, onde pessoas blasfemam do nome de Jesus? Claro que, mediante arrependimento, há perdão para os tais, conforme disse Jesus no caso da blasfêmia contra o Espírito Santo (Mt 12.32), ou seja, a estas pessoas ainda pode ser concedido o arrependimento, mesmo que blasfemem contra o Filho de Deus.

Entretanto, o normal para situações como esta, é vermos o blasfemo sendo cada vez mais endurecido e se afastando de Deus. Claro que não há execução penal sobre ele por parte da igreja, pois caberia ao Estado esse tipo de punição, mas isso o Estado não pode fazer, visto que é laico, ou seja, não religioso. A única punição que a igreja poderia dar, seria a excomunhão, o resto é com Deus.

A ameaça na Lei, de que Deus não terá por inocente aquele que toma Seu nome em vão, continua valendo. E, ao que parece, o apóstolo Paulo levou isso muito a sério, quando, ao finalizar sua carta aos coríntios, disse: “Se algum homem não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; Maranata” (1Co 16.22). Devemos repensar sobre esse pecado. Blasfemar, amaldiçoar ou não amar a Jesus, faz de alguém um anátema, isto é, um maldito!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 29 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0568 - A RESSURREIÇÃO DE JESUS GARANTE O JUÍZO FINAL

 


Porque Deus estabeleceu um dia em que julgará o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. E deu certeza disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31).


As pessoas da nossa geração não acreditam no incomum. Ao contrário da nação de Israel que, mesmo levando tantos milênios para o Messias aparecer, cria nessa esperança. Até mesmo nações pagãs, quando o evangelho chega até elas, muitos missionários testificam que as pessoas já esperavam alguma coisa relativa à promessa de salvação. Porém, o tempo passa e as pessoas aumentam em sua incredulidade.

O que temos testemunhado nestes últimos dias é que poucos acreditam que haverá um dia chamado “Dia do Juízo”. O mundo já é incrédulo mesmo, mas até entre cristãos temos um grande número que não crê neste evento cósmico final. Alguns não creem por motivos óbvios, ou seja, não querem admitir que seus pecados terão uma prestação de contas. São como o governador Félix que, ao ouvir Paulo falar sobre esse assunto, ficou aterrorizado e pediu para ele parar de falar (At 24.25).

Todavia, creiam ou não, o Dia do Juízo já está posto, Deus já o estabeleceu, é o que Paulo afirmou aos gregos em Atenas! Nesse dia, Deus julgará o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. Deus deixou essa enorme responsabilidade para um homem que é ninguém menos que Seu Filho Perfeito! Ele julgará com justiça, como já diziam os profetas antigos (Is 11.4; Jr 23.5; Ez 34.16; Dn 9.24; Mq 7.9; etc.). Sim, com justiça e não como vemos nos tribunais hoje!

Paulo diz aos atenienses que a prova dada por Deus de que tal Dia já foi estabelecido é que a este homem que Ele designou para ser o Justo Juiz, Deus O ressuscitou dentre os mortos! Isto nos leva a uma responsabilidade gigante no que dizemos crer. Se não cremos que haverá um dia de juízo final, segue-se que não cremos que Deus ressuscitou a Seu Filho dentre os mortos, pois esta é a prova de que esse dia já está posto!

Mas o que tem a ressurreição de Cristo com o Juízo Final? A resposta é justamente um golpe fatal no pensamento ateu, no pensamento popular e no pensamento de muitas religiões: Cristo ressurreto é a prova de que todos ressuscitarão para prestar contas de suas ações nesta vida! Não caia no conto de fadas de que “morreu, acabou”! Essa é uma tentativa inútil de anestesiar a consciência ao invés de se arrepender dos pecados!

Veja o que Paulo disse no v. anterior: “Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ele ordena a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam” (v. 30). Por que Deus ordena que os homens se arrependam? Porque Ele estabeleceu um dia em que julgará o mundo com justiça, etc., etc., como já lemos! Que prova Ele deu de que esse dia é inevitável? Que o homem que julgará a todos foi ressuscitado! Então, todos também o serão, a fim de encararem esse tribunal para darem conta de tudo o que fizeram em vida! A solução, portanto, é se arrepender e não fingir que esse dia não existe!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 28 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0567 - O PRIVILÉGIO DE SER FILHO DE DEUS

 


Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele” (1Jo 3.1).


A doutrina da adoção é um ensino maravilhoso no NT e infeliz é a igreja que não ouve pregações sobre essa doutrina. Muito se fala por cima sobre esse tema e, superficialmente, podemos dizer que os crentes conhecem a respeito, justamente por falta de explicação e aplicação desse ensino bíblico e maravilhoso em muitas igrejas locais.

É maravilhoso saber que sermos chamados “filhos de Deus” é um ato livre do amor de Deus Pai. Se realmente nos atentarmos para a situação em que nascemos, isto é, pecadores, então começaremos a compreender que foi realmente uma ação do amor do Pai e não algum mérito ou previsão que Ele tenha observado em qualquer um de nós que nos tornou filhos dEle.

Veja que o apóstolo diz que esse amor nos foi concedido, ou seja, a livre graça soberana de Deus é que O levou a nos amar e nos conceder Seu amor. Por que Deus amaria pecadores como nós? O que havia em nós para que Ele nos amasse? Não havendo respostas para essas questões, logo, toda a glória permanece com Deus, mas, em nós, absolutamente nada.

Em seu Evangelho, João nos diz que recebemos o poder de sermos feitos filhos de Deus ao recebermos Cristo pela fé (Jo 1.12). Além disso, ele nos diz que estes que creem no Seu nome não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus (v. 13)! Que admirável! O mesmo Deus que nos concedeu Seu amor, também nos concedeu uma nova natureza! Através dela é que cremos em Seu Filho e O recebemos. Assim é que somos chamados “filhos de Deus”!

Os homens também adotam filhos e os tornam herdeiros de seus bens. Mas há uma coisa que os homens não podem dar a seus filhos adotivos, a saber, sua natureza, sua genética. Entretanto, conosco é diferente! Deus, além de nos adotar como filhos, ainda nos dá Sua natureza, por meio do Espírito Santo que habita em nós e cria um novo ser, que amará as coisas espirituais e se deleitará profundamente em Deus, que antes odiávamos 

O apóstolo também diz que o mundo não nos conhece, isto é, não nos vê como filhos de Deus. Mas isto não deve nos incomodar, visto que essa ignorância é porque também não conhecem a Deus como Pai. Somente os filhos de Deus conhecem os filhos de Deus. O mundo não pode mesmo conhecer os filhos de Deus, uma vez que para o mundo, Deus não existe, o deus dele varia de acordo com sua necessidade, ocasião e interesse, e desse tipo de deus, o mundo acha que todos são filhos.

Mas o comentário do mundo a nosso respeito pouco importa. Crentes que vivem preocupados em dar satisfação às exigências filosóficas deste mundo perdem seu tempo. Desprezam o maior presente que já receberam, o amor do Pai, e vivem em um mimetismo sem fim, adaptações que tentam agradar opiniões que sempre mudam. Mas lembre-se de que “o mundo passa e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (2.17).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 27 de maio de 2025

CUIDADO COM A HERESIA DA GRAÇA BARATA - PARTE 03/03

 


Mas cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus, assim como eles” (At 15.11).


Os falsos mestres da graça ­­ligth afirmam que Jesus pregava a lei e Paulo a graça. Não somente eles, mas também os que ensinam “Cristo como chave hermenêutica” alegam algumas contradições entre Cristo e Paulo também, porém, defendem a Cristo. Os da “graça barata” defendem a Paulo.

Mas o que foi que Jesus disse a Nicodemos? Ele não disse: “Se alguém não cumprir a lei, não entrará no reino de Deus”, não! Ele disse: “Se alguém não nascer de novo... da água e do Espírito... não pode ver... não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.3,5). Não foi isso também que Paulo falou? “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gl 6.15). Ambos disseram a mesma coisa! A lei era como um prumo na mão de Deus. Todo mundo sabe que prumo não conserta muro, apenas identifica sua imperfeição. A lei também nunca foi dada para salvar nem consertar ninguém, apenas para identificar que o homem é imperfeito! Quem conserta é Cristo!

Por isso que eles fazem tanta confusão com o Sermão do Monte. Dizem que é o “código de ética do reino”; outros dizem que iremos viver aquele ideal só no Milênio na terra. Imagine você no Milênio e alguém te dando um tapa na face direita e você oferecendo a outra; no Milênio alguém te obrigando a caminhar uma milha... Não, meus amigos! O Sermão do Monte é modo de vida para quem já foi “bem-aventurado” (vs. 3-12), para quem já nasceu de novo! E ele vive isso aqui e agora! Exatamente neste mundo caído!

Os barateadores da graça já expulsaram a ceia das mesas de seus locais de reunião, dizendo que isso é coisa da lei... outros dizem que, por ser “em memória”, significa que quem pratica a ceia celebra um Cristo morto, pois só se faz algo em memória de alguém que já morreu! Quando você para pra pensar seriamente nas heresias, você percebe o quanto elas são idiotas! Seus argumentos são tolos e imbecis! As esmolas de Cornélio, por exemplo, delas é dito que subiram “para memória diante de Deus” (At 10.4,31); isto quer dizer que Cornélio, ou suas esmolas, ou até mesmo Deus estavam mortos?

Você pode ler em Lucas 22.19 que Jesus disse para praticarem a ceia em memória dEle. E Paulo repete o mesmo em 1Co 11.24,25. Jesus instituiu este sacramento para que nós nos lembremos dEle e de todo significado desta mesa diante de nós até que Ele venha! Não há contradição entre eles.

Veja o que Jesus disse às multidões que queriam ficar o tempo todo com Ele: “É necessário que eu anuncie o evangelho do Reino de Deus também nas outras cidades, pois é para isso que fui enviado” (Lc 4.43). Ele não disse que iria anunciar a lei e sim o evangelho!

Compare isso com todas as referências que dizem que Paulo também pregava o evangelho (At 14.15; 16.10; 20.24; Rm 1.9,15; 15.16; 1Co 1.17; 9.16; etc.)... você ficará surpreso não com as semelhanças entre Paulo e Jesus e sim com a tolice dos que desejam jogá-los um contra o Outro... Portanto, afaste-se desse “evangelho” barato, que tenta maximizar a graça contra a santidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 26 de maio de 2025

CUIDADO COM A HERESIA DA GRAÇA BARATA - PARTE 02/03

 


Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Então Jesus lhe perguntou: O que está escrito na Lei? Como você a entende?” (Lc 10.25,26).


Combater uma heresia é mais difícil do que inventá-la e propagá-la. Mas para os ouvidos atentos à Palavra inerrante de Deus, a explicação da Palavra desce suave porque é a verdade, enquanto a heresia trava na garganta. Mas, como dizia Spurgeon, discernimento não é a capacidade de diferenciar o certo do errado e sim o certo do quase certo. Assim se dá com a heresia atual da graça banal; parece certa, mas é venenosa.

Os falsos mestres dessa doutrina angariam seguidores porque falam mansamente e conduzem para uma vida antinomiana (isto é, sem lei). Como a lei é o aguilhão da nossa consciência, ou seja, quando pecamos ela nos confronta, então é óbvio que o indivíduo deseja uma doutrina que o livre desse incômodo. Mas fazê-lo é comprometer a verdade da Escritura!

Dizer que Jesus é da lei e Paulo da graça é não somente uma tolice infantil, como também uma malícia infernal. Vejamos: O apóstolo João, escrevendo seu Evangelho, diz: “Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17). Segundo eles, a graça veio com Paulo... Em quem você acredita?

Leiamos o que disse o próprio Senhor: “A Lei e os Profetas duraram até João; desde esse tempo o evangelho do Reino de Deus vem sendo anunciado” (Lc 16.16). Jesus disse que a lei vigorou até João Batista. Já os tais falsos mestres dizem que a lei vigorou até a morte de Cristo...

Mas, e quanto ao jovem rico e o mestre da lei, que procuraram Jesus para saberem o que fazer para serem salvos? Por que Jesus os remeteu à lei, ao invés de falar da graça, como dizem os falsos pregadores da graça?

Desconhecem eles (ou fingem) que Jesus apresentou a lei justamente para provar para aqueles homens que eles eram incapazes de se adequar à perfeita vontade e se ajustar ao perfeito caráter de Deus revelado na lei, como todos nós também o somos! E que, reconhecendo tal incapacidade, se curvassem diante do Único que podia cumprir a lei (e a cumpriu de fato) para obterem o perdão e a vida eterna, que é Jesus!

Quando Jesus lhes diz sobre a lei, de modo algum Ele está dizendo que cumprir a lei salvará alguém, até porque se fosse assim, Ele não precisaria ter vindo. Bastava quem quer que fosse cumprir a lei e já estaria salvo. Se Jesus veio para salvar, como Ele mesmo disse várias vezes, seria hipocrisia remeter alguém à lei para a salvação.

O jovem rico era um mentiroso e Jesus provou para ele que ele não guardava a lei desde a infância coisa nenhuma! Já quebrava o primeiro mandamento, visto que tinha outro deus diante de Deus, a saber, o dinheiro. O mestre da lei era um escarnecedor arrogante e Jesus o desmascarou diante das pessoas para que ele tomasse vergonha na cara e se humilhasse, reconhecendo que não amava a Deus nem ao próximo! Jesus não estava recomendando-o à lei, exceto para espelhar seus pecados ocultos!

Alguém pode protestar, dizendo que Jesus o amou (Mc 10.21). Porém, o amor não trata com leviandade. Ao contrário, o amor confronta, porque ele se regozija com a verdade (1Co 13.4,6). Então perceba como foi que o jovem rico se retirou da presença de Jesus: Mas ele, contrariado com essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades (Mc 10.22). Geralmente, rico não gosta de se sentir humilhado, o que prova que ele não era humilde.

Na próxima reflexão trarei abundantes referências bíblicas sobre as semelhanças entre Jesus e Paulo, visto que foi o mesmo Espírito que habitou em Cristo que inspirou o apóstolo dos gentios.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

CUIDADO COM A HERESIA DA GRAÇA BARATA - PARTE 01/03

 


Mas, onde o abundou pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20b).


Atualmente, no círculo evangélico, tem brotado uma heresia muito atrativa, que ensina que Jesus não pregou o evangelho e sim a lei. Apenas Paulo, segundo esse ensino, pregou o evangelho. Aquele velho cachorro com uma coleira diferente... o diabo não planta mais o joio. Desde que semeou essa maldita erva no meio dos filhos de Deus “e retirou-se” (Mt 13.25), de longe mesmo, ele tem observado sua praga se espalhar muito mais rapidamente que o trigo divino.

Desde Marcião, um herege gnóstico do séc. II, que começou a escolher que livros ele queria que ficasse no cânon do NT, jogando fora os Evangelhos e muitas cartas, ficando apenas com as de Paulo e o Evangelho de Lucas, a igreja tem sofrido com o fermento da falsa doutrina, que tenta jogar Paulo contra Jesus, favorecendo Paulo que, segundo os amantes dessa “graça barata”, como dizia Bonhoeffer, trouxe a liberdade, enquanto Jesus ainda vivia e falava da lei.

Isso se torna atrativo, claro, primeiro porque toda heresia parece atrativa aos olhos de quem não tem firmeza alguma na Escritura; assim, tudo é saboroso, menos a verdade. Segundo, porque, quem não gostaria de saber que existe uma doutrina que te livra das obrigações da lei e, ao mesmo tempo, não te compromete com a santificação da graça? Por isso essa “guerrinha” que eles armaram entre Jesus e Paulo.

Esses falsos pregadores da “graça” brotaram em oposição aos hereges do termo “Cristo como chave hermenêutica” que, ao contrário dos da graça barata, dizem que só se deve entender da Escritura aquilo como Cristo entendeu e as demais interpretações, como as de Paulo, Pedro, João, etc., devem ser analisadas sob o que Cristo disse e, no fim das contas, ficar com Cristo (esse “fim das contas” é quando houver contradição entre Cristo e algum apóstolo).

Mas como os dois tipos de joio acima querem chegar no mesmo lugar (uma vida na “graça” que banaliza a vida na “santidade”), então são farinha do mesmo saco, ainda que divirjam no ponto de partida.

Os falsos pregadores da “graça contra a lei” dizem que Jesus jamais pregou sobre a graça. Isso porque, quando o jovem rico e um certo mestre da lei perguntaram a Jesus sobre o que deviam fazer para serem salvos, Jesus os remeteu à lei (Lc 10.25,26; 18.18-20). Segundo eles, Jesus esposava a ideia de que alguém poderia ser salvo guardando a lei. Assim, dizem eles, nada que está escrito nos Evangelhos, serve para a igreja! A graça mesmo veio com Paulo...

Na próxima reflexão, como polemista (defensor da fé cristã das heresias que surgem e ficam no círculo cristão), irei provar que não há diferença alguma entre Paulo e Cristo, que esses hereges são perigosíssimos para a sã doutrina e levam os desatentos, que não gostam de Bíblia, a viverem uma vida relaxada em nome de uma graça que tem nojo da santidade. Cuidado com isso, se você já foi fisgado pelo anzol doce, mas venenoso e mortal dessa heresia destruidora!

Não se esqueça de Judas 4: “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 22 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0566 - A SALVAÇÃO DE DEUS NÃO ANULA SUA JUSTIÇA

 


Levantai os olhos para os céus e olhai para a terra embaixo, porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra envelhecerá como um vestido, e os seus moradores morrerão como mosquitos, mas a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será anulada” (Is 51.6).


A salvação e a justiça de Deus estão entrelaçadas. Para que a justiça de Deus seja demonstrada, o injusto precisa ser punido e o justo precisa ser vindicado. Em um mundo onde o pecado abundou sobremaneira, impera rigidamente a injustiça em todos os setores da vida humana. Corrupção não é só falcatrua financeira, como quer nos impor a definição da nossa política, como se as demais podridões cometidas fossem desculpáveis, só porque eles não as chamam de corrupção.

A questão é que neste mundo em que vivemos, corrompido pelo pecado, jamais nasceu um justo de qualquer homem e mulher. Como disse o salmista: “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras” (Sl 58.3). Então, se não há nenhum justo, “não há nem sequer um” (Sl 53.3), o que resta a Deus, é fazer justiça contra todos eles para vindicar Sua própria santidade.

E tal é Sua promessa, de modo que isso será realizado. Como lemos no início, Deus chama a todos para levantar os olhos aos céus e também estendê-los para a terra. Ambos, céus e terra desaparecerão e envelhecerão. Seus moradores morrerão como mosquitos! Não há quem possa escapar do juízo de Deus, onde quer que o olho humano, até por meio de telescópios, possa observar! A justiça de Deus varrerá todo o universo e seus moradores como a mosquitos mortos!

Mas, que maravilhoso ver que nesta promessa tão aterrorizante está também a promessa de Sua salvação! “Mas a minha salvação durará para sempre”! Esta palavra é perfeita! Salvação é justamente o livramento de uma perdição! Não haveria termo melhor para expressar! E ela existe! Deus a providenciou e disse que ela não vai se acabar!

E, olhando para os céus e para a terra, onde vemos a salvação de Deus? Na cruz! Sim, naquele lugar esquisito, mórbido e cruento! Ali estava o único Homem, que não nasceu de homem e mulher, o único que nasceu sem pecado, cuja justiça foi unicamente dEle e por isso deveria ser vindicado! Ele foi para a cruz porque veio salvar, veio executar a salvação de Deus para os que nEle creem!

Entretanto, para executar esta maravilhosa salvação, Ele não jogou os pecados dos homens para debaixo do tapete! Ele os encarou. E encarou como a justiça de Deus exige: com morte! E a pior de todas: morte de cruz! Pagou com Seu sangue os nossos pecados, pois sabia que nosso sangue não cobriria a altura desse preço! Por isso é que o profeta disse no final daquele versículo inicial que “a minha justiça não será anulada”!

Ele estava dizendo que, mesmo tendo Cristo vindo nos salvar, a justiça de Deus que deveria ser cobrada naqueles que Ele salvou, foi de fato cobrada em Cristo, que Se ofereceu em lugar deles. O pecado deles não ficou barato! Alguém pagou... de modo caríssimo! Sua salvação durará para sempre, justamente porque Sua justiça não será anulada!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 21 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0565 - ALEGRIA E FELICIDADE



Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram o seu trigo e o seu vinho” (Sl 4.7).


A pequena diferença entre alegria e felicidade é fatal. Uma faz parte do “estar” e a outra faz parte do “ser”. Alguém pode “estar” alegre e não “ser” feliz. Da mesma forma, alguém pode “ser” feliz e não “estar” alegre. Entretanto, quem é feliz, mesmo não estando alegre, pode aguardar que seu momento volte à alegria sem que perca a felicidade. Já aquele que depende da alegria, não pode esperar o mesmo, pois quando a alegria passar, continuará infeliz...

Quem tem felicidade pode “ficar triste”, mas é feliz; pode “estar com raiva”, mas é feliz; pode “estar alegre”, mas é feliz; pode “estar melancólico”, mas é feliz; enfim, pode estar em qualquer situação emocional variada, mas sua felicidade é fixa, é um modo de vida.

Deus já nos deu a compreensão de que nossa alegria na terra não é completa. Como sabemos disso? Porque sempre sabemos que ela vai embora. Sempre imaginamos seu grau de comparação com outra ocasião em que ficamos alegres também. Ao fazermos essas medições, estamos, inconscientemente, medindo aquele momento pelo padrão da verdadeira alegria que existe, por isso comparamos, por isso imaginamos um modelo pelo qual podemos julgar se nossa alegria foi maior ou menor. Só podemos fazer isso porque existe esse padrão de alegria plena que nossa consciência percebe, mesmo caída e danificada pelo pecado! No final, sempre sabemos: há uma alegria maior e plena, mas ainda não foi dessa vez!

Na verdade, essa felicidade só têm os que estão em Cristo. Os demais que não têm Cristo buscam a alegria, a euforia, buscam o “estar” para preencher o “ser”. Tentam a todo custo fazer com que a alegria substitua a felicidade. Mas não poderão, pois o momento vai passar, e a base, qual é?

O salmista disse: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Ele não disse que na presença de Deus há alegria, mas sim a plenitude dela, sua totalidade! Enquanto não nos voltarmos para o Senhor, nossos esforços serão sempre assim, de tentar fazer com que a alegria passageira ocupe o lugar da felicidade perpétua. E cada uma delas virá e irá embora... e mais uma vez pensaremos no quanto ela se compara com as anteriores, sem nunca nos sentirmos preenchidos.

Uma vez, uma mulher, impressionada com o discurso de Jesus, disse a Ele: “Como é feliz a mulher que pôs o senhor no mundo e o amamentou! Mas Jesus respondeu: Mais felizes são aqueles que ouvem a mensagem de Deus e obedecem a ela” (Lc 11.27,28 – NTLH). Aí está a receita de Jesus para a felicidade eterna que vai além da simples e momentânea alegria!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 20 de maio de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0564 - O PODER DA SABEDORIA DE DEUS

 


Mas quem dera que Deus falasse e abrisse os seus lábios contra você, e lhe revelasse os segredos da sabedoria, pois a verdadeira sabedoria é multiforme!” (Jó 11.5,6).


Os amigos de Jó, conquanto aplicassem mal a sua teologia, tentando fazer de Jó um homem injusto, que deveria confessar sua culpa, todavia, eles falavam muitas coisas corretas sobre os atributos de Deus. Nós, leitores do livro de Jó, participantes da nova aliança, somos muito mais munidos de informações, muitas que Jó e seus amigos não tinham em sua época, tanto por privação das informações, como também pela limitação da revelação de sua época.

Como Deus reprovou a fala dos amigos de Jó (42.7), então tudo o que lemos sobre a fala deles no livro deve ser colocado sob o escrutínio de outros textos claros da Escritura, para sabermos se o que eles dizem é ou não coerente com a revelação de Deus. Em resumo, para nossa surpresa, o que encontramos da fala deles é muito pouco errado sobre Deus. A maior parte errada era mesmo a aplicação que eles faziam a respeito de Jó. Aplicavam coisas certas de forma errada e na pessoa errada.

Veja que coisas corretas e maravilhosas Zofar pronunciou sobre Deus: Será que você pode desvendar os mistérios de Deus ou descobrir a perfeição do Todo-Poderoso?” (v. 7). Mesmo hoje, tendo nós uma maior e mais clara revelação sobre Deus, ainda não podemos desvendar Seus mistérios, nem descobrir Sua total perfeição... Na realidade, a perfeição de Deus será uma de Suas qualidades que mais nos deslumbrará na eternidade a Seu respeito!

Nos vs. 8,9 Zofar estende a sabedoria de Deus para todas as dimensões de medidas conhecidas em sua época: ela é alta como os céus, profunda como o abismo, seu comprimento é maior que a terra e sua largura é mais que o mar! Ao exaltar a sabedoria de Deus, Zofar até ironiza o homem tolo: “Mas os tolos se tornarão sábios quando a cria de uma jumenta selvagem nascer homem” (v. 12).

A ironia desta ironia de Zofar é que o homem sempre quer ser poderoso sem Deus e, muitas vezes, em oposição a Ele. Parece que quanto mais poder o homem tem, mais tolo ele se torna. É a cópia de Satanás, que pensava que poderia ser como Deus e usurpar Seu trono! Zofar lembra ao homem poderoso: “Se ele passa, prende alguém e chama a juízo, quem o poderá impedir?” (v. 10).

Entretanto, somente Deus pode fazer isso. Os homens até usurpam isto quando o poder lhes entra no coração. Vemos homens prendendo, chamando outros a juízo, independentemente de ser justo ou não. Mas quando estiverem diante de Deus, nenhuma sabedoria humana ou poder humano poderão subsistir diante de Seu juízo: “Mas os olhos dos ímpios desfalecerão, sem que encontrem refúgio; a única esperança deles será morrer” (v. 20).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson