quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0701 - NÃO DÊ NENHUM PASSO FORA DO TEMPO DE DEUS

 


Disse-lhes, pois, Jesus: O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente” (Jo 7.6).


Andar com Deus e andar sob a direção de Deus é algo que deveria marcar todo cristão. Quando Jesus foi confrontado por Seus próprios irmãos, eles imaginavam que Jesus era um fanfarrão que queria Se aparecer. Então sugeriram que Ele fosse para a capital, a fim de que fosse visto por mais pessoas.

A resposta de Jesus é carregada de profundo significado: “O meu tempo ainda não chegou”. Isso é viver debaixo da direção de Deus! Saber se seu tempo chegou ou não é determinante na sua vida espiritual. Jesus sabia disso. Ele havia dito à Sua mãe na festa de casamento: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4).

Quando vivemos sob a direção de Deus, não precipitamos. Talvez um dos maiores inimigos dos homens de Deus seja exatamente a precipitação. Diante de uma sugestão como aquela dos irmãos de Jesus, de que modo muitos pregadores, cantores, missionários, conferencistas e outros ícones evangélicos responderiam? É provável que dissessem: “Têm razão... meu lugar é no meio das multidões”. E ainda, para espiritualizar, diriam que esta era a vontade de Deus!

Mas Jesus não! Ele não Se deixava iludir por propostas megalomaníacas! Ele não veio a este mundo para Se aparecer. Ele veio para Se sacrificar! Ele veio para dar a Sua vida em resgate de muitos. E estes muitos foram aqueles que o Pai Lhe deu! Ele sempre virou as costas para esse tipo de sugestão, pois sabia que eram frequentemente malignas.

Mas Jesus não apenas rejeitou a ideia de Seus irmãos, mostrando que Ele estava submisso à vontade do Pai, como também desmascarou a natureza humana e pecaminosa que havia neles e que há em nós também. Jesus disse: “mas o vosso sempre está presente”. O que o nosso Senhor está dizendo é que nós estamos sempre prontos para atendermos os desejos da nossa carne. Não poupamos esforços nem perdemos tempo para isso.

Eis aqui outra realidade que nos difere por completo de Jesus. Ele sempre viveu para fazer a vontade do Pai. Nunca houve um passo sequer do nosso Salvador, que Ele desse, fora do modo e do tempo que o Pai Lhe havia designado! Já com relação a nós, o oposto é a verdade. Praticamente todos os nossos passos são totalmente desvirtuados e distantes da vontade de Deus.

Sinceramente, será que não gostaríamos de ouvir de Jesus que nossa hora também é programada pelo Pai? Bom seria que Ele nos dirigisse tais palavras. Por isso, uma vez que conhecemos a Deus e Sua Palavra, é hora de nos submetermos à vontade de Deus e não darmos nenhum passo que esteja fora do Seu plano glorioso para nós. Ainda que seja por uma proposta aparentemente irresistível.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0700 - CUIDADO COM REMENDOS NOVOS EM ROUPAS VELHAS!

 


Nenhum homem põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo rompe a roupa, e faz-se pior a rotura” (Mt 9.16 – KJF).


Está crescendo em nossa nação cristã evangélica um conceito estranho sobre a validade dos ensinos de Cristo. Esse conceito alega que os Evangelhos fazem parte da Lei, pois Cristo ainda não havia morrido. Para os que o defendem, o evangelho só vem depois da morte de Cristo. Assim, esse movimento tem negado os ensinos de Cristo, ficando somente com os escritos epistolares, como as cartas de Paulo, por exemplo.

Não é de se estranhar como o diabo, repetidas vezes, volta ao seio cristão trazendo as velhas mentiras com novas roupagens. Houve no séc. II da era cristã um herege chamado Marcião que, dominado por sua crença gnóstica, eliminou da Bíblia o Antigo Testamento, os Evangelhos e muitas cartas, ficando apenas com algumas de Paulo. A liderança logo percebeu o perigo dessa mutilação e rapidamente entrou com providência, confirmando os livros inspirados para a igreja.

Esta frase de Jesus mostra exatamente o contrário do que esse movimento prega. Enquanto esses hereges dizem que o que Jesus falou ainda era Lei, o próprio Jesus faz distinção total entre o que Ele disse e o que os homens da lei diziam. Isso é muito claro no Sermão do Monte, onde nosso Mestre repete várias vezes: “Ouvistes o que foi dito” e contrapõe com “Eu, porém, vos digo” (Mt 5.21ss).

Aqui em Mt 9, Jesus diz que o ensino dos fariseus era a roupa velha e o Seu ensino era o pano novo. Quando tenta se remendar o rasgado de uma roupa velha com pano novo, isso nunca dá certo. A rotura fica sempre maior! Jesus está dizendo exatamente isso. Seu ensino e o ensino dos mestres da lei não se arrematam. Você deve comprar roupa nova, em vez de remendar a roupa velha. Você deve viver o evangelho de Cristo, em vez de viver a velharia da lei.

Essa “nova” roupagem da heresia de Marcião tenta defender a graça, mas escorrega, acusando exatamente Aquele que veio trazer a graça! É impressionante como a mentira se engasga com seu próprio vômito! O profeta João Batista disse: “Porque a lei foi dada por meio de Moisés, mas graça e verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17). Agora, os enganadores dizem que Jesus falava da lei...

É correto que a morte de Jesus autenticou a nova aliança, mas o conteúdo da nova aliança é aquilo que Ele ensinou antes de morrer. Desprezar o que Jesus ensinou antes de morrer na cruz é o mesmo que rasgar o testamento de uma pessoa que já morreu, só porque ele o escreveu enquanto estava vivo... Isso é um contrassenso descabido! É isso que eles fazem: desprezam os ensinos de Cristo, porque Cristo ensinou antes de morrer...

Ironicamente, os hereges de hoje tentam usar remendos novos na velha roupa de Marcião... É necessário que a igreja do Senhor esteja atenta a essas “novidades”, porque o diabo sempre troca de coleira, mas permanece o mesmo cachorro!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0699 - DESENVOLVENDO A NOSSA SALVAÇÃO

 


Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12).


Apesar de a igreja de Filipos ser uma das mais amadas pelo apóstolo Paulo, provavelmente a mais amada, mesmo assim, ela não estava livre de problemas. De fato, nela, o apóstolo demonstra sua alma, sua afeição e seu carinho para com a igreja, em sua linguagem, nas expressões de gratidão, na forma como se dirige à igreja, mas também não deixa de repreendê-la por seus erros.

O mandamento do presente versículo diz respeito ao desenvolvimento da salvação. Alguém poderia objetar, dizendo que a salvação é algo pronto, completo e realizado, que não precisa ser desenvolvido. Entretanto, sabemos que, embora para Deus ela seja um ato já concluído, todavia para nós ela está em processo.

Porém, o fato de estar em processo não significa que possa ser frustrado, inacabado ou desfeito. O próprio Paulo disse que estava convicto “de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (1.6).

O processo da salvação que o apóstolo Paulo nos ordena a desenvolver é nada menos do que a nossa santificação, o processo no qual cooperamos com Deus para nosso crescimento e maturidade. Não temos participação ativa na predestinação, nem na regeneração, na justificação, nem na adoção e na glorificação. Todavia, participamos juntamente na santificação e na perseverança.

Ainda assim, é o próprio Deus quem opera isso em nós. Paulo disse: “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (v. 13). Os verbos “efetuar” e “realizar” são os mesmos no texto original. Significa trabalhar. Deus é quem trabalha em nós o querer e o trabalhar.

O contexto do cap. 2 nos indica de que modo os filipenses deveriam desenvolver a salvação, assim como nós também. O resumo está no v. 14: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas”. Aliás, ele vem falando disso desde o início do capítulo; que a igreja pense a mesma coisa, que tenha o mesmo amor, que seja unida em alma e sentimento (v. 2), que não tenha partidarismo, mas que faça as coisas por humildade (v. 3).

Então, ele coloca o exemplo de Cristo para a igreja (vs. 6-11), para mostrar como deve ser o procedimento de um crente que desenvolve sua salvação. Agindo como Cristo, os membros da igreja seriam “filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta” (v. 15).

Portanto, não há segredo nem motivo para debate se um crente pode ou não desenvolver sua salvação. Em outros textos do NT isso fica claro que sim. Além de possível é necessário! Vemos isso na lista do fruto do Espírito em Gl 5.22,23 e em 2Pe 1.5-7. Desenvolver a salvação não é criar a salvação ou salvar-se a si mesmo. Antes, é colocar em prática o maravilhoso dom da salvação que Deus nos deu.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 14 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0698 - MISERICÓRDIA QUE DURA PARA SEMPRE

 


“Oh! Tributai louvores ao Deus dos céus, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 136.26).


Alguém pode perguntar por que o Salmo 136 é repetitivo na segunda linha de cada verso. E a resposta é a própria frase – “porque a sua misericórdia dura para sempre”. Na repetição, o autor quer mostrar a infinitude da misericórdia de Deus para com Seu povo.

Além disso, cada parte inicial do verso mostra atributos e obras de Deus, mas sempre encerrando cada verso com essa repetição. Assim aprendemos que quando Deus revela Seus atributos e Suas obras para nós, isso também é um ato da misericórdia infinita de Deus para conosco.

Deus poderia não ter nos criado. Isso em nada diminuiria Sua glória. Ele poderia também ter nos criado, mas não Se revelado a nós. Ele continuaria excelso, soberano e glorioso. Portanto, o fato de ter Ele nos criado e, além disso, manifestado a grandeza de Suas obras e a magnitude de Seus atributos, só nos diz o quanto Sua misericórdia realmente dura para sempre!

O cântico também mostra certos atos divinos que são, muitas vezes criticados pelos ímpios, a saber, atos de justiça e vingança sobre os inimigos de Deus e Seu povo. Nos vs. 10-12, temos a ação de Deus contra o inimigo (v. 10), o livramento que isso trouxe a Seu povo (v. 11) e uma manifestação do poder de Deus que executou isso (v. 12). Contra quem, a favor de quem e, de fato, Quem fez! Todas estas colocações do salmista são explicadas pela grandeza da misericórdia de Deus. Sim, até mesmo atos de vingança e justiça!

O reconhecimento de que tudo o que sabemos de Deus é por causa de Sua misericórdia deve nos levar a sermos adoradores prostrados, extremamente gratos por isso. Deus não teve mesquinhez em Sua revelação para aqueles a quem Ele quis demonstrar Seu amor. É claro que Ele revela apenas o suficiente e o que nos basta, mas essa suficiência jamais é estagnada. Ela caminha em passos crescentes para o aprofundamento da nossa comunhão com Ele.

A palavra misericórdia tão repetida nesse Salmo refere-se à gentiliza ou bondade de Deus. Por causa de Sua bondade, Deus concede favores e benefícios aos homens. Porém, muito mais do que isso, por Sua misericórdia, Ele demonstra amor afetivo para com Seu povo. Israel provou essa bondade de Deus na antiga aliança e hoje, em Cristo, a igreja também prova dessa amável afeição!

Foi na cruz, num triste dia de sexta-feira de Páscoa, que Deus demonstrou de modo mais profundo a Sua misericórdia para com os pecadores. O salmista não tinha vivido essa experiência. Mas como ele disse no v. 23 – “Deus Se lembrou do nosso abatimento” e, por causa de Sua enorme compaixão por nós em nossa miséria, “por causa do grande amor com que nos amou”, como disse Paulo em Ef 2.4, Ele nos deu vida – pela graça somos salvos!

Não ache cansativa a repetição do Salmo 136. Ela devia, na verdade, fazer parte da nossa oração e do nosso louvor a Deus. É só “porque a Sua misericórdia dura para sempre” que não somos consumidos, pois ela se renova a cada manhã, até que surja para nós o dia eterno na glória!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0697 - O CASTIGO DOS SALVOS É DIFERENTE DO CASTIGO DOS ÍMPIOS

 


Consumirei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e as ofensas com os perversos; e exterminarei os homens de sobre a face da terra, diz o Senhor” (Sf 1.3).


O profeta Sofonias era parente do rei Josias. Este rei era bisneto de Ezequias e Sofonias era tataraneto. Embora tivesse linhagem real, não tinha, todavia, a dinastia, ou seja, não era herdeiro direto ao trono, visto que não era filho dos primogênitos do falecido rei Ezequias.

Porém, mesmo sendo primo distante de Josias, o profeta Sofonias não se intimidou em trazer a palavra de Deus para o povo da cidade do rei, a cidade de Jerusalém, uma palavra de ameaça, a qual se cumpriu alguns anos mais tarde, debaixo da espada do rei babilônio, Nabucodonosor.

Dentre várias palavras de ameaça de castigo que Sofonias trouxe ao povo de Judá, tem uma que é muito interessante. No v. 3 diz: “Consumirei os homens e os animais... e as ofensas com os perversos”. Muitos alegam que Deus ama o pecador, mas odeia o pecado. Entretanto, o profeta diz, inspirado por Deus, que os perversos são consumidos junto com suas ofensas!

É claro que Deus ama pecadores, porém, somente os pecadores que Ele decidiu salvar (Rm 5.8). Foi por eles que Deus enviou Seu Filho para morrer pelos pecados deles (Mt 1.21). E mesmo os pecadores que Deus amou, nasceram debaixo da ira de Deus (Ef 2.3). Mas, como já eram objeto do Seu amor desde a eternidade (Rm 8.29), então para cada um deles chegará o tempo da salvação, que os livra da ira, justificando-os de seus pecados.

Davi diz no Salmo 5.5,6: “Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniquidade. Tu destróis os que proferem mentira; o Senhor abomina ao sanguinário e ao fraudulento”. É óbvio, portanto, que Deus não só odeia o pecado, como também os que o praticam.

Mas, quando Ele ama, Ele ama por Sua livre misericórdia. Veja ainda o que disse Davi no v. 7: “porém eu, pela riqueza da tua misericórdia, entrarei na tua casa e me prostrarei diante do teu santo templo, no teu temor”. Não é porque ele fosse melhor que os ímpios, mas somente pela riqueza da misericórdia de Deus. Paulo disse isso também em Ef 2.4, sobre o Deus rico em misericórdia.

Sofonias trouxe uma dura palavra de ameaça para o povo de Deus. Entretanto, Deus não permitia que outros povos maltratassem Seu povo. Em Sf 2.8-10, Deus disse que faria como fez com Sodoma e Gomorra aos povos de Moabe e Amom, porque “escarneceram e se gabaram contra o povo do Senhor dos Exércitos”. Ainda que Deus corrija e discipline Seu povo, todavia, não os deixa nas mãos de Seus inimigos.

Quando somos perseguidos pelo mundo, também é uma expressão da correção de Deus a nós. Pedro diz que quando sofremos como cristãos, devemos glorificar a Deus, pois “a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada” (1Pe 4.16,17).

Mas ele alerta gravemente sobre os ímpios, dizendo: “ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” Isso prova que nosso castigo é totalmente diferente do castigo dos ímpios. A nós, que somos amados por Deus, Ele nos disciplina. Aos que Ele aborrece, Ele condena.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0696 - A PREGAÇÃO É MAIOR DO QUE O PREGADOR

 


Jesus lhes respondeu: Ainda que eu dê testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro; porque sei de onde vim e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho nem para onde vou” (Jo 8.14 – A21).


Acusado de legislar em causa própria, Jesus teve de dar uma resposta pronta para os fariseus, após dizer que Ele é a luz do mundo e todo aquele que O segue não andará em trevas. A resposta de Jesus é fulminante, porque Ele apelou para Sua origem, que é sobre-humana, é divina, na verdade!

O testemunho de Jesus não depende da lei humana para ser verdadeiro. O nosso sim. Nós precisamos de testemunhas, provas e muitos outros documentos que corroborem nossa veracidade. Mas nós somos daqui, viemos da terra e para ela voltaremos. Nós somos pecadores, não somos confiáveis, nosso autoelogio é suspeito.

Mas nosso Senhor não. Ele veio do céu. Ele sabia de onde tinha vindo e por que veio. Sabia também que voltaria para o Pai com Sua obra perfeitamente realizada. A classe à qual Jesus pertence, a saber, a divindade, não erra, não pode se submeter aos critérios humanos egoístas e injustos. Esta é a razão por que Jesus disse isso aos fariseus que O acusaram de Se autoelogiar.

Porém, o que dizer dos crentes, que pregam o evangelho de nosso Senhor Jesus? Eles são homens imperfeitos pregando o evangelho do Homem Perfeito. Nesse caso, embora seja adequado e necessário que os pregadores do evangelho deem bom testemunho em sua própria vida, não é, de fato, sua vida que vai corroborar o evangelho pregado. Como disse Jesus mais tarde, “quem me rejeita, e não aceita as minhas palavras, já tem seu juiz: a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia” (12.48).

A Palavra de Deus é perfeita como o próprio Deus. O que os homens de Deus pregam é a verdade de Deus e não estão sujeitos a falso testemunho, uma vez que pregam exatamente a verdade de Deus! Ao contrário, são os ouvintes que ficam sujeitos a julgamento de Deus, caso rejeitem aquilo que é proclamado pelos fiéis evangelistas.

Ninguém poderá alegar no dia do Juízo Final que não seguiu o evangelho por causa do mau testemunho de algum crente. É claro que há crentes que dão mau testemunho. Entretanto, o evangelho é puro mesmo quando os crentes são impuros. O que nós falamos é maior do que nós mesmos. O evangelho está acima do juízo humano.

Portanto, incline seus ouvidos com humildade quando ouvir falar do verdadeiro evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é lá de cima, tanto quanto o nosso Salvador. Ele é o evangelho perfeito da nossa salvação e, mesmo que pessoas imperfeitas o proclamem, não é seguro para você confiar na sua acusação contra um cristão. Ele já foi justificado pela fé em Cristo e você não. Ele sabe para onde vai e você não. O testemunho dele é verdadeiro e o seu não. Você acha que compensa rejeitar o que um cristão diz por causa de alguma acusação?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0695 - O SOPRO GELADO DA INIQUIDADE CONTRA O AMOR

 


E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12).


Quando nosso Senhor Jesus falou da grande e assustadora frieza do amor que haveria de acontecer devido ao aumento da iniquidade, Ele não estava Se referindo a pessoas ímpias. A palavra “amor” é do grego agapē e, na linguagem cristã, o ímpio não possui esse amor. Ele estava falando mesmo de crentes, pessoas que conheceram o amor de Deus, mas deram mais lugar à injustiça do que à vontade de Deus.

De fato, os últimos séculos do cristianismo têm se mostrado mais nocivos à estabilidade do amor cristão. Basta fazer uma comparação com o amor cristão das igrejas dos primeiros séculos. A igreja primitiva amava a ponto de transformar seu amor em algo palpável, não somente visível! A igreja atual não consegue...

Uma das provas do aumento da iniquidade pode se ver há cerca de 200 anos. O iluminismo roubando o coração dos supostos intelectuais, alegando que não precisavam mais de Deus para explicar nada; o modernismo endurecendo os incrédulos, fazendo-os rejeitar qualquer coisa que não pudesse ser provada cientificamente; e o pós-modernismo diluindo a verdade, dizendo que cada um tem a sua. Diante de tanta iniquidade, explica-se por que muitos crentes sucumbiram seu amor à frieza.

A palavra que Jesus utiliza para “esfriar” é uma palavra grega que significa “esfriar soprando”, isto é, quando se deseja esfriar um alimento quente. O esfriamento do amor é intencional. Não é um simples abandono do amor, mas uma investida contra seu fervor natural. Isso é muito triste, inclusive porque é o que vemos claramente na vida de muitos cristãos.

Nenhum cristão pode alegar que Deus não lhe deu esse amor, pois o apóstolo Paulo nos diz que “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5.5). Se você alega não ter esse amor, é porque você não tem o Espírito Santo e, como disse o próprio Paulo, “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).

Crentes, acordem para o amor cristão! Vejam as qualidades maravilhosas que tem esse amor que Deus derramou em nós: ele é sem hipocrisia; detesta o mal e se apega ao bem; ele procede do coração; ele nos faz considerar-nos irmãos; ele nos faz preferir o outro em honra ao invés de nós mesmos; ele não é mesquinho no cuidado da obra de Deus, mas é fervoroso no espírito; ele nos leva a ter alegria pela vinda de Cristo; nos dá paciência na tribulação e perseverança na oração; ele compartilha as necessidades dos santos e pratica a hospitalidade; ele nos leva a abençoar os que nos perseguem, a nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram; ele busca unidade no sentimento, abomina o orgulho e não se considera o mais sábio; ele busca ter paz com todos e não busca vingança; dá de comer e beber ao inimigo e vence o mal com o bem (Rm 12.9-21)!

Foi este amor que Deus derramou em nossos corações. Você acha que ele se esfriaria assim, do nada? Ou de fato somos nós que temos soprado contra ele o sopro gelado da iniquidade?

Día tēs písteōs.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0694 - PRECIPITAÇÃO É PECADO CONTRA O CONHECIMENTO DE DEUS

 


Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” (Pv 19.2).


Em sua natureza caída, o ser humano é, naturalmente precipitado. Grande parte de todos os nossos problemas vem exatamente porque nossas ações, que geraram estes problemas, foram feitas sem refletir. Além disso, temos o problema da nossa reflexão também ser manchada pela Queda e, por isso, a limitação em avaliar as consequências.

A versão ARC é a que mais se aproxima do texto original em hebraico. No lugar de: “Não é bom proceder sem refletir”, ela diz: “Assim também ficar a alma sem conhecimento não é bom”. O provérbio está falando da alma, ou da pessoa que se satisfaz em ficar ou viver sem conhecimento ou discernimento. É muito diferente das versões que temos em português...

O que o texto sagrado nos diz é que só poderemos refletir corretamente, quando prezarmos pelo conhecimento. Entretanto, o conhecimento não é aquilo que supomos. Nosso conhecimento não pode ser autônomo, senão, ele pode nos conduzir a decisões intuitivas e, muitas vezes, erradas.

O conhecimento deve ser padronizado e objetivo, ou seja, ele deve estar fora de nós, a fim de que nossas decisões sejam julgadas por este padrão externo, se estão certas ou erradas. Observe que o provérbio ainda diz que “peca quem é precipitado”. Por quê? Só porque a pessoa não avaliou sua decisão e suas implicações? Não. Mas principalmente porque sua alma estava sem o conhecimento correto, portanto, ela não tinha condições de avaliar honestamente.

Neste caso, o pecado aqui é errar o alvo, errar o caminho. Tanto serve para o erro das decisões corriqueiras da vida, como também para o erro das decisões nas coisas concernentes ao âmbito espiritual, muito embora, nenhuma coisa corriqueira na vida do crente exclui sua devida espiritualidade. Se honramos a Deus nas coisas cotidianas quando as fazemos para a glória de Deus, então também pecamos nas coisas tidas como corriqueiras quando nelas Deus não é glorificado!

Mas, afinal, de onde procede o conhecimento do crente? O conhecimento procede da Palavra de Deus. “Lâmpada para os meus pés é Tua Palavra e luz para o meu caminho”, disse o salmista (Sl 119.105). Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). E, de acordo com o próprio Jesus, a verdade é a Palavra: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).

Toda decisão que tomamos, que não passa rigorosamente pelo critério da Palavra de Deus, é decisão de uma alma sem conhecimento, o que não é bom! Ao agirmos com base nessa decisão que não levou em conta a Palavra, então o resultado é pecar. Por isso, crentes precipitados desagradam a Deus, precisam se arrepender desse pecado e se voltar para o conselho da Palavra: “Bem-aventurado o varão que... tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.1,2).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 7 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0693 - O SUPOSTO ARREPENDIMENTO DE ÚLTIMA HORA

 


E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino” (Lc 23.42 – ACF).


Pessoas morrem todos os dias, tanto ímpios como crentes. Obviamente que a mídia só dá ênfase àqueles que são famosos, que vão lhe render ibope e, em geral, estes são os ímpios. Acontece que muitos desses ímpios morrem de forma trágica (assim como alguns crentes também), daí surgem questionamentos sobre o estado intermediário dessas pessoas.

É claro que não podemos de modo nenhum condenar ninguém ao inferno, porém, tampouco podemos colocar alguém no céu. Isso cabe somente ao Juiz de tudo e todos. Entretanto, há uma pergunta que muitos fazem sobre os ímpios que morreram, principalmente de forma trágica: “E se tiverem se arrependido na última hora”? Falemos sobre isso.

Em primeiro lugar, o arrependimento não é um remorso ou um pesar pelas coisas erradas que se faz. O arrependimento, segundo a Bíblia, apesar de conter um pesar, ele é antecedido por uma consciência do pecado, não só o cometido, mas o pecado enraizado no coração humano e é sucedido de confissão e abandono das práticas pecaminosas. Segue-se a isso o reconhecimento de Cristo como único Salvador.

Segundo, para o ímpio ter consciência disso, é preciso que ele ouça a palavra da pregação, caso contrário, ele não pode se arrepender. Um ímpio não tem a menor noção dessas coisas concernentes ao verdadeiro arrependimento, portanto, é impossível que ele se arrependa na última hora.

Terceiro, mesmo quando em vida, o ímpio pode até ter ouvido falar do verdadeiro arrependimento através de algum pregador honesto da Palavra, mas rejeitou o tempo todo. Por que ele aceitaria naquela última respiração? A Bíblia diz que os pecadores impenitentes, isto é, os que não se arrependem, são quebrados por Deus, julgados e destruídos, sem condição de cura (Pv 29.1). Diz também que Deus mesmo os entrega ao pecado (Rm 1.24-32). Ainda diz que a ira de Deus os atinge e eles não se arrependem, antes, blasfemam de Deus (Ap 9.20,21; 16.9).

Em quarto lugar, o ímpio, em seu estágio final, não pensa em Deus nem em Seu Filho Jesus Cristo, ao contrário, ele pensa em como pode sair daquela situação, para se vingar ou continuar em sua impiedade. Até porque suas mortes geralmente são trágicas e rápidas. Ele não tem condições normais de raciocinar. Enquanto em vida não executou o raciocínio sobre a pregação, não vai raciocinar nesse momento de agonia.

Usar o ladrão na cruz como exemplo de quem se arrependeu na última hora é ignorar os processos bíblicos do verdadeiro arrependimento. Aquele homem não estava em sua última hora, pois a morte de cruz era lenta; ele também ouviu o próprio Jesus falar Suas santas palavras na cruz; ele reconheceu seu estado pecaminoso e a inocência de Cristo; ele reconheceu Jesus como Senhor e Rei; e Jesus lhe garantiu a vida eterna (Lc 23.39-43).

Não acredite em arrependimento de última hora e sim no tempo que se chama Hoje (Hb 3.13,15). Como dizia J. C. Ryle: “Na cruz, Jesus salvou um ladrão para que ninguém se desespere; mas somente um para que ninguém se acomode”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0692 - PARA QUEM ESTÁ NO POÇO, A SOLUÇÃO VEM DE CIMA

 


Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).


Depois que Adão caiu no Éden, nunca mais houve alguém capaz de reverter a situação perante Deus. A queda do primeiro casal no jardim foi a queda da humanidade. A corrupção de nosso primeiro pai foi legada a todo ser humano que nasceu depois dele, de modo que o resultado final foi a separação de Deus. Isso que quer dizer “morte”.

O próprio estado caído e falido do homem faz com que ele pense que consiga reverter esse quadro fatal. Em sua mente carnal e pecaminosa, ele acha que pode fazer alguma coisa para se ajeitar com Deus, mas não pode! Isso é um engano do seu coração caído.

Em geral se pensa que “boas obras” agradam a Deus. E, quando se pensa em boas obras, normalmente se pensa em fazer atos de caridade para pessoas carentes. Ora, mas não foi contra pessoas carentes que nós pecamos! Nós pecamos contra Deus! E, nesse caso, nós é que ficamos carentes – carentes da glória dEle, da qual fomos destituídos (Rm 3.23)!

Deus considera nossas obras de justiça como trapo da imundícia, foi o que Ele mesmo disse pelo profeta (Is 64.6). Isso porque elas não procedem de um coração puro. Por melhores que sejam nossas intenções em ajudar um necessitado, nosso coração é corrompido e enganoso (Jr 17.9). Perante Deus isso não tem valor para salvação, embora tenha valor social.

Quando o ser humano pensa que sua bondade para com o próximo pode alcançar o favor de Deus, ele simplesmente ainda está em orgulho, pensando que pode resolver o problema do pecado. Nesse caso, ele despreza a sabedoria e o amor de Deus, aos quais ele diz considerar, pois, se o homem pudesse religar-se a Deus por suas boas obras, Deus não precisaria ter enviado Seu Filho!

A única atitude que agrada a Deus é aquela de profunda humildade, em reconhecer que Deus enviou Seu Filho justamente porque nós não éramos e não somos capazes de resolver o problema do pecado. Quem reconhece isso, abre mão de qualquer mérito e, mesmo que faça boas obras, admite que isso não poderá reconciliá-lo com Deus! Então passa a depender única e exclusivamente de Cristo. Depois disso, pode crer que suas obras serão aceitas por Deus.

Pense o seguinte: depois de Adão, todos nós nascemos em um poço profundo de lama. Ninguém é capaz de sair dali por si mesmo. Nem mesmo as boas intenções podem tirar-nos dessa calamidade. A solução para quem está em um poço profundo vem de cima e não de baixo. Exatamente por isso que Deus enviou Seu Filho. Ele sim, veio de cima, veio do céu, compadecido de pecadores condenados à morte eterna, que jamais podem sair do lamaçal profundo de seu poço de perdição!

Ou você reconhece sua incapacidade e aceita Cristo como único Salvador, ou você está condenado a se debater eternamente nessa lama suja, com a inútil ilusão de que um dia poderá sair de lá! Nenhum ser humano conseguiu resolver esse problema, não é você quem vai conseguir. Somente lá do alto é que veio a solução. E isso, porque Deus assim o quis.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0691 - O MILAGRE DO SOL PARAR NADA É DIANTE DO MILAGRE NA CRUZ

 


Então, Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua, no vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos Justos? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro” (Js 10.12,13).


Esse evento magnífico e sobrenatural é bastante conhecido na história da humanidade. Cientistas críticos se colocam contra, teólogos liberais tentam “demitologizar”, estudiosos crentes tentam explicar, mas o fato é que ocorreu. Houve um dia na terra em que o sol demorou a se pôr para que Deus desse vitória a Seu povo!

Interessante é que o texto diz que Josué falou ao Senhor, antes de dirigir-se ao sol e à lua. E quando ele se dirigiu aos astros, em um ato de completa e impressionante fé, ele falou “na presença dos israelitas”! Talvez, algum de nós, mesmo com a confirmação de Deus, falaria em segredo e não na frente de uma multidão...

Josué precisava da claridade do dia para encerrar com vitória sua campanha contra os amorreus. Seu clamor foi ouvido e algo sobrenatural aconteceu. Aquele dia se estendeu além dos limites naturais e o povo de Deus foi vitorioso. Por mais tentativas que existam de se explicar este milagre, o que é mais impressionante é que isso aconteceu exatamente na hora em que Josué clamou ao Senhor!

Anos antes, seu antecessor, Moisés, também passou por uma experiência maravilhosa de milagre, de algo sobrenatural. Ele clamou, estendeu seu bordão em direção ao mar Vermelho e este se abriu. Há muitas explicações para esse evento, mas o milagre maior foi que Deus abriu o mar exatamente na hora em que Seu servo Lhe pediu, manteve-o aberto até Seu povo passar e o fechou exatamente sobre os inimigos egípcios!

O nome “Josué”, em hebraico, é o mesmo nome “Jesus”, no grego. Ambos significam “o Senhor salva”. Josué precisou do sol para vencer inimigos humanos; Jesus na cruz, logo antes de morrer, viu o sol se esconder por três horas, onde houve trevas sobre toda a terra (Mt 27.45), para vencer inimigos espirituais. Josué conquistou uma terra material para o povo de Israel; Jesus, por Sua morte, conquistou a vida eterna para a igreja! Josué venceu inimigos em vida e na claridade; Jesus venceu na escuridão e na morte!

Cremos no milagre do sol ter parado para Josué fazer sua obra, mas nunca foi maior do que o milagre que o outro Josué fez na cruz, realizando Sua obra de salvação eterna para todos os que nEle creem. Diante do que Ele fez na cruz por nós, o sol ter parado para Josué e o povo de Israel não foi absolutamente nada!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0690 - A ESTABILIDADE ECONÔMICA DE UMA NAÇÃO NÃO SIGNIFICA BÊNÇÃO DE DEUS

 


No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samaria, Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos. E fez o que era mau aos olhos do Senhor” (2Re 14.23,24).


O rei Jeroboão II foi um dos piores reis de Israel, depois da divisão do reino e, no reino do Norte, foi o que mais tempo reinou, 41 anos. Seu reino foi um reino próspero, ele conseguiu restaurar várias cidades para Israel, de acordo com as profecias de Jonas para ele (v. 25).

Porém, muito embora ele tenha sido um rei longevo e próspero, isso não significa que Deus estava aprovando seu governo sobre Israel. Era um reinado de conquistas e boas economias, ou seja, politicamente estável, mas moralmente catastrófico!

Um dos erros de muitos crentes em nosso país é exatamente o mesmo. Imaginam que uma nação é abençoada ou não, com base em sua prosperidade, condições dinheiristas, estabilidade econômica e outros parâmetros relacionados ao bem-estar financeiro.

Mas para Deus, os padrões são outros. Uma nação pode ir muito bem financeiramente, enquanto escorrega em uma falência moral indizível! Para o mundo é até compreensível esse raciocínio, pois o mundo não tem esperança na eternidade, portanto, sua expectativa é terrena. Mas é inaceitável para a igreja de Cristo ter esse tipo de pensamento!

Uma das razões por que a igreja desenvolveu esse tipo de conclusão a respeito de uma “nação abençoada” é a mesma razão pela qual ela pensa sobre a prosperidade do crente. Muitos pensam que um crente próspero está agradando a Deus, por isso se deu bem materialmente. Já um crente que passa por aperto econômico, esse aí está em débito ou dívida com Deus.

Contudo, nosso pensamento deve ser governado pela Palavra de Deus. Ela é o parâmetro para nossas conclusões. Um país estabilizado em sua economia nada tem a ver com a aprovação de Deus a respeito de seu governo, assim como uma igreja rica nada tem a ver com a concordância divina a seu respeito só por esse motivo.

A igreja deve se desvincular desse pensamento imoral, idólatra, pois a avareza é idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5), de que uma nação ou uma igreja é aprovada por Deus pelo fato de tudo lhe estar indo bem no aspecto financeiro. Somente assim a igreja pode erguer sua voz contra os pecados da nação e até contra os pecados dela mesma!

Assim como para Deus um país deve sujeitar-se à Sua lei, assim também para a igreja, o país onde ela está inserida deve ser avaliado pela moralidade bíblica, independente de sua condição econômica. O fato de uma nação caminhar em boa estabilidade financeira tem cegado a igreja e a confundido sobre a bênção de Deus, de modo a manter a igreja calada sobre os pecados desta nação e conivente com eles!

O v. 27 nos diz que “ainda não falara o Senhor em apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém o livrou por meio de Jeroboão, filho de Jeoás”. Porém, quando chegou o dia da destruição, a prosperidade não salvou Israel. Também não salvará o Brasil.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0689 - ALGUÉM AÍ É DIGNO DA PAZ?

 


E, quando entrardes em uma casa, saudai-a; e, se a casa for digna, deixai sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz” (Mt 10.12,13 – KJF).


A prática da evangelização tem sido diluída pela própria igreja que deveria pregar o evangelho robusto e puro como ele é. As palavras do evangelho oferecem salvação e vida eterna sim, mas somente para aqueles que, ao serem confrontados com sua condição de pecadores, reconhecem isto e se rendem arrependidos.

Os diálogos atualmente são marcados por uma prepotência muito grande. As pessoas arrogam saber de tudo. Basta ler algumas discussões virtuais ou comentários sobre alguma postagem. Como o evangelho não transige com a sabedoria humana, muito menos com a tolice, então, apresentar o evangelho como ele é, irá ofender muita gente. Essa é uma das razões por que muitas igrejas mudaram o conteúdo da proclamação. Fizeram isso para se tornarem aceitáveis e o evangelho mais agradável.

Porém, como disse Jesus a Seus discípulos: “quando entrardes em uma casa, saudai-a”. A saudação é saudação de paz, como sabemos. Ao entrarmos em uma casa para pregar o evangelho, devemos desejar paz àquela casa. O problema é que nem mesmo muitos crentes sabem o que significa a paz.

A paz aqui não é um simples cumprimento, como um “bom dia” ou “boa tarde” que gentilmente falamos uns aos outros. A paz que nosso Senhor Se refere é a paz com Deus, aquela que Ele mesmo veio dar aos que creem. “Portanto, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, disse Paulo aos romanos (Rm 5.1).

Ao entrarmos em uma casa devemos desejar-lhe a paz com Deus, isto é, que aquela família se arrependa de seus pecados, que creia em Cristo como Senhor e Salvador, a fim de obter a paz com Deus, pois sem ela, somos inimigos de Deus.

Se tal casa não for digna da paz, ou seja, se aquela família rejeitar a única solução para o pecado, então ela permanecerá em guerra contra Deus. Isso não é uma questão de educação ou falta dela; e sim uma questão de aceitação do evangelho. Aquela família que rejeitar a pregação do evangelho estará atraindo para si mesma uma condenação mais terrível do que a de Sodoma e Gomorra (v. 15).

Honestamente, Jesus não deu muita esperança de aceitação. Embora haja muita, todavia, não é proporcional à rejeição. De fato, a rejeição é muito maior. Jesus disse que, por causa do evangelho, “o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho” (v. 21). Disse também que seremos “odiados de todos os homens por causa do meu nome” (v. 22). Mas deu uma palavra de consolo e encorajamento: “E não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno” (v. 28).

Vá avante, meu irmão! Deus nos chamou para sermos embaixadores de Cristo e rogarmos ao mundo que se reconcilie com Deus (2Co 5.20). Só você que já tem a paz, pode proclamar a paz.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0688 - A CIDADE SANTA: QUEM ESTARÁ LÁ?

 


Nela não entrará coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira, mas somente os inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21.27).


Quando o apóstolo João foi levado pelo anjo a contemplar a esposa do Cordeiro, que é a igreja, ele a viu de modo simbólico, como uma cidade. O anjo disse que lhe mostraria a esposa do Cordeiro e, quando o leva para vê-la de um alto monte, leva-o em espírito e lhe mostra a cidade santa, a Nova Jerusalém (vs. 9,10). Por aqui, já observamos que a Nova Jerusalém não é uma cidade, mas a figura da igreja salva na eternidade.

As características que ele detalha desta cidade são também representações simbólicas das características da igreja do Senhor. Por exemplo, o jaspe cristalino do v. 11 representa a pureza da igreja. As 12 portas que estão no muro representam os salvos da antiga aliança, visto que nas portas estão escritos os nomes dos 12 patriarcas (v. 12). Quando o v. 13 diz que estas portas estavam três para cada lado dos pontos cardeais, significa que a igreja abriu as portas para todas as nações do mundo.

No v. 14 vemos os fundamentos da cidade. Ali, ao invés dos nomes dos patriarcas, estavam os nomes dos apóstolos. Isto significa que a igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos, isto é, a doutrina deles (Ef 2.20; At 2.42).

A medida da cidade no v. 15 significa proteção. Já no v. 16, o fato da cidade ser como um cubo de três medidas iguais, comprimento, largura e altura, todas de 12 mil estádios, significa a perfeita medida de Cristo a qual a igreja atingiu (Ef 4.13). O número 12 fala dos salvos, lembrando os 12 patriarcas e os 12 apóstolos e o número mil representa grandeza. A igreja é composta de um grande número de salvos, porém, nem um sobrará e nem um só faltará.

A medida do muro em 144 côvados quer dizer o mesmo, pois 144 é 12 vezes 12. Aqui, nos lembramos dos patriarcas, que representam os salvos da antiga aliança e os apóstolos que representam os salvos da nova aliança. Por isso 12 vezes 12. Do v. 18-21, as pedras preciosas representam a beleza e a glória da igreja, pois “Cristo amou a igreja... a fim de santificá-la, tendo-a purificado com o lavar da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27).

Não é, pois, de se estranhar a ausência de impureza naquele lugar de glória. Aqui agora não somos puros, mas estamos sendo purificados. Os praticantes de abominação, de todo tipo de pecado e mentira, não poderão entrar lá, somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. Sabemos que os salvos, neste livro, já têm seus nomes inscritos lá desde a fundação do mundo (17.8). Não se tira nem se acrescenta.

Se seu nome estiver inscrito ali, você sentirá o desejo de vir a Cristo. Cedo ou tarde, isso acontecerá a você, mas somente por meio da pregação do verdadeiro evangelho. Por isso fique atento ao chamado de Deus. Mas, se seu nome não estiver no livro da vida, você não terá desejo algum por Cristo, por isso não fará sentido você morar no céu, pois é Ele, quem você rejeitou, que estará lá.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0687 - MURMURAÇÃO E PROVISÃO

 


Disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão” (Êx 16.3).


A natureza humana caída é realmente ingrata. Apenas 45 dias que o povo de Israel havia saído livre da escravidão no Egito e já reclamava que seria melhor ter morrido no Egito, uma vez que lá havia carne e pão com fartura, o que era uma grande mentira. Escravos não eram bem tratados na antiguidade, principalmente por nações pagãs.

Diante na ingratidão, Deus resolveu suprir Seu povo de um modo miraculoso, a saber, pão que chovia do céu (v. 4). Porém, haveria regras para a colheita daquele maná para alimentar a família. Haveria uma quantidade a ser colhida por número de pessoas na casa (v. 16). Não sobraria nem faltaria (v. 18).

Outra regra era que eles não deveriam colher para mais, ou seja, para o dia seguinte (v. 19). No entanto, os rebeldes desobedeceram a esta regra (v. 20). Resultado: cheirou mal e deu bichos. A lição aqui é que não devemos confiar no alimento de amanhã e sim no “pão nosso de cada dia” que nos é dado “hoje” (Mt 6.11). Os pagãos é que se preocupam com o futuro.

Ainda mais um preceito sobre o maná era que, no sexto dia, eles deveriam sim, colher uma porção dobrada, o suficiente para dois dias, visto que no sábado, eles não poderiam colher, por ser o dia de descanso (vs. 22-26). Assim acontecia e o maná, milagrosamente, não cheirava mal nem dava bichos! O ensino aqui é que quem nos sustenta é Deus e nossa adoração a Ele deve estar acima de nossas preocupações com o trabalho do cotidiano!

Mas os rebeldes, mais uma vez desobedeceram. Eles deixaram de colher uma porção dupla no sexto dia... Resultado: foram colher no sábado e nada encontraram (v. 27)! O Senhor os repreendeu por causa da desobediência: “Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis? Considerai que o Senhor vos deu o sábado; por isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias; cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia” (vs. 28,29).

Entretanto, todos estes que comeram o pão do céu, apesar de terem saciado sua fome, mesmo assim morreram (Jo 6.49). Mas o verdadeiro Pão do Céu, a saber, Jesus Cristo, este sim, veio para dar a vida eterna (Jo 6.50,51)! Todo aquele que dEle se alimentar, isto é, tiver profunda comunhão com Ele, terá a vida eterna!

Não deixe a murmuração tomar conta de sua boca. Deus libertou você do mundo e te sustenta com o Pão da Vida até que você chegue à pátria celestial. Ele é o mesmo que provê alimento físico para o nosso sustento corporal, como também o que nos providenciou o Pão que satisfaz a fome espiritual. Toda vez que você comer algo para se alimentar, lembre-se de Jesus, que sustenta você muito mais do que o pão, e então glorifique a Deus por ambas as provisões.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0686 - NÃO SE CASE COM INCRÉDULOS!

 


Vi também, naqueles dias, que judeus haviam casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas” (Ne 13.23).


O relacionamento conjugal é um dos temas mais debatidos, distorcidos, atacados, invertidos e profanados dos nossos dias. O conceito do mundo de nossa época é que existem várias formas de amar. Com base nessa afirmação, a sociedade usurpou para si a instituição do casamento (uma vez que o matrimônio foi instituído por Deus) e a tornou tão destruída quanto seus próprios conceitos, violando o conceito divino. Afinal quem inventou o casamento é que é o único que pode realmente dizer como ele deve ser.

Quando Deus separou Israel para ser Seu povo na antiga aliança, Deus fez isso como um modelo, para o povo que Ele sempre teve em mente, que é Sua igreja. Israel foi apenas um protótipo, um apontamento. Ao proibir Seu povo de se casar com pessoas de nações estrangeiras, Deus não estava sendo xenófobo ou nazista, tentando manter uma raça nacional pura. Deus estava querendo preservar Seu povo de entrar nos pecados de idolatria e todo paganismo que aquelas nações praticavam. Salomão caiu exatamente nesse pecado, disse Neemias (v. 26).

De alguma forma, Deus queria manter a pureza sim, do Seu povo, porém a pureza espiritual. Entretanto, esses ensinos eram pedagógicos, isto é, eles estavam no nível do entendimento dos judeus. Somente assim, eles poderiam entender algo sobre a santidade de Deus, nessa separação nacionalista. Mas não havia segregação nisto, uma vez que o próprio Moisés se casara com uma estrangeira, uma mulher cuxita (Nm 12.1).

Na nova aliança, embora não haja qualquer proibição de se casar com qualquer raça, o princípio permanece, a saber, que não se case crente com não crente (2Co 6.14). A manutenção da pureza e da guarda dos princípios divinos está com a igreja e o apóstolo Paulo diz que os crentes não devem abrir mão deles. A igreja é coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15).

O casamento cristão é heteronormativo, monogâmico, indissolúvel e realizado entre crentes em Jesus. Qualquer junção fora desta determinação bíblica é pecado inaceitável diante de Deus. A igreja não tem autorização para mudar qualquer princípio divino que seja. O mundo também não tem, mas a sociedade sem Deus faz isso, desafia a Deus. Por ora, Ele tem deixado, muito embora tenha também demonstrado a ruína decadente em que o mundo está escorregando, não obstante os incrédulos não percebam.

Jovens crentes não devem se casar com não crentes. Não devem também usar a desculpa de que vão se relacionar para trazer estas pessoas a Cristo, pois o meio pelo qual se traz alguém a Cristo é pela pregação do evangelho e não por namoro. Não está escrito “ide por todo mundo e namorai”, mas sim, “pregai o evangelho” (Mc 16.15). Quando se usa essa “estratégia”, o que mais acontece é o crente se desviar e não o incrédulo se converter.

Não engula o conceito do mundo, de que casamento é coisa de foro íntimo. Não é. Gostar de alguém pode ser, mas o casamento é bem objetivo, ele veio de Deus e somente Deus pode determinar como ele deve ser.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 25 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0685 - MEU MALDITO CADÁVER!

 


Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6.6).


A santificação é uma doutrina prática. Quando falamos em santificação, não podemos falar apenas sobre seu conceito, suas características, essas coisas que são importantes sim, mas são apenas teóricas sobre o assunto, uma vez que a santificação é um exercício espiritual. É necessário sim, saber sobre seus detalhes, mas é muito mais produtivo vivenciar. É como natação, não se pode aprender a nadar só por informação. É preciso entrar na água.

Como a santificação é uma exigência de Deus para o Seu povo (1Pe 1.16), ficar apenas no campo do debate e da definição acerca dela é um perigo enorme. É certo que precisamos aprender sobre ela, porém, como ela é de cunho prático, quanto mais aprendemos, mais aumenta nossa responsabilidade em desenvolvê-la.

Aqueles que receberam o conhecimento não podem fingir que isto é o suficiente para viver sua vida espiritual. O próprio conhecimento que recebemos nos diz que não é o suficiente. Ele mostra o que falta em nós para realmente vivermos uma vida que agrada a Deus. Viver fora disso é flertar com a destruição. O conhecimento bíblico deve nos levar ao desejo de obter; o desejo deve nos levar à busca; e quem busca, encontra, disse Jesus (Mt 7.8).

O cristão é o único neste mundo que carrega duas naturezas. A de Adão e a de Cristo dentro de si. Ambas vivem em conflito, diz Paulo, porque elas desejam coisas diferentes (Gl 5.17). Alguém já comparou a vida cristã como aquele rei antigo que condenava seus prisioneiros de guerra a andarem algemados a cadáveres da guerra até que entrassem em decomposição. Sua sentença era arrastar aquele defunto até que ele se despedaçasse totalmente podre.

A velha criatura está em nós, algemada como um cadáver. E o apóstolo nos diz que ela caminha para a decomposição (Ef 4.22). O problema é que ela tem suas vontades e tais vontades nos agradam. Ela não morre imediatamente assim que cremos... Quanto mais atendemos a seus desejos no pecado, tanto mais teremos o que se chama de “acomodação olfativa” que é quando você se acostuma ao mau cheiro e não o sente mais.

Porém, quanto mais nos santificamos, mais sentiremos o mau cheiro da velha criatura, que se apodrece a cada dia e mais desejaremos nos “livrar do corpo desta morte” (Rm 7.24)! Paulo diz “graças a Deus por Jesus Cristo” (Rm 7.25). Por quê? Porque se as misericórdias de Deus não têm fim sobre nós, é porque naquela cruz a ira de Deus sobre Seu Filho também não teve fim!

Hoje podemos contar com o perdão infinito de Deus, porque Sua vingança dos nossos pecados sobre Cristo também foi infinita! Foi um castigo sem fim, para que tivéssemos graça sem fim! Isso quer dizer que podemos pecar à vontade? Se você atende sempre aos desejos do cadáver que está algemado a você, então você é o cadáver – não nasceu de novo! Mas se você atende aos desejos santos da nova criatura e, por vezes, é derrubado pelo peso desse maldito defunto, então sua liberdade da glória dos filhos de Deus está garantida por Cristo Jesus nosso Senhor!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0684 - SEGUINDO JESUS DE LONGE...

 


Então, prendendo-o, o levaram e o introduziram na casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe” (Lc 22.54).


Durante o ministério terreno de Jesus, Ele teve todo tipo de seguidor. Ele teve a multidão, que O seguia por causa dos sinais que Ele fazia; Ele teve curiosos, como Nicodemos, que procurou Jesus de noite e não abertamente; Ele teve seguidores críticos, como os fariseus e escribas, que O seguiam apenas para criticá-lo e jamais para se converterem com a verdade que Ele falava; teve também Seus discípulos que O seguiam de perto.

Porém, houve um momento da vida de Jesus em que Ele foi abandonado por Seus discípulos. O momento de Sua prisão e inquisição perante os principais sacerdotes. O texto posterior ao que lemos diz que Pedro, depois de segui-lo de longe, procurou uma fogueira para se aquentar (v. 55). E aqui estão algumas características daqueles que assim procedem.

Mesmo Pedro tendo sido, dentre os doze, um dos três mais próximos de Jesus, como também o foram Tiago e João, nesse momento crucial, ele não esteve próximo. Os crentes que seguem a Jesus de longe também não manifestam sua distância, exceto quando são colocados à prova, quando sua fé é testada, como quando, por exemplo, vem a perseguição. Assim como Pedro, os que seguem a Jesus de longe também procuram uma fogueira para se acomodar.

Mas a vida do crente que segue a Jesus de longe já vem dando sinais de fracasso. Quando Jesus disse que Satanás pediu para peneirar Seus discípulos, Pedro retrucou, dizendo que ele estava pronto para ir com Jesus (v. 33). Assim também, muitos crentes precisam ser provados para saber se realmente nunca vão abandonar a Jesus, a Quem tanto dizem ser fiéis.

Outro sinal é que quando Jesus precisou desses três discípulos próximos para orarem e velarem com Ele, simplesmente eles dormiram (vs. 45,46). Crentes que seguem a Jesus de longe não conseguem discernir a hora das trevas (v. 53). Eles dormem porque não conhecem a hora da guerra e da tentação. Sua fraca carne se sobrepõe à prontidão do espírito (Mc 14.38).

Crentes que seguem a Jesus de longe também confundem a luta espiritual com a carnal (v. 50). São valentes na carne, mas derrotados no espírito! São rápidos para pegar em espadas, para usar os recursos humanos, mas são lentos para se apossar das armas espirituais e discernir o verdadeiro inimigo!

Finalmente, os crentes que seguem a Jesus de longe, O negam (vs. 57-60). Na verdade, toda sua máscara de seguidor próximo, de crente fiel, de perseverante, foi arrancada! Agora ele está ali, patético, diante dos desafiadores de Cristo e do cristianismo, mas ele não tem mais forças! Suas palavras caíram por terra e só restou a negação!

Ainda bem que há esperança para os que seguem a Jesus de longe. Eles podem chorar amargamente e provar com isso o verdadeiro arrependimento (v. 62)! O Senhor traído e negado, morto e ressuscitado estende Sua mão graciosa para perdoar e trazê-los para perto realmente. Mais tarde eles ouvirão a pergunta suave e serena do Senhor: “Tu me amas”? (Jo 21.17). O que você responderá?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 23 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0683 - PUBLICANOS E CRIANÇAS x FARISEUS E JOVENS RICOS

 


Em verdade lhes digo: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele” (Lc 18.17).


O evangelista Lucas colocou o episódio de Jesus com as crianças bem no meio de duas outras situações, a saber, entre a parábola do fariseu e do publicano e o episódio do jovem rico. Os escritores bíblicos tinham propósitos específicos quando faziam isto. Eles não narravam os acontecimentos necessariamente em uma ordem cronológica, senão que faziam em uma sequência de propósitos doutrinários, para alertar os leitores de uma lição específica.

Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus já acabara de ensinar que a pessoa só é justificada por Deus quando se aproxima dEle suplicando Sua misericórdia e reconhecendo que é pecadora (v. 13). Aliás, usando o exemplo do publicano que assim agiu, Jesus confirma que ele desceu para casa justificado e não o fariseu. A explicação de Jesus é: “Porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (v. 14).

Essa parábola, para Lucas, é o pano de fundo para introduzir o episódio de Jesus com as crianças, embora esse episódio não tenha acontecido necessariamente depois de Jesus ter contado a parábola. O que Lucas quer mostrar a seus leitores é um exemplo prático do que significa se humilhar e nada melhor do que o caso de Jesus com as crianças.

Para o evangelista, se você não receber o reino de Deus como uma criança, você está se comportando como o fariseu da parábola, que achava que podia oferecer muita coisa a Deus de suas obras – primeiro, ele apresentou a Deus o que ele não fazia, isto é, não quebrar mandamentos de proibição (v. 11) e depois o que ele fazia, ou seja, obedecer a mandamentos de autorização (v. 12). Uma criança não tem nada a oferecer para merecer o que quer que seja.

O próximo episódio foi colocado por Lucas também para expressar o caso de uma pessoa que achava que podia merecer o céu. O jovem rico pensava que havia guardado toda a lei, assim como aquele fariseu da parábola. O encontro de Jesus com o jovem rico pode não ter acontecido logo após a situação com as crianças, mas Lucas quer ensinar e enfatizar o ensino sobre a dependência para que se receba o reino de Deus.

Em outras palavras, o jovem rico era como o fariseu. Ambos achavam que podiam apresentar suas qualificações para merecerem o reino. Já os discípulos deveriam ser como as crianças e o publicano da parábola, ou seja, deveriam apenas depender da misericórdia de Deus, pois deveriam reconhecer que nada tinham para alcançar o reino!

E esta lição fica clara para nós. Jesus não estava dizendo que crianças merecem o céu pelo fato de serem crianças, senão o propósito de Lucas entraria em contradição com seu próprio ensino! Se fosse assim, o publicano seria justificado só porque era publicano, o que não faz o menor sentido. O que fica claro para nós é que o publicano e as crianças são apenas exemplos de pessoas que nada têm em suas mãos e, ao se aproximarem de Deus, dependem exclusivamente da Sua graça para a salvação!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0682 - NÃO DURMA NA SEARA!

 


O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha” (Pv 10.5).


Em toda a Bíblia, a preguiça é condenada. O trabalho não é fruto do pecado. Quando Deus criou o homem, já o estabeleceu para o trabalho. Aliás, o trabalho existe antes da criação do homem, visto que o próprio Deus, ao criar todas as coisas antes do ser humano, estava em execução de trabalho. Portanto, trabalho é coisa da Criação e não da Queda.

O que a Queda fez com o trabalho foi causar sua improdutividade, aumentar a canseira e o enfado, desgastar o ser humano no exercício do seu trabalho, mas a Queda não é originária do trabalho. Toda tentativa de obter os recursos próprios do trabalho sem ele é pecado, são recursos ilegítimos. Isso vale tanto para a preguiça, como para os meios ilícitos de amealhar ganhos que não sejam pelo trabalho.

Ajuntar no verão significa trabalhar com prudência enquanto se tem forças para isso. Um dia o inverno chegará, seja pela idade, pela doença, pelo desemprego, por vários percalços que nos surpreendem na jornada que se chama vida. Enquanto temos força, trabalhemos; enquanto é verão, ajuntemos; algum inverno chegará e é necessário termos ajuntado alguma coisa.

Nosso provérbio diz que aquele que dorme na sega, isto é, na colheita, envergonha seus pais. Antigamente, os pais colocavam filhos no mundo para trabalhar, para ajudar a manter e até aumentar a propriedade da família. Em parte, essa era uma das razões deles preferirem filhos homens, pois seriam dados ao serviço braçal, que era a maior parte do trabalho existente.

Hoje, há muitos filhos que envergonham seus pais nesse quesito. Eles não dormem apenas na sega, mas também no plantio. Eles são lentos não só para colher, mas, inclusive, para plantar. Aliás, existem pais que também não ensinam tais responsabilidades para seus filhos desde cedo. Assim, a consequência é óbvia.

Existe também, no campo espiritual, a mesma negligência. Há jovens que dormem, enquanto os campos estão brancos para a colheita. Há trabalho no reino de Deus, mas há filhos dormentes. Envergonham seus pastores, não ajuntam no verão. Haverá invernos espirituais também. Haverá tempos de perseguição, tempos de angústia, tempos de dificuldade no evangelho, mas estes jovens não ajuntaram no verão.

O risco que se corre é o de ficarem como as cinco virgens tolas. Elas dormiram e, além disso, ainda não tinham azeite suficiente para passarem a vigília daquela noite. Ficaram assustadas com a chegada do noivo, mas não fizeram suas reservas no verão. O inverno chegou para elas e era tarde demais (Mt 25.1-13).

O apóstolo Paulo dá um recado tanto para os dormentes no trabalho, quanto para os dormentes espirituais. Ele diz aos primeiros: “se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3.10). E aos dormentes espirituais, o recado é: “já é hora de vos despertardes do sono. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz... revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.11-14).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 18 de novembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0681 - DEUS VINDICARÁ SUA HONRA!

 


Lembra-te disto: que o inimigo te afrontou, ó Senhor, e que um povo insensato ultrajou o teu nome” (Sl 74.18).


Uma das características dos salmos chamados imprecatórios é que eles clamavam vingança, mas por causa da honra do nome de Deus. Não se tratava de vingança pessoal, ou de descontar um malfeito a alguém específico. Quando o povo de Deus era envergonhado ou perseguido, o pedido de vingança era feito porque o nome do Senhor estava sobre Seu povo e não por uma questão de orgulho nacional.

A honra de Deus nunca é maculada em si. Ela é uma qualidade intrínseca de Deus e totalmente independente de Suas criaturas ou de qualquer difamação. Porém, quando os salmistas pediam que Deus vingasse as maldades dos inimigos, eles colocavam em jogo essa honra. Por isso pediam a Deus que cuidasse de Sua própria reputação entre os ímpios.

Em geral, Deus ouvia a esse tipo de clamor, visto que as nações antigas eram adoradoras de ídolos e vários deuses falsos. A resposta de Deus ao clamor de vingança do Seu povo vindicava Sua honra e mostrava para as nações pagãs que não havia outro Deus, não havia nenhum ídolo que pudesse se comparar ao único Deus e verdadeiro que Se revelou para Israel.

Entretanto, nem sempre Deus mostrou isso em forma de vingança sobre os ímpios. A bem da verdade, depois que o povo de Deus foi revelado como igreja, o mistério que esteve oculto, Deus praticamente não responde a esse tipo de clamor. Não que Ele não esteja atento a isso. Cada humilhação que o povo de Deus passa, cada perseguição feita a Seu povo, como disse Jesus a Saulo, é feita diretamente contra Ele (At 9.4,5).

As almas que estão debaixo do altar são almas de mártires, crentes fiéis que morreram por amor de Cristo. Elas clamam por vingança e justiça do seu sangue, mas a resposta é que esperem até que se complete o número de seus irmãos que ainda estão na terra, que devem ser mortos pelo mesmo processo do martírio como elas foram (Ap 6.9-11). Embora isso mostre uma demora na resposta, todavia, mostra também a certeza dela.

A aparente demora da resposta de Deus para vingar os inimigos de Sua igreja tem dado a falsa expectativa nos ímpios de que Deus não existe ou, se existe, não Se importa. A igreja tem que tomar cuidado para que ela não caia na mesma falsa sensação. Deus existe, Ele Se importa e Ele executará a vingança. O que nos parece é que, quando Deus quer condenar, Ele realmente não Se revela, deixando o ímpio mais endurecido do que ele já é, o que o levará, sem dúvida, ao calabouço do inferno sem piedade.

Certo é que os inimigos que ultrajaram e afrontaram a Deus não ficarão sem castigo. Isso é só uma questão de tempo. Pedro diz que na época de Noé foi assim também. Ninguém acreditou e a vingança veio. Os leitores de Pedro sabiam disso, mas estavam tão incrédulos quanto os contemporâneos de Noé. Aqui e ali, Deus tem mostrado que está atento. Mas, Sua ira mesmo, está para ser derramada é no Juízo Final. Oremos para que os ímpios se convertam. Mas saibamos que Deus nunca deixará de vindicar Sua honra do ultraje dos homens!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson