terça-feira, 9 de dezembro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0695 - O SOPRO GELADO DA INIQUIDADE CONTRA O AMOR

 


E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12).


Quando nosso Senhor Jesus falou da grande e assustadora frieza do amor que haveria de acontecer devido ao aumento da iniquidade, Ele não estava Se referindo a pessoas ímpias. A palavra “amor” é do grego agapē e, na linguagem cristã, o ímpio não possui esse amor. Ele estava falando mesmo de crentes, pessoas que conheceram o amor de Deus, mas deram mais lugar à injustiça do que à vontade de Deus.

De fato, os últimos séculos do cristianismo têm se mostrado mais nocivos à estabilidade do amor cristão. Basta fazer uma comparação com o amor cristão das igrejas dos primeiros séculos. A igreja primitiva amava a ponto de transformar seu amor em algo palpável, não somente visível! A igreja atual não consegue...

Uma das provas do aumento da iniquidade pode se ver há cerca de 200 anos. O iluminismo roubando o coração dos supostos intelectuais, alegando que não precisavam mais de Deus para explicar nada; o modernismo endurecendo os incrédulos, fazendo-os rejeitar qualquer coisa que não pudesse ser provada cientificamente; e o pós-modernismo diluindo a verdade, dizendo que cada um tem a sua. Diante de tanta iniquidade, explica-se por que muitos crentes sucumbiram seu amor à frieza.

A palavra que Jesus utiliza para “esfriar” é uma palavra grega que significa “esfriar soprando”, isto é, quando se deseja esfriar um alimento quente. O esfriamento do amor é intencional. Não é um simples abandono do amor, mas uma investida contra seu fervor natural. Isso é muito triste, inclusive porque é o que vemos claramente na vida de muitos cristãos.

Nenhum cristão pode alegar que Deus não lhe deu esse amor, pois o apóstolo Paulo nos diz que “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5.5). Se você alega não ter esse amor, é porque você não tem o Espírito Santo e, como disse o próprio Paulo, “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).

Crentes, acordem para o amor cristão! Vejam as qualidades maravilhosas que tem esse amor que Deus derramou em nós: ele é sem hipocrisia; detesta o mal e se apega ao bem; ele procede do coração; ele nos faz considerar-nos irmãos; ele nos faz preferir o outro em honra ao invés de nós mesmos; ele não é mesquinho no cuidado da obra de Deus, mas é fervoroso no espírito; ele nos leva a ter alegria pela vinda de Cristo; nos dá paciência na tribulação e perseverança na oração; ele compartilha as necessidades dos santos e pratica a hospitalidade; ele nos leva a abençoar os que nos perseguem, a nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram; ele busca unidade no sentimento, abomina o orgulho e não se considera o mais sábio; ele busca ter paz com todos e não busca vingança; dá de comer e beber ao inimigo e vence o mal com o bem (Rm 12.9-21)!

Foi este amor que Deus derramou em nossos corações. Você acha que ele se esfriaria assim, do nada? Ou de fato somos nós que temos soprado contra ele o sopro gelado da iniquidade?

Día tēs písteōs.

Pr. Cleilson

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