domingo, 13 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 14

 


Irmãos, cada um permaneça diante de Deus na condição em que foi chamado” (1Co 7.24).


Os casados cristãos também incorrem em situações de relacionamento com incrédulos. Uma parte da 1ª carta de Paulo aos coríntios trata disso. Está no cap. 7 a partir do v. 12. Ali, quando Paulo escreve “digo eu, não o Senhor”, não significa que seja uma palavra opcional. Ele não está dizendo que isso é uma opinião particular. Apenas diz que o Senhor Jesus não falou nada a respeito desse assunto enquanto esteve no Seu ministério terreno. Todavia, a escrita de Paulo é inspirada e tem valor doutrinário.

Se um crente solteiro não deve se casar com uma pessoa incrédula, conforme já estudamos, os que desobedecem a esta ordem da Palavra, além de desonrarem a glória de Deus, colherão sérias consequências e devem se submeter a elas enquanto estiverem casados. Mas existem aqueles que vêm a Cristo depois de casados e seu cônjuge não vem. É para estes que o apóstolo Paulo está falando.

Se você veio a Cristo e seu cônjuge não veio, você não deve se separar por causa disso, caso seu cônjuge concorde em viver com você. Você era escravo do pecado e não tinha conhecimento sobre a relação conjugal e a glória de Deus. Você tinha apenas o conceito mundano sobre casamento. Agora que você veio a Cristo, a glória de Deus é revelada justamente no fato de você permanecer casado com seu cônjuge incrédulo.

Paulo explica isso, dizendo que o cônjuge incrédulo é santificado no convívio com o crente (v. 14). Isto não quer dizer que seu cônjuge será salvo por tabela. Isso não existe na Bíblia. O que o apóstolo está dizendo é que a influência santificadora do cônjuge cristão é mais poderosa do que a influência maligna do incrédulo, isto é, que você, como crente, acaba abençoando sua casa porque você é crente, enquanto seu cônjuge incrédulo não tem poder para amaldiçoar seu lar.

No v. 16, ele faz uma pergunta de retórica: “Pois você, ó mulher, como sabe se salvará o seu marido? Ou você, ó marido, como sabe se salvará a sua mulher?”. O apóstolo está dizendo que na sua influência cristã, você não sabe se poderá salvar seu cônjuge. Mas todo esforço cristão deve ser empenhado para isso.

Porém, se seu marido ou esposa, por ser alguém incrédulo, desejar se separar de você porque você é crente, então, diz Paulo, você não está sujeito à servidão desse tipo de casamento, pois o que agora refletirá a glória de Deus é seu amor por Deus mais do que pelo seu cônjuge. O próprio Jesus disse que até mesmo a família deve ser subtraída em favor do amor ao reino de Deus (Lc 18.29,30). Claro que não é um pretexto para alguns que querem se separar e usam o reino de Deus como desculpa, mas um fato concreto de uma família rejeitar um dos seus por ser um crente fiel. Neste caso, se seu amor pelos seus for maior que o amor por Jesus, você não é digno dEle (Mt 10.37)!

Portanto, se você, sendo crente, se casou com um descrente, mantenha-se casado, aguente as consequências e peça perdão por desprezar a glória de Deus. Mas se você veio do mundo para Cristo e seu cônjuge não veio, mantenha-se casado e deixe a glória de Deus resplandecer no seu lar para que, porventura, seu cônjuge seja salvo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 12 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 13

 


Não estejais unidos em jugo desigual com incrédulos, pois que companheirismo tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que harmonia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o crente com o infiel? E que acordo tem o templo de Deus com os ídolos?” (2Co 6.14-16 – KJF 1611).


A partir do devocional de hoje iremos começar algumas meditações a respeito do relacionamento do crente com o incrédulo em sua vida ou pretensão à vida familiar. Começaremos, como sempre, pela vida da pessoa solteira, lembrando que estamos nos referindo a pessoas crentes.

Algumas pessoas pensam que estes versículos nada têm a ver com casamento. Posso lhe dizer que eles não têm a ver só com casamento, mas, certamente, inclui este relacionamento aqui nas palavras de Paulo. Observe que o jugo desigual aqui nada tem a ver com questões materiais, temperamentais ou preferenciais; o jugo é desigual apenas e somente por questões espirituais.

Quando o crente solteiro, ou a cristã solteira busca alguém para se relacionar, deve pensar em primeiríssimo lugar sobre o compromisso que aquela pessoa tem com Deus. Um grave erro dos solteiros é se apaixonar por alguém descrente, firmar um relacionamento e depois esperar que tal pessoa venha a Cristo por sua causa. Pode até ser que venha, mas a regra é que depois ela saia, além de arrastar consigo o crente infiel.

Outro erro é pensar que a proibição de Paulo se dá por razões religiosas, como se Paulo estivesse preocupado com o que vem depois: olha, não case com alguém não crente, porque depois de casado, seu cônjuge vai querer ir para o mundo e você para a igreja; vai querer iniciar ou paganizar seu filho e você não vai aceitar; vai levar amigos ímpios para sua casa e você não vai gostar; vai ensinar seu filho o erro e você não vai querer; etc. Não, meus queridos irmãos solteiros! Não é isto! Apenas uma coisa preocupava o apóstolo Paulo: a glória de Deus!

Veja o que ele diz – você é justo e o incrédulo não é; você é luz, ele é trevas; você é de Cristo, ele é de Belial (do maligno); você é crente, ele é infiel; você é templo de Deus, ele é templo dos ídolos! Percebe a gravidade desse tipo de relação? Em quê, exatamente, a glória de Deus está sendo revelada? Ao contrário, ela está sendo ofendida, desprezada, aviltada, vituperada, ridicularizada e escarnecida! É claro que, no futuro, isso será um terrível impedimento à sua vida cristã, a qual você, voluntariamente, escravizou. Mas não é com isso que Paulo se preocupa e sim com a glória de Deus, a qual você envergonha!

Ao se casar com alguém que também é crente, você certamente terá problemas no casamento, mas não é porque ao se casar com um descrente os problemas serão maiores, e sim porque você buscou atender suas paixões antes do que a glória de Deus. Você, ao desejar se casar, deveria desejar que seu ou sua pretendente refletisse a glória de Deus, pois a glória de Deus é o que você ama acima de todas as outras coisas.

Problemas no relacionamento pouco terão importância, mas se a glória de Deus for o alvo principal, então ambos procurarão exaltar esta glória. Mas se você buscou um ímpio para se casar, não espere que ele revele a glória de Deus, uma vez que você mesmo a desprezou.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 11 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 12

 


Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a lei de tua mãe” (Pv 6.20).


Quando se trata do dever dos pais para com seus filhos encontramos basicamente três perigos nesta relação. O excesso disciplinar, a falta e o individualismo. Como o livro de Provérbios trata de muitos assuntos, inclusive de família também, devemos nos atentar para as colocações do autor sagrado neste ponto. Ele diz sobre “o mandamento do pai”, mas também ressalta a “lei da mãe”. Com isto, o que ele quer dizer? Que pai e mãe têm a mesma autoridade sobre os filhos.

Este é o erro do individualismo, quando o pai ou a mãe querem tratar da educação, da disciplina e até mesmo do amor a seus filhos sem a parceria do seu cônjuge. Isso é a destruição da família. Quando o pai ou a mãe são individualistas no trato para com seus filhos, eles os arrebanham para si, criando na mente dos filhos um enorme desvalor do outro! Filhos arrebanhados pela mãe passam a desprezar, desmerecer e até odiar o pai e vice-versa.

No individualismo, se um deseja corrigir o filho, o outro entra e retira sua autoridade; no individualismo, o pai ou a mãe mantém segredinhos com seu filho com o desconhecimento do cônjuge! Alguns até de propósito! Mas não sabem o quão maligno é isto para a completa ruína de sua casa! Jamais faça isso, pai! Jamais faça isso, mãe! Jamais! Repito: Nunca mesmo! Tenha parceria com seu cônjuge sobre a criação de seu filho. Vocês são autoridade igualmente sobre os filhos, exatamente por isso, precisam estar combinados acerca de tudo, absolutamente tudo o que devem tratar sobre eles.

Outro perigo é o da falta de disciplina. Pais que veem seus filhos se desencaminharem, mais tarde poderão testemunhar sobre o imenso arrependimento que terão por não terem aplicado a vara da correção sobre seus filhos desde sua tenra idade! De fato, a Bíblia caminha na contramão do pensamento humano decaído. Enquanto o pai e a mãe acham que estão amando o filho e por isso deixam de corrigi-lo, a Escritura diz exatamente o contrário: “O que retém a vara odeia o seu filho; quem o ama, este o disciplina desde cedo” (Pv 13.24 – NAA).

Ao dizer isto, porém, os pais não devem tomar tal versículo como uma licença para agredirem seus filhos, seja verbal, física ou psicologicamente. A Escritura diz: “Corrija o seu filho, enquanto há esperança, mas não se exceda a ponto de matá-lo” (Pv 19.18). Embora saibamos que há pais ímpios que matam seus filhos, todavia, como falamos para crentes, então o sentido aqui é que haja serenidade e não excesso. Enquanto a falta de disciplina faz o filho morrer pelos de fora, o excesso os mata pelos de dentro de casa.

Portanto, os pais precisam compreender que acima de tudo que se relaciona a respeito de seus filhos, eles devem falar a mesma linguagem, seja para concessões ou para proibições. Nenhum manda nos filhos mais que o outro. Ambos, pai e mãe, sobre os filhos, possuem a mesma autoridade, porém, para que esta reflita a glória de Deus, precisa soar em uníssono, jamais em dissonância! Pais que vivem em discórdia jamais mostrarão a glória de Deus e em pouco tempo verão o sombrio extermínio de seu lar.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 11

 


Ouça! A obediência é melhor que o sacrifício, e a submissão é melhor que ofertas de gordura de carneiros” (1Sm 15.22 – NVT).


Não há dúvida nenhuma de que o perigo que mais cerca a vida dos filhos é o perigo claro da desobediência. Este pecado é antigo, quase o primeiro a ser cometido no jardim. Só perdeu para o pecado da cobiça e da incredulidade. Aliás, é isto que é a desobediência, fruto do orgulho, de alguém que acha que não precisa de nada nem ninguém, e da incredulidade, de alguém que acha que não precisa do conselho de ninguém. Eis o risco que assedia os filhos.

O caminho para a desobediência dos filhos em uma família não é difícil de encontrar. Ele pode vir através de vários fatores, como o mau exemplo dos pais, que falam muito, mas não fazem; a falta de autoridade, quando os pais deixam os filhos fazerem, dizerem e determinarem o que querem; a falta ou o excesso de correção; a ausência disciplinar da Palavra de Deus na mente dos filhos, uma vez que falamos aqui de famílias cristãs; a crise da idade adolescente; enfim, são muitas placas que indicam o caminho da desobediência para os filhos; não dá para enumerar.

O fim para onde leva este caminho é sempre o da tristeza, decepção, visto que os pais esperavam outra coisa de seus filhos, é o fim da perdição e, muitas vezes da morte. Há filhos que, mesmo depois que se casam, mantêm em seus corações mágoas contra seus pais e, além disso, lhes negam a devida honra.

Só se pode vencer o caminho da desobediência através de uma compreensão consciente dos valores cristãos. Falarei apenas dos dois valores que se opõem aos dois pecados que geram a desobediência. São estes valores a humildade (que se opõe ao orgulho) e a confiança (que se opõe à incredulidade).

Os filhos precisam raciocinar que não sabem tudo. O fato de serem mais jovens e viverem em um mundo diferente do mundo de seus pais não os torna mais inteligentes ou experientes, pois, embora o mundo mude, o ser humano é sempre o mesmo. O orgulho dos filhos, sua desconfiança para com os pais, sua rebeldia da idade crítica, tudo isso seus pais já passaram e sabem onde isso vai dar. Muitos filhos acham que descobriram o fogo ou inventaram a roda quando pensam que sabem mais que seus pais.

Mas como filhos cristãos, eles precisam admitir que estes pecados contra os pais, que os levam à desobediência, são pecados contra Deus, que os colocou nessa família desde que nasceram. Será que Deus errou ao colocar você, filho, nessa família que você está? Deus te fez nascer no ambiente errado? Se Ele tem um plano em sua vida, que plano é este que já começou errado, ao colocar você em uma família errada? Que Deus é esse? Soube construir o universo e não soube onde colocar você? Não, meu filho, não peque contra Deus!

Incline-se para as palavras do profeta: “A rebeldia é um pecado tão grave quanto a feitiçaria, e persistir no erro é um mal tão grave quanto adorar ídolos” (1Sm 15.23 – NVT). Nunca vi a rebelião levar alguém para um destino agradável. Portanto, acredite: a obediência vem da confiança e da humildade. E ela vale muito a pena!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 10 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 10

 


Ela o seduziu com as suas muitas palavras... E, num instante, ele a seguiu, como um boi que vai para o matadouro... até que uma flecha lhe atravesse o coração. Ele era como a ave que corre para dentro do alçapão” (Pv 7.21-23).


Não temos focado em todas as circunstâncias que ameaçam a vida em família, pois fazê-lo seria uma tarefa imensa, descabida para pequenas reflexões, por isso, preferimos colocar nossa lente em ameaças mais específicas, ainda que, talvez, não sejam as principais, porém, inegavelmente são importantes para as partes observarem sobre si mesmas. Nosso objetivo não é destruir a imagem, seja do solteiro, da mulher casada nem do seu marido, tampouco de filhos ou de homens e mulheres como pais e mães. Antes é alertar a cada parte, ainda que não de tudo, mas de situações que podem servir de lições para nossa segurança.

Quanto ao homem casado, entre tantos desafios que o cercam, dos quais poderíamos falar, iremos enfatizar aqui uma fraqueza geral, a fraqueza para o encanto feminino fora do seu lar. Se soubessem os solteiros que essa tentação não se acaba quando se casa, eles não levariam isso como justificativa primordial para se casarem. Você, rapaz, não é tentado nessa área porque não é casado. Você será tentado mesmo após se casar. A questão não está na falta de uma mulher ao lado nem na existência das outras lá fora, mas dentro de cada um de nós, tanto homens quanto mulheres, mas hoje, especificamente, falando de homens.

Salomão advertiu a “seu filho” (figuradamente, a todo que lesse seus provérbios) que bebesse “a água da sua própria cisterna e das correntes do seu poço. Por que você derramaria as suas fontes lá fora, e os seus ribeiros de água pelas praças?” (Pv 5.15,16). A figura aqui quer dizer que sua esposa é sua cisterna e seu poço, da qual você desfruta de seus prazeres com ela, que são as correntes das águas. Lá fora, pelas praças, há outras nas quais muitos vão lá derramar suas fontes, mas por que você faria isso? diz o sábio. Há muitos porquês, há muitas razões que homens casados inventariam para responder ao rei, mas... veja a razão que ele dá para você não fazer isso – “os caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, e ele considera todas as suas veredas” (v. 21).

A questão não é porque você é casado, não é porque alguém pode descobrir, a razão é que estamos filmados na câmera dos olhos do Senhor por dentro e por fora! Não é por causa de homens, mas por causa do Senhor! Se estamos falando para cristãos, então a resposta não está nos embaraços humanos que isso pode trazer, mas em como fomos covardes em ferir a santidade do Deus que dizemos servir.

A única forma de ser livre desse mal que nos cerca é dito pelo sábio: “Meu filho, guarde o mandamento de seu pai... Tenha-os sempre amarrados ao seu coração... Quando você andar, essa instrução o guiará; quando você se deitar, ela o guardará; quando acordar, falará com você... Eles o protegerão da mulher perversa e das lisonjas da mulher estranha” (Pv 6.20-22,24). Encha sua mente e seu coração com a Palavra e fuja de caminhos tais como estes tanto na mente como na prática!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 8 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 09

 


Levantei-me para abrir-lhe a porta... Eu abri, mas o meu amado se fora; o meu amado já havia partido. Eu quase desmaiei de tristeza! Procurei-o, mas não o encontrei. Eu o chamei, mas ele não respondeu” (Ct 5.5,6).


Há muita coisa para ser dita sobre os perigos que cercam homens e mulheres casados. Não podemos entrar em todos os detalhes, devido ao quase infinito número de casos distintos e situações peculiares de cada casal. Portanto, ao falar sobre os riscos que envolvem as mulheres, iremos nos deter em algo mais subjetivo, a saber, a sua sensibilidade emocional.

Há muitos perigos externos que envolvem as mulheres, como já dissemos, como abusos, agressões, separações, contendas, abandono de marido e filhos, etc. Mas vamos falar sobre o perigo emocional, pois este é bem característico e está bem presente nas pessoas de nossa geração, principalmente nas esposas.

No geral, as mulheres têm a sensibilidade mais aguçada e isso as faz guardarem mais as mágoas e rancores em seu coração. Este perigo subjetivo é muito mais arriscado do que alguns riscos externos, pois o ressentimento destrói a pessoa por dentro, até que ela seja completamente exterminada pela amargura.

A mulher cristã precisa entender que todas as mágoas que lhes foram desferidas não podem ser depositadas num canto do seu coração, pois elas apodrecerão e serão usadas no fim contra ela mesma. Como já disse alguém, a falta de perdão é um veneno que você toma, esperando que o outro morra. Libertar-se do ressentimento é algo urgente que a mulher cristã precisa para lavar sua alma.

Sem dúvida alguma, as esposas são muito mais atingidas por palavras do que os maridos. Claro que não há licença para ninguém se ferir, mas elas são mais afetadas. Algo ruim que é dito a elas é guardado por meses e até por anos, até que um belo dia, ela joga na cara! Se aquilo tivesse sido conversado e perdoado desde que aconteceu, não teria necessidade de exumar o cadáver do mau trato e espalhar seus ossos fétidos sobre a mesa da relação.

O tratamento para isso chama-se perdão. Não há outro remédio. A palavra grega usada na Bíblia para “perdão” tem a mesma raiz da palavra “libertar”. Sim, quem não perdoa, mantém o outro preso a si, ainda que o outro não saiba. Talvez a pessoa acorde, se levante, se arrume, vá trabalhar e volte sem saber de nada por longo tempo, enquanto a pessoa magoada dorme pensando sobre o assunto, pensa nisso em primeiro lugar quando acorda, envolve-se com tarefas, mas a cada folga, aquilo lhe volta ao coração, enfim, essa pessoa não tem paz!

Portanto, a palavra é “perdoar”, “libertar” esse alguém de você mesma! Deixe-a ir livremente, para que você também não carregue o peso desnecessário de um assunto que nem mesmo passa na mente do seu cônjuge! Fale sobre isso se necessário, mas siga um princípio bíblico: mesmo que ele não venha lhe pedir perdão, mantenha seu coração aberto para isso. Quando isso acontecer, você verá que não está presa nem o mantendo preso.

O perdão, para a Bíblia, deve ser administrado sem prazo de vencimento. Se cada mágoa você guarda como troféu para depois jogar na cara, na verdade, você se torna um depósito de lixo, onde quem morre é você mesma. Experimente abrir a porta de seu coração antes que seu amor se vá!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 7 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 08

 


Disse ele à mulher: ...o teu desejo será para teu marido, e ele te dominará” (Gn 3.16).


Quando o primeiro casal trouxe o pecado para o planeta, Deus, antes mesmo de anunciar as consequências drásticas e terríveis, anunciou à serpente o evangelho, porém como derrota do diabo para o Descendente da mulher (v. 15). A seguir, Ele anuncia as consequências.

Autoridades no hebraico dizem que este v. 16 tem o sentido, no original, de disputa de poder. Não que a mulher iria ficar desejando o marido e ele a trataria mal. O sentido aqui é: a mulher não aceitaria sua posição de adjutora e uma guerra seria travada contra seu marido. Em outras palavras, ela desejaria ter o seu poder e o marido não deixaria. Enfim, é exatamente esse o grande perigo que cerca os casados.

Quero lembrar que estamos falando para casais cristãos, portanto, estes estão indesculpáveis de viver como o mundo, casais disputando o poder. Teólogos liberais, que defendem aborto, feminismo, essas pautas do mundo, dizem que Paulo, quando escreveu que a mulher deveria ser submissa, ainda era um homem novo e inexperiente, mas depois, ele, mais maduro, escreve que, em Cristo, não há homem nem mulher (Gl 3.28). Porém, é anacrônico esse erro, pois Paulo escreveu Gálatas antes que qualquer outra carta!

Mas o que é o feminismo, senão uma reação ao domínio machista e pecaminoso com o qual o homem subjugou a mulher durante milênios? É claro que não justifica, mas o mundo é assim, reage contra um erro utilizando-se de outro. Mas não os cristãos. Estes se submetem voluntariamente aos preceitos da nova aliança por causa de sua nova natureza. Então, o que temos entre os casais, nada mais é do que uma repetição do que ocorre entre casais mundanos, uma disputa de poder.

Talvez outros pecados menores não fossem tão prejudiciais ao casamento; e talvez outros mais aberrantes não sejam tão praticados. Mas, no geral, o perigo que mais derrota casais é exatamente esse, a disputa pelo poder. Porque ele é sutil, ele mexe com o ego de ambos. Geralmente, quando a mulher exerce seu dever de submissão e o marido não corresponde, ela diz: “Por que sempre eu tenho que ceder”? Então, um dia, ela resolve dar o troco.

Mas observe que o cristão regenerado, por sua nova natureza, faz naturalmente as coisas de Deus. Claro que há uma batalha da nova contra a velha natureza, mas quando alguém reclama de que está sempre fazendo sua parte e o outro não, então, essa parte que está sendo feita não está sendo feita para a glória de Deus e sim para o reconhecimento do outro. Se fosse para a glória de Deus não reclamaria.

Claro que isso não isenta a parte que não cumpre. Ao contrário, pesa mais ainda sobre ela. A Palavra diz que Deus pedirá conta de tudo absolutamente e o casamento não ficará de fora da nossa prestação de contas diante de Deus. Quando Ele perguntar: “Por que você não agiu conforme a Minha Palavra”? A tendência é responder como falamos hoje: “Porque ele ou ela não fez a dele ou dela”. E Deus devolverá: “Mas a Minha Palavra dizia para fazer se o outro fizesse”? O que nós responderemos?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson