quinta-feira, 17 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0600 - SALVADOR DE SI MESMO

 


Então eu mesmo reconhecerei que você tem poder e justiça para salvar-se sozinho!” (Jó 40.14 – NBV).


No meio dos incrédulos há uma fala muito comum quando vamos evangelizá-los. Logicamente, é uma fala associada a desculpas para não se entregarem a Cristo. Eles dizem que não conseguem se libertar de algumas coisas, sejam vícios ou práticas pecaminosas e, assim, se sentem indignos de serem crentes. A desculpa é essa: “Quando eu parar de fumar, ou de beber, quando eu parar com as farras, então eu vou ser crente”.

Apesar de ser muito comum essa fala, os incrédulos não estão desculpados por pronunciá-la! Imagine no Dia do Juízo, alguém sendo questionado por Deus e dando essa desculpa... Assim como Deus jamais aceitou a desculpa de ninguém, essa muito menos. E assim como Deus, nós os crentes, ao pregarmos o evangelho a estes, devemos também rejeitar essa desculpa.

A verdade é que Deus enviou Seu Filho ao mundo para salvar os pecadores. Não para ficar de longe esperando que pecadores se corrijam para depois segui-lo! Aliás, pregações arminianas têm dado motivo para tais desculpas. Pregações que falam de livre-arbítrio, que o homem pode vir a Cristo quando quiser, que Jesus está esperando, essas coisas deixaram os homens com a sensação de que podem, na hora que quiserem, abandonar seu pecado e virem a Cristo.

Se Jesus veio ao mundo para salvar, logo Ele é o Salvador. Se você pode se libertar para depois vir a Cristo, então você não precisa dEle como Salvador. Por isso, se você não precisa de Cristo para começar a obra em você, então você não precisa dEle para completá-la! Você que começou a boa obra pode concluí-la!

Na verdade, isso é uma blasfêmia! Ninguém pode vencer o pecado por conta própria. Todos pecaram (Rm 3.23) e todos são escravos do pecado (Jo 8.34). Nós não conseguimos nos libertar do pecado por nosso esforço. Todo esforço que o ímpio faz, é motivado pelo pecado que habita seu coração! Veja o raio-X que Jesus tirou do coração do homem: “Ou fazei a árvore  boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más” (Mt 12.33-35).

Em resumo, você não tem poder nem justiça para se salvar sozinho. Primeiro, Cristo deve libertar você para que você venha a Ele. Deixe aos cuidados do Salvador o papel de salvar. Quanto a você, entregue-se a Ele, pois somente Ele tem poder, sabedoria e vontade para exercer a salvação na vida do pecador. Ele trará você ainda com as amarras do pecado, mas duvido se deixará você com elas!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 16 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0599 - DEUS É GLORIFICADO EM NOSSAS PROVAÇÕES

 


As tentações em sua vida não são diferentes daquelas que outros enfrentaram. Deus é fiel, e ele não permitirá tentações maiores do que vocês podem suportar. Quando forem tentados, ele mostrará uma saída para que consigam resistir” (1Co 10.13 – NVT).


Se não houvesse a queda de Adão, certamente não haveria provações também. O único homem a ser provado antes da Queda foi o próprio Adão. A provação dele serviu como representação federal da humanidade. Se ele vencesse, não haveria mais provas para ninguém, pois ele teria vencido por nós. Como ele falhou, então nele nós falhamos. Entre outras coisas, esta representação federal de Adão sobre a humanidade mostra o que nós faríamos se estivéssemos em seu lugar. Ninguém se sairia melhor.

As provas e tribulações fazem parte do mundo caído, porém, como Deus jamais perde o controle de absolutamente nada, então, Ele usa as provações e dificuldades como meios de nos testar, nos disciplinar e nos abençoar. Obviamente Ele as usa também para punir e condenar os ímpios, mas com relação a Seu povo, Deus usa as provações para o seu crescimento.

Uma vez que nascemos de novo, poderia se esperar que não tivéssemos mais provações, pois, afinal, Jesus nos elevou da posição de caídos para redimidos. No entanto, por que ainda somos provados? Porque quando ganhamos uma nova natureza, nós não perdemos a antiga. Mesmo o crente nascendo de novo e se convertendo, o velho homem ainda estará nele até o dia de sua morte física, ou até o dia da vinda de Cristo. Então, as provações servem, neste caso, para testar e fortalecer a nova criatura que em nós foi implantada.

Sobre este aspecto, há dois tipos de situações. Há crentes que serão provados mais intensamente, sem pausa nas tribulações e há outros que serão menos provados, com mais tempo de bonança. Deus difere essa questão entre Seus filhos, porque somente Ele conhece a reação de cada um.

Deus sabe, por exemplo, que há crentes que, se forem menos provados, eles se afastarão da comunhão com Deus; por isso Deus usa muitas tribulações para aproximá-los de Si. Há outros crentes cujas provações são um meio de Deus envergonhar o diabo, como no caso de Jó que, sem saber, estava sendo acusado por Satanás de adorar a Deus por interesse. Deus permitiu a prova, Jó sofreu como poucos neste mundo, nunca soube o motivo, mas Deus foi glorificado em um plano cósmico.

Assim, muitos cristãos glorificam a Deus em sua fidelidade, mesmo que não entendam o porquê estão sendo agora atribulados! Pode ser que a fidelidade deles esteja agora mesmo envergonhando Satanás diante de Deus e, no mundo espiritual, sem nós sabermos de nada, Deus esteja sendo glorificado! Por isso, mesmo que você não fique sabendo os motivos nem os propósitos de sua provação, seja fiel, pois você não sabe como Deus está sendo exaltado nisso.

Talvez você esteja vendo crentes que sofrem menos do que você. Não se aflija com isso. Deus é quem sabe o grau de sofrimento que cada crente precisa exatamente para ser aperfeiçoado. Não reclame de suas provas nem inveje seu irmão que sofre menos. Ambos serão aperfeiçoados por meio do sofrimento e, com muita ou pouca provação, Deus será glorificado por meio da nossa fidelidade.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 15 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0598 - DISCIPULADO SEM DESCULPAS

 


E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá enterrar meu pai. Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu, vai e anuncia o Reino de Deus” (Lc 9.59,60).


Nós já conhecemos o significado desse episódio. Quando aquele homem disse a Jesus que o deixasse ir primeiro sepultar seu pai, não quer dizer que seu pai estivesse à beira da morte, doente, moribundo, ou coisa assim. O sujeito apenas queria dizer a Jesus que não podia se comprometer com o Mestre enquanto seu pai estivesse vivo.

Esse tipo de desculpa, embora carregado de senso de piedade e cuidado, era nada mais do que um legalismo disfarçado. Sob o pretexto de guardar o 5º mandamento, que é honrar o pai e a mãe, aquele homem desprezou Aquele que é mais importante do que o pai e a mãe. Jesus disse: “Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo” (Lc 14.26 – NTLH).

As desculpas que as pessoas usam hoje são diferentes só porque elas são piores. As pessoas não dão desculpas para proteger algum dos 10 mandamentos. Elas dão desculpas para proteger a si mesmas, elas dão desculpas para sustentar seu modo de vida acomodado. As desculpas podem ser por causa da saúde, por causa do trabalho, por causa do tempo, por causa da distância, por causa da dificuldade e outras ainda por caprichos pessoais... São tantas coisas muito menos justificáveis do que a desculpa do 5º mandamento que aquele homem deu.

Mateus também relata esse episódio no seu Evangelho. E ele nos traz uma informação bem curiosa: este homem era um seguidor de Jesus! “E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que, primeiramente, vá sepultar meu pai” (Mt 8.21). Que impressionante isso! Esse homem já seguia a Jesus de outras datas! Entretanto, era aquele discípulo do meio da multidão, aquele sem compromisso. Está explicada a razão de sua desculpa!

Por falar em Mateus, veja como foi a reação dele diante do mesmo chamado que aquele homem ouviu do Mestre: “E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu” (Mt 9.9). Percebe a simplicidade da obediência? Ela não faz questionamentos ou sequer negociatas.

Ambos foram chamados pelo “segue-Me”, mas um deixou tudo, o outro não; ambos foram discípulos, mas um seguia de perto, o outro não; ambos foram discípulos, mas um amou mais a Jesus do que a alfândega em que ganhava muito dinheiro e tudo mais, o outro não; ambos foram discípulos, mas um se tornou apóstolo e o outro não. A diferença foi pequena: um deu desculpas, o outro não!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 14 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0597 - CASA DE DEUS EM RUÍNAS

 


Assim fala o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?” (Ag 1.2-4).


A volta do cativeiro babilônico não foi para todos os judeus um motivo de reconquista. Muitos preferiram ficar na Babilônia, pois já haviam feito por lá os seus negócios, já haviam prosperado em terra estranha, já haviam constituído família, casando-se com as arameias, enfim, até mesmo os que voltaram não estavam de todo empolgados e assim começaram a inverter os valores espirituais.

A inversão estava em priorizar a construção de suas casas, enquanto a Casa de Deus estava relegada ao esquecimento e abandono. O Senhor ficou irado e enviou mensageiros como Ageu e Zacarias (Malaquias também mais tarde) para alertar Seu povo de que as coisas têm uma certa ordem, não eram do jeito que eles pensavam. O resultado foi animador. Rapidamente, eles voltaram ao bom raciocínio e a segunda Casa foi levantada sob o comando de Zorobabel (v. 12).

Muitos crentes são reducionistas em seu entendimento bíblico e alegam que, por sermos nós hoje a Casa de Deus, não precisamos contribuir para o templo ou as congregações. Mas a percepção falha justamente nisso. O fato de sermos realmente a Casa de Deus hoje não justifica nossa avareza. A mesquinhez sempre foi pecado, independente da época em que a Casa de Deus era o Templo em Jerusalém, ou hoje, quando Deus habita em nós.

O fato de sermos a Casa de Deus não significa que as prioridades divinas podem ficar para depois. Ao contrário, o nosso Mestre explica o mesmo princípio no Sermão do Monte, quando diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

O fato é o seguinte: nossos interesses nunca estarão em primeiro lugar! No reino de Deus funciona assim: primeiro Deus, depois o outro, depois nós. Não importa o que façamos, sempre Deus deve ser o objetivo primordial e total. Melhorando a lista, o correto é: primeiro Deus, depois Deus e o outro, depois Deus e nós. Deus deve estar em todos os lugares da nossa lista e não só no primeiro.

Na época de Ageu, Deus mexeu no bolso do povo: “Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado” (Ag 1.6). Embora hoje possa ser que não sejamos prejudicados financeiramente por causa de nosso relaxo, todavia, nossa vida espiritual sofre um declínio óbvio! Se não sentimos isso com pesar, pode ser que estejamos flertando com Mamom, ou seja, “desde que não mexa com meu dinheiro, minha vida espiritual pode naufragar”!

Se você é a Casa de Deus, a pergunta permanece: Acaso, é tempo de buscardes vós as ambições deste mundo, enquanto esta casa [que é você] permanece em ruínas?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 13 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0596 - PARDAIS E CABELOS

 


Portanto, não temais; mais valeis vós do que muitos pardais” (Mt 10.31).


Os dias atuais são de muita tensão e desconfiança. Por um lado, temos o que George Orwell chamou de “O Grande Irmão” (Big Brother), ou “O Irmão Mais Velho” em seu livro chamado 1984, o Estado, que nos vigia com câmeras para nossa suposta segurança, com vacinas para nossa suposta saúde, com a “Teletela” (telescreen) para nossa suposta informação e assim por diante. Por outro lado, temos pessoas como o personagem Winston, que não era manipulado como a massa da sociedade. Enquanto esta era robotizada e não se lembrava de nada por causa do jogo de manobra do Estado, Winston se lembrava de muita coisa, mas não podia falar porque todos o achariam louco.

Sem dúvida alguma, o espírito do anticristo já está atuando no mundo, inclusive desde os dias dos apóstolos (1Jo 2.18). O Estado, como plataforma antideus, já está servindo de palco e também preparando a plateia para a manifestação do anticristo escatológico, o homem da iniquidade. Há pessoas manipuladas, que conversam aquilo que a mídia programa, enquanto há outros que pensam fora da caixinha e são considerados teóricos da conspiração.

Tudo isso, porém, vai descambar na perseguição aos fiéis servos de Cristo, uma vez que eles não têm outro modo de pensar, exceto aquilo que diz a Palavra. Entra moda e sai moda, entra ideologia e sai ideologia, mas o pensamento do cristão sobre o mundo em que ele vive é o mesmo de Jesus, dos apóstolos, dos pais da igreja, dos pais contemplativos, dos pré-reformadores, dos reformadores, dos puritanos, enfim. O mundo passa, diz o apóstolo, mas o que faz a vontade de Deus permanece (1Jo 2.17).

Porém, Jesus diz que não devemos temer a perseguição. Estes homens maus do tempo do fim acharão os crentes uma pedra em seu sapato, um povo a ser eliminado, pois continua com sua crença inabalável na Escritura e não se curva aos desejos dos dominadores. Eles podem matar o seu corpo, disse Jesus (Mt 10.28), mas não podem matar a alma. E quando Jesus nos chama à confiança, Ele usa dois exemplos irrisórios: os pardais e os cabelos.

Os pardais são pássaros insignificantes e sem valor de mercado (v. 29). Mesmo assim, eles só caem por terra pelo consentimento do nosso Pai! Quanto aos fios de cabelo, ninguém jamais se preocupou em contá-los, embora haja tecnologia bastante para isso. A questão nem é que não se consegue contar, mas que parece banal fazer isso. No entanto, diz nosso Senhor, isso não é de pouca importância para o nosso Deus!

O que o nosso Mestre quer dizer é que, se o Pai cuida até da queda de pardais insignificantes, Ele mesmo cuidará dos Seus filhos, independente se eles vão morrer pela perseguição ou não. Se o Pai Celestial contou os fios de cabelo de nossa cabeça, será que não contou também os dias da nossa vida, de modo que não podemos dar um passo a mais do que isso? Não se preocupe com telas, câmeras, política, vacinas, doenças, nada absolutamente poderá abatê-lo como a um pardal nem diminuir os dias de sua vida como cabelos que caem sem ninguém contar, exceto se Deus assim o decretar!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 10 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0595 - PERDOAR NADA MAIS É DO QUE OBRIGAÇÃO CRISTÃ

 


Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lc 17.10).


O contexto em que este versículo está inserido é um contexto que fala de perdão. Primeiro, Jesus fala daquele que promove escândalo, isto é, tropeço para os pequeninos na caminhada cristã: “Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos” (vs. 1,2).

No v. 3, lemos que os que promovem escândalos devem ser repreendidos: “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe”. Entretanto, ele deve ser perdoado se se arrepender, ainda que seus erros sejam repetidos (v. 4)! Os discípulos, não acostumados a isso, e sim com a limitação de perdão imposta pelos doutores da lei, ficaram sobremodo espantados: “Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé” (v. 5).

A resposta de Jesus no v. 6, mostra aos apóstolos que perdoar é um ato de fé: “Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá”! Nesse versículo, a amoreira representa a falta do irmão que pecou e transplantá-la para o mar representa o exercício do perdão.

Agora Jesus lhes conta uma parábola. Ninguém que tem um servo, um empregado que, ao voltar de suas tarefas, o fará assentar-se à mesa logo de cara. Antes, ele dirá ao servo que prepare primeiro a mesa para seu patrão e depois é que poderá servir-se (vs. 7,8). E de modo algum aquele senhor ficará agradecendo a seu escravo por ter cumprido o que era sua obrigação (v. 9)! Assim devemos ser nós, ao perdoarmos aquele que foi achado em falta. Não devemos nos gloriar disso, nem achar que é algo de mais. Pelo contrário, Jesus diz que temos que nos chamar de “servos inúteis”, porque não fizemos mais que nossa obrigação!

O grande problema que existe na igreja de nossos dias é exatamente este! Muitos se acham inerrantes e são impiedosos quando surpreendem alguém em uma falta! Eles usam o perdão como uma “carta na manga” para ter sempre seu irmão na corrente, para mantê-lo refém, como se o perdão fosse uma dívida eterna entre eles! Outros não perdoam e usam a falta de perdão como uma arma secreta a ser usada na primeira oportunidade que tiverem de jogar alguma coisa na cara.

Para nossa humilhação, Jesus diz que não! O perdão nada mais é do que uma obrigação cristã. Ninguém pode deixar de concedê-lo, tampouco pode usá-lo como motivo de glória para si mesmo, tentando mostrar o quanto foi generoso em perdoar! Jesus diz o contrário. Você perdoou? Ótimo! Mas ainda é um servo inútil, porque só fez o que foi mandado! Será que teríamos algo a oferecer ao nosso irmão além do perdão?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 9 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0594 - A INCREDULIDADE MANCHA, MAS NÃO DESMANCHA A PROMESSA DIVINA

 


Por causa de Sarai, o faraó deu muitos presentes a Abrão: ovelhas, bois, jumentos e jumentas, servos e servas, e camelos” (Gn 12.16 – NVT).


Os servos de Deus espalhados pela Bíblia tiveram suas falhas claramente demonstradas aos leitores, sem nenhuma intenção de escondê-las, como faziam os historiadores de outras nações e religiões. Isto porque a história da Bíblia não é a história do homem em relação a Deus, como dizem os ateus, mas a história de Deus em relação ao homem.

No cap. 12 de Gênesis, a partir do v. 10, o episódio foi bem vergonhoso para o grande patriarca. Primeiro porque, sendo a terra de Canaã atingida pela fome, ele não confiou na provisão do Senhor e partiu para o Egito por conta própria (v. 10). Sabemos que mais tarde, já experiente com Deus, este servo não duvida de seu Senhor e Deus, obedecendo-O até às últimas consequências, que seria sacrificar seu próprio filho! Mas por agora, ele ainda estava em aprendizado.

Segundo, porque ele combinou com sua esposa (assim como, mais tarde, Ananias e Safira) mentir para o faraó, alegando que ela era sua irmã, pois, devido à sua beleza encantadora, o rei do Egito, ao desejá-la, poderia ordenar a morte de Abrão para tomá-la por esposa (vs. 11-13). Além de mentir, nosso “herói” aqui estava interessado mesmo em salvar sua pele, esquecendo-se da promessa que Deus lhe havia feito, que dele e de sua esposa haveria de se formar uma grande nação (v. 2).

Assim fizeram e, por ele ter deixado sua mulher ser exibida perante faraó, a qual foi levada até para o seu palácio, o rei do Egito deu a Abrão muitos presentes que o tornaram rico, inclusive servos e servas (v. 16). Aqui é que está o grande problema que a incredulidade trouxe a este homem: entre os servos e servas que faraó lhe deu, estava Hagar, que mais tarde viria a ser pivô de mais um ato de incredulidade do casal, de quem nasceria um filho que iria perseguir a descendência de Abraão, desde que Isaque nasceu (21.9,10) até os dias de hoje, pois os árabes são descendentes de Ismael e fazem guerra contra os descendentes de Abraão...

Mas sabemos o que aconteceu. Muito embora a incredulidade possa manchar, todavia ela não pode desmanchar a promessa de Deus, pois Deus não depende da nossa fé! Deus livrou Sarai das mãos do faraó, livrou Isaque das mãos de Ismael, livrou Israel das mãos dos inimigos, até que Seu Filho – para Quem Isaque apontava – fosse enviado para trazer mais filhos para Abraão, que são os que creem em Jesus! Deus também tem nos guardado dos faraós e dos inimigos da nossa alma até que, como disse Jesus em Mt 8.11: “Muitos virão de toda parte, do Leste e do Oeste, e se sentarão com Abraão, Isaque e Jacó no banquete do reino dos céus”. – NVT.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson