segunda-feira, 30 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0587 - DEUS É UM

 


Porque, ainda que existam alguns que são chamados de deuses, quer no céu ou sobre a terra — como há muitos ‘deuses’ e muitos ‘senhores’ —, para nós, porém, há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos” (1Co 8.5,6a).


Quando se diz que Deus é um, o significado disso é que Ele é singular, isto é, não há outro que concorra a Seu nível, não há outro que Lhe seja superior, nem há outro que Lhe seja inferior. A pluralidade de deuses crida em outras religiões é fruto da imaginação do homem pecador. O plural de Deus deveria ser uma contradição; entretanto, existe por causa do pecado no coração da humanidade.

Só pode existir um ser divino, pois dEle se derivam todos os demais seres e todas as demais coisas. Por ser único, Deus é o ser necessário, isto é, autoexistente. Ele existe por necessidade, pois sem Ele nada poderia existir e Ele mesmo não poderia não existir. Os demais seres são contingentes, ou seja, podem ou não existir. Já parou para pensar que você poderia nunca ter existido? Ou talvez que, se você não existisse, alguém poderia existir em seu lugar, ou não existir ninguém em seu lugar? Pois é, isto é a contingência dos seres derivados. Deus não tem isso. Se Ele não existisse, não haveria a menor hipótese de alguém poder pensar em não existir, pois não existiria nada.

Muitas religiões orientais, como o zoroastrismo, por exemplo, ensinam o dualismo, a saber, a coexistência do mal e do bem desde sempre, cada elemento destes derivando de um deus diferente. Entretanto, isso é ilógico, pois se assim fosse, nenhum de nós desejaria que o bem vencesse, ou ficaria angustiado quando o mal se sobrepusesse ao bem, como tanto vemos em nosso mundo. Se desejamos que o bem vença o mal, isto quer dizer que o mal não é bem-vindo, portanto, não é eterno.

A unidade de Deus é uma doutrina que exclui o politeísmo (muitos deuses), o henoteísmo (um deus acima de vários), o ateísmo (nenhum deus) e a idolatria (pessoas ou coisas que concorrem com Deus na adoração). Ao dar a lei máxima para Israel, Deus disse o seguinte sobre Sua unidade: “Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). Então, por causa disso, porque Deus é um só, Ele prossegue dizendo: “Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força” (v. 5). Se houvesse outro deus, então você poderia dividir seu coração, sua alma, mas como só há um, então todo seu coração e toda sua alma devem se inclinar em amor diante dEle.

A unidade de Deus não exclui, porém, Sua pluralidade de Pessoas. E esta pluralidade de Pessoas na essência de Deus não divide Sua divindade. Não há três deuses – há um só Deus! A divindade não é “composta” de Pai, Filho e Espírito Santo. Antes, estas três divinas Pessoas são intrínsecas ao ser divino.

Finalmente, Deus ser um preserva Sua glória! Ela não pode ser dividida! Quando você adora a Deus, você não divide um pouco de adoração para cada Pessoa da Trindade, como alguns quiseram dizer, que o Espírito Santo fica com ciúmes quando você adora só ao Pai e ao Filho... isto é aberração! Quando você adora a Deus, você O adora em Sua unidade, em Sua indivisibilidade e em Sua singularidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 29 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0586 - DEUS É ESPÍRITO

 


Deus é Espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).


Quando ouvimos sobre este versículo, geralmente a exposição é para explicar o que significa adorar a Deus em espírito e em verdade. Mas raramente se ouve uma explanação sobre a primeira frase, a saber, que Deus é Espírito.

Essa declaração de Jesus acerca de Seu Pai deve ser distinguida de forma clara na Trindade. Deus ser Espírito não quer dizer que Deus Pai é o Deus Espírito Santo ou vice-versa. Logicamente o Espírito Santo é Deus, mas não é o Pai. Por outro lado, Deus Pai é Espírito, mas não é a Pessoa do Espírito Santo. Em outras palavras, o Espírito Santo é Deus porque é divino, mas não é o Pai porque é outra Pessoa.

Então o que quer dizer que Deus é Espírito, mas não é a Pessoa do Espírito Santo? Isso significa que Deus é um ser espiritual, isto é, Ele não tem corpo ou características físicas. Para nós vermos que a essência do ser não precisa de forma! Esta lição do ser espiritual de Deus, Sua invisibilidade, nos ensina algo mais.

Deus não pode ser adorado em figura ou imagem, pois isso seria diminuir o ser de Deus para uma determinada aparência. Por isso a proibição do 2º mandamento, a saber, não fazermos para nós imagens de escultura a fim de tentarmos ver Deus nelas. O mesmo serve para os que adoram a criação, a natureza, bem como para os que adoram uma imaginação sobre Deus. Tudo isso é um atentado contra a grandeza única de Deus, uma tentativa de rebaixá-lo à condição do que Ele criou, o que é uma afronta absurda!

Deus ser Espírito nos ensina que a adoração só pode ser verdadeira se for feita em espírito mesmo, ou seja, não ligada a nada que surja da nossa imaginação. Qualquer adoração que alguém diga prestar a Deus, mas que envolva algum tipo de imagem, seja na mente ou diante de si, tal adoração é repudiada, pois não passa de idolatria.

Deus ser Espírito está, na verdade, nos preservando da idolatria. Quando nós idolatramos, não podemos alcançar a bem-aventurança da existência, pois esta consiste na adoração verdadeira. A idolatria é apenas uma caricatura da adoração, uma busca do pecador por suprir uma necessidade que veio da Criação. Por isso que nenhum idólatra é feliz. Aliás, no fim, ele será condenado (Ap 21.8).

Porém, quem adora a Deus em espírito, este sim, é bem-aventurado, pois adora a Deus em Sua essência, pensando em Seus atributos revelados na Escritura e se regozija nisso e não em uma imagem. O homem foi criado para adorar a Deus e nisso encontrar sua felicidade. E Deus existe desde sempre para ser adorado, por isso, quanto mais espiritualmente O adoramos, mais felizes somos e mais engrandecido Ele é.

Portanto, ao adorar a Deus em suas orações, se você não consegue se encantar fabulosamente com os atributos dEle, sua imaginação sobre a forma dEle é que não vai lhe encantar! Admire-se, espante-se, surpreenda-se, maravilhe-se com os atributos de Deus e isto será adorá-lo em espírito e em verdade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 26 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0585 - DEUS É LUZ

 


Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma” (1Jo 1.5 – NVI).


A doutrina da santidade de Deus está explícita na Escritura desde Gênesis até Apocalipse! Quando se diz que Deus criou a luz, ainda que não seja a luz do sol (que só foi criado no 4º dia), também não é a luz espiritual, pois esta já existia com Deus, uma vez que, como lemos agora, Deus é luz! Ele não Se tornou luz. A luz criada em Gn 1.3 não existia e veio a existir mediante o comando de Deus, conhecido em latim como fiat lux! Se Deus é luz e é eterno, então a luz de Deus existe desde sempre com Ele.

Dizer que Deus é luz é dizer que Ele é santo, bom, verdadeiro, justo, fiel, sábio, tem a vida, essas qualidades relacionadas à figura da luz. É o oposto das trevas, da escuridão, da ignorância, do pecado, da teimosia, das obras malignas e da morte.

O salmista declarou com exatidão quando disse: “Pois em ti está a fonte da vida; graças à tua luz, vemos a luz” (Sl 36.9 – NVI). Ele está dizendo que o homem não pode possuir luz de si mesmo. Toda luz que o homem tem, seja em que área for da sua vida, essa luz vem de Deus – somente na luz dEle é que temos alguma luz aqui.

Deus poderia ser luz tranquilamente sem ter que revelá-la a qualquer um de nós. Isto de modo algum diminuiria a Sua luz ou qualquer de Seus santos atributos que ela representa. Entretanto, Ele quis trazer esta luz ao mundo sombrio dos pecadores. E isto Ele fez de duas formas, uma geral e outra especial.

De forma geral, Ele Se revela em duas áreas: na criação e na consciência. Os céus declaram a glória de Deus, disse Davi no Salmo 19 e Paulo diz que nós, muitas vezes, pela consciência fazemos coisas equivalentes à lei de Deus, mesmo sem tê-la conhecido (Rm 2.14,15). De forma especial, Deus enviou Sua luz pela lei e depois por Cristo. Paulo disse que a lei teve sua glória, seu brilho, mas era desvanecente. O brilho, porém, do evangelho por meio de Cristo é inapagável!

Porém, a teologia joanina (como em toda Bíblia) não é só conhecimento intelectual. Ela também deve resultar em vida e experiência. Após ter dito que Deus é luz, ele joga uma grande responsabilidade sobre nós acerca dessa teologia. Ele diz: “Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (v. 6).

É uma coisa óbvia, pois a luz não caminha com as trevas (2Co 6.14). Entretanto, não parece óbvio para muitos crentes. Dizem que têm comunhão com Deus, mas sua conduta não é semelhante ao que a luz representa. Não é conduta clara, verdadeira, honesta, santa; antes é conduta semelhante a trevas, cheia de engano, orgulho, vergonha e desonra.

Já o crente que anda na luz é diferente. Ele tem comunhão com os demais crentes e o sangue do Filho de Deus lhe purifica de todo pecado (v. 7). Observe que mesmo aquele que anda na luz peca. Entretanto, ele não se esconde, ele não vai para as sombras, ao contrário, vem para a luz para que suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus (Jo 3.21).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 25 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0584 - A ÚLTIMA CASA TEM A GLÓRIA MAIOR

 


A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.9).


Quando o rei babilônio, Nabucodonosor, destruiu a cidade de Jerusalém, ele também destruiu o templo de Salomão, a casa que o filho do rei Davi edificara para a habitação de Deus. O povo de Jerusalém ficou nesse cativeiro durante 70 anos, conforme profetizara Jeremias (Jr 25.11,12; 29.10). A contagem é feita regressivamente, pois a invasão aconteceu antes de Cristo. O templo foi destruído em 586 a.C. e teve concluída sua reedificação em 516 a.C., exatamente 70 anos depois.

Eram os dias dos profetas Ageu e Zacarias, os quais reanimaram o povo ao trabalho da casa de Deus e o repreendiam quando este se acomodava. O profeta Ageu foi tão poderosamente usado por Deus, que ele falou de forma muito superior à profecia do momento. Embora ele estivesse falando da reconstrução que foi feita por Zorobabel, o Espírito de Deus apontava para uma habitação superior.

Ao contrário do que muito ouvimos, Ageu não diz que a glória da segunda casa será maior e sim a glória desta última casa! Apesar de ser uma profecia para o segundo templo, que foi bem mais humilde que o de Salomão, o Espírito Santo falava por meio de Ageu apontando para cumprimentos posteriores.

Ele disse no v. 7 que viria o Desejado de todas as nações. Esse Desejado é considerado como sendo o ouro, a prata e todo material necessário que Deus enviaria para concluir a reconstrução, como diz o v. 8: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos”. Todavia, a palavra é muito forte e vai além disso!

Dentro de 500 anos nasceria o verdadeiro Desejado das nações na cidade de Belém da Judeia! Sim, Ele seria aquela Casa na qual a glória de Deus resplandeceria, como testemunharam os 3 apóstolos no monte da transfiguração. João disse: “E vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Pedro também disse: “nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (2Pe 1.16,17).

Quando Jesus fez a purificação do templo, os judeus Lhe questionaram a autoridade e Ele respondeu: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (Jo 2.19). Porém, Ele falava do Seu corpo, o verdadeiro templo de Deus (v. 21)!

Mas é tão poderosa a profecia de Ageu, que ela vai parar em Apocalipse! Ela perpassa o segundo templo, manifesta-se em Jesus e então repousa sobre a igreja! Paulo entendeu isso e disse que somos o templo de Deus (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16)! João, no Apocalipse, vê a igreja como sendo essa última e eterna casa de Deus, cuja glória é incomparavelmente maior que a primeira! Ao contemplar a visão da Nova Jerusalém, João ouve a seguinte voz: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3)!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 24 de junho de 2025

MEDITAÇÕES MISSIONÁRIAS (PARTE 03/03) - MEMBROS-GRÃOS: A SEMENTE MISSIONÁRIA DA IGREJA

 


Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará” (Jo 12.26).

 Por: Pr. Héber Simey

O discipulado é o caminho necessário na vida do cristão e este é um caminho de autonegação por causa do nome de Cristo, isso não há quem negue. Jesus mesmo mencionou que aquele que quisesse segui-lo deveria negar-se a si mesmo e diariamente tomar a sua cruz (Lc 9.23). Todavia, a semente missionária precisa ser vista como algo maior do que olhar para si, precisa ser encarada como uma essência da nova vida cristã, em virtude da natureza com que ela foi gerada. A passagem em questão nos mostra Jesus dizendo qual é o local da semente: no mesmo local onde está a sua origem.

Recentemente, ouvi dizer sobre uma raça suína chamada Mangalitsa, um porco com pelos semelhantes aos da ovelha, que, inclusive, é tosquiado uma vez por ano e tem aproveitamento na fabricação de lãs, vulgarmente é chamado de “porco-ovelha”. Mesmo diante de todas as semelhanças entre as duas raças, a distinção principal está na natureza de cada espécie. Eles podem até ser colocados juntos, ser criados juntos, ter seus pelos lavados juntos, mas na hora que são colocados diante de uma bela poça de lama, as naturezas se manifestam, como a frase atribuída a Spurgeon: “Ovelhas podem até cair na lama, mas só os porcos rolam nela”. Neste sentido, pode haver pessoas em nosso meio que querem imitar o Mestre, que podem estar onde Ele esteve, mas ser uma semente pronta para morrer, somente os que possuem a Sua natureza.

Na igreja podemos destacar dois tipos de grãos, aproveitando o comparativo. Primeiro, os grãos que foram destinados ao plantio. Esses são os missionários lançados ao campo, semeados na terra. São entregues para morrer e espalhar a vida de Cristo sobre outros povos e nações. A esses, Deus designou que saíssem levando a Palavra do evangelho para despertar os eleitos que ainda estão entre os mortos. O fato é que esses grãos precisam estar prontos para seguir o Mestre aonde for, mesmo que isso lhes custe a vida. Esses também precisam entender que o propósito de sua existência não é outro, senão ser lançados à terra. Daí para frente, cabe ao Senhor o desígnio de sua “morte”. Esses não amaram a sua vida, por isso a perderam, por causa do nome de Cristo e Jesus disse que o Pai os honrará.

O segundo tipo de grão é o alimento. Esses são os que foram chamados por Deus para o abastecimento espiritual e cuidados com a tarefa missionária. Temos que destacar que aqui também o grão precisa “morrer” para espalhar a vida de Cristo que reside em si. Ele irá esmiuçar o conteúdo das Escrituras e se desgastar em favor do evangelho, como fez o Mestre, considerando a necessidade do Reino como prioritária, não a sua. A igreja precisa oferecer seus membros-grãos, sua semente missionária, para Cristo.

Qual tipo de grão você é? Seja o de semear ou o de alimentar, todos fomos chamados para estarmos onde o Senhor está: considerando a missão maior que o missionário!

segunda-feira, 23 de junho de 2025

MEDITAÇÕES MISSIONÁRIAS (PARTE 02/03) - IGREJA, A SEMENTE MISSIONÁRIA DE CRISTO

 


Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo irá preservá-la para a vida eterna” (Jo 12.25).

 Por: Pr. Héber Simey

Quando se trata do assunto missionário e o papel que a igreja de Cristo possui neste cenário, vários equívocos são evidenciados, deixando de lado o verdadeiro sentido e significado da missão do povo de Deus nesta terra. Não vamos aqui tratar dos equívocos, mas sim do que realmente Jesus disse nesse texto para nos mostrar que existe uma realidade vigente na missão do Seu povo enquanto estiver na labuta desta vida.

Primeiro, que a natureza da igreja é a mesma de Cristo. Cristo deixou isso claro ao Se comparar com o grão de trigo dizendo que, ao morrer, produz muito fruto. O fruto do penoso trabalho do nosso Senhor é gerar a vida nos eleitos. E que vida é esta? A vida que possui a mesma natureza dAquele que Se entregou! Se a igreja não possui a mesma natureza do seu Senhor, é porque sua vida não vem de Cristo. Como igreja, devemos olhar para dentro de nós, a fim de percebermos a natureza de onde fomos gerados. É a esta que pertencemos.

Segundo é que a igreja já se tornou o ingrediente fundamental para a salvação do mundo. Quando reconhecemos a igreja como semente da missão de Cristo, entendemos que ela já possui o elemento fundamental para a salvação dos eleitos que ainda dormem em seus pecados: o evangelho (Rm 1.16).

Terceiro é que a igreja precisa se lançar à terra, para produzir frutos. Lançar-se à terra pode ter aqui o sentido de não considerar sua vida preciosa demais para si mesmo e sim preciosa para cumprir seu propósito. Quem tem uma semente para plantar, não espera que ela seja conservada intacta, bela, preciosa aos olhos, ou até mesmo que sirva de troféu por possuir uma bela natureza em si. Esta bela natureza só será virtuosa se a semente ou o grão for novamente lançado à terra para que morra e, morrendo, produza novos grãos com a mesma natureza.

Muitos de nós temos considerado a beleza da semente apenas na sua essência, mas a igreja não foi chamada para ser vista como bela em si e sim bela em sua natureza de ser igual a Cristo. Lançada ao solo, à terra, para morrer e assim produzir novos grãos, com a mesma natureza dAquele que a chamou, e Deus sendo glorificado nisso.

Não considere sua vida preciosa demais a ponto de preservá-la, mas deixe-a seguir o seu curso natural de morrer para este mundo e produzir frutos para a vida eterna.

domingo, 22 de junho de 2025

MEDITAÇÕES MISSIONÁRIAS (PARTE 01/03) - CRISTO, A SEMENTE MISSIONÁRIA DE DEUS

 


Em verdade, em verdade lhes digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” (Jo 12.24).

 Por: Pr. Héber Simey

Este momento relatado no texto de João possui um cenário importante no modo como o ministério de Jesus é apresentado pelo apóstolo amado. A fama de Jesus já percorria o mundo de tal forma, que o conhecimento de Seus milagres havia ultrapassado os limites do território judaico de Seu tempo e agora, em meio a uma festa, alguns gentios (gregos) procuram os discípulos de Jesus, a fim de conhecer o Mestre que, por Sua vez, reconhece que era chegado o momento de Sua entrega.

Para explicitar o propósito para o qual tinha descido a este mundo (v. 27), Jesus faz uso da ilustração de como uma semente é lançada à terra para produção, em comparação com Seu propósito nesta terra. Algumas coisas devemos observar:

Primeiro, Jesus tinha clareza de Seu propósito. Em meio ao momento considerado áureo do Seu ministério terreno, do ponto de vista humano, Jesus sabia que era a hora de morrer. Jesus estava em alta com as pessoas, havia acabado de ressuscitar Lázaro, Seu amigo, e Sua fama percorria por diversos lugares. Talvez fosse esta a hora de aproveitar um pouco mais dos benefícios ministeriais daquele momento, mas não! Jesus compreendia que Seu propósito estava exatamente em ser um grão vistoso para Deus e não para os homens.

Em segundo lugar, Jesus sabia que Sua vida seria espalhada através de Sua morte. Ao subir na cruz do Calvário, Jesus tinha plena consciência de que estava assumindo a culpa do homem e recebendo sobre Si a ira de Deus! Era morrendo que o preço do pecado seria pago. Portanto, o Senhor permitiu que todo o Seu sangue fosse derramado sobre a terra, para que a purificação se tornasse completa. A vida completa se esvai da semente, para que essa vida possa produzir muitos grãos com o mesmo DNA, para a glória do Pai.

Terceiro, a atividade missionária de Jesus consistia em salvar aqueles que o Pai O havia dado. Quando uma semente é lançada à terra espera-se que a entrega dela seja em favor de um benefício maior, ou seja, ela morre para que outros grãos, em grande quantidade, apareçam. Na atividade missionária de Jesus, Ele recebeu a incumbência do Pai de Se entregar pelos Seus (Ef 5.25) e que nenhum deles se perdesse (Jo 6.39,40).

Estes ensinos nos trazem uma real ideia do que significa a atividade missionária executada pelo nosso Senhor. Ele foi lançado ao campo com um propósito claro e definido: permitir que Sua vida se esvaísse, a fim de que muitas outras novas sementes (muito fruto) brotassem com a mesma identidade missionária em si.