Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sábado, 30 de outubro de 2010

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 4

Sobre o perdão, o v. 4 nos mostra uma relação causa-efeito, ao contrário do mesmo texto em Mateus 6, que tem efeito analógico. Aqui Lucas expressa a oração, partindo da ideia de que o cristão já tem perdoado antes os seus devedores. Perdoado aqui tem o sentido de “deixado ir livre” no grego. Por isso, o crente tem a liberdade de pedir a Deus que lhe perdoe. Já em Mateus, o evangelista nos da a ideia de que podemos pedir a Deus que nos conceda o perdão da mesma forma que perdoamos os nossos devedores.

Isso também tem dado base para alguma discussão. Alguns entendem que o perdão ao próximo é a condição sine qua non para recebermos o perdão de Deus. Outros já explicam que crentes não precisam pedir perdão, uma vez que já foram justificados pela morte de Cristo. Ainda alguns alegam a santificação completada em vida e consequentemente dizem que não pecam, portanto, não há necessidade de pedir perdão.

Entretanto, é lícito compreendermos algumas coisas. Jesus não nos ensina a pedir o perdão ao Pai porque temos perdoado os outros. Ele diz em Mateus assim como. Portanto, isso não se torna condição sine qua non. Tampouco a justificação, que nos lava por completo (Jo 13.10) nos impede de pecarmos na caminhada terrena (João diz em sua 1ª carta que aquele que diz que não tem pecado engana-se a si mesmo e torna Deus mentiroso – 1.8,10). Por conseguinte, a santificação não nos é aperfeiçoada por completo nesta vida, mas apenas por ocasião da morte física (alma glorificada), ou da 2ª vinda de Cristo (corpo e alma glorificados).

O versículo em Lucas nos ajuda a entender melhor o que Jesus quis dizer. “Perdoa-nos... pois também... temos perdoado”. Isso é uma compreensão do perdão que recebemos de Deus. Quando pensamos no perdão que nos foi concedido por Deus através da morte de Cristo, sem que nós merecêssemos, nosso coração se derrete e podemos assim perdoar o que quer que nos tenham feito, pois nada se compara com o sofrimento de Cristo para nos alcançar o perdão divino! Aqui em Lucas, ele não está obrigando Deus a nos perdoar, mas mostrando para Ele que nós compreendemos o valor do perdão e o temos aplicado aos que nos devem. Então nessa petição temos a certeza de que o perdão do Pai virá a nós. Como se disséssemos: “Compreendemos Tua justificação e por isso mesmo perdoamos a todos os que nos devem, portanto, Pai, perdoa-nos mais uma vez”.

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson


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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 3


O pedido pelo pão diário é visto de diferentes maneiras no contexto cristão. Tomás de Aquino via no pedido que o Mestre nos ensinou u’a “maneira de evitar os cinco pecados que se comete habitualmente por um desejo imoderado das coisas temporais”. O primeiro seria o pecado da insatisfação, pois o homem sempre quer aquilo que está acima de seu poder. O segundo fala do pecado da prática da injustiça e fraudes na aquisição daquilo que se deseja. Por isso devemos pedir o pão nosso, não o que pertence a outrem. Agostinho mesmo via esse pecado sem perdão, a não ser que se restituísse o que havia sido roubado! O terceiro é o pecado da “solicitude excessiva para com os bens terrenos”. O quarto seria o pecado da insaciabilidade, ou seja, quando queremos devorar em um só dia o que seria para muitos dias. Aqui pedimos não o pão de cada dia, mas o de dez dias! O quinto é o pecado da ingratidão. Quem recebe mais do que é lícito torna-se ingrato, não reconhecendo Deus como o Provedor.

O Pr. Ricardo Gondim, em um de seus sermões afirma que somos proibidos pelo Novo Testamento de pedir qualquer coisa que seja em nosso benefício material, ainda que sejam coisas básicas e necessárias. Partindo desse pressuposto, ele chega à conclusão de que, na oração dominical, Jesus nos ensina a pedir o pão diário, porém espiritual, o pão que é Ele mesmo. Assim, ele elimina a interpretação literal desse trecho da oração do Pai Nosso.

D. Martyn Lloyd-Jones, em seu comentário sobre o Sermão do Monte vê essa petição não apenas como um ensino que nos leva a pedir pelo pão, ou alimentos, mas inclusive quaisquer outras coisas que façam parte das nossas necessidades materiais, exceto, obviamente o luxo, ou coisas desnecessárias.

No grego, o termo epiúsion quer dizer “pertencente ao dia de amanhã”, ou talvez “do dia corrente”. Por isso em algumas versões temos em Mateus 6 “o pão de amanhã dá-nos hoje”. Aqui em Lucas, porém, o que verte é “o pão nosso, o pertencente ao amanhã, dá-nos diariamente”. Assim está no grego. O que se quer deste versículo é o que vem sendo ensinado desde o início da oração: perfeita submissão confiante ao Pai.


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson


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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Veja online publica "briga dos pastores" Malafaia vs. Macedo



Clique aqui e assista a 2ª parte direto do site da Veja online

Será que o Pr. Silas falou o que muita gente queria dizer para o Bp. Edir Macedo, denunciando-o como falso profeta, ou será que foi apenas uma oportunidade para a Veja zombar do evangelho, como sempre faz?


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 2



O reino de Deus que Jesus nos ensina a pedir que venha é o governo de Deus que começou a ser implantado nos corações dos homens de maneira natural e gradativa, desde que o Filho de Deus veio à terra para anunciar as boas-novas, libertando os cativos, como Ele havia dito em Lc 4.17-21. Ele deu mais uma prova disso aqui no cap. 11.14, quando expulsou o demônio mudo de uma pessoa. Quando os blasfemos fingiram que não entenderam o poder do Espírito que estava sobre Jesus e alegaram que Seu poder provinha de Belzebu, Jesus provou a eles que expulsava demônios pelo dedo de Deus e que, portanto, o reino de Deus era chegado sobre eles (v. 20). O reino de Deus não aceita meio termo: ou somos a favor de Jesus, ou contra Ele (v. 23). Pode-se até estar no reino sem ser do reino, como o próprio Mestre explicou em Mt 13.41, mas isso não prevalecerá pela eternidade. O reino de Deus não é comida nem bebida, como pensou um dos rabinos (cap. 14.15; ver Rm 14.17). Poderá haver isso na plenitude do reino (Lc 22.16,18), mas agora o reino de Deus é interior (17.20), ele começa de dentro para fora. É a semente de mostarda que começa no interior da terra para depois tornar-se visível (Mt 13.31,32). É a grande pedra do sonho de Nabucodonosor que foi cortada sem o auxílio de mãos, ou seja, esse reino não tem intervenção humana; é de Deus (Dn 2.34,35,44,45)! Esse reino encherá toda terra e durará para sempre!

Agora, por que orar para que venha o reino de Deus? Há coisas a serem feitas enquanto este reino não toma sua forma plena. Os crentes devem almejá-lo, por isso oram para que ele venha. Os crentes devem proclamá-lo para que ele venha na totalidade (Mt 24.14). Vidas serão salvas na proclamação do reino, mas vidas também serão condenadas na consumação do reino. Por isso orar para que venha o reino de Deus. Tanto para que agora vidas entrem nele, como para que no futuro todas as injustiças sejam corrigidas e Seu reino se torne pleno.

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 1




De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar... (v. 1). Observe a continuidade no v. 14: “De outra feita, estava Jesus expelindo um demônio... Isso nos mostra a ligação que existe entre a oração e a autoridade sobre os espíritos imundos. O contraste entre esses dois eventos nos mostra que enquanto no primeiro os discípulos queriam aprender (v. 1), no segundo episódio os blasfemos achavam que já sabiam (v. 15). O perigo de achar que já se sabe de tudo é, aqui nesse caso, o risco de cair no erro imperdoável. Blasfemaram porque pensaram que já sabiam de tudo. Negaram-se a aprender a orar, a aprender a pedir, pois se assim o tivessem feito, então teriam recebido o Espírito Santo (v. 13). Deveriam ter cultivado a humildade dos discípulos.

No entanto, surge uma dúvida: será que os discípulos estavam pedindo para que o Senhor os ensinasse a orar porque eles queriam mesmo viver uma vida de oração, ou somente porque os discípulos de João haviam sido ensinados a orar? Lembra-nos a ocorrência de quando Israel pediu a Samuel que tivessem um rei. Sua motivação era porque todas as outras nações também tinham um rei (1Sm 8.5,19,20). Mas se nos basearmos na resposta diretiva de Jesus chegamos à conclusão de que eles realmente queriam aprender a orar.

O início da oração dominical é introduzido com a palavra aramaica “Abba”. Denota o termo íntimo para dirigir-se ao pai no seio da família. Para os judeus, uma tremenda falta de respeito. Jamais eles ousariam chamar Deus de “papaizinho”! Absurdo! Uma das razões pelas quais eles queriam matar Jesus era porque Ele chamava Deus de Pai e Se fazia semelhante a Deus (Jo 5.18). Entretanto, Jesus não só O chamava assim, como também ensinou Seus discípulos a dirigirem-se assim a Ele.

Para compreendermos a santificação do nome de Deus, precisamos entender duas coisas:

  1.             Santificar na Bíblia tem o sentido de “por de parte para uso santo”, ou seja, “separar”, “consagrar para uso divino”. Por isso é que tudo o que se consagra na Bíblia não pode ser usado para outro fim, exceto o espiritual. O nome santo de Deus não pode ser ultrajado, o que nós fazemos com frequência. Costumo dizer que é o único dos dez mandamentos que contém uma ameaça, entretanto é o mais desrespeitado, o menos temido: tomar o nome do Senhor Deus em vão!
  2.        Nome na Bíblia tem a ver com personalidade, representa a pessoa. Isso já nos coloca no devido lugar, para não confundirmos a grandeza, a transcendência de Deus com a intimidade que foi falada pouco antes. Chamar Deus de "papai" não nos abre precedentes para sermos levianos com Seu santo nome, Sua Pessoa! O que temos visto revela o oposto. Em nome da “intimidade”, absurdos são tolerados e até aprovados para com a Pessoa de Deus. Com não, contra! Causa vergonha a forma abominável, banal e desonrada como muitas pessoas se dirigem a Deus, principalmente em igrejas e muitos ministérios de louvor e dança! Repúdio! Como exemplos, as "unções" de leão, de cobra, da águia, o reteté e outras aberrações em nome da intimidade. 

Torna-se até mais complicado se pensarmos na profundidade do sentido da oração do Senhor ao tratarmos com Deus Pai. De fato, Jesus veio para nos abrir a porta de comunhão com o Pai e isto Ele fez rasgando Sua própria carne (Hb 10.19-22). Mesmo assim não nos é permitido trivializar essa intimidade, arrastando Deus para nosso emocionalismo pecaminoso. O nome dEle, ou seja, Sua Pessoa há de ser preservada em santidade, pois esse é o aspecto intrínseco de Seu ser majestoso: Ele é santo! Separar o nome, a Pessoa de Deus de tudo o que é vil daquilo que participamos nessa carne e nesse mundo torna-se nossa obrigação! Intimidade sem santidade não existe!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O reino dos céus é tomado por esforço?

"Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele" (Mt 11.12).

Este versículo de difícil interpretação tem levado muitas pessoas a crer que não se pode ser salvo sem fazer alguma obra. Com esta interpretação cairia por terra a teologia reformada conhecida como sola gratia.

Todavia, precisamos descobrir o significado deste versículo, analisando-o mais de perto. É mesmo esse o sentido das palavras do nosso Senhor? Ele quis dizer que as pessoas só serão salvas se aplicarem seu esforço?

Observemos alguns pontos deste texto:

I - HÁ UM INTERVALO EM QUE ESSE ESFORÇO ACONTECE

Jesus disse "desde os dias de João Batista até agora". Isso quer dizer que:
a) Esse esforço não existia antes dos dias de João Batista;
b) Não continuaria a existir depois do que Jesus tinha para dizer.
Somente houve esse período (entre seis meses e um ano) em que o reino de Deus foi violentado.

II - HÁ UMA RAZÃO PARA ESSE ESFORÇO QUE O PRÓPRIO JESUS EXPLICA

Ele diz no v. 13, como que querendo explicar o porquê de tanto alvoroço para entrar no reino dos céus anunciado por João Batista. É porque a Lei e os Profetas profetizaram até João. Daquele dia para frente não haveria mais o uso de profetas no sentido veterotestamentário. João foi o último! Deus agora nos falaria pelo Filho (Hb 1.1,2). Mas as pessoas não sabiam disso, pelo menos não acreditariam assim tão facilmente nessa transição. Eram judeus, tinham recebido uma revelação especial através dos profetas do Antigo Testamento, cujo ministério foi ocultado durante um período de mais ou menos 400 anos (período interbíblico, ou intertestamentário)! Reconheciam João como profeta da mesma envergadura que Isaías, ou Jeremias (Mt 21.26), não aceitariam que esse período viesse a ficar obsoleto e que entrariam numa nova economia divina.

III - O PROBLEMA NÃO ESTAVA NA TRANSIÇÃO DA ANTIGA PARA A NOVA ALIANÇA, MAS NA REJEIÇÃO DO POVO

Jesus retruca contra os ouvintes o fato de eles não darem ouvidos nem a João (chamavam-lhe de endemoninhado), nem ao próprio Jesus (chamavam-Lhe de glutão e beberrão - vv. 18,19). Increpa-lhes pelo fato de não terem se arrependido, mesmo vendo suas obras (vv. 20-24) e diz que essa coisa toda de esforço para alcançar o reino é furada. Na verdade, os que haveriam de receber a revelação seriam os pequeninos, não os sábios e instruídos (v. 25).

Diz no v. 27 que só conheceriam o Pai aqueles a quem o Filho quisesse revelar! Isso é o oposto do que vinha acontecendo desde os dias de João! Agora, na nova fase da revelação, o reino seria dado àqueles a quem o Filho achasse por bem revelar os mistérios de Deus Pai! Ninguém consegue este reino por esforço! Tentaram, na verdade, mas não podem entrar nele assim!

Por isso, Jesus conclama a Si no v. 28 todos aqueles que estão cansados e sobrecarregados. Ao contrário do que muita gente pensa e prega, Jesus não está chamando a todos! Ele chama a todos os que estão cansados. Há muita gente no mundo que não se cansou do pecado, portanto, o convite não está estendido a estes!

CONCLUSÃO

  • O reino dos céus era tomado por esforço no intervalo entre os ministérios de João e de Jesus.
  • A razão disso estar acontecendo, era por falta da compreensão acerca do ministério da Nova Aliança introduzido por Jesus, havia portanto, uma briga, uma certa violência para se apoderar do reino dos céus
  • Querendo apoderar-se do reino, os judeus rejeitavam o único que os podia colocar lá: Jesus!
  • Sem arrependimento não se entra nesse reino - isso nada tem que ver com esforço, mas com submissão. Tanto João como Jesus pregaram o arrependimento como condição para entrar neste reino (Mt 3.2,8-10; 4.17).
  • O reino é dado àqueles a quem Jesus quer revelar o Pai. Não depende do esforço humano (Rm 9.16).

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Salmo 63 - Comentário e aplicação


Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água.
Assim, eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória.
Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.
Assim, cumpre-me bendizer-te enquanto eu viver; em teu nome, levanto as mãos.
Como de banha e de gordura farta-se a minha alma; e, com júbilo nos lábios, a minha boca te louva,
no meu leito, quando de ti me recordo e em ti medito, durante a vigília da noite.
Porque tu me tens sido auxílio; à sombra das tuas asas, eu canto jubiloso.
A minha alma apega-se a ti; a tua destra me ampara.
Porém os que me procuram a vida para a destruir abismar-se-ão nas profundezas da terra.
Serão entregues ao poder da espada e virão a ser pasto dos chacais.
O rei, porém, se alegra em Deus; quem por ele jura gloriar-se-á, pois se tapará a boca dos que proferem mentira.
Davi, quando estava no deserto de Judá, logo após ter saído da caverna de Adulão e deixado seus pais em Moabe, compôs esse maravilhoso poema lírico, talvez exausto já de tanto fugir do rival Saul. Foi nessa ocasião que, por conselho do profeta Gade, Davi e seus homens foram para os bosques de Judá. Ali também, o rei Saul, já irado por imaginar que havia pessoas no seu exército a favor de Davi, matou 85 sacerdotes do Senhor pelas mãos de Doegue, o edomita, porque o sacerdote Aimeleque havia suprido a Davi e seus homens (1Sm 21 - 22)!
Isso incomodou Davi de tal maneira, que ele se sentiu culpado pela morte desses sacerdotes. Esse rei tão espiritual e sensível à presença de Deus compôs esse salmo impressionante! Num momento como esse, Davi tinha todas as razões para tornar-se deprimido e consequentemente desanimado, mas não é isso que lemos no salmo. Ali vemos a expressão de alguém que realmente não só confia no Senhor, como também O vê como fonte de toda busca espiritual. Davi como que se desprende da situação e canta ao Senhor, revelando no salmo seu desejo ardente por Deus!
Para ele, Deus era o seu refúgio, o lugar mais forte do que os lugares em que ele se escondia (v. 1a). Não só sua alma tinha sede de Deus, mas seu corpo também O desejava, como terra seca (v. 1b). Hoje nós dissociamos muito. Às vezes defendemos que a alma deve buscar ao Senhor, enquanto o corpo fica inerte, outras vezes queremos balançar o corpo sem que a alma esteja na busca... precisamos aprender com o salmista a equilibrar nosso ser por completo na busca pelo Senhor. 
No Salmo 27, o rei já tinha dito que buscaria uma coisa que vinha pedindo ao Senhor: que pudesse morar na Casa do Senhor todos os dias de sua vida para "contemplar a beleza do Senhor e meditar no Seu templo" (Sl 27.4). Agora, aqui neste maravilhoso Salmo 63, Davi diz que já contempla o Senhor (v. 2)! De fato ele buscou o que havia pedido! Ele vê a força e a glória do Senhor! Talvez, como para que se quisesse se consolar pela morte dos sacerdotes, diz o salmista no v. 3 que a graça de Deus é melhor do que a vida (do heb. Chasedeka - amor, benignidade). Aqueles sacerdotes que morreram eram objetos do amor de Deus, por isso suas vidas (no heb. vida está no plural - vidas) eram importantes, sim, mas não maiores que o amor de Deus! Com isso, Davi tinha apenas que render-se ao Senhor e louvá-lO (v. 4).
Davi considera sua alma robusta, fortalecida (v. 5) e até no leito, que inclusive não tinha no momento, por viver afugentado daqui para ali, ele se recordava do seu Deus e sua boca se desdobrava em júbilo (v. 5,6). Isso é que é viver acima dos problemas! Nada do que lhe tinha ocorrido era capaz de alvoroçar sua satisfação no Senhor! Ele explica a razão disso no v. 7: "Porque Tu me tens sido auxílio; à sombra das Tuas asas eu canto jubiloso"! O que vemos em nossos dias são crentes robustecendo seu corpo, em busca das riquezas terrenas e passageiras, enquanto a alma definha por falta de comunhão verdadeira com Deus. 


Davi estava extremamente "grudado" em Deus (v. 8 - Adam Clarke). Sua alma tornava-se uma com Deus. Quando falamos de intimidade hoje, falamos apenas por causa dos louvores que são bonitos e harmoniosos, mas não se ouve ensino acerca de uma intimidade como essa em tempos de tribulação...

Do v. 9 ao 11, o rei profetiza o fim daqueles que o perseguem. De fato, foi o que aconteceu a Saul, foi entregue não só à espada, como também às profundezas da terra (1Sm 31.1-10). Davi aqui não está vindicando o trono para si, muito embora se proclame rei no v. 11. Apenas porque cria na palavra de Deus através do profeta Samuel, de que o faria rei e também porque não suportava ver os mentirosos tendo qualquer êxito! Era exatamente o tipo de Saul: um mentiroso que se aproveitava do trono para matar os que ajudavam a Davi e o caluniava com mentiras abusivas.

Nós temos visto mentiras sendo usadas em nome de Deus nos púlpitos (já não são mais tronos, alguns até são), perseguições discretas sendo feitas àqueles a quem Deus realmente chamou e um emaranhado de teologias estranhas que misturam a verdade com a falsidade, de maneira tão costurada, que muitas pessoas não conseguem mais discernir. Pensam que se falou de Deus está ótimo! O problema é que muitos falam de Deus, mas nem todos falam por Deus.

Que este salmo nos ensine, além do discernimento, também a verdade sobre intimidade e comunhão com Deus. Esta comunhão vai além dos momentos de êxtase no louvor e nas músicas que são cantadas nas igrejas. Esta intimidade está na ligação apegada da nossa alma com Deus, quando nos deitamos, quando somos perseguidos, quando sentimos culpa, quando alguém nos toma o que é nosso por direito. Davi não exigiu o trono! Ele não cantou: "Restitui... eu quero de volta o que é meu"! Ele sabia o que ensinou para seu filho, que há tempo para todas as coisas (Ec 3.1). Ele sabia que quem usa de engano não prevalecerá (Sl 101.7), por isso ele esperava no Senhor. Não uma espera como de vingança, mas uma espera que, enquanto esperava regozijava-se, não em saber que Deus lhe daria o trono, mas regozijava-se na Pessoa de Deus. Intimidade é isso: é alegrar-se em ter Deus como seu Deus, mesmo sabendo que Deus não vai fazer aquilo que a gente quer!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"Apóstolo" Luiz Hermínio diz que Deus não vive mais sem ele



A cada dia aparece uma nova. Mas essa é demais! O cara diz que Deus não vive mais sem ele! Que afronta! Que blasfêmia! Isso, ao contrário do nome deste blog, é uma EGOlatria, uma AUTOlatria, uma adoração de si mesmo.


Os pregadores da nova onda evangélica precisam voltar-se arrependidos para os braços de Jesus, humilhados, reconhecendo-se insignificantes perante a grandeza do Todo-Poderoso!


Fico mais triste ainda quando vejo tanta gente cega, crentes manipulados por uma teologia barata, antropocêntrica, por pregadores que enceram o ego humano, que nem precisa disso para ser soberbo! Substituíram a Palavra, que alimenta a alma faminta por palestras motivacionais, que alimentam o ego - nem mesmo as empresas estão mais usando esse tipo de psicologia inútil em suas dependências. Já até aprenderam a valorizar o outro, enquanto muitas igrejas ensinam o povo a valorizar a si próprio.


Quando é que vamos aprender com os crentes de Bereia, que examinavam as Escrituras para verificar se o que ouviam era de fato assim?


Que o Senhor nos dê tempo para nos arrependermos!


Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Como se paga essa conta?

Fui lá fora pegar umas contas que o correio gosta de deixar aqui em casa pra eu pagar. Olhando pra aquele envelope, meio que resmungando, claro, sem motivos, pois se a conta veio é porque estou desfrutando de um benefício cômodo, fui pra dentro fazer a somatória. Alguém disse, inclusive, uma vez ligando pra rádio local para o presidente do fornecimento de água aqui da cidade, que ele não deveria cobrar a taxa, pois foi Deus quem deu a água e a deu de graça pra todos nós. Rapidamente ele respondeu que concordava, porém aconselhou à ouvinte que fosse lá buscar onde Deus deixou! Quem quer comodidade deve pagar por ela!

Mas também veio à minha mente bem depressa umas contas que eu tenho com Deus. Na verdade uma dívida! E pior que isso, impagável! Fiquei meditando sobre a profundidade dessa conta! Nada há no mundo que possa pagá-la. Mesmo que eu desse minha própria vida para pagar essa dívida, ainda assim esse sacrifício seria insuficiente! É a dívida do pecado, que maculou a imagem e semelhança de Deus, que é o homem. Como se paga essa conta?

O homem não pode pagar. É irreparável a culpa do pecado. Ele agride a santidade de Deus. Somente alguém santo pode pagar. Mas não há um justo, nenhum sequer (Rm 3.10)... Como se paga essa conta?

Sendo impagável para o homem, alguém superior ao homem pode pagar. Mas esse alguém não precisa pagar. A pergunta é: será que ele quer pagar? Sim, Ele quis! Glória a Deus por Jesus! Ele quis pagar e pagou nossa dívida! E nós recebemos esse pagamento pela fé. Sim, é isso mesmo. Apenas cremos nEle, em Sua obra e palavras e já nos é creditado na conta Sua justiça.

Claro que eu gostaria que alguém pagasse minhas contas de telefone, água, luz, etc. por mim, mas isso eu posso pagar. Mas quando se refere àquilo que eu não posso pagar, eu fico na pendência: será que alguém vai pagar por mim? Se não pagar, não tenho remédio, serei condenado! Então eu cri naquele que sofreu a condenação em meu lugar. Assim foi creditado em minha conta Seu pagamento!

E você? Como pensa em pagar sua conta, sua dívida eterna para com Deus?

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Reino de Deus que é e o que virá: somos plantados por quem?


Em muitas de Suas parábolas, Jesus dizia: "O reino dos céus (ou de Deus) é semelhante..." o verbo ser sempre no presente (é). Clara indicação de que o reino de Deus já havia chegado. Prova disso é que Jesus amarrou o "valente", exercendo domínio sobre ele e o despojando dos seus bens: "Mas se eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente o reino de Deus é chegado sobre vós..." (Mt 12.28,29). No início do Seu ministério terreno, após ter sido batizado por João, Jesus determinou a exigência para entrar neste reino: o que os teólogos chamam de conversão (a soma de arrependimento mais fé). Em Marcos 1.15 Cristo dizia: "O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho". Arrependimento e fé. Em quê? Nas boas-novas que Ele mesmo trazia para os homens. Tais boas-novas eram o cumprimento da profecia de Isaías 61.1-3, que Jesus disse ter se cumprido nEle (Lc 4.16-21). Bastava crer que Jesus era o cumprimento destas profecias e arrepender-se de seus pecados que o indivíduo já podia fazer parte do reino. João já pregava o arrependimento de pecados para a entrada neste reino (Mt 3.2), mas Jesus traz mais um elemento à tona: a fé. Era necessário ouvir as boas-novas e crer que Jesus era Deus cumprindo a salvação que prometera ao Seu povo. Em Seu famoso diálogo com o mestre da lei Nicodemos, Jesus clareia mais a questão de entrar no reino. Tem que nascer de novo, tem que nascer da água e do Espírito (Jo 3.3,5). Esse "nascer de novo" no grego tem outro sentido além desse, pode significar "nascer do alto". Daqui da terra já nascemos. Mas nascimento material não nos garante entrada no reino, pois nascemos debaixo da condenação. Por isso é preciso nascer de novo, do alto. Nascimento espiritual sim, nos garante a entrada no reino, pois o que nasce do alto é governado por Deus, por Seu Espírito e não por suas próprias ideias. Já basta o tempo em que vivemos guiados por nossos pensamentos e isto nos levou a quê? A sermos naturalmente filhos da ira (Ef 2.3). Filhos de Deus são guiados pelo Espírito de Deus, não por seus pensamentos (Rm 8.14). Dá pra ver por que muitos crentes estão enganados com relação à sua filiação a Deus... pensam que são filhos de Deus, mas não são guiados pelo Seu Espírito. Fazem o que estão a fim de fazer.

Pois bem, as parábolas que Jesus dizia que o reino dos céus é semelhante a alguma coisa mostram-nos que este reino já chegou. Por exemplo, na parábola do trigo e do joio, Jesus disse que o reino dos céus é semelhante ao homem que plantou boa semente no seu campo (Mt 13.24). Isso já aconteceu, pois o próprio Jesus disse que este homem é Ele mesmo (v.37), o campo é o mundo, a boa semente são os filhos do reino e o joio são os filhos do maligno (v. 38). Tudo isso já está acontecendo, portanto, o reino dos céus já existe. O inimigo que semeou o joio é o diabo e a ceifa é a consumação do século (v. 39). Vemos no meio do reino boa semente e joio também. Isso é mais uma prova de que o reino não é a igreja. É maior que a igreja. A igreja são os filhos do reino, mas no reino estão os filhos do maligno também. A igreja está no reino, mas o joio está também. Isso nos leva ao outro aspecto do reino, o aspecto escatológico, o reino que virá. Ele já é, mas virá. Como dizem os teólogos, a tensão entre o "já-e-ainda-não". O reino "" está inaugurado, mas "ainda não" consumado. Esse aspecto futuro do reino é retratado nas parábolas mais como juízo, acerto de contas. Nesta mesma parábola, ainda como exemplo, Jesus diz no v. 40 que assim "será" (futuro) na consumação do século. Os anjos serão enviados por Jesus para ajuntar do Seu reino tudo que causa escândalo ("tropeço", no grego) e todos os que praticam a iniquidade. Observe que no reino há filhos do maligno, pessoas não salvas, praticantes do pecado. Estão no reino que é, mas não estarão no reino que virá! Serão lançados na fornalha de fogo (vv. 41,42). Participam do que há de bom no reino de agora, mas serão rejeitados no reino de então!

Por isso é que a parábola das dez virgens (Mt 25.1-13) não inicia com o verbo ser no presente, como as outras. Ela inicia no futuro. Jesus não diz o reino dos céus é semelhante, mas Ele diz o reino dos céus será semelhante. Porque ali Ele está falando do reino escatológico, do juízo, da necessidade de vigiar, porque não sabemos o dia nem a hora. Não fala do que está acontecendo, mas do que vai acontecer. Pode sim estar acontecendo, mas será revelado lá. Há virgens no reino que não são salvas. Elas não nasceram de novo, são filhas do maligno, não têm azeite. Ficarão de fora! As prudentes foram prudentes também quando negaram dividir seu azeite com as tolas, pois não se negocia a salvação! O azeite revela prudência, esperteza, vigilância, prontidão! Paulo quisera que ele mesmo ficasse fora do plano salvífico, só para ver sua nação salva, mas isso não é possível (Rm 9.2,3). Filhos do maligno serão sempre filhos do maligno, ainda que convivam com os filhos do reino!

Estamos no reino de agora, mas a pergunta é: fomos plantados por quem? Temos o gene de joio ou de boa semente? Se fomos plantados pelo Filho do homem, então somos trigo, somos salvos! Mas se estamos no reino causando escândalo, tropeço e praticando a iniquidade, então fomos plantados pelo maligno, somos joio, não somos salvos, estamos no reino de agora, mas não estaremos no reino escatológico!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dilma vai escrever uma carta aos evangélicos negando o aborto e a união homoafetiva


Em reunião com representantes de 51 denominações evangélicas, Dilma Rousseff assumiu o compromisso de divulgar uma “carta aberta” ao povo de Deus.

No texto, a pupila de Lula vai assumir o compromisso de não legislar sobre matérias como a descriminalização do aborto e a união de casais gays.

Lula participou do encontro. Entrou pelos fundos, cumprimentou os presentes, apoiou a ideia da carta e saiu. De novo, pela porta de trás.


Em entrevista à TV Brasil, veiculada em setembro de 2008, o patrono de Dilma discorrera sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Lula disse o seguinte: “Eu a vida inteira defendi a união civil. Temos que parar com a hipocrisia, porque a gente sabe que existe...”

“...Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e, muitas vezes, vivem bem, de forma extraordinária...”

“...Constroem uma vida junto, trabalham juntos e por isso eu sou favorável. [...] Por que os políticos que são contra não recusam os votos deles?...

“...Por que o Estado brasileiro não recusa o imposto de renda que eles pagam? O importante é que sejam cidadãos brasileiros, respeitem a Constituição...”

“...E cumpram com seu compromisso com a nação. O resto é problema deles e eu sou defensor da união civil”.

Ou seja, para o ex-Lula, esse presidente de dois anos atrás, a carta que Dilma está na bica de assinar fará dela uma política “hipócrita”.

Candidata, deveria “recusar o voto deles”. Eleita, teria de “recusar o imposto de renda que eles pagam”.

Na mesma entrevista, Lula falou sobre o aborto. Soou aquém da Dilma de 2007, que defendera a “descriminalização” da prática, numa sabatina na Folha. Porém...

Porém, o ex-Lula tratou do tema sob a ótica do chefe de Estado, não do pedinte de votos evangélicos e católicos:

“Há 26 anos, tenho uma posição, que é tratar de aborto como questão de saúde pública...”

“...Se você perguntar pra mim, presidente Lula, o senhor é contra o aborto? Sou contra, minha mulher é contra, mas o Estado tem que dar atendimento”.

Fonte: Folha online UOL
Foto: Antonio Cruz/ABr

Enquanto isso na sala do PSDB...



Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Crentes insensatos. Quem os fascinou? (Gl 3.1)


Paulo chama os gálatas de insensatos (gr. "anoetoi", sem entendimento), pessoas que não usam a mente. Isso porque estavam se deixando levar pelos ditames da lei antiga e querendo uni-los aos conceitos do evangelho!

Ele pergunta: "Quem vos fascinou a vós outros...?" Aqui Paulo usa a palavra no sentido de enfeitiçar, hipnotizar, razão por que os chama de sem entendimento. Deixaram que outros manipulassem suas mentes!

Só me admira que até hoje existam crentes insensatos, que não raciocinam, preferindo que outros pensem por eles. Ainda que na época de Paulo havia uma justificativa doutrinária para isso, embora Paulo a tenha rejeitado. Mas hoje em dia é pior: a insensatez não é por questões doutrinárias! A fascinação hoje é por riquezas, poder, fama, imunidade e afins. São hipnotizados não por Bíblia ou pregações, mas por lorotas e tagarelices pregadas nos púlpitos em lugar da mensagem do evangelho.

Em pleno século 21, as pessoas insensatas continuam preferindo acreditar nas vãs promessas das riquezas materiais que, mesmo se fosse verdade tais promessas, ainda assim elas continuariam passageiras, a acreditar na promessa da vida eterna que supera qualquer anseio terreno. Tais pessoas desdobram-se em ofertas (barganhas) para doar até o que não têm, para ver se recebem alguma recompensa material aqui na terra, mas não conseguem contribuir no reino de Deus de forma alegre e generosa tendo em vista a eternidade!

Quem fascinou os crentes de hoje? Foram os teólogos da prosperidade, os mensageiros revelacionais mentirosos, diga-se de passagem. Eles hipnotizaram muitos crentes (os insensatos apenas) com suas filosofias e vãs sutilezas, apesar de Paulo já nos haver advertido acerca disso (Cl 2.8). Desviaram o olhar das pessoas do alvo que o evangelho propõe para alvos mesquinhos, que atendem às necessidades imediatas, mas não entesouram para a glória eterna.

Tais pessoas precisam voltar os olhos para Jesus Cristo crucificado (Gl 3.1b). Não é a doutrina mais agradável aos ouvidos, mas se não fosse a pregação de Cristo crucificado, não haveria pregação de salvação!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Batismo de João, de Jesus e da Igreja. Qual a diferença? - CONCLUSÃO


Algumas pessoas dizem algumas coisas erradas que precisam ser corrigidas o quanto antes.

·        Uns dizem: “Não batizamos crianças, porque criança não tem pecado”. Mas isso é uma heresia absurda. A Bíblia diz que todos nós já nascemos no pecado (Sl 51.5; Rm 3.23).

·        Outros dizem: “Temos que nos batizar, porque batismo é para arrependimento de pecados”. Não. O batismo é para quem já se arrependeu dos pecados, já se tornou nova criatura em Jesus, já foi discipulado, já tem em si a divina semente (que é o Espírito Santo que habita nos crentes). Batismo para arrependimento de pecados era o de João Batista.

·        Ainda outros: “Seguimos o exemplo de Jesus, que Se batizou depois de adulto; quando criança Ele foi apenas apresentado”. Aqui há alguns erros graves de compreensão:

1)      Jesus Se batizou para cumprir a justiça. Nós não nos batizamos para cumprir a justiça, pois ela já foi cumprida em Cristo, como se lê em 1Pe 2.24.
2)      Ele Se batizou aos 30 anos aproximadamente, porque na Antiga Aliança, um homem só poderia começar a cumprir seu ministério a partir dessa idade (Nm 4.23,30,35,39,43...)
3)      Jesus foi apresentado quando criança, mas não da mesma forma que nós apresentamos crianças na igreja. Ele foi apresentado para cumprir um processo de purificação que a Lei de Moisés exigia. Toda mulher que tivesse um filho era considerada imunda como nos dias de sua menstruação. No 8º dia de nascido, o bebê deveria ser circuncidado (Lv 12.3), sendo a circuncisão um sinal do concerto e um voto de obediência aos seus requisitos. Jesus nasceu debaixo da lei de Moisés e submetido à sua jurisdição (Gl 4.4), por isso foi circuncidado (Lc 2.21). Mais tarde (33 dias depois da circuncisão, ou seja, 40 dias depois de nascido, assim a mulher já seria considerada pura através de sua oferta e já teria saído da quarentena – Deus é sábio – Lv 12.6), José e Maria levaram Jesus ao templo para a cerimônia da dedicação do primogênito e a oferta da purificação da mãe (Lc 2.23,24). A apresentação de Jesus não foi o que nós fazemos nas nossas igrejas, mas o cumprimento de um disposto na Lei de Moisés, a qual não tem nada a ver conosco, pois não estamos debaixo da lei.

Alguns ainda dizem: “Jesus não precisava Se batizar, mas assim o fez para nos dar o exemplo”. Negativo! Ele Se batizou para cumprir a justiça de Deus! Ele precisava sim, Se batizar! Não pelos mesmos motivos que os homens da época de João e nem pelos mesmos motivos que nós, mas pelos motivos que Ele mesmo já havia recebido do Pai, a incumbência de morrer pela humanidade!


Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Batismo de João, de Jesus e da Igreja. Qual a diferença? - PARTE 3


O BATISMO CRISTÃO

Quem crê em Cristo deve ser batizado, conforme diz o Novo Testamento. Mas o batismo não nos inclui no reino. O batismo simboliza o que aconteceu no campo espiritual quando cremos em Jesus: nascemos de novo. A partir de então a semente divina passa a germinar em nós para que geremos frutos espirituais (1Jo 3.9). Assim é que entramos no reino. O batismo que vem depois disso (depois de sermos também discipulados) é uma amostra visível do que aconteceu conosco no mundo invisível. Assim, nosso batismo nada tem a ver com o de João, pois este batizava para provar que a pessoa havia se arrependido de seus pecados e ficasse preparada para receber a Cristo que iniciava Seu ministério terreno. O nosso batismo é uma prova visível da nossa identificação com o Cristo que já veio.

Por falar em identificação, é importante lembrar que essa identificação significa muito mais do que o que se prega por aí. Identificar-se com Cristo é, principalmente, ser participante dos Seus sofrimentos, para o sermos também da Sua glória (Rm 6.4-8; 8.17; 2Co 4.10; 2Tm 2.11-13).

O batismo cristão representa o sepultamento do nosso velho homem, uma nova história será construída a partir do momento em que nascemos de novo (Cl 2.12). Em Rm 6.4 diz que esse sepultamento se deu para que nós andemos em novidade de vida. Claro que a mudança não ocorre na hora do batismo, mas no momento em que o Espírito Santo nos convence de todo pecado e nos faz crer em Cristo. Como já disse, o batismo é só o sinal visível do que aconteceu no mundo invisível.


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

sábado, 2 de outubro de 2010

Batismo de João, de Jesus e da Igreja. Qual a diferença? - PARTE 2


O BATISMO DE JESUS

Jesus disse a João, quando este fez oposição a batizá-lO, que deixasse, porque convinha que se cumprisse toda a justiça (Mt 3.15). Para entendermos o significado do batismo de Jesus é necessário compreendermos o que Ele quis dizer com essa frase para seu primo, o profeta João.

Para Jesus, a justiça de Deus era a exigência do pagamento de pecados. Foi exatamente por isso que Jesus veio. Por ser Deus e, obviamente não ter pecado, Ele se fez homem para assumir os nossos pecados, uma vez que homem nenhum teria condições de pagar. Preste bastante atenção a esse ponto: quem deve pagar os pecados é o homem, mas quem pode pagar é só Deus. Por isso Jesus, sendo Deus se fez homem, assim pôde pagar os pecados e assumiu o dever, embora não devesse. Portanto, o batismo de Jesus indicava aquilo que Ele veio fazer: satisfazer a exigência de Deus para com os pecados do homem, ou seja, cumprir a justiça (foi o que Ele disse para João).


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Batismo de João, de Jesus e da Igreja. Qual a diferença? - PARTE 1

O BATISMO DE JOÃO
João Batista batizava para arrependimento de pecados. O seu batismo era um ritual de purificação para a entrada no reino dos céus que ele tanto pregava. Não que entrasse, mas quem aceitava seu batismo já tinha pelo menos um quê de arrependimento. 

Havia, sim alguns critérios para participar do batismo de João. Por exemplo, ele conclamava as pessoas ao arrependimento (Mt 3.2), ordenava a repartição de bens acumulados (Lc 3.10,11), cobrava justiça social (Lc 3.12,13), corrigia o comportamento das autoridades (Lc 3.14), enfim, ele era o cumprimento da palavra de Isaías (Is 40.3-5), que dizia acerca das veredas do Senhor; elas deviam ser aplainadas, ou seja, deveria haver uma correção para que o Messias iniciasse Seu glorioso ministério. 

Decerto João está pensando sobre o reino dos céus como uma organização de Deus a ser estabelecida no mundo, mas, à parte e antes de qualquer manifestação visível da soberania de Deus. Então, esta expressão significa a maneira de vida dos que se deixam dirigir por Deus em tudo.

João entendia a chegada do reino de maneira dupla, entretanto concomitante. Restauração misturada com juízo. Por isso ele exigia dos candidatos que produzissem frutos de arrependimento, caso contrário jamais fugiriam da ira vindoura (Mt 3.7,8). Corretamente, ele já entendia a questão da filiação de Abraão. Não bastava ser hebreu, tinha que produzir fruto (Mt 3.9,10). Paulo explanaria isso mais tarde com maior clareza (Rm 2.28,29; 9.6-8; Gl 3.7,26-29).

O batismo com fogo que João proclamava era, com certeza, em seu pensamento, a execução do juízo sobre os impenitentes (v. 11,12).

Então, seu batismo nas águas era uma forma exterior de revelar o interior dos batizandos: que de fato haviam se arrependido e estavam passando por um rito de purificação para ficarem aptos a entrar no tão proclamado reino dos céus.

Resumo: o batismo de João era para provar o arrependimento de pecados, para que os batizados pudessem entrar no reino dos céus que o Messias viria proclamar. Este batismo não serve como exemplo para o batismo cristão, pois os cristãos entram no reino não pelo batismo, mas quando recebem a Jesus, nascendo de novo.


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson