segunda-feira, 28 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 29 (A RESTAURAÇÃO DOS PAIS)

 


Então o rei, profundamente comovido, subiu à sala que estava por cima do portão e chorou. E, andando, dizia: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu tivesse morrido em seu lugar, Absalão, meu filho, meu filho!” (2Sm 18.33).


Se a esposa representa a igreja no relacionamento, o marido representa Cristo, então os pais representam ninguém menos que Deus Pai. Paulo diz em sua oração pelos efésios que o nome de Pai é tomado emprestado de Deus por toda família que há no céu e na terra (Ef 3.14,15). Tal representação, à semelhança da representação do marido e da esposa, também é carimbada de falhas. Todavia, isso não nos isenta, como pais, do dever de buscarmos representar Deus do modo mais cristão que existe, isto é, de acordo com Sua Palavra para nossos filhos.

A falha dos pais em alcançar esse nobre propósito tem causado mágoas em seus filhos. Muitos pais já viram seus filhos partirem de modo desconcertante de casa. Não foi porque se casaram ou porque se mudaram a fim de trabalhar ou estudar, mas, tristemente, porque sua convivência com seus pais se tornou impossível. Ninguém encontra refúgio no lar mais do que os filhos. Eles foram nascidos ali dentro, não participaram da labuta de seus pais para construir seu ninho. Mas uma convivência destrutiva os faz desejar o mais desconhecido ambiente ao invés do aconchegante lar.

As feridas que os pais causam nos filhos não são a correção, ao contrário, esta, quando concedida dentro dos parâmetros da Escritura, mais tarde será motivo de louvor dos filhos a seus pais. As feridas estão nos extremos. Ou quando os pais deixam de corrigir (muitos filhos já disseram que gostariam de ter pais que tivessem pulso firme), ou quando corrigem em excesso. Pais, não deixem seus filhos se sentirem donos da casa, mas também não os deixem se sentirem fora dela!

Não custa aos pais reconhecerem suas falhas e se dirigirem a seus filhos para lhes pedir perdão. É nobre, é cristã essa atitude e demonstrará o quanto antes para seus filhos que vocês, pais, reconhecem seu limite e o quanto ainda têm a aprender em sua tarefa paternal. O pedido de perdão não retira sua autoridade, pois você continua sendo pai, você continua sendo mãe, ninguém pode tirar essa representação que o próprio Deus lhe deu.

Muitos pais na Bíblia, por mais que sejam admirados por serem homens de Deus, falharam na sua tarefa de pais. Abraão, ao desprezar Ismael; Isaque, ao preferir Esaú; Jacó, ao amar José mais que os demais filhos; Eli, por amar seus filhos mais que a Deus; Davi, por ser frouxo e permitir incesto em sua casa (o que resultou em fratricídio mais tarde); vários reis sem conta de Israel e Judá, que jamais repreenderam seus filhos. O resultado foi guerra sobre guerra, angústias, rompimento de laços fraternais, destinos solitários e sombrios.

Pais, não se deixem levar pelo encanto de seus filhos, como Davi. Eles nasceram no pecado como todos nós e, se não forem colocados no caminho, certamente desencaminharão todo o lar. Mas não se isentem de seu dever de se reconciliar com eles quando vocês errarem. Vocês serão perdoados e admirados por seus filhos, que levarão esse exemplo para as próximas gerações.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

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