“O malfeitor dá
atenção aos lábios iníquos; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua
maligna” (Pv 17.4 – NAA).
A parceria da iniquidade é, por vezes, mais bem estabelecida do que a união dos bons. Vemos isso na política, onde os destruidores se unem para o mal muito mais do que os que realmente têm algum interesse nobre; vemos isso no submundo do crime, onde a organização criminosa é chamada assim mais por causa de sua organização mesmo do que por outro motivo; infelizmente, vemos isso também nas seitas e heresias, que se unem para mentir sobre a Bíblia mais do que os verdadeiros pregadores se unem para combatê-las.
Foi assim desde a torre de Babel, quando “o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma língua. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo o que planejam fazer” (Gn 11.6). É claro que o contexto ali não está se referindo à unidade do povo, mas em sua unidade linguística, como podemos bem observar. Mas isso é um estilo de vida dos ímpios. Eles são avessos à verdade e ao bem, mas são unidos em sua maldade.
O próprio Jesus disse que o reino de Satanás não se desfaz, justamente porque o reino dele não é dividido (Mc 3.24-26). Os ímpios são dessa maneira. Porém, os crentes, não deveriam também fazer o processo reverso? Não deveriam os imitadores de Cristo dar atenção à Palavra de Deus? Enquanto os malfeitores dão ouvidos a lábios iníquos, os crentes deveriam dar ouvidos aos sábios critérios da Palavra. Entretanto, o que vemos é divisão demais, discórdia demais, desentendimento e, por fim, o relativismo, onde cada qual alega ter sua própria verdade.
Voltaire, um filósofo dos séculos XVII e XVIII, dizia, zombando dos cristãos, que aquilo que mais deveria uni-los era o que mais os dividia (referindo-se às diversas interpretações protestantes sobre a ceia do Senhor). De fato, observe que as seitas dizem a mesma coisa, a mesma linguagem no mundo inteiro; nenhuma ou poucas são as suas divergências. Entretanto, não é assim entre os que anunciam a verdade.
Certamente não é a maioria que estará correta sobre suas convicções acerca de Deus e, consequentemente, do mundo onde vivemos. Como a maioria dá ouvidos aos lábios iníquos e às línguas malignas, tal maioria jamais terá um entendimento correto sobre Deus. Não tendo um entendimento correto sobre Deus, é impossível que a maioria que se inclina para a mentira tenha uma ideia correta sobre o mundo. Ou seja, sua cosmovisão é corrompida como sua visão.
Apenas aqueles que se inclinam para a verdade da Escritura é
que podem ter uma visão correta sobre Deus, sobre si mesmo e sobre o mundo em
que vivemos. Pois, quando nosso entendimento sobre Deus for ajustado por Sua
revelação, é que teremos assim uma visão clara sobre as demais coisas que
procederam de Deus, de Suas palavras, de Suas obras e de Seus decretos. Enfim,
só quem tem a mente de Cristo poderá saber a verdade sobre a totalidade das
coisas.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Pr Cleilson Deus continue lhe abençoando , muito Esclarecedor esse devocional!
ResponderExcluirPuxa! Muito obrigado pelo feedback! Deus abençoe também!
ExcluirAmém.
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