“Lavo as minhas mãos
na inocência; e assim andarei, Senhor, ao redor do teu altar” (Sl 26.6).
Quando lemos o Salmo 26, temos a impressão de que Davi está sendo arrogante diante de Deus em sua oração. Ele começa dizendo que tem andado em sinceridade. Assim, nos lembramos de Jó em suas queixas contra Deus, argumentando que era um homem sincero. Porém, Davi aqui não está se justificando diante de Deus. Ele não se compara com Deus (como muitos coaches hoje dizem que quando se comparam com Deus em nada se sentem inferiores). Ao contrário, aqui o salmista se compara ao ímpio.
Quando ele pede a Deus que o julgue (v. 1), ele não está pedindo uma execução de juízo e sim a defesa de uma causa. Ele suplica a Deus por vindicação, uma defesa que o reivindique diante dos homens. Tanto que ele diz que confia no Senhor. O próprio v. 1 descarta que ele esteja se justificando, uma vez que ele declara sua confiança no Senhor.
Ao apresentar diante de Deus a diferença de sua conduta da conduta dos ímpios, Davi diz algumas coisas importantes, com princípios eternos, que são válidos até mesmo para os nossos dias, para nós que vivemos na nova aliança. Por exemplo, no v. 3, ele diz que anda na verdade do Senhor; Paulo também diz que os crentes celebram a festa da Páscoa cristã com os ázimos da sinceridade e da verdade (1Co 5.8), bem como diz aos efésios que os crentes se cingem com a verdade (Ef 6.14).
Davi diz também que não se assenta com homens vãos nem conversa com homens dissimulados (v. 4). Paulo também diz que não devemos ser participantes com os ímpios em suas obras tenebrosas, antes devemos condená-las (Ef 5.11). O rei Davi diz que tem amado a habitação da casa de Deus (v. 8); assim também o autor sagrado nos ensina a congregar, embora saibamos que hoje, a casa de Deus somos nós, ainda assim nos é dado o dever de congregar (Hb 10.25).
Por isto e muito mais, Davi tem a liberdade de fazer uma oração a Deus desta forma, não exibindo sua justiça própria, mas se mostrando, como de fato é, superior ao perverso mundano. Assim também o crente injustamente criticado e perseguido, ao orar, não apresentará a Deus sua própria justiça, mas suas distinções de filho de Deus perante o pecador rebelde que o persegue sem causa.
Todavia, devemos nos lembrar de que Jesus falou que somos
bem-aventurados quando somos perseguidos por
causa dEle e do evangelho (Mt 5.10-12). Se somos perseguidos ou afligidos
pelos ímpios por causa das nossas falhas, em nada podemos nos recomendar diante
de Deus, mas se somos maltratados por amor a Cristo, diz Pedro, “bem-aventurados sois, porque sobre vós
repousa o Espírito da glória e de Deus” (1Pe 4.14).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Amém!
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