“Também (tenham
tomado) a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6.17b). Trad.
Lit.
Vejamos a que tipo de espada o apóstolo Paulo está se referindo. Ele não fala da espada longa que os bárbaros usavam (gr. rhomphaia), mas ele fala da machaira, uma espada curta, à semelhança de um punhal ou uma adaga. A rhomphaia chegava a 1,30m de comprimento, enquanto a machaira entre 15 e 40 cm. Era uma espada curta usada no combate corporal.
O que o apóstolo está nos sugerindo é que o diabo não está tão longe assim como imaginamos. A ideia é de combate corporal, no sentido de proximidade. Outra coisa que ele sugere é que não devemos sair dando golpes loucos por aí, querendo arrancar as cabeças dos demônios! O combate aqui é de precisão. O cristão precisa ser bem treinado nessa espada, conhecer cada porção pequena da Escritura e como ela se aplica à situação que ele está passando. Como o obreiro aprovado que ele escreve a Timóteo (2Tm 2.15).
Ele também diz que a espada é “do Espírito”. Falemos um pouco da inspiração da Escritura. A inspiração é um termo teológico da Bibliologia. Significa que Deus soprou sobre os autores bíblicos (2Tm 3.16), que escreveram exatamente o que Deus queria, ainda que em nenhum momento deixaram de estar no uso normal de suas faculdades mentais. O Espírito conduziu os escritores e aquilo que eles escreveram é o produto inspirado por Deus (2Pe 1.20,21). Por isso Paulo a chama aqui de “espada do Espírito”.
Ainda que muitas seitas tentem equiparar os escritos de seus profetas com os escritos bíblicos, como Ellen White, Joseph Smith, a tradição papal, etc., todavia, mesmo que seus escritos não contivessem contradições (porque de fato têm), não poderiam comparar-se aos escritos inspirados da Bíblia, pois a inspiração é limitada, isto é, ela teve um tempo de atuação que foi de Moisés a João. Depois disso, nem mesmo os escritos dos pais da igreja, dos reformadores e outros homens que preservaram a sã doutrina foram considerados inspirados, quanto menos os de autores heréticos.
Uma vez que a Bíblia é o livro único inspirado pelo Espírito Santo, todo texto utilizado corretamente contra as ciladas do maligno será como um golpe de punhal bem aplicado em suas áreas letais. Se você não sabe utilizar uma palavra bíblica, Satanás não sentirá seu golpe. Ele só fugirá se você souber que aquela parte da Bíblia é exatamente específica para aquela situação sem torcer seu sentido. Se você torcer o significado, não terá o menor efeito, pois nisso ele é mais mestre do que você.
Finalmente, quando Paulo diz que é a Palavra, ele não usa o
termo logos e sim rhēma. Muito já ouvimos dizer que logos é a palavra escrita e rhēma é a revelada! Mas isso não é
verdade, até porque Jesus é chamado de Logos em Jo 1.1. Se há alguma imperceptível distinção, seria que rhēma é uma palavra mais específica,
uma palavra que interage com o ouvinte. De toda forma, prevalece o mesmo
sentido do que Paulo quis dizer com “espada pequena”. São porções da Bíblia,
inspiradas pelo Espírito, por isso espada
do Espírito e, ao mesmo tempo, aplicadas da maneira correta, por isso, rhēma de Deus!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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