“Senhor, não é
orgulhoso o meu coração, nem arrogante o meu olhar. Não ando à procura de
coisas grandes, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz
calar e sossegar a minha alma. Como a criança desmamada se aquieta nos braços
de sua mãe, assim é a minha alma dentro de mim. Espere, ó Israel,
no Senhor, desde agora e para sempre” (Sl 131 – NAA).
O orgulho é um pecado e, como qualquer outro, inconsistente com a vida cristã. Tomás de Aquino classificou a soberba como a mãe de todos os pecados mortais. Cada pecado capital tem seu desejo como objetivo, mas o orgulho é o desejo de ser maior e melhor. Por este desejo egoísta, o orgulhoso pode cometer qualquer outro pecado para lhe satisfazer e, além disso, ainda pela sua arrogância, não considerará pecado!
Davi diz neste salmo que o orgulho enche o coração e se espalha pelo olhar! De fato, uma pessoa de coração soberbo sempre olha os demais de cima para baixo. Considera tudo o que faz e fala melhor que qualquer outro, ainda que aquilo já tenha sido dito ou feito melhor.
Mas Davi expressa sua sinceridade a Deus que não andava buscando coisas grandiosas, ainda que tivesse condições de obtê-las. Ao contrário de seu filho Salomão, que foi opulento, comprou tudo que seus olhos desejaram, como ele mesmo testemunha em Ec 2.10: “Tudo aquilo que os meus olhos desejaram eu não lhes neguei”, o rei Davi não agiu assim!
O salmista contrasta o pecado do orgulho não com a virtude da humildade, como normalmente se faz, mas com a virtude da confiança! Ele diz que sua alma se calou, ele a fez sossegar, ele encontrou descanso em Deus. Ele dá o exemplo de uma criança desmamada, não uma criança faminta, desesperada por leite, mas aquela que já se fartou e dorme tranquila nos braços de sua mãe. Aqui a confiança se contrapõe à autoconfiança!
Primeiro, ele diz como não deve ser alguém – não deve ser orgulhoso. Segundo, ele diz como deve ser – sossegado e calmo. E terceiro, ele dá uma recomendação a todo o povo de Israel sobre o qual ele governava: “Espere, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre”! É assim a espera confiante. Não tem dúvida, não desconfia de Deus, sabe que dEle provém o alimento e o descanso.
Como tem sido nosso coração? Soberbo? Tem feito as coisas
por si mesmo e por isso se orgulhado? Nossa alma tem descansado no Senhor como
criança satisfeita e que já dorme tranquila, ou temos nos desesperado, dizendo
que esperamos no Senhor, mas essa espera nos causa mais ansiedade do que
firmeza? Davi teve coragem de dizer diretamente para o Senhor sobre seu coração!
Não tinha medo de ser desmentido, porque esta era a verdade a seu respeito. E
quanto a nós? Podemos dizer o mesmo que Davi sem que nosso coração nos condene?
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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