“Mas livrou o justo
Ló, que ficava aflito com a conduta libertina daqueles
insubordinados. Porque esse homem justo, pelo que via e ouvia ao morar
entre eles, atormentava a sua alma justa, dia após dia, por causa das obras iníquas
que aqueles praticavam” (2Pe 2.7,8). NAA.
Todos nós conhecemos a história de Ló, sobrinho do patriarca Abraão. Parece-nos estranho que o apóstolo Pedro, nestes dois versículos, tenha chamado Ló de justo por três vezes. Mas é que lemos em Gn 18, na intercessão de Abraão por aquelas cidades onde seu sobrinho morava, que Deus não destruiria o justo com o ímpio (v. 23). Obviamente, Abraão estava pensando em seu sobrinho Ló e talvez alguns poucos homens que pudessem ser como ele ali naquelas cidades.
Sabemos que Ló não foi para Sodoma com interesses espirituais, pois seu coração foi inflado pelo que seus olhos viram naquela cidade do alto da colina (Gn 13.10,11). Sabemos que Ló ofereceu suas filhas aos homens que queriam estuprar os dois anjos que foram à sua casa (19.4-9). Sabemos também que, mesmo na hora de ser destruída aquela cidade, Ló e sua família não queriam sair, os anjos tiveram que puxá-los pelas mãos (19.16). O autor chega a dizer que foi a misericórdia do Senhor que ainda foi estendida sobre eles... Ló também se entregou à embriaguez e, como todos sabem, se permitiu ao incesto de suas filhas, devido aos efeitos inebriantes do vinho (19.30-38). Por que é chamado de justo?
No entanto, havia algo na alma de Ló. Uma aflição que lhe atormentava. E a razão desta aflição era exatamente o pecado dos moradores de sua cidade, Sodoma. O que ele presenciava, vendo e ouvindo daqueles vizinhos, causava náuseas e tormento espiritual para ele. Sabemos que quanto mais tempo se passa em um lugar indesejado, mais se vai acostumando ao que antes incomodava e, se não há uma entrega às mesmas práticas, ao menos aqueles pecados já não incomodam mais. Mas não foi assim com Ló. Por todo o tempo em que habitou em Sodoma, sua alma se angustiou pelos pecados do povo.
Quem foi justificado do pecado não aceita mais que a nódoa e a sujeira dele voltem a fazer parte de sua vida. O justo se aflige com as práticas pecaminosas do mundo e não se acomoda a elas. Vemos muitos crentes que já se acostumaram aos pecados do mundo em que vivem, de modo que isso não mais lhes atormenta. Outros, ainda mais, apoiam, “curtem e compartilham” desses pecados. Outros também desceram à mesma baixeza e já entraram na prática de tais iniquidades, de forma que não sabem mais julgar, discernir, entre o que agrada a Deus e o que O desagrada.
Pedro diz que Deus livrou aquele homem. A sua cidade
sucumbiu ao juízo divino, mas não ele. O juízo divino está chegando sobre toda
a terra. Será que nosso coração está inquieto ou está conformado ao ambiente em
que vivemos? Seríamos vistos como justos por Deus para sermos livrados da
sentença que está por vir? Se somos justos em Cristo, então nossa alma tem que
dar um sinal disso: ela deve se atormentar pelas obras ímpias dos nossos
vizinhos!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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