“Porque o Filho do Homem é senhor do sábado” (Mt 12.8).
Um dos maiores problemas dos crentes é quando eles trocam a realidade pelo sinal. Deus sempre trabalhou de forma pedagógica para com Seu povo e uma das maneiras de ensinar foi o uso de figuras ou sinais que apontavam para a realidade que ainda estava por vir. Os hebreus tiveram seu aprendizado por meio de leis, de festas, de símbolos e figuras que são chamados de “sombras” no NT. O correto seria olhar para o sinal e entender sua realidade e não ficar preso ao sinal em si.
Quando alguém viaja pelas rodovias contempla inúmeras placas, cujas figuras ali desenhadas indicam a realidade da estrada; se há curva acentuada, se há travessia de animais silvestres e muitos outros símbolos para os quais as placas apontam. Se o viajante que não conhece a estrada obedece ao que indicam as placas, ele terá uma viagem segura. Todavia, ele não volta para agradecer às placas, nem tampouco lhes presta culto e nem as adora! Depois que ele conhece a estrada, nem presta mais atenção às placas e continua viajando em segurança.
A lei foi exatamente isso: placas que apontavam o Caminho. Elas não tinham a função de ser mantidas na vida daqueles que passaram a conhecer o Caminho, ou melhor, que foram conhecidos por Ele! Elas se tornaram sombra para quem já conheceu o Caminho! Por isso é que Paulo e o autor aos Hebreus chamam a lei de sombra (Cl 2.16,17; Hb 10.1). Se elas servem de alguma coisa, servem apenas para os que não conhecem a Cristo, o Caminho!
Neste episódio relatado por Mateus, os fariseus, que eram “sabatólatras”, criticaram os discípulos de Jesus por terem colhido espigas de trigo num dia de sábado. Observe que a resposta de Jesus foi comparativa, isto é, Jesus comparou a guarda do sábado a leis que eram estritamente cerimoniais, a saber, comer os pães da proposição (que era lícito somente aos sacerdotes, porém Davi e seus homens comeram e nem por isso foram culpados) e aos sacrifícios que os sacerdotes ofereciam no templo, nos dias de sábado, quebrando-os desta forma e ainda cometendo o sacrilégio de quebrar o sábado no templo. O termo, no original significa “profanar, poluir, violar” (mas Jesus diz que nem por isso eram culpados).
Observe que o sábado ficava subordinado a uma lei cerimonial. A preferência entre uma lei moral e uma cerimonial é óbvio que prevalece a lei moral. No entanto, o sábado, alegadamente lei moral, é subordinado ao sacrifício, claramente uma lei cerimonial! O oposto é que devia ser feito: deixar de trabalhar no sacrifício por obediência à guarda do sábado. No entanto, não era o que acontecia, mas nem por isso havia culpa.
Isto porque todas as placas (o sábado, o templo, os pães e o sacrifício) apontavam para a mesma Pessoa, Jesus o Caminho, Jesus o Descanso, Jesus a Morada Divina, Jesus o Pão do Céu, Jesus o Cordeiro de Deus! Jesus é maior que o templo onde os sacerdotes profanavam o sábado, mas não tinham culpa. Jesus também é maior que o sábado, pois, se Ele é Senhor do sábado, logo, o servo não pode ser maior que o seu senhor (Jo 13.16; 15.20).
Descanse no Senhor, o verdadeiro Sábado! O Corpo é mais que
a sombra! O Caminho é mais que as placas!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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