“Disse, pois, o rei a
Joabe, comandante do seu exército: Percorre todas as tribos de Israel, de Dã
até Berseba, e levanta o censo do povo, para que eu saiba o seu número” (2Sm 24.2).
Acostumado a vitórias em todas as suas guerras, o rei Davi não se deu conta de que seu coração já passava a confiar agora no número de seus soldados. Ele pede a seu sobrinho Joabe, comandante de seu exército, para que faça o recenseamento de seu povo, a fim de saber o número de seu regimento.
O mesmo rei guerreiro que havia escrito o salmo 20, que diz no v. 7: “Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus”, agora é o mesmo rei que confia no número de seu exército.
O que atacou Davi foi a conhecida síndrome de Lúcifer, que atacou vários homens na história, entre eles, Nabucodonosor, rei da Babilônia, que se gloriava de suas habilidades arquitetônicas, como os jardins suspensos, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Ele dizia: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Dn 4.30). Mesmo sendo advertido pelo profeta Daniel, após um ano, este rei foi punido por Deus, sendo humilhado e reduzido a viver com e como animais por sete longos anos.
O general do exército do rei Davi o advertiu também. Ele perguntou ao rei: “Por que tem prazer nisto o rei, meu senhor?” (v. 3). Esse é o problema. A soberba retira a glória de Deus e concentra-se na glória humana. Ela desvia o prazer que antes estava no Senhor e o leva para si mesmo e seus feitos, suas habilidades.
Nada diferente hoje. E não estamos falando de mundanos, pois estes já estão acostumados a glorificar a si mesmos. Estamos falando de crentes, que dizem viver para a glória de Deus. Basta que algumas coisas boas aconteçam e já estamos atribuindo aquilo a nossos esforços, à nossa inteligência ou capacidade. E, assim como Davi, nos impressionamos com números. A igreja cresceu, nosso orgulho nos incha; a igreja não cresceu, ou perdemos alguns membros, ficamos frustrados e queremos copiar outros que cresceram e até deles temos inveja...
Enfim, faltam-nos alguns Joabes ou Daniéis que nos alertem, que nos perguntem: “por que tens prazer nisto”? Será que de fato nosso prazer está em Deus e não nos resultados dos nossos empenhos? Será que manteremos as palavras de Davi, quando era humilde, até o final, de que uns confiam nisto, outros naquilo, mas nós faremos sempre menção do nome e da glória do Senhor?
Melhor que seja assim, antes que as consequências
gravíssimas nos sobrevenham. Da síndrome de Lúcifer em Davi, o resultado foi a
morte de 70.000 pessoas de Israel (2Sm 24.15); da síndrome de Lúcifer em
Nabucodonosor, o resultado foi ele mesmo pastando com os bois e seu aspecto
desfigurado (Dn 4.33). E da síndrome de Lúcifer nas igrejas de hoje? Será que
já não estamos vendo as consequências?
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Amém.
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