“Nesse ponto, um
homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que
reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu
juiz ou partidor entre vós? Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos
de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na
abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.13-15).
Na época de Jesus, muitos rabinos eram solicitados por seus discípulos que interferissem em causas legais, principalmente na divisão de heranças. Havia uma lei acerca disso em Dt 21.15-17, que deixava claro que a herança era dobrada para o filho mais velho, isto é, ele recebia dois terços e o irmão mais novo apenas um.
Não sabemos o que motivava aquele jovem a interromper o discurso de Jesus para pedir Sua interferência naquele caso, contudo, sabemos que ele considerava a repartição de seu irmão injusta, pelo menos a seus próprios olhos.
Entretanto, a resposta de Jesus (sempre devolvendo com outra pergunta) é que Ele não foi constituído juiz destas coisas. Ao mesmo tempo em que Jesus diz àquele jovem que já havia autoridades constituídas para resolverem esse tipo de conflito e que, inclusive, Jesus as respeitava, visto que eram concedidas por Deus, o Senhor também dizia que Sua tarefa era muito mais nobre do que entrar em casos de família.
Tanto que a continuação da resposta de Jesus, que é universal, serve para todos, nos alerta a termos cuidado com qualquer avareza! Havia um problema no interior daquele jovem muito maior do que o problema que estava fora dele. Seu problema não era a herança, e sim a ganância!
Os romanos tinham um ditado que dizia que o dinheiro era como a água do mar, quanto mais dela se toma, mais sede se tem! Jesus diz que a vida de alguém não constitui na abundância daquilo que ele possui. Agostinho disse: “Aquele jovem queria metade de uma herança terrena, enquanto Jesus queria lhe dar uma herança inteira celestial”!
Mas, infelizmente, seus olhos não conseguiam enxergar isso. Tal como o rico da parábola que Jesus conta logo a seguir (vs. 16-21), este jovem ambicionava apenas seu próprio celeiro!
E assim muitos crentes de nossos dias, os dias da falácia da prosperidade... não conseguem olhar para o céu, porque seus olhos veem seu celeiro atual pequeno e precisam fazer outro maior e depois outro maior e outro maior! Utilizam-se de textos bíblicos para amparar sua ambição desmedida. Dizem que têm que “alargar as tendas”, que foram chamados para “ser cabeça e não cauda”, que Deus prometeu que haveremos de “comer o melhor desta terra” e assim por diante! Entregam-se até à morte para aumentar seu celeiro e regram com miséria sua vida pelo reino de Deus!
Uma só palavra lhes é dita: “Loucos” (v. 20)! A
avareza lhes cegou os olhos! A cobiça lhes roubou o raciocínio! A estupidez lhes
tapou os ouvidos! Quando ouvirem o último chamado, será tarde demais! Seus
olhos serão abertos somente do outro lado da vida! Seu raciocínio só voltará a
funcionar apenas para lamentar-se por toda a eternidade! Seu dinheiro será
apenas mais combustível para as chamas da perdição! Cuidado com a avareza!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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