“De que se queixa,
pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados” (Lm 3.39).
Na época do profeta Jeremias, que escreveu o livro de Lamentações, o povo judeu estava sendo levado em cativeiro por Nabucodonosor, rei da Babilônia. Eles não acreditavam que isso podia acontecer, pois a capital, Jerusalém, era considerada por eles como sendo intocável, uma vez que lá estava o templo do Senhor e, dentro do templo, a arca da aliança.
Entretanto, Jeremias profetizou que não adiantava o povo confiar nessas coisas, uma vez que eles viviam cometendo iniquidades. Deus não iria proteger Jerusalém de nada, pois o povo vivia deliberadamente quebrando a lei do Senhor.
O resultado é que eles foram mesmo para o cativeiro e lá ficaram 70 anos. Porém o povo reclamava, ainda achando que não era culpa deles. Eles tinham um ditado na época de Jeremias que dizia assim: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” (Jr 31.29). Com isso, eles culpavam a Deus por estar lhes castigando pelos pecados de seus antepassados.
Mas Deus respondeu ao povo por intermédio de Jeremias: “Mas cada um morrerá pela sua iniquidade; de todo o homem que comer as uvas verdes os dentes se embotarão” (v. 30). É isso que Jeremias está repetindo aqui em sua lamentação. O povo foi para o cativeiro não pelos pecados de seus pais, mas pelos seus próprios. Não deviam se queixar dos pecados alheios, senão apenas dos seus pecados.
Essa irresponsabilidade de não assumir sua própria falha vem desde a Queda. Adão culpou sua mulher diretamente por ter pecado e a Deus indiretamente por tê-la criado e lhe dado como esposa. Marta queria culpar Jesus por não ter comparecido a tempo e, por isso, seu irmão Lázaro morreu. Maridos e esposas vivem se culpando mutuamente, em vez de assumirem seus erros. E, como era de se esperar, crentes que se afastam da comunhão com Deus e com a igreja, culpam outros crentes por sua decisão apóstata.
Na verdade, prevalece o que o profeta disse há 2.600 anos:
não se queixe, meu amigo, a não ser por seus próprios pecados. Não
responsabilize outros por sua negligência ou por sua delinquência. Assuma sua
própria falha e lamente-se por isso. Venha aos pés do Senhor humilde e não com
o dedo em riste, em direção a quem quer que seja a não ser a você mesmo. Se
vier a Ele arrependido, o Senhor, que é rico em misericórdia, te perdoará, como
o próprio profeta disse nos vs. 22,23: “As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas
misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade”.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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