Que graça comum tem para um ímpio que recebeu certas dádivas de Deus? O que temos chamado de graça comum pode nos levar ao engano de que Deus deseja abençoar os ímpios. Em termos finais, a maldição de Deus é que repousa sobre a casa do ímpio. Diz o sábio inspirado: “O Senhor amaldiçoa a casa dos perversos, mas abençoa o lar dos justos” (Pv 3.33). Deus deixa que o ímpio participe de Suas benesses, mas elas não têm qualquer demonstração do amor de Deus por ele.
Corazim, Betsaida e Cafarnaum são cidades que servem de exemplo sobre o assunto. Elas tiveram o privilégio de ver Jesus e ouvir Sua mensagem, além de ver também Suas maravilhas. Todavia, o privilégio de ver nosso Senhor andando e pregando por suas ruas não teve valor algum, exceto para aumentar sua condenação, ainda mais do que Sodoma, Tiro e Sidom, cidades que não tiveram esse privilégio. De que adiantou Jesus ter passado por ali? Sua condenação apenas se intensificou. Mateus 11.20-25; Lucas 10.10-15.
O salmista Asafe entendeu que não existe graça comum para os ímpios. Ele simplesmente admitiu que isso era apenas ideia da cabeça dele e não uma doutrina bíblica. No seu salmo (73.18), ele aprendeu, dentro do santuário de Deus, que foi o próprio Deus que colocou os ímpios em um caminho escorregadio; foi Deus quem os fez cair do precipício para a destruição! Ele diz que quando o Senhor Se levantar, Se rirá das ideias tolas deles como alguém que ri de seu sonho quando acorda (v. 20). Isso quer dizer que o Senhor está sentado, tranquilo, deixando o ímpio desfrutar de algumas benesses, mas que quando Ele Se levantar, o ímpio está ferrado! Que graça comum tem nisso?
Desfrutar das coisas de Deus, sejam elas materiais ou espirituais, não faz do ímpio uma pessoa agraciada por Deus, antes, o torna enormemente responsabilizado. Da mesma forma que ser privado das coisas boas, que assim consideramos, não se constitui para o salvo como algo ruim. Ao contrário, nisso está sua segurança. Asafe disse sobre o salvo: “E, no entanto, ainda pertenço a ti; tu seguras minha mão direita. Tu me guias com teu conselho e me conduzes a um destino glorioso” (vs. 23,24). O que quer que aconteça a um crente aqui, ainda significa que ele está seguro pela mão direita de Deus e sendo guiado pelo Seu sábio conselho! No final, ainda é recebido na glória! Nenhuma circunstância atual mudará seu destino final. Assim como para o ímpio também. Nada que ele tem aqui, quer consideremos coisas boas ou coisas horríveis, mudará seu destino no precipício do inferno!
O que adiantou para Saul ter sido ungido rei, vencido algumas batalhas, ter homens à sua disposição, se Deus o havia abandonado? O que adiantou para Judas ter sido discípulo de Jesus, feito milagres e expulsado demônios, se ele era filho da perdição? A única coisa que conta para eles é a proporção aumentada de sua condenação que já era definida. O que adianta para um ímpio ser rico, ser famoso, destacado como celebridade, até mesmo estar na igreja e receber benesses divinas, se, quando Deus Se levantar, vai rir dele e jogá-lo no inferno para ser torturado para sempre? Deus deixa o ímpio desfrutar disso aqui, mas o impede de crer e assim, envolvido com muitas coisas que até nós, crentes, achamos boas, ele se esquece de Deus, o qual o condenará eternamente! Não há nenhuma graça comum nisso. O que existe aqui é Deus deixando bodes comerem do Seu pasto, até que Ele Se levante para destruí-los para sempre!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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