“Porque, se no vosso
ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos,
e entrar também algum pobre com desprezível traje, e atentardes para o que traz
o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes
ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura
não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus
pensamentos?” (Tg 2.2-4).
A igreja de nosso Senhor Jesus Cristo é um ajuntamento de pessoas transformadas pelo Espírito Santo, as quais receberam um novo coração que se inclina para amar as coisas de Deus, assim como Deus mesmo as estabeleceu.
No meio da igreja, as diferenças caem por terra, sejam quais forem. Diferenças etárias, sociais, econômicas, raciais, enfim, nenhuma condição deve ser levada em conta para fazer grupos separados dentro da igreja, caso contrário não é igreja.
Um médico cristão, por exemplo, deve se ver como um cristão médico; uma telefonista cristã deve se ver como uma cristã telefonista; um aborígene cristão deve se ver como um cristão aborígene; um europeu cristão deve se ver como um cristão europeu e assim por diante. Eles devem se sentar lado a lado na igreja, devem ter comunhão, devem conversar, compartilhar os dons para mútua edificação, o cristão médico do exemplo citado pode ser liderado pelo cristão aborígene, e assim poderíamos multiplicar os exemplos de como se relaciona uma igreja.
Entretanto, não é o que vemos hoje. Os ricos e socialites das cidades quando frequentam uma igreja, procuram exatamente aquelas que já são compostas de pessoas do seu nível; um filósofo que se converte não quer ser pastoreado por um pastor leigo; um desembargador que se entrega ao Cristianismo não se senta ao lado de um irmão analfabeto; há igrejas que não são boas o bastante para gente famosa; artistas que vêm do mundo para a igreja não se sentem bem em congregar onde há poucas pessoas reunidas, pois querem continuar tendo a mesma visibilidade que tinham lá fora.
Mas isso acontece porque as igrejas mesmo já se segregaram. A liderança eclesiástica já fomentou essa diferença. Porém, o que Tiago diz? Que “se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois replicados pela lei como transgressores” (Tg 2.9). De fato, isso seria uma igreja? Uma reunião de pessoas que, espontaneamente transgridem a lei de Deus? E ainda poderia se chamar cristão, seguidor de Cristo, um indivíduo que sente vergonha de congregar numa igreja pobre? Então ele teria vergonha do Senhor que diz que serve, pois Ele também Se fez pobre (2Co 8.9)!
Muitas igrejas hoje são conhecidas como as “igrejas dos
ricos”, ou “igreja dos burgueses”. Enquanto esse e outros estigmas estiverem
sobre as igrejas, não estaremos verdadeiramente tendo a fé do nosso Senhor da
glória como ela deve ser recebida. Pense nisso acerca de sua igreja. Que Deus
se compadeça de nós!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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