REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0050 - A OBEDIÊNCIA CRISTÃ

 

“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12).

Obedecer é um verbo que, na língua do NT grego, tem a mesma construção da palavra ouvir. A diferença é que na palavra “obedecer” há um prefixo, o resto da palavra é a mesma que ouvir. E o prefixo é “sob, debaixo de”. Em nossa língua, seria o mesmo que “sub-ouvir”. Então, na linguagem bíblica do NT, obedecer é o mesmo que estar debaixo daquilo que se ouviu. Aqui neste versículo que lemos, o apóstolo Paulo dá três características desta obediência cristã.

A primeira é que ela é uma obediência fraternal. Paulo chama os filipenses de “amados meus”. É uma obediência baseada no amor cristão. Sabemos que a igreja de Filipos era uma igreja grandemente amada pelo apóstolo. E baseado neste amor é que Paulo roga aos irmãos que exerçam seu desenvolvimento da salvação com esta obediência. Não é uma sujeição forçada nem mesmo imposta, mas que brota de uma relação de amizade e afeição.

A segunda qualidade desta obediência é que ela é atemporal. Paulo lembra aos filipenses que eles obedeciam “sempre”. A obediência daquela igreja não era limitada ao tempo nem ao espaço. Infelizmente, há cristãos que obedecem apenas por um período de tempo, mais tarde, entretanto, passam a ser seus próprios guias e não se sujeitam mais a ninguém. Não percebem mais o valor desta palavra. A obediência da igreja de Filipos também não estava restrita a um lugar determinado. Eles obedeciam em todo tempo e em todo lugar.

Em terceiro lugar, era uma obediência meta-pessoal. Embora fraternal, como já vimos, ela ia além da fraternidade, pois o apóstolo diz que eles obedeciam “não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência”. Uma obediência que tem convicção do que está fazendo, não depende da presença pastoral para que ela aconteça. Está enraizada no relacionamento, mas estende seus ramos para uma cosmovisão. Começa no pessoal, perpassa a interpessoalidade, mas se estende para a convicção divina, indo além do relacional.

Se nossa obediência tem essas características vistas aqui neste versículo, então estamos caminhando para o verdadeiro exercício que Paulo nos ordena no final do texto: desenvolver nossa salvação com temor e tremor. Antes de exercitarmos o desenvolvimento da nossa salvação, precisamos aprender muito sobre obediência e praticá-la do modo como a Palavra nos ensina.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson