“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mt 6.22,23). |
Cada cultura, língua ou nação tem sua peculiaridade na forma
de falar. Algumas palavras só são pronunciadas de determinada forma em
determinado país, como, por exemplo, aqui no Brasil, quando falamos que alguém
é “mão-de-vaca ou pão-duro”, queremos dizer que tal pessoa é mesquinha, sovina,
miserável ou avarenta.
Os judeus também têm sua peculiaridade na forma de falar. Quando eles dizem que alguém é ou tem “olho bom”, eles querem dizer que esse alguém é generoso: “O que é de bons olhos será abençoado, porque deu do seu pão ao pobre” (Pv 22.9). Quando dizem que alguém é ou tem “olho mau”, eles querem dizer que esse alguém é avarento e mesquinho: “Aquele que tem um olho mau corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a pobreza” (Pv 28.22).
Sendo assim, agora faz sentido o contexto onde estes versículos que lemos em Mateus 6 estão inseridos. Nos versículos anteriores (19-21) e no posterior (24), Jesus está falando sobre nosso procedimento para com os tesouros terrenos. “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra”, disse o nosso Senhor no v. 19, “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (v. 21). Então Ele cita a linguagem popular dos hebreus daquela época para mostrar o medidor do nosso relacionamento com o dinheiro, os olhos. Eles são a lâmpada, o medidor, o termômetro do nosso relacionamento com as riquezas. Se nossos olhos forem bons, isto é, se formos generosos, então nosso corpo estará em luz. Se nossos olhos, porém, forem maus, isto é, se formos gananciosos e avarentos, então que grandes trevas serão as que nos envolverão! Você pode imaginar de que trevas Jesus está falando? Sim, por isso Ele encerra no v. 24, dizendo que é impossível servir a estes dois senhores: Deus e as riquezas (Mamom).
O NT está cheio de recomendações de como devemos nos portar em relação ao dinheiro. É-nos ordenado que trabalhemos (Ef 4.28; 2Ts 3.10); que não acumulemos riquezas, nem confiemos em nosso dinheiro (1Tm 6.17); que sustentemos nossa família (1Tm 5.8); que ajudemos aos necessitados (Gl 6.10); que colaboremos no reino de Deus (2Co 9.7); mas sempre o ensino bíblico condena a busca das riquezas (1Tm 6.9).
As pregações modernas dizem que preferem pregar a teologia
da prosperidade a pregar a teologia da miséria. Dizem a você que Deus quer que
você seja rico (mas chamam isso de próspero). Não é verdade. Deus não quer que
você seja rico. Ele quer que você seja salvo. E se você pergunta: “mas eu não
posso ser as duas coisas, rico e salvo?”, já mostrou que seu coração está nas
riquezas e não na salvação, pois quem está sendo salvo do inferno eterno, nem
se preocupa se aqui na terra está tendo riquezas ou não. Ele não faria essa
pergunta, pois considera melhor ir para o céu de bolso vazio do que pro inferno
cheio de riquezas que não poderão tirá-lo de lá nunca mais.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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