“Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos. Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniquidade não há de ser descoberta, nem detestada” (Sl 36.1,2).
O pecado tem um efeito entorpecedor sobre o raciocínio humano. Uma das razões pelas quais o ímpio não tem temor de Deus é que no vazio do seu coração ecoa a voz enganosa de seu pecado. E como isso lhe faz bem, então ele acredita. O pecador acredita que sua iniquidade não será descoberta nem detestada porque ela o ilude, Davi diz que a transgressão do pecador lisonjeia seus olhos, isto é, fala conforme seu desejo.
Atualmente, não é que o ímpio tenha medo que sua iniquidade seja descoberta. Por ter perdido o temor de Deus, ele pouco se importa que seu pecado o exponha. Na verdade, pior que isso, o pecador faz propaganda de seus atos abomináveis como se fossem normais. O v. 3 diz que ele abjurou o discernimento e a prática do bem, ou seja, não há mais aquele crivo moral que distingue o bem do mal, o certo do errado. Abjurar é renegar, abrir mão da crença, renunciar. E é exatamente isso que ele faz em relação ao discernimento. De tanto ouvir a voz da iniquidade ressoar em seu coração vazio e escuro, o homem sem Deus crê que não há mais diferença, até que seu pecado lhe anestesie por completo.
O apóstolo Paulo diz que nos últimos dias os homens teriam sua consciência cauterizada: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência” (1Tm 4.1,2). A questão agora é mais profunda, porque não se trata apenas do ímpio sem o temor de Deus, mas também de pessoas que professaram a fé e se apostataram por esse mesmo motivo, a saber, obedeceram a espíritos do engano e absorveram ensinos de demônios. Mas como eles receberam isso? Paulo diz que é através dos que hipocritamente falam a mentira, cuja consciência é cauterizada. A cauterização é um processo de algum agente químico que destrói tecidos orgânicos doentes para tirar lesões ou estancar sangramento. A pele, nesse caso, fica insensível. Assim está a consciência de quem ensina e de quem aprende (e apreende) os ensinos do engano. Uma consciência insensível, inerte, sem discernimento, surda à voz do Espírito Santo.
No salmo que lemos, no v. 7, Davi diz: “Como é preciosa,
ó Deus, a tua benignidade! Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra
das tuas asas”. Observe que, mesmo o homem sendo perverso e maquinador do
mal, Deus ainda lhe dá do Seu divino sustento. Os homens estão sobrando aqui na
terra. Desfrutam do que Deus lhes dá e ainda lançam em rosto, blasfemando do
Deus que lhes sustenta. Mas Deus levará tudo isso em conta. Jesus diz que nada
há encoberto que não haja de ser revelado (Mt 10.26) e Davi finaliza seu
cântico no v. 12 dizendo: “Tombaram os obreiros da iniquidade; estão
derruídos e já não podem levantar-se”. Este é o fim dos perversos, mas aos
que têm um relacionamento com Deus, diz o v. 10: “Continua a tua benignidade
aos que te conhecem, e a tua justiça, aos retos de coração”.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Glória a Jesus cujo cetro está na mão para reinar eternamente e trazer justiça a todos os povos.
ResponderExcluirAmém! Aleluia ao Cordeiro de Deus!
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