REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0019 - ENSINA A CRIANÇA

 

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6).

É muito comum em nossos dias o ditado: “Vou deixar meu filho escolher a religião dele quando ele crescer”. Aliás, este conceito está se tornando não apenas uma mera opção, mas um projeto de lei, que você não pode influenciar seu filho a seguir sua religião.

Todavia, o que nossa sociedade esquece é que o ser humano é pecador por natureza. Ele é fisiológica, psicológica e espiritualmente mau e sua inclinação será para a maldade que nele é latente. Seria como soltar uma pedra e esperar que ela suba, ao invés de cair. Nas circunstâncias naturais isto é impossível, pois todo corpo está sujeito às leis da física, neste caso, a gravidade. Assim também é impossível soltar o ser humano à sua própria vontade e verificar o bem, pois sua natureza é má desde a raiz, é para o mal que ele vai se inclinar. Foi isso que o próprio Deus disse acerca do homem: “Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade” (Gn 8.21).

Por isso Deus ordenou no AT que os pais fossem sérios no ensinamento da lei a seus filhos: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Dt 6.6,7), porque Deus sabe da nossa inclinação natural e somente o ensino da Palavra poderá mudar essa tendência.

Alguns cristãos, por sua vez, questionam que ensinaram seus filhos no caminho, mas eles se desviaram. Antes de fazerem tal afirmação, porém, algumas questões precisam ser consideradas. Primeiro, se de fato ensinaram. Às vezes indicamos e pensamos que ensinamos. Ensinar não é mostrar, é fazer aprender. Se nossos filhos não aprenderam é porque nós não ensinamos.

A segunda questão é que o versículo diz para ensinar a criança. Aqui fala da fase correta. Muitas vezes deixamos as crianças fazerem o que querem e intencionamos corrigi-las depois de crescidas. Isso é inútil. Elas precisam ser direcionadas enquanto ainda são flexíveis.

Terceiro, o texto diz que ela deve ser ensinada no caminho. Observe que você não deve ensiná-la “o caminho” nem mesmo “sobre o caminho”, mas “no caminho”, isto é, você tem que estar com ela, tem que ir junto, tem que ser exemplo. O que presenciamos são pais até sinceros, que querem que seus filhos cresçam no bom caminho, mas eles mesmos seguem seus próprios caminhos.

Finalmente se diz que o caminho é o que “se deve andar”. Não é qualquer caminho, não é deixar seu filho escolher, não é uma questão de preferência e sim de consciência. Ninguém nasce com o poder de seguir o caminho que deveria, pois já nascemos presos à lei do pecado (Sl 51.5; Rm 3.23). O caminho que vamos escolher será sempre o que não deve, por isso a necessidade de ensinar. Se fôssemos naturalmente bons, não precisaríamos ser ensinados a fazer o bem. Todos o fariam naturalmente e o mundo não seria o que é.

Concluo dizendo que o Caminho é Jesus. Não é somente um bom procedimento ou uma boa religião, mas o único Caminho que guardará seu filho por toda a vida e ainda por toda eternidade é somente Jesus. Ele disse em Jo 14.6: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai a não ser por Mim”. Se é assim que está conduzindo seu filho, então não haverá questionamento a ser feito, apenas o verá mesmo depois de velho sendo um seguidor de Cristo. Se isto ainda não ocorrer, lembre-se do início desta reflexão: o coração é mau desde sua raiz e só Deus pode transformar! Fomos chamados para ensinar e não transformar. Isto só Deus faz e no devido tempo. Mas a Palavra ensinada está semeada eternamente para salvação ou condenação. O mundo diz para você deixar, Deus diz para você inculcar. A quem você dará ouvidos?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson