Sobre o uso da palavra apōleia, os aniquilacionistas erram completamente sobre seu significado. Jamais essa palavra significa extinção, ou deixar de existir. Não há absolutamente nenhuma ocorrência em todo o NT em que essa palavra apareça e tenha esse significado! Para exemplo, vejamos os seguintes textos: “Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam” (Mt 9.17). O verbo “perder” é tradução da palavra grega apollemi. É óbvio que os odres não deixam de existir, eles apenas se tornaram inúteis, romperam-se e tornaram-se inapropriados para o uso, eles não foram extintos, como interpretam os aniquilacionistas.
Há outro texto em Mateus 26.8: “Vendo isto, indignaram-se os discípulos e disseram: Para que este desperdício?”. Todo mundo sabe que o perfume que Maria derramou sobre Jesus não deixou de existir. A palavra “desperdício” foi traduzida de apōleia. O sentido é que o perfume não teve a utilidade que Judas e os demais discípulos desejavam. Para eles era uma destruição, um desperdício e não uma aniquilação. Ainda em Lucas 15, a palavra é usada para a ovelha “perdida”, a moeda “perdida” e o filho “perdido”. Entretanto, todos eles foram achados, pois, obviamente, não estavam aniquilados! Se nem mesmo o material é aniquilado, quanto mais o que se trata da eternidade! Sendo assim, a ideia de perecer eternamente, como a Bíblia ensina, é algo horrível, pois a pessoa será destruída sem que haja fim para tal sofrimento!
Quando os aniquilacionistas dizem que o contrário de vida é morte e, portanto, aniquilação, mais uma vez perderam o significado das coisas. Morte não significa aniquilação e sim separação. O contrário de vida eterna não é aniquilação eterna e sim morte eterna, isto é, separação eterna. Morte não é cessação de existência e sim afastamento de Deus e de Sua graça. Prova disso é que em Ap 20.12, os ímpios já ressuscitados, que serão julgados no último dia, são chamados de “mortos”. Veja, eles estão ressuscitados, estão vivos no sentido de existir, mas são chamados de mortos porque não têm mais a graça de Deus sobre si. Sua morte é eterna sim, sem fim, porque estarão para sempre separados de Deus e Sua graça. O que eles terão eternamente é a ira de Deus sobre eles. Os ímpios existirão para sempre no lago de fogo, porém, sua existência é chamada não de vida eterna e sim de morte eterna. Os salvos têm vida eterna porque gozam da bem-aventurança da presença graciosa de Deus. Os ímpios têm a morte eterna com seus dissabores e não a cessação da existência. Isso é heresia. (Continua)...
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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